sexta-feira, 5 de junho de 2020

Portugal | Ciganofobia socialista


Paulo Baldaia | TSF | opinião

Quando um autarca socialista se refere aos habitantes de um prédio dividindo-os entre "famílias normais como nós" e "famílias de etnia cigana", não podemos aceitar reações envergonhadas do PS e do seu líder. A frase de António Costa, em resposta a André Ventura, aliás, é um bom soundbite - "não passo a concordar consigo, quando discordo dos meus autarcas" -, mas exige consequências.

Se o autarca da Azambuja fala como se fosse militante do Chega, o PS só por cobardia política não lhe exige que se retrate ou, não se retratando, não lhe retira a confiança política. O autarca Luís de Sousa queria "uma vigilância ativa" sobre os ciganos que vivem naquele prédio para "eles ficarem isolados dentro de suas casas", sobretudo as crianças que "andam constantemente na rua".

Num momento em que cresce o discurso contra os ciganos, é inaceitável esta ambiguidade do Partido Socialista que, por um lado, considera que este tipo de comportamento não está no seu ADN mas, por outro lado, acha que chega afirmar a sua discordância, mesmo tratando-se de um eleito nas suas listas.

Ventura ri-se e adivinha a possibilidade do autarca ser candidatos pelo Chega. Em ano de autárquicas, a ideia que fica é que é disso mesmo que os socialistas têm medo, de perder uma autarquia.

Um partido com a história do PS não pode ficar nas meias tintas. O assunto é demasiado sério, pela forma como aquele político se referiu a uma comunidade, considerando-a anormal, e pela sugestão de lhes decretar uma espécie de prisão domiciliária. O PS pode ficar a assobiar para o ar, que o tempo encarrega-se de fazer com que a maioria das pessoas se esqueça, mas com esse comportamento a ciganofobia passa a fazer parte do seu ADN.

Portugal | Meter milhões na TAP sem mandar? "Mudem o nome para Banco Bom"


Rui Rio defende que, se ajudar a TAP, o Estado "tem excelente oportunidade" para ficar maioritário. Depois da "salvação" o Governo deve "procurar fazer a privatização que já devia ter sido feita".

É ao caso do BES, "o maior crime de colarinho branco ainda por julgar", como já lhe chamou Rui Rio, que o líder do PSD vai buscar inspiração para lançar avisos sobre a TAP e defender que a ajuda do Estado deve ter como base "um plano de negócios" e uma estratégia bem definida.

"A TAP tem de ser ajudada se tiver um plano de negócios que demonstre que o dinheiro lá metido agora não é apenas para tapar um buraco conjunturalmente e que, daqui por quatro, cinco, seis ou sete meses, vamos ter de meter mais", avisa Rui Rio em entrevista à TSF.

Questionado sobre se, caso não exista esse plano, deve "deixar-se cair" a TAP, o líder do PSD é claro: "obviamente"

"Querem lá meter agora mil milhões de euros, na expectativa depois de meterem mais 500, ou mais 600? Então olhe, mudem o nome da TAP e passem a chamar-lhe "Banco Bom", porque o "Banco Bom" é aquilo que naturalmente mais dinheiro leva aos contribuintes portugueses", ironiza o presidente do PSD.

Rui Rio insiste que o anterior Governo de António Costa "fez um péssimo negócio para o Estado".

"Aquilo que foi feito foi o pior de dois mundos: entra com 50%, mas manda zero. As próprias rotas, que estão tanto em discussão, quem tem competência para as definir não é o Conselho Administração onde Estado está. É a Comissão Executiva onde o Estado não está".

O líder do PSD insiste, por isso, que o caminho deve ser a privatização, depois de o Estado reforçar o poder de decisão: "Se a TAP agora tiver de ser ajudada e se os privados não tiverem dinheiro para acompanhar essa ajuda, o Estado tem uma excelente oportunidade de lá meter o dinheiro para, com esse dinheiro, alterar naturalmente as condições e, em vez de ter 50%, tem 60 ou 65 ou 70".

Depois, "caso se verifique que a TAP tem salvação", o executivo deveria "procurar fazer a privatização que já devia ter sido feita", defende Rio recordando o caso do britânico Lloyds Bank onde "O Estado entrou, segurou - foi um português que comandou essa operação - e, passado uns anos, o banco estava equilibrado e em condições de ser privatizado".

Judith Menezes e Sousa | TSF

Portugal | MP pede que Mexia seja suspenso da presidência da EDP


O Ministério Público (MP) requereu, esta sexta-feira, que António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, líder da EDP Renováveis, sejam suspensos de funções, no âmbito do processo das alegadas "rendas excessivas" da elétrica.

A notícia foi avançada pela "SIC Notícias" e foi já confirmada, em comunicado, pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, ao qual está afeto o inquérito.

Os procuradores promoveram ainda que Mexia seja obrigado a prestar uma caução de pelo menos dois milhões de euros e Manso Neto uma de pelo menos um milhão de euros. Solicitaram ainda que os administradores fiquem impedidos de viajar para o estrangeiros, de entrar nos edifícios do grupo EDP e de contactar com outros arguidos e testemunhas.

A defesa irá agora pronunciar-se sobre a posição do MP. Só depois o juiz de instrução criminal Carlos Alexandre tomará uma decisão.

Mexia e Manso Neto são arguidos há três anos no chamado caso EDP, por suspeita de corrupção ativa e de participação económica em negócio. Desde essa altura que estão sujeitos a termo de identidade e residência, a medida de coação mais leve prevista na lei.

Na semana passada, a defesa dos dois arguidos pediu ao Tribunal da Relação de Lisboa que afastasse Carlos Alexandre do processo, apontando-lhe falta de imparcialidade. O magistrado decidiu, ainda assim, manter o interrogatório, alegando que se trata de uma diligência urgente.

Mexia e Manso Neto acabaram mesmo por comparecer, terça e quarta-feira desta semana, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, mas, na sala de audiências, optaram por se remeter em silêncio.

Na quinta-feira, foi ainda interrogado João Conceição, administrador da Redes Energéticas Nacionais (REN), que, em contrapartida, optou por responder a todas as questões de Carlos Alexandre.

O responsável é suspeito de corrupção passiva para ato ilícito pela sua atuação quando era consultor do ex-ministro da Economia Manuel Pinho, igualmente arguido no processo. Neste caso, o MP pediu que João Conceição seja ou suspenso de funções na REN ou obrigado a prestar uma caução de pelo menos 500 mil euros.

Já antigo governante não foi abrangido por esta série de interrogatórios, solicitados pelo MP para confrontar Mexia, Manso Neto e Conceição com novos factos e agravar as medidas de coação anteriormente aplicadas. Pinho manter-se-á, por isso, sujeito a termo de identidade e residência.

O processo encontra-se ainda em fase de inquérito (investigação), não tendo, até agora, sido deduzida acusação.

Jornal de Notícias

Imagem: António Mexia compareceu no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, na terça-feira // Foto: Gerardo Santos / Global Imagens

Covid-19 | Reino Unido soma e segue. Trump fala afetado por efeitos etílicos?


Reino Unido ultrapassa as 40 mil mortes

O Reino Unido registou mais 357 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, o dobro do dia anterior, somando 40.261 óbitos durante a pandemia, informou esta sexta-feira o ministério da Saúde britânico. 

O aumento de mortos é superior às 176 mortes registadas na quinta-feira, mas os especialistas têm evitado dar demasiada importância à flutuação dos balanços diários porque estes incluem mortes decorridas há vários dias e registadas mais tarde devido ao processo administrativo.

De acordo com o ministério da Saúde, foram identificados mais 1.650 infetados nas últimas 24 horas, fazendo subir para 283.311 o número de casos de contágio no país.

Trump diz que pandemia está "largamente superada" nos EUA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta sexta-feira que o seu país "superou largamente" a pandemia de covid-19, apesar de se continuarem a registar mais de mil mortes diárias com esta doença nos Estados Unidos.

Comentando a surpreendente queda do desemprego, em maio, o Presidente norte-americano elogiou a "pujança" da economia, que atribuiu à superação da crise sanitária.

"Essa pujança permitiu superar esta terrível pandemia. Já a superámos largamente", disse Trump, durante uma conferência de imprensa, na Casa Branca.

David Pereira | Diário de Notícias | Lusa

Brasil | Os 114 anos de um sonho juvenil: Grêmio Náutico União

Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil 

O ponto de partida de qualquer conquista é o desejo (Napoleon Hill  1883-1970)

No dia 1º de abril de 1906, ano em que o 14 Bis, de Santos Dumont (1873 -1932), alçou voo em Paris, foi fundado, em Porto Alegre, por descendentes teutos, um dos mais tradicionais e conceituados clubes do Rio Grande do Sul: O Grêmio Náutico União. Neste ano de 2020, comemorou os seus 114 anos.

Ao ser fundado, recebeu o nome de Ruder Verein Freundschaft, cuja tradução é “Sociedade de Regatas Amizade”. No transcorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e diante de possíveis perseguições de cunho nacionalista, a sociedade decidiu criar um novo nome, que foi registrado em português. Após serem convocados os sócios, a Assembleia Geral se reuniu em 29 de abril de 1917, na Rua Voluntários da Pátria, nº 206, onde foi escolhido, por meio de votação, o nome Grêmio Náutico União.

A história de sua criação consta de curiosidades e de muita dedicação, envolvendo a amizade de seis garotos de origem alemã e apaixonados pela prática do remo. Um deles - o menino Carlos Simão Arnt - pensou em criar um clube voltado à prática do remo e a ideia encontrou solo fértil, pois seus amigos sentiam a necessidade de um local, no qual pudessem praticar este esporte, pois, na época, as entidades ligadas a esta modalidade esportiva, como Germânia, Porto Alegre, Tamandaré e Barroso, só admitiam, em seus quadros, atletas que tivessem a idade mínima de dezoito anos. Ao procurarem estes clubes os garotos ouviam frases do tipo: ”Clube do remo não é para guris. Cresçam e apareçam”.

Responsável pela fundação do atual Grêmio Náutico União, o grupo juvenil era formado por Carlos Simão Arnt, Arnaldo e Emílio Bercht, Arno e Hugo Deppermann e Hugo Berta. Na época, todos tinham entre doze e quinze anos de idade.

Brasil | Racismo e pandemia: São Paulo vive o maior apartheid social do país


Carta Maior apresenta diáriamente o Cliping Internacional por Carlos Eduardo Silveira, esporadicamente aqui apresentado em Página Global – revista sobre o Brasil no mundo. Notícias internacionais sobre o Brasil; Notícias do Mundo; e Artigo.

1 - NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL

COMÉRCIO COM EUA. Painel da Câmara dos EUA liderado por democratas se opõe a qualquer acordo comercial dos EUA com o Brasil. O Comitê de Formas e Meios da Câmara dos EUA disse na quarta-feira que se opôs ao plano do governo Trump de expandir os laços econômicos com o Brasil, dado seu histórico de direitos humanos e meio ambiente sob o presidente Jair Bolsonaro. O presidente do comitê, Richard Neal, e seus colegas democratas no painel disseram ao representante comercial dos EUA Robert Lighthizer em uma carta que o governo de Bolsonaro havia demonstrado "um total desrespeito aos direitos humanos básicos". "Nós nos opomos fortemente a perseguir qualquer tipo de acordo comercial com o governo Bolsonaro no Brasil. O aprimoramento do relacionamento econômico entre EUA e Brasil neste momento prejudicaria os esforços dos defensores dos direitos humanos, trabalhistas e ambientais brasileiros para promover o estado de direito e proteger e proteger e preservar comunidades marginalizadas ", escreveram eles. (The New York Times, EUA) | https://nyti.ms/3dzytQq

DESIGUALDADE RACIAL. Racismo e pandemia: 'São Paulo vive o maior apartheid social do país'. Publicados na terça-feira (2), os dados publicados pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) citam o quadro do estado de São Paulo com preocupação, explicitando que no local a população negra tem 62% mais risco de morrer em meio à pandemia do que as pessoas brancas. São Paulo é o estado mais afetado pela pandemia no Brasil, com 123.483 casos confirmados e 8.276 mortes. Para Adalmir Leonídio, professor de História do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Observatório de Criminalização da Pobreza e dos Movimentos Sociais, o quadro pode indicar um "mecanismo de controle populacional". (Sputnik News, Rússia). | https://bit.ly/36ZntcN

FAKE NEWS. O Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, publicou milhões de anúncios oficiais em sites investigados por divulgar notícias falsas, segundo um relatório parlamentar divulgado esta quarta-feira pela imprensa brasileira. Entre eles estão portais que espalham notícias falsas, “oferecem investimentos ilegais e aplicativos de conteúdo pornográfico", referiu o relatório preparado por uma comissão parlamentar que investiga a disseminação das chamadas "notícias falsas". Segundo o documento revelado pelo jornal O Globo, foram identificados 843 canais que os consultores da comissão parlamentar consideraram inadequados para transmitir propaganda oficial e paga com recursos públicos da Secretaria Especial Presidencial de Comunicação (Secom). (Diário de Notícias, Portugal) | https://bit.ly/2MrYgOy

GOVERNO BOLSONARO. Brasil tem novo recorde de mortes por covid-19 em meio a outro incidente racista. Com as 1.262 mortes na terça-feira, o número de casos fatais excede 31.000. Um funcionário do governo chama a comunidade afro-brasileira de "escória". Chefe da Fundação Cultural Palmares do Brasil chamou de ‘escória’ o movimento pelos direitos dos negros. Sérgio Camargo, um fervoroso bolsonarista cuja nomeação como chefe da Fundação no ano passado causou indignação, fez os comentários no final de abril. "O movimento negro, aqueles vagabundos do movimento negro, escória sangrenta", disse. Em outro momento, Camargo chama o herói da resistência antiescravidão Zumbi de "filho da puta" e descarta o Dia Anual da Consciência Negra do Brasil como "uma piada", prometendo abolir o financiamento para seus eventos. (El Periódico, Espanha; The Guardian, Inglaterra; ABC, Portugal ) | https://bit.ly/3eROvFw | https://bit.ly/2XumRst | https://bit.ly/2XuRcaA

BOLSONARO. Jair Bolsonaro sobre as vítimas do covid-19: "A morte é o destino de todos". O número de mortos na terça-feira, superior aos 1.188 registrados em 21 de maio, que foi o dia mais fatal até agora, confirma o Brasil como o quarto país em número de vítimas no mundo. "Lamento todos os mortos, mas é o destino de todos", respondeu Jair Bolsonaro à pessoa. (El Espectador, Colômbia; The Sydney Morning Herald, Austrália; Expresso, Portugal) | https://bit.ly/3gMXBFD | https://bit.ly/2Y3l78L | https://bit.ly/3gS3jpv

BOLSONARO. Bolsonaro descreve os antifascistas como "terroristas" e alerta: "Não podemos deixar o Brasil se transformar no que o Chile era. Não tem nada a ver com democracia ". (El Mercúrio, Chile; El País, Uruguai) | https://bit.ly/3cxXEBM | https://bit.ly/2SyOJsO

DESMATAMENTO. Indústria de carne. Revelado: Bancos e instituições financeiras britânicos forneceram mais de US $ 2 bilhões em apoio financeiro nos últimos anos a empresas brasileiras de carne bovina que foram ligadas ao desmatamento na Amazônia, de acordo com uma nova pesquisa. Milhares de hectares da Amazônia estão sendo abatidos todos os anos para pastar gado e fornecer carne para os mercados mundiais. Além de fornecer apoio financeiro à Minerva, a segunda maior exportadora de carne bovina do Brasil, e à Marfrig, sua segunda maior empresa de processamento de carne, as instituições financeiras com sede no Reino Unido detinham dezenas de milhões de dólares em ações da JBS, a maior empresa de carne do mundo. (The Guardian, Inglaterra) | https://bit.ly/3gP5M4a

PANDEMIA Nesta quarta-feira (3), o Brasil registrou um recorde de 1.349 mortes causadas pelo novo coronavírus, chegando a 32.548 óbitos desde o início da pandemia. (Sputnik News, Rússia; Diário de Notícias, Portugal; La Vanguardia, Espanha; El Espectador, Colômbia; Libération França; Expresso, Portugal; El Mercúrio, Chile; The Guardian, Inglaterra)) | https://bit.ly/2MrYeGq
 | https://bit.ly/2XuMQjw | https://bit.ly/2z1YDwi | https://bit.ly/309ewMC | https://bit.ly/2A3na4x | https://bit.ly/2Mv7MAM | https://bit.ly/3eNjLpb | https://bit.ly/3cBmYqu

PANDEMIA. Tendo se tornado o epicentro da epidemia de Covid-19, o Brasil preocupa seus vizinhos. Enquanto a Argentina adotou uma política de saúde diferente da de Brasília, a Guiana está preocupada com a maioria dos casos registrados na margem do rio Oiapoque, que marca a fronteira com o gigante sul-americano. (Le Monde, França) | https://bit.ly/36XiXvt

DESMATAMENTO. Projeto de lei pode piorar o desmatamento. Um projeto de lei sobre a regularização da exploração ilegal de terras públicas suscita no Brasil um agravamento do desmatamento e dos conflitos agrários, em particular na Amazônia. (Tribune de Genève, Suíça) | https://bit.ly/3cwZR0c

MORO. Ex-ministro da Justiça do Brasil acusa presidente de abandonar a luta contra a corrupção. Sergio Moro, o juiz da 'Operação Lava Jato’, diz que Bolsonaro tentou interferir em investigações criminais. Um ex-juiz que se tornou o rosto da campanha anticorrupção do Brasil disse que se sentiu obrigado a deixar o cargo de ministro da Justiça porque o presidente Jair Bolsonaro havia abandonado a luta contra o enxerto que o ajudou a ser eleito. (The Wall Street Journal, EUA) | https://on.wsj.com/3cu6u3z

JULGAMENTO ELEITORAL. O tribunal eleitoral do Brasil analisará se invalida a eleição presidencial. O chefe do principal tribunal eleitoral do Brasil analisará argumentos na próxima terça-feira relacionados a dois casos que buscam anular as eleições presidenciais de 2018 vencidas pelo atual presidente Jair Bolsonaro, afirmou o Supremo Tribunal Eleitoral em comunicado na quarta-feira. Os casos, lançados desde novembro, foram promovidos por rivais esquerdistas nas eleições, Marina Silva e Guilherme Boulos, e se referem a supostos ataques cibernéticos contra os rivais da campanha de Bolsonaro. (La Jornada, México) | https://bit.ly/2Mtay9B

Covid-19: Brasil ultrapassa Itália e torna-se no terceiro país com mais mortes


O Brasil contabiliza agora mais de 34 mil mortes, depois de registar um novo máximo diário de 1473 óbitos. Também os Estados Unidos registaram mais de mil mortes nas últimas 24 horas.

O Brasil ultrapassou na quinta-feira a Itália e tornou-se no terceiro país do mundo com mais mortes pela covid-19, após atingir um novo recorde diário de 1473 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados oficiais. No total, o país sul-americano, que tem uma população estimada em 210 milhões de habitantes, contabiliza 34.021 vítimas mortais e 614.941 casos confirmados.

Do total de infectados, 30.925 foram registados nas últimas 24 horas, informou na noite de quinta-feira o Ministério da Saúde.

Actualmente, em relação ao número total de mortes, o Brasil está apenas atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido, e ocupa a segunda posição mundial face ao número de casos diagnosticados, segundo o portal Worldometer, que compila quase em tempo real informações da Organização Mundial da Saúde, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação.

A Itália, que foi um dos epicentros da pandemia na Europa, tem agora 33.689 vítimas mortais.

O país sul-americano investiga ainda a eventual relação de 4159 mortes com a doença covid-19, num momento em que 254.963 pacientes infectados já recuperaram e 325.957 continuam sob acompanhamento.

São Paulo, foco da covid-19 no país, concentra oficialmente 129.200 casos de infecção e 8560 mortos, sendo seguido pelo Rio de Janeiro, que totaliza 60.932 pessoas diagnosticadas e 6327 óbitos. Todas as 27 unidades federais do Brasil já ultrapassaram os mil casos da doença causada pelo novo coronavírus.

Claudia Carvalho Silva | Público | Lusa

EUA registam mais de mil mortos nas últimas 24 horas pela Covid-19


Os Estados Unidos registaram 1.021 mortos devido à covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para mais de 108 mil óbitos desde o início da pandemia, segundo a contagem realizada pela Universidade Johns Hopkins.

De acordo com os números contabilizados diariamente pela Universidade Johns Hopkins, sediada em Baltimore (leste), até às 20:30 de quinta-feira (01:30 de hoje em Lisboa) os Estados Unidos estão quase a atingir 1,87 milhões de casos de contágio, sendo que cerca de 485 mil pessoas foram dadas como curadas.

O país tem o maior número de vítimas fatais e de casos confirmados em todo o mundo, mas em países europeus como França, Itália ou Espanha têm mais mortes 'per capita' do que os Estados Unidos.

De acordo com uma média de nove modelos epidemiológicos produzidos por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, o número de mortes por covid-19 deve atingir as 127 mil no país até 27 de junho.

Embora a pandemia tenha desacelerado nos Estados Unidos desde o pico atingido em meados de abril, os profissionais de saúde estão preocupados com um agravamento ao nível de casos e de mortes nas próximas semanas, devido aos atuais protestos contra o racismo e a brutalidade policial.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 388 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 3,1 milhões, contra mais de 2,2 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 173 mil, contra mais de 181 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Reuters

Funeral de Floyd e marchas pacíficas marcam 10º dia de protestos


Contra o racismo nos EUA

'Tirem seus joelhos de nossos pescoços', disse religioso na primeira cerimónia com o corpo de George Floyd. Com atos mais tranquilos, Washington e Los Angeles retiram toque de recolher.

Os Estados Unidos entraram na quinta-feira (4) na 10ª jornada de manifestações contra o racismo, em dia marcado pelo primeiro funeral do ex-segurança George Floyd, morto durante ação policial em Minneapolis.

Na cerimónia, o reverendo Al Sharpton pediu fim da violência policial contra a população negra, mencionando o policia ajoelhado sobre o pescoço de George Floyd — o que, indicam perícias, causou a morte do ex-segurança. O gesto tornou-se um símbolo dos protestos.

"Tirem seus joelhos de nossos pescoços!" — Al Sharpton, reverendo.

Após uma noite mais pacífica do que as anteriores, autoridades de diversas cidades norte-americanas começaram a retirar os toques de recolher impostos para conter os tumultos.

Governadores de cidades que tiveram grandes manifestações com milhares de pessoas, Bill de Blasio, em Nova York, e Keisha Lance Bottoms, em Atlanta, pediram que aqueles que estiveram nos atos dos últimos dias procurem locais para fazer testes de coronavírus, já que as aglomerações podem ter contribuído para a disseminação do vírus.

Resumo do 10º dia de protestos nos EUA

- Parentes, amigos, celebridades e políticos homenagearam George Floyd no primeiro dos funerais do ex-segurança. O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, ajoelhou-se diante do caixão.

- Após noite sem prisões e com protestos pacíficos, a capital Washington não terá toque de recolher nesta quinta. Entretanto, militares da Guarda Nacional continuam na cidade — o que gerou protestos da governadora Muriel Bowser. Mas uma forte chuva acabou dispersando cedo muitos dos manifestantes.

- Da mesma forma, o xerife de Los Angeles, Alex Villanueva, determinou o fim do cumprimento do toque de recolher na cidade. Segundo o jornal "Los Angeles Times", ele justificou a decisão "com base nos padrões pacíficos dos protestos mais recentes".

- Já em Nova York, a polícia continuou detendo pessoas que não respeitaram o toque de recolher a partir das 20 horas.

- Três dos ex-policiais acusados de participação na morte de Floyd compareceram a um tribunal pela primeira vez desde o início do caso. O juiz arbitrou fiança de US$ 1 milhão para eles.

- Os protestos continuaram pelo mundo: houve registo de atos na França, no Reino Unido e na Áustria.

- Pelas redes sociais, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, ofereceu condolências à família e aos amigos de Floyd. "Sua morte foi uma tragédia e, como o presidente Donald Trump disse à nação, justiça será feita", escreveu.

- O artista Kanye West anunciou que vai arcar com os estudos da filha de Floyd e que vai doar US$ 2 milhões a famílias de vítimas de violência policial nos EUA. Ele também participou de uma manifesyação em Chicago.

- Grupos de direitos civis processaram Trump pela repressão a manifestantes perto da Casa Branca momentos antes de o presidente se deslocar a uma igreja, o que gerou críticas de religiosos.

EUA | REBELIÃO E REVOLUÇÃO


A rebelião é um acto espontâneo dos oprimidos, o qual geralmente adquire um carácter explosivo.   A revolução é um acto deliberado e consciente de forças organizadas e dotadas de uma estratégia.  Neste momento os Estados Unidos estão em rebelião. 

Milhares de pessoas em múltiplas cidades dos EUA repudiam a sistemática brutalidade contra afro-americanos e latinos.  Trump até foi afugentado para o bunker subterrâneo da Casa Branca.  Isto tudo no pano de fundo das consequências acumuladas de 40 anos de neoliberalismo, que conduziram à ditadura do capital financeiro e o país a becos sem saída.

As rebeliões são uma indicação de que os povos abandonaram a sua passividade.  Mas pelo próprio facto de terem um carácter explosivo a sua energia se dissipa em breves momentos – e a ordem neoliberal pode voltar a ser imposta.  Os Estados Unidos continuam a precisar de uma revolução.

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