segunda-feira, 29 de junho de 2020

Legislativo chinês continua a rever lei de segurança nacional de Hong Kong


Pequim, 29 jun 2020 (Lusa) - O Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, continuou hoje a rever a controversa lei de segurança nacional de Hong Kong, que pode ser ratificada até terça-feira, quando termina a presente sessão.

Legisladores chineses citados pelo jornal oficial China Daily defenderam que "a promulgação da lei, o mais rapidamente possível, pode preencher brechas e outras fraquezas na proteção da segurança nacional, combater atos criminosos e proteger a prosperidade e segurança" na região semiautónoma.

O texto continua a ser desconhecido, mas o jornal de Hong Kong South China Morning Post citou duas fontes que garantiram que a lei incluiria penas de prisão perpétua por "atos de secessão, subversão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras para comprometer a segurança nacional".

Porta-aviões dos EUA em exercícios de apoio a aliados contra reivindicações chinesas


Pequim, 29 jun 2020 (Lusa) - Dois porta-aviões da marinha norte-americana estão a realizar operações duplas no Mar das Filipinas, indicaram hoje fontes militares, numa demonstração da prontidão da sua força militar em apoio aos aliados do sudeste asiático, pressionados pelas reivindicações territoriais da China.

Navios e aviões designados para acompanhar os porta-aviões Nimitz e Ronald Reagan começaram os exercícios no domingo passado, informou em comunicado a 7ª frota dos Estados Unidos, responsável pelas operações no Indo-Pacífico.

"As operações demonstram o nosso compromisso com os aliados regionais (...) e a nossa prontidão para enfrentar todos os que desafiam as normas internacionais", disse o contra-almirante George Wikoff, comandante do Grupo de Ataque 5, num comunicado.

"A marinha dos EUA realiza regularmente operações integradas de grupos de ataque para apoiar um Indo-Pacífico livre e aberto e promover uma ordem internacional baseada em regras, em que cada país pode atingir o seu potencial sem sacrificar a soberania", acrescentou.

A NATO no comando da política externa italiana


Manlio Dinucci*

O processo de abertura da NATO à zona Indo-Pacífico, que anunciamos há seis meses, acaba de surgir. Foi formado, ofi-cialmente, um grupo de trabalho não para reflectir sobre a estratégia mais apropriada em relação à China, mas para justificar ‘a posteriori’ e para tornar público o trabalho já realizado. Quase não existe nenhuma diferença em relação ao período colonial, pois trata-se de impedir o desenvolvimento da China (containment).

Os Ministros da Defesa da NATO (em representação da Itália, Lorenzo Guerini, PD), reunidos através de video conferência em 17 e 18 de Junho, tomaram uma série de "decisões para fortalecer a dissuasão da Aliança". No entanto, em Itália, ninguém fala sobre este assunto, nem na comunicação mediática (incluindo as redes sociais) nem no mundo político, onde reina um silêncio multipartidário absoluto sobre todo este tema. No entanto, estas decisões, ditadas basicamente por Washington e subescritas em nome da Itália, pelo Ministro Guerini, traçam as directrizes não só da nossa política militar, mas também da política externa.

Antes de tudo - anuncia o Secretário Geral, Jens Stoltenberg - "a NATO está a preparar-se para uma possível segunda vaga do Covid-19", contra a qual já mobilizou mais de meio milhão de soldados na Europa. Stoltenberg não esclarece como a NATO pode prever uma possível segunda pandemia de vírus com um novo ‘lockdown’. Porém, é claro num ponto: "Não significa que tenham desaparecido outros desafios".

Os principais - sublinham os Ministros da Defesa - provêm do "comportamento desestabilizador e perigoso da Rússia", em particular de sua "retórica nuclear irresponsável, destinada a intimidar e ameaçar os aliados da NATO". Desse modo, eles deturpam a realidade, apagando o facto de que foi a NATO, quando acabou a Guerra Fria, que se estendeu ao redor da Rússia com as suas forças e bases nucleares, sobretudo as dos Estados Unidos. Foi metodicamente estabelecia com a direcção de Washington, uma estratégia destinada a criar, na Europa, tensões crescentes com a Rússia.

De jornalistas comprados a cientistas comprados

A lucrativa ciência fraudulenta da Big Pharma
Stephen Karganovic

Ambos vão em parceria, é claro. Quando, há vários anos, o falecido Udo Ulfkotte publicou suas revelações sobre o funcionamento interno dos corrupto media ocidentais (impressa em inglês por uma editora menor em 2017, mas "indisponível" desde então [NR] , seguida logo após pela morte conveniente por ataque cardíaco do aparentemente saudável autor alemão de 57 anos) quem suspeitaria que no fabuloso Ocidente processos idênticos estavam a corroer outras áreas importantes da vida pública?

Apenas como um lembrete, como a editora aponta no seu anúncio: "O Dr. Udo Ulfkotte, antigo editor do principal jornal diário alemão, Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), tem conhecimento em primeira mão de como a CIA e a inteligência alemã (BND) subornam jornalistas para escreverem artigos livres da verdade e com um viés decididamente pró-ocidental, a favor da NATO ou, por outras palavras, propaganda. No seu livro best-seller Jornalistas comprados ("Gekaufte Journalisten"), o Dr. Ulfkotte explica em pormenor o funcionamento da campanha de propaganda dos EUA e da NATO e como a falta de conformidade com ela por parte de um jornalista pode custar-lhe a carreira".

A pandemia em curso do Coronavírus, seja lá o que for que se pense dela, expôs uma situação na ciência ocidental que é sinistramente análoga à que Ulfkotte descreveu naquilo que passa como "jornalismo".

Um dos poucos cientistas nos EUA com integridade para resistir àa intensaa pressões – que podem custar uma carreira – para distorcer dados científicos e adaptá-los aos requisitos de marketing de enormes empresas farmacêuticas é a renomada microbiologista Dra. Judy Mikovits. A Dra. Mikovits desempenhou um papel de liderança na pesquisa de HIV nos anos 80 e foi muito elogiada na época pela sua contribuição para suprimir aquela epidemia. Mas, apesar das suas notáveis credenciais científicas, ela rapidamente se tornou persona non grata para o establishment científico comprado (gekaufte) quando começou a questionar algumas das verdades sagradas da actual comoção de Corona. "O martelo começou a cair", ela explica, "e disseram-me para negar os dados, deturpá-los, jogá-los fora e, quando me recusei, fui demitida. Meu laboratório foi fechado em 29 de Setembro [2019] e meus dois gabinetes e toda a minha carreira de 30 anos e tudo, meus cadernos de notas, foram confiscados" .

Portugal | “Não há dinheiro?” Taxem-se os paraísos fiscais, os dividendos e a especulação


A CGTP-IN exige o lay-off pago a 100%, a proibição dos despedimentos e o aumento geral dos salários e sugere três novas taxas sobre a riqueza, as empresas e a bolsa.

No final de uma semana de luta para defender «a saúde e os direitos» dos trabalhadores, a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, destacou a realização de centenas de acções, em todos os sectores e regiões.

Na intervenção que rematou o desfile de quinta-feira em Lisboa, a dirigente denunciou os ataques que têm sido dirigidos contra os trabalhadores, afirmando que estes três meses e meio de surto epidémico do novo coronavírus vieram revelar «de forma mais clara a necessidade de alterações profundas» deste sistema económico.

Da precariedade dos vínculos laborais, usada para despedir, ao lay-off que corta 1/3 dos salários, regra geral baixos,fica claro como as opções de «sucessivos governos» que «privilegiam os lucros do capital em detrimento das retribuições» têm contribuído para prejudicar o desenvolvimento do País, referiu a sindicalista.

Por outro lado, também o papel determinante do Estado na garantia dos cuidados de saúde se tornou mais evidente neste período, a par de outros serviços essenciais à população, desde a limpeza urbana à Escola Pública, afirmou.

Portugal | Conservação da natureza?!

Catarino, inventor de dúbios interesses públicos
Rui Sá | Jornal de Notícias | opinião

O Despacho n.0º 5161/2020, de 24 de abril, do secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, para além de pôr a nu estranhas prioridades em matéria de conservação da natureza, fica na história do centralismo atávico em que o país vive!

Uma empresa pretende construir residências privadas para estudantes na cidade do Porto. Para o efeito solicita o abate de 31 sobreiros adultos. Pois o secretário de Estado que tem por missão a "conservação da natureza", apesar de reconhecer "o valor ecológico elevado" desse núcleo de sobreiros, autoriza o seu abate com argumentos que bradam aos céus! Atribui ao empreendimento um "relevante interesse público, económico e social", que "vai mitigar a grave falta de oferta de alojamento para estudantes a que acresce a criação de postos de trabalho diretos e indiretos, e o crescimento sustentado das universidades na cidade do Porto". Diz, ainda, que não existem "alternativas válidas à sua localização"...

Pelo que autoriza o abate dos sobreiros, condicionado a uma contrapartida: a plantação de sobreiros no território do município de... Torre de Moncorvo!

Esqueceu-se foi de perguntar previamente a opinião da Câmara do Porto. De saber quantos projetos estão em curso na cidade com o mesmo objetivo (e são muitos). De ter em conta que a Administração Central possui inúmeros imóveis abandonados que poderiam servir para residências universitárias públicas. Decidindo, em nome de uma risível utilidade pública de um empreendimento privado, autorizar o abate de sobreiros num perímetro urbano, substituindo-as por sobreiros a plantar a 190 km!

Esteve por isso bem a Assembleia Municipal do Porto a condenar, por proposta da CDU, este vergonhoso ato.

*Engenheiro

A PIOR SEMANA DESDE ABRIL


O Curto do Expresso neste inicio de semana. Parece que a anterior foi a pior semana desde Abril, para o jornalista do Expresso. Inclui PSP, contar de cabeças, bons e maus da farda. Enfim, o costume de agora na balbúrdia destes primeiros dias dos restos das nossas vidas. Curta este Curto do Expresso da arte de Germano Oliveira. Siga, leia, pense pela sua própria cabeça. Use-a e não aquilo com que por vezes muitos a confundem, de nome próximo mas que é uma cabaça, oca, carente de miolos, já se sabe. Pena que haja por aí muitas mais que os infetados de covid-19 em todo o mundo. Bom dia e uma torrada. Fiquem bem, apesar de tudo que é descalabro. (PG)

A pior semana desde abril (e será que tudo aquilo que não nos consegue destruir acaba mesmo transformado em alegria?)

Germano Oliveira | Expresso

A paranoia é a “designação dada a diversas perturbações psíquicas, geralmente associadas a desconfianças patológicas e erros de interpretação da realidade”, fui vítima desses erros: a polícia expulsou-me gente de casa no fim de semana porque uma queixa anónima desinformada é capaz de provocar danos em gente identificada bem formada, foi o meu caso, tive de resolver com a ajuda de um polícia bom o problema que estava a acontecer com um polícia mau - o bom tinha olhos azuis fortes, cabelo de revista e corpo de modelo, acho que não queria cansar a beleza dele com desentendimentos desnecessários - e acabei depois num restaurante em que um polícia apareceu também, “podem estar aqui dentro até às 00h, lá fora podem beber nas mesas até às 23h mas só se estiverem a comer”, basta pedir um pão e já podemos beber sentados no exterior, as leis estão a ficar esquisitas, este não era um polícia bom nem mau mas um polícia informativo, fez rondas nos restaurantes que ficavam antes do meu e continuou pelos seguintes, entretanto passou outro carro da polícia que ficou a contar quantos éramos na rua, demorou-se mas estávamos dentro da lei e eles seguiram entretanto para ir fazer contas de somar noutros sítios de Lisboa, a cidade está tensa porque os números são intensos - há mais 457 novos casos de covid-19 em Portugal, é o maior aumento diário desde o início de maio, a região de Lisboa e Vale do Tejo tem 86% da subida, por isso há mais 86% de necessidade de perceber e resolver estas cadeias de transmissão da pandemia mas também mais 86% de probabilidade de desconfianças e erros de interpretação da realidade (“todo o ser humano, não importa o quão forte ou poderoso é, é frágil quando se trata de morte - penso nisso em termos gerais, não de forma pessoal”, é do profeta-Nobel Bob Dylan, está AQUI no Expresso, tem reflexões de covid mas é tão mais que isso).

Brasil | Há 193 anos nascia a Imprensa gaúcha


"Onde a imprensa é livre e todo homem é capaz de ler, tudo está a salvo." - Thomas Jefferson (1743-1826).
  
Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil 
       
Neste ano de 2020, a imprensa gaúcha completou 193 anos de fundação. No dia 1º de junho de 1827, começou a circular o Diário de Porto Alegre (1827-1828), o primeiro jornal da Província de São Pedro (RS), depois de transcorridos dezenove anos do lançamento, na Inglaterra, em português, do Correio Braziliense (1808-1822), de Hipólito José da Costa (1774-1823), que inaugurou a imprensa brasileira. Embora tenham sido lançados em períodos distintos, ambos os jornais começaram a circular em 1º de junho. 

Criado sob a proteção do presidente da Província, o brigadeiro Salvador José Maciel (1781-1853), era impresso em duas páginas e media 13 cm x 29 cm. De circulação diária, com exceção dos domingos e feriados, seu título foi uma homenagem a capital gaúcha.  Na loja de José Justiniano de Azevedo, estabelecido à Rua da Praia nº 85 (Rua dos Andradas), o jornal começou a ser vendido a 40 réis. 

A circulação do Diário de Porto Alegre tornou-se possível graças à participação dos franceses Dubreuil e Estivalet, respectivamente impressor e tipógrafo, em seu país de origem, que desertaram, durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828), das tropas do Gen. argentino Carlos Maria de Alvear. Segundo o cronista de Porto Alegre, Antônio Álvares Pereira Coruja (1806-1889), estes franceses apareceram na Província “ainda de fardeta argentina“. 
                                                     
O primeiro redator e administrador do jornal foi João Inácio da Cunha, seguido por Vicente Ferreira Gomes, cuja alcunha era “Carona”. Este último - jornalista de ideias liberais-, foi biografado pela jornalista Célia Ribeiro no livro O Jornalista Farroupilha / Vicente Ferreira Gomes (2012). O Diário de Porto noticiava os atos oficiais do governo da Província, as notícias acerca do Comércio e Navegação e anúncios variados, incluindo os de venda e aluguel de escravizados.

Na realidade, o primeiro prelo a funcionar, na então Província de São Pedro (RS), foi a Imperial Tipografia do Exército, trazida do Rio de Janeiro pelo Marquês de Barbacena, que acompanhava as forças sob o seu comando na Guerra da Cisplatina (1825-1828). Esta imprimiu apenas dois boletins de guerra e uma proclamação, pois, durante a Batalha do Passo do Rosário, em 20 /02/1827, foi apreendida pelas forças inimigas.

A Tipografia Rio-Grandense, responsável pela impressão do Diário de Porto Alegre, localizava-se na Rua da Igreja nº 113, atual Duque de Caxias. Comprada, em 1821, por meio de subscrição pública, no Rio de Janeiro, sob o patrocínio do presidente da Província Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun, esta chegou a Porto Alegre, no dia 04 de agosto de 1822, a bordo do bergantim Reino Unido.  Segundo Dr Sérgio da Costa Franco, em seu livro Porto Alegre Ano a Ano / Uma cronologia histórica 1732/1950, lançado em 2012, transcorreram cinco anos, para que finalmente o prelo imprimisse nosso primeiro jornal, que circulou até 30 de junho de 1828, totalizando 292 edições.

A demora é atribuída, por alguns pesquisadores, ao fato de que não havia ninguém, na Província, capacitado para colocar em funcionamento o mecanismo tipográfico. Outra explicação quanto ao atraso, em publicar o nosso primeiro jornal, justifica-se pela prisão, por motivos políticos, do presidente da Província e seu envio para o Rio de Janeiro.

O surgimento da imprensa, no Rio Grande do Sul, esteve, por longo tempo, envolto de equívocos históricos. A partir da publicação do trabalho A origem da Imprensa no Rio Grande do Sul, em março de 1941, do pesquisador e jornalista Nestor Ericksen, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande Sul, ano XXI, puderam, enfim, ser elucidadas algumas questões. O Museu de Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), instituição voltada à memória da comunicação gaúcha, tem sob a sua guarda apenas um exemplar original.

Infelizmente, de acordo com a pesquisa de Ericksen, a coleção completa e original do Diário de Porto Alegre, doada pelo Dr. Alfredo Varela (1864-1943) para o Arquivo Histórico do Estado, encontra-se desaparecida desde a década de 1970, embora os procedimentos jurídicos para averiguação, que foram, na época, devidamente realizados.

Publicado no jornal gaúcho Zero Hora em 20 /06/2020

Bibliografia
ERICSEN, Nestor. O Sesquicentenário da Imprensa Rio-Grandense. Porto Alegre:  Sulina, 1977.
 MIRANDA, Marcia Eckert; LEITE, Carlos Roberto Saraiva da Costa. Jornais raros do Musecom: 1808-1924. Porto Alegre: Comunicação Impressa, 2008.
 VIANNA, Lourival.  Imprensa Gaúcha (1827-1852). Porto Alegre: Museu de Comunicação Social HJC, 1977.

*Pesquisador e responsável pelo Núcleo de Pesquisa do MuseCom

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