quarta-feira, 3 de junho de 2020

Covid-19 | Mais 11 mortos, 366 infetados e 210 recuperados em Portugal


Portugal registou até esta quarta-feira 33261 casos de covid-19, com um aumento de 366 infetados em relação ao dia anterior. Há mais 11 mortes, num total de 1447, e mais 210 recuperados.

De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta quarta-feira, há mais 11 mortes por covid-19 em Portugal. Desde o início da pandemia, o novo coronavírus já matou 1447 cidadãos.

Em relação ao número de infetados, houve um aumento de 366 doentes nas últimas 24 horas (superior ao número de ontem, de 195). O número total de pessoas que contraíram SARS-Cov-2 no país ultrapassou as 30 mil (33261).

O número de doentes internados diminuiu: são agora 428, menos quatro do que ontem. Nos cuidados intensivos estão 56 pacientes, menos dois do que no dia anterior.

Foram registadas, nas últimas 24 horas, mais 210 recuperações. O número total de pessoas consideradas curadas desde o início do surto em Portugal ultrapassou esta quarta-feira as 20 mil (20079).

Olhando para distribuição de casos pelo país, percebe-se que o foco da epidemia continua na região de Lisboa e Vale do Tejo, que contou com 335 dos 366 novos casos, o que representa 92%, contando com 11828 infetados no total. Dez das 11 mortes nas últimas 24 horas também foram registadas nessa região (91%), que conta um total de 380 vítimas mortais.

A região do Norte registou 15 novos casos (16804 no total) e apenas uma morte (796). O Centro contabiliza 12 novos infetados (3765 no total), mas sem novos óbitos (240). Alentejo mantém o mesmo número de casos (260) e de mortos (um). O Algarve conta com mais quatro infetados (376) e mantém o mesmo número de mortos (15). O arquipélago dos Açores tem mais um doente (138) e as mesmas vítimas mortais (15), enquanto na Madeira se registou menos um caso em relação ao dia anterior (90) e não há qualquer morte.

Tiago Rodrigues | Jornal de Notícias

Portugal | Subviver, é disso que se trata


Futexpresso… Quer dizer: Curto do Expresso comprido em futebol. A desgraça supera o covid-19 e os reis dos milhões, das falcatruas e outras mafiosidades regressam aos relvados da alta e da pequena finança, comprando e vendendo jogadores inspirados no alegadamente já ido mercado de escravos.

Hoje há futebol em Portugal e, ao que parece, assim vai acontecer pela União Europeia. Que é desporto, dizem. Sim, será, moderno e doentio. Alienante e alcoviteiro. Prescindível no formato atual. Mas que não, ripostam os interessados nos milhares e nos milhões de euros. Os políticos de topo, mais os que o querem ser e andam a bajular nas calhas, estão de acordo. O povoléu merece o futebol. Ver, ler, pensar e falar de futebol. Embrutecer. Estupidificar-se. Para não perder tempo a falar de coisas sérias, acerca das suas subvidas. Afinal existem para depois votarem, fazerem número e fazerem de conta que vivem em democracia, em sociedades justas, humanas, em que as pessoas estão primeiro, assim como a natureza, o respeito pelas liberdades e pelas verdades. Isso e muito mais.

Neste futexpresso longo em futebol irá depois disso desembocar no racismo que dura e perdura nos EUA. Na revolta dos sempre destinados a serem sacrificados enquanto respiram, os negros, os não supremos brancos… Aqui no PG há muita matéria e opiniões sobre o tema. Pesquise. Vamos adiante.

Adiante é o fim da abertura habitual que fazemos em antecipação ao Curto de quase todos os dias (aos fins-de-semana é, por vezes, muito falho).

Fiquem bem. Protejam-se. Anda por aí muita gentinha a julgar que o pior do covid já passou. Esquecida de que o muito pior pode ainda voltar e que depois é que se vai chegar à conclusão que a senhora de Fátima nada poderá fazer de milagres, que não há golos nem fintas que valham a nossa lastimosa subvida.. E etc., mais e etc..

Pedro Lima assina o Curto em formato comprido no relvado do Expresso. Chama-lhe ópio, e bem. Vá nessa. Que se danem as más-línguas e os medrosos(as) do covid e das sociedades justas e verdadeiramente democráticas, de que regra geral os jornalistas nem sabem, nem falam. Exceto alguns. Aqueles a que o Ricardo Salgado não conseguiu comprar "serviços" - que estamos para saber quem são... Porque é segredo, está visto. E entretanto, presume-se, lá andam esses a venderem-se por aqui e por ali. Mas quem e a quem? Segredo?

Andam milhões ao sabor duns quantos, como bolas de ping-pong. Ora bolas! Subviver, é disso que se trata, no passado, no presente, e no futuro que manhosamente preparam aos plebeus, aos escravos da modernidade.

Dispense a atenção devida ao Curto. Bom dia?

FS | PG

Portugal entre incumpridores de recomendações anti-corrupção


Portugal integrava, no final de 2019, uma lista de 15 países com baixo nível de cumprimento das recomendações anti-corrupção dirigidas a deputados, juízes e procuradores, indica hoje o relatório GRECO, organismo do Conselho da Europa contra a corrupção.

Segundo o relatório divulgado em Estrasburgo, França, em 31 de dezembro de 2019 Portugal só tinha implementado integralmente uma das 15 recomendações emitidas pelo Grupo de Estados contra a Corrupção (GRECO). Das restantes 14 recomendações, oito foram implementadas parcialmente e seis recomendações não foram implementadas.

Além de Portugal, os outros países apontados como estando em desconformidade com o GRECO, devido ao baixo nível de cumprimento das recomendações anticorrupção em relação a deputados, juízes e magistrados do Ministério Público foram a Arménia, a Áustria, a República Checa, a Dinamarca, a França, a Alemanha, a Hungria, a Irlanda, o Luxemburgo, o Mónaco, a Macedónia do Norte, a Polónia, a Roménia e a Turquia.

Por outro lado, em 31 de dezembro de 2019 a Bósnia Herzegovina, a República Checa e a Sérvia eram os únicos três países a não terem implementado integralmente nenhuma das recomendações do GRECO dirigidas aos deputados, juízes e procuradores.

China opõe-se à opressão política e sanções que os EUA fazem sobre Cuba


Opressão sob falso pretexto de antiterrorismo

Pequim, 3 jun (Xinhua) -- A China opõe-se à opressão política e às sanções económicas impostas pelos Estados Unidos em Cuba sob o pretexto de antiterrorismo, disse na terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

Zhao fez as observações numa conferência de imprensa em resposta a uma pergunta sobre Cuba, que foi incluída em 13 de maio numa lista do Departamento de Estado dos EUA sobre países que supostamente não estão cooperando totalmente com os esforços dos EUA contra o terrorismo, o que foi rejeitado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

"O terrorismo é o inimigo comum da humanidade. A China sustenta que a comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para combater o terrorismo", afirmou Zhao.

"Dito isso, opomo-nos ao uso do antiterrorismo do lado dos EUA como pretexto para impor opressão política e sanções económicas a Cuba", disse ele, acrescentando que os Estados Unidos e Cuba, como vizinhos próximos, devem tratar-se com amizade e continuar a desenvolver relações normais Estado a Estado baseadas na igualdade e no respeito mútuo.

"Isso serve aos interesses dos dois países e ajudará a promover a paz e a estabilidade na América Latina", afirmou Zhao.

Xinhua | Imagem: © AP Photo / Alex Castro, File (imagem em Sputnik 2016)

China | Xi enfatiza forte sistema de saúde pública para proteger a saúde do povo


Pequim, 2 jun (Xinhua) -- O presidente Xi Jinping pediu nesta terça-feira esforços para desenvolver um forte sistema de saúde pública para salvaguardar a saúde do povo.

Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) e presidente da Comissão Militar Central, fez as observações ao presidir um simpósio com a presença de especialistas e estudiosos.

Observando que a segurança do povo é o alicerce da segurança nacional, Xi pediu prontidão para os piores cenários, uma maior consciência dos perigos potenciais e esforços constantes para evitar os grandes riscos na assistência à saúde.

"Somente desenvolvendo um forte sistema de saúde pública, melhorando os mecanismos de alerta e resposta precoces, aumentando de forma abrangente a capacidade de prevenção, controle e tratamento, tecendo uma rede rigorosa de prevenção e controle e consolidando o muro da quarentena, podemos fornecer uma forte garantia para salvaguardar a saúde do povo", disse Xi.

Para milhões a epidemia chegou quando sofriam os efeitos de outra: o neoliberalismo


O intelectual cubano Abel Prieto analisou os efeitos da pandemia, lembrando que «caíram muitas máscaras, o egoísmo que é intrínseco ao sistema capitalista, sobretudo na versão neoliberal».

Abel Prieto, escritor, intelectual e político cubano, é o actual presidente da Casa das Américas e foi ali, na Casa que levanta a voz da América Latina, em Havana, que no mês passado concedeu uma entrevista ao jornalista Omelio Esteban Borroto Leiseca, do portal Cubadebate, cuja segunda parte se centra nas «implicações da pandemia» a vários níveis.

«Foi trágico, dramático, mas deixou um saldo em termos de reflexão, análise, auto-análise em muitos casos, de pensar nas coisas que valem a pena, em toda essa falsa felicidade consumista que nos venderam como meta», disse.

O escritor cubano referiu-se ao golpe duro sofrido pelo «nosso planeta e sobretudo as pessoas mais vulneráveis, porque para milhões de pessoas no mundo esta epidemia chegou quando já estavam a sofrer os efeitos de outra epidemia: o neoliberalismo».

Neste sentido, sublinhou que a desigualdade se reflectiu nas «quarentenas» e nas «distâncias sociais», e destacou a situação daqueles que vivem nas ruas, debaixo dos túneis ou em casas de cartão e lata. «Os pobres da Terra, como dizia Martí, com esses se pegou esta terrível doença», disse.

«O neoliberalismo foi um genocídio quotidiano, não tão espectacular como a Covid-19, mas sem dúvida tão letal como este vírus, que em termos ideológicos, culturais está a deixar um saldo analítico importantíssimo», disse, acrescentando que «as pessoas concordam que não se pode voltar ao ponto inicial; muita gente diz "não quero voltar à normalidade", porque naquela normalidade já estava o problema».

«Caíram muitas máscaras, o egoísmo que é intrínseco ao sistema capitalista, sobretudo na sua versão neoliberal, esse egoísmo verdadeiramente desapiedado», afirmou Abel Prieto, que lembrou as disputas entre países ocidentais «aliados» pelas máscaras. «Apercebes-te de que, quando se solta esse egoísmo desenfreado, não há alianças que valham, nem muito menos amizades ou afinidades», disse.

O mundo em encruzilhadas


Prabhat Patnaik [*]

O Financial Times de Londres é um dos jornais burgueses mais "respeitáveis" do mundo. Agora até mesmo este jornal passou a reconhecer algo que a esquerda tem estado a dizer há muito tempo. Num editorial de 3 de Abril de 2020, ele escreveu: "Reformas radicais para reverter a direcção política prevalecente nas últimas quatro décadas precisarão ser postas em cima da mesa". Os governos terão de aceitar um papel mais activo na economia. Eles devem encarar os serviços públicos como investimento ao invés de passivos e procurar formas de tornar o mercado de trabalho menos inseguro. A redistribuição estará outra vez na agenda... Políticas até recentemente consideradas excêntricas, tais como os impostos sobre o rendimento básico e a riqueza, terão de entrar na equação".

As políticas do governo Modi, deve-se notar, são diametralmente opostas daquilo que o Financial Times preconiza. A revogação das leis trabalhistas nos estados governados pelo [partido] BJP (que não poderiam ter sido feitas sem a aprovação de Modi) pretende tornar o mercado de trabalho mais inseguro ao invés de menos. Alguns responsáveis do IRS [Indian Revenue Service] foram punidos recentemente por até sugerirem que impostos mais altos deveriam ser cobrados dos ricos. Em suma, o governo Modi, na sua inconsciência, continua a recolher as migalhas intelectuais que haviam caído dos poderosos do establishment metropolitano "quatro décadas" atrás, sem perceber que o mundo avançou.

Mas o mundo moveu-se para onde? Está claro no editorial do FT que as políticas das "últimas quatro décadas", ou seja, as políticas neoliberais características da actual era de globalização, têm de ser alteradas, ou seja, que a globalização neoliberal das "últimas quatro décadas" chegou a um beco sem saída. Tal como na década de 1930, o capitalismo mundial, tal como existia até então, havia chegado a um beco sem saída – e a necessidade de ser alterado a fim de preservar o próprio sistema – fora enfatizada por muitos pensadores burgueses perspicazes, exactamente da mesma forma como o capitalismo mundial contemporâneo também chegou a um beco sem saída e não pode continuar como antes.

Mais lidas da semana