Rui Rio defende que, se ajudar a
TAP, o Estado "tem excelente oportunidade" para ficar maioritário.
Depois da "salvação" o Governo deve "procurar fazer a
privatização que já devia ter sido feita".
É ao caso do BES, "o maior
crime de colarinho branco ainda por julgar", como já lhe chamou Rui Rio,
que o líder do PSD vai buscar inspiração para lançar avisos sobre a TAP e
defender que a ajuda do Estado deve ter como base "um plano de negócios"
e uma estratégia bem definida.
"A TAP tem de ser ajudada se
tiver um plano de negócios que demonstre que o dinheiro lá metido agora não é
apenas para tapar um buraco conjunturalmente e que, daqui por quatro, cinco,
seis ou sete meses, vamos ter de meter mais", avisa Rui Rio em entrevista à TSF.
Questionado sobre se, caso não
exista esse plano, deve "deixar-se cair" a TAP, o líder do PSD é
claro: "obviamente"
"Querem lá meter agora mil
milhões de euros, na expectativa depois de meterem mais 500, ou mais 600? Então
olhe, mudem o nome da TAP e passem a chamar-lhe "Banco Bom",
porque o "Banco Bom" é aquilo que naturalmente mais dinheiro leva aos
contribuintes portugueses", ironiza o presidente do PSD.
Rui Rio insiste que o anterior
Governo de António Costa "fez um péssimo negócio para o Estado".
"Aquilo que foi feito foi o
pior de dois mundos: entra com 50%, mas manda zero. As próprias rotas, que
estão tanto em discussão, quem tem competência para as definir não é o Conselho
Administração onde Estado está. É a Comissão Executiva onde o Estado não está".
O líder do PSD insiste, por isso,
que o caminho deve ser a privatização, depois de o Estado reforçar o poder de
decisão: "Se a TAP agora tiver de ser ajudada e se os privados não tiverem
dinheiro para acompanhar essa ajuda, o Estado tem uma excelente oportunidade de
lá meter o dinheiro para, com esse dinheiro, alterar naturalmente as condições
e, em vez de ter 50%, tem 60 ou 65 ou 70".
Depois, "caso se
verifique que a TAP tem salvação", o executivo deveria "procurar
fazer a privatização que já devia ter sido feita", defende Rio
recordando o caso do britânico Lloyds Bank onde "O Estado entrou, segurou
- foi um português que comandou essa operação - e, passado uns anos, o banco
estava equilibrado e em condições de ser privatizado".
Judith Menezes e Sousa | TSF
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