Que Portugal integra uma pseudo União Europeia que se destina a vantagens para os países ricos e algumas sobras para os países pobres que esses mesmos países ricos neocolonializam e exploram, já sabemos. Estupidamente mantemos a esperança de que alguma vez assim deixe de ser... E andamos nisto há décadas.
Afinal a União Europeia pertence a um clube de países ricos que põem e dispõem em conformidade com os seus interesses, destinando algumas migalhas caridosas aos países pobres, regra geral do sul do continente europeu, o mais próximo de África - os negros-morenos a explorar, escravizar e a enganar via alguma caridadezinha. Uma pseudo União Europeia de vómitos, não menos que isso, na realidade.
A denominada Cimeira de Líderes Europeus mantém-se há vários dias a batalhar acerca das verbas que poderão amenizar a crise financeira gerada pela pandemia covid-19. Discutem-se fundos que a união dos países ricos prefere reduzir, fazendo de conta que está a ser amiguinha e perdulária, solidária com os países pobres do sul. Aqueles que nas crises eles consideram os "pigs", os que "andam nos copos" e nas putas, comendo e bebendo com dinheiros deles, da sua UE.
Por cá, em Portugal, fala-se em tiros nos pés, em bazucas e fisgas, em pistoletas e fundas de arremesso, em púrrias espúrias... P'ra quê? Quem não sabe ainda que o clube dos países ricos da UE utiliza sempre o míssil NÃO para inviabilizar as tentativas dos países do sul da Europa de se lhes equipararem em melhores condições de vida, de desenvolvimento, etc.?
Acordai, ingenuidade lusa e do sul da Europa. A pseudo União Europeia é de vómitos e merece o trato adequado em vez da subjugação aos que violam sistemáticamente o espírito para que foi fundada.
Com papas e bolos se enganam os tolos, e é bem verdade. UE? Quadro lastimoso, repelente. Que nojo!
Dos racistas, esclavagistas e fascistas do norte da Europa o que esperam? Banhemo-los em vómitos.
O Expresso Curto a seguir. Martim Silva escreve, opina, informa sobre tiros nos pés.
Bom dia, apesar do céu cinzento em que estão por debaixo os que comem tudo e não querem deixar nada. Eles comem tudo... mas podemos contrariá-los, com vigor. Eh companheiros, aqui estamos...
MM | PG
A bazuca da Europa afinal é um
tiro no próprio pé
Martim Silva | Expresso
Bom dia,
Hoje é 20 de Julho de 2020 e no início desta semana o meu principal destaque é
a complicadíssima cimeira europeia (já vai no quarto dia), que nos últimos três
dias procurou fechar um acordo quanto ao mega-pacote de ajuda à recuperação
depois da pandemia da covid-19. Um encontro, um mais, em que ficaram bem
visíveis, quais fracturas expostas, as profundas divisões atuais entre os
Estados europeus. Um triste espectáculo de norte contra sul, oeste contra
leste, frugais contra os supostos gastadores.
Neste início de semana, há outros temas incontornáveis, como as duas grandes, e
polémicas transferências do momento: o regresso de Jorge Jesus ao Benfica cinco
anos depois, e a saída de Cristina Ferreira da SIC para voltar à TVI.
Venha daí comigo,
CIMEIRA DA UNIÃO EUROPEIA
Começemos pelo início. Há três meses, no pico da pandemia, criou-se a ideia de
um fundo de recuperação para ajudar os países da Europa mais afetados. Macron e
Merkel juntaram-se e afinaram o montante da 'bazuca': 500 mil milhões de euros.
Com a ajuda da Comissão Europeia, o plano de Bruxelas alargou-se, com estímulos
previstos que ascendiam a 750 mil milhões de euros, dois terços em
subsídios, um terço em empréstimos.
Na altura muito se escreveu como este plano representava não só muito dinheiro
(é muito mesmo) mas uma resposta capaz da União Europeia de reagir perante a
anunciada maior crise de sempre: Muitos suspiraram de alívio.
Agora, em plena presidência alemã da UE, os líderes juntaram-se na sexta-feira
para aprovar o pacote de ajuda. Mas, até agora, nada de fumo branco.
A chamada aliança dos frugais, entre Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca (e
ainda com a Finlândia, que se juntou ao grupo), impede a luz verde, insistindo
em que o pacote seja reduzido e as políticas compensatórias claras. Ou seja,
quem recebe faz reformas estruturais. Os restantes países rejeitam que as
ajudas por causa de uma pandemia tenham de ter o aval futuro dos ministros das
Finanças europeus.
Ao mesmo tempo, e noutra frente, a Hungria, apoiada pela Polónia e Eslovénia,
torce o nariz a que o dinheiro que chegue tenha como contrapartida a exigência
do respeito pelo Estado de Direito (linha que o regime de Órban em
Budapeste tem sucessivamente violado).
Enfim, um encontro que servia para aprovar uma ‘bazuca’ de muitos milhares de
milhões de euros mas que, no final de contas, mais parece nesta altura um
enorme tiro de bazuca da União Europeia no seu próprio pé.
António
Costa, numa das pausas, afirmou: "Temos visões profundamente
distintas do que é a União Europeia. E aquilo que é o espírito que tem de
animar uma união como aquela que nós constituímos já não é partilhado por
todos. Essa é a realidade".
Ponto de situação: Domingo
à noite a reunião em Bruxelas foi interrompida, tendo sido retomada
pelas cinco da manhã de hoje, mas rapidamente interrompida novamente. E deve
prosseguir na tarde desta segunda-feira.
De acordo com as últimas informações, o que separa os dois grupos é agora
algo como 50 mil milhões (o grupo dos frugais quer subsídios a fundo
perdido no montante de 350 mil milhões e a outra metade em empréstimos;
Alemanha, França e os países do Sul aceitariam ir até aos 400 mil milhões de
subsídios e 350 de empréstimos). Mas além da diferença nos valores, também há
divisões profundas sobre as garantias a dar pelos países que receberem as
verbas.
Finalmente, e só para que se tenha uma ideia da enorme embrulhada em que estão
os líderes: ao fim de três dias divididos sobre o plano de recuperação, os
países europeus ainda nem começaram a discutir o montante do orçamento europeu,
outro ponto altamente divisivo entre os estados-membros.
Eis um conjunto de resumos e relatos do que se está a passar em Bruxelas. Aqui a
visão do El Pais, Aqui o
que escrevia a correspondente do Expresso a meio da cimeira.
Esperemos, sinceramente, que esta segunda-feira nos traga boas novas.
CRISTINA FERREIRA
No panorama dos media nacionais, e em particular das televisões, o clima está
ao rubro. Dois anos depois de ter perdido a sua estrela de audiências para a
SIC (do grupo Impresa, proprietário do Expresso), a TVI (ela própria a viver um
período atibulado, com o processo de compra da estação pelo empresário Mário
Ferreira ainda a decorrer) foi à estação de Carnaxide resgatar a sua estrela
perdida.
A notícia é de sexta-feira à noite mas motivou reacção
firme da Impresa, que exige 4 milhões à apresentadora. E de Daniel
Oliveira, o responsável máximo pela programação e entretenimento da SIC,
que já veio deixar claro que a partir de agora Cristina Ferreira é
adversária e concorrente direta - já hoje, o seu programa na SIC é
substituído pela 'Casa Feliz', com João Baião ao leme, coadjuvado por outras
estrelas da estação, como Diana Chaves.
Do que se sabe, Cristina Ferreira (que se explicou assim)
volta para a TVI como responsável máxima pelo Entretenimento (pasta deixada
vaga com a passagem de Nuno Santos para uma espécie de director geral da
estação de Queluz), tornando-se ao mesmo tempo accionista da estação, ou seja,
proprietária. De acordo com o Público, o
total da transferência ascende a qualquer coisa como 7 milhões de euros.
Além das mudanças no entretenimento, também a Informação da TVI vai ter nova
liderança, com a chegada de Anselmo
Crespo, ex-SIC e ex-TSF, para substituir Sérgio Figueiredo.
À margem dos protagonistas, também Rui Rio, presidente do PSD, se veio
meter no assunto, dizendo não perceber como é que uma estação que
recorreu aos apoios de emergência do Estado para os media no âmbito da
pandemia (15 milhões no total) agora se permite fazer uma contratação
milionária como a de Cristina Ferreira. Para os leitores que não saibam, e a
bem da necessária transparência, é de referir aqui que também a Impresa
recorreu aos apoios estatais, em forma de publicidade do Estado a ser utilizada
nos meios de comunicação social do Grupo.
JORGE JESUS
Começemos por relembrar a muito atribulada saída de Jorge Jesus do Benfica há
cinco anos, em clara ruptura com Luís Filipe Vieira, e rumando ao Sporting (o
que motivou inclusivamente guerras na Justiça). Pois, agora, e perante a crise
dos encarnados, com o presidente envolvido em sucessivos casos nos tribunais e
o clube a deixar escapar o título nacional para o FC Porto, a quem foi
Vieira recorrer? Ao antes amado e depois odiado e agora novamente amado
treinador que deu três títulos em seis anos ao Benfica. Jesus voltou…
Eis o
que se conhece do regresso: um contrato de três épocas, com um salário
de três milhões de euros limpos por ano. E ainda com a possibilidade de
ingressarem na equipa técnica Luisão e Aimar (duas peças chave das equipas de
Jesus na primeira passagem pelo Benfica).
Nesta altura, Luís Filipe Vieira está no Brasil, com Jorge Jesus, a preparar o
regresso do treinador a Lisboa (o que deve acontecer estar terça-feira). A
impresa desportiva fala também na tentativa de trazer alguns reforços para a
equipa do Benfica na próxima época.
Quem considerou esta contratação de Vieira um sinal de desespero para desviar
as atenções dos processos judiciais em que está envolvido foi Marques
Mendes.
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro,
As temperaturas elevadas levam a que o estado
de alerta contra incêndios tenha sido prolongado deste fim
de semana para a próxima terça-feira.
Mais de meia centena de cães e gatos morreram na sequência de um fogo que
atingiu um canil clandestino na zona da Serra da Agrela, em Santo Tirso. ainda
assim, muitos animais foram salvos devido à intervenção de populares. Na base
do sucedido estará o facto de a proprietária do canil ter recusado ajuda e de a GNR ter
na sequência disso ter impedido a entrada para salvar animais. A associação que
ajudou a resgatar animais conta
o que encontrou no abrigo. Este canil já
tinha sido investigado pelo MP.
O surto de covid 19 num lar de Reguengos de Monsaraz tem sido uma
preocupação nos últimos dias e semanas. Agora, a boa
notícia dando conta da recuperação de 21 dos infetados.
Pedro Nuno Santos viu falhar a estratégia de aumentar o peso interno no
partido, as eleições para as federações distritais do PS que decorreram no fim
de semana, avança o Público.
Para esta terça-feira está marcada a apresentação oficial do plano
de recuperação gizado pelo Governo, e com a assinatura de Costa
Silva. E no dia seguinte é a vez dos deputados no Parlamento debaterem o Estado
da Nação (pelo menos este debate Rui Rio ainda não veio propor que deixe
de existir).
Mas já hoje, segunda-feira, é a vez de Mário Centeno tomar posse como
novo Governador do Banco de Portugal. Deixa o cargo Carlos Costa. Neste
artigo, que passa em revista o que o atual Governador andou a fazer no
último ano, pode ter uma ideia da carga de trabalhos de quem ocupa o lugar.
Ainda sobre a acusação judicial no processo da queda do Grupo Espírito Santo, e
em que o principal visado é Ricardo Salgado, Marques
Mendes veio considerar a acusação como particularmente
"robusta".
O trabalho do fotógrafo do Expresso Rui
Duarte Silva realizado nas últimas eleiçõs legislativas foi premiado.
Lá fora,
Joe Biden, o candidato Democrata à presidência dos EUA, veio responder a
uma entrevista de Donald Trump este domingo, dizendo que se perder as eleições
e não quiser deixar a Casa Branca será expulso. Trump não deixou totalmente
claro o que fará se não for o vencedor das eleições de novembro.
Sobre a entrevista do presidente dos EUA, houve vários momentos assim algo para
o bizarros. Que metem até elefantes e testes para avaliar a capacidade
mental. Veja-os aqui.
Por falar em bizarrias e momentos estranhos, o rapper norte-americano Kanye
West fez assim uma espécie
de comício de campanha (já anunciou que é candidato à Casa Branca)
vestido de colete à prova de balas.
Morreu John
Lewis, histórico lutador pelos direitos cívicos nos EUA:
As autoridades de Amesterdão, na Holanda, decidiram este
fim de semana interditar uma parte do famoso bairro Red Light District,
depois de estar à pinha de visitantes no último sábado. Depois do confinamento
por causa da covid 19, a
atividade do bairro dedicado à prostituição voltou ao normal.
Como é que as grandes cidades europeias que viviam fortemente ancoradas no
turismo podem renascer e procurar alternativas? Um texto do Guardian que
vale a pena a ler.
Já foi
lançada a primeira missão espacial árabe a Marte.
DESPORTO
Aves. Enquanto uns festejam o campeonato, outros vivem dias difíceis. O
Desportivo das Aves já tem a despromoção para a II Liga assinada, mas ainda tem
dois jogos para cumprir na I Liga, e um deles já esta terça-feira, com o
Benfica. Mas o clube não paga salários há três meses e agora nem o seguro
contra acidentes de trabalho dos jogadores conseguiu pagar.
Consequência: não
vai jogar com os encarnados. A situação pode ainda conhecer
desenvolvimentos nas próximas horas.
Miguel Oliveira. O piloto português partiu do 17º lugar mas conseguiu
terminar a corrida de Moto GP este domingo em oitavo,
a sua melhor classificação de sempre.
Fórmula 1. O inglês Lewis
Hamilton soma e segue e este fim de semana carimbou mais uma vitória
num Grande Prémio de Fórmula 1.
Inglaterra. O Chelsea bateu
o Manchester United de Bruno Fernandes e qualificou-se para a final da Taça de
Inglaterra.
Renato
Sanches. O futebolista português testou positivo para covid 19
FRASES
A falta de acordo "será uma péssima notícia para a Europa, um péssimo
sinal para os agentes económicos e todos os europeus", António Costa,
primeiro-ministro, à margem da cimeira europeia
"O Conselho Europeu dos últimos dias pode não ter passado de uma imagem do
que pode vir a ser a 'Europa dos últimos dias'", João Gonçalves, no
Jornal de Notícias
"A crise provocada pela covid 19 acabou por ser a grande oportunidade que
este Governo teve para travar aquilo que seria o fim da nossa empresa
aérea", António Pedro Vasconcelos e outros, no Público
"Se os médicos não pararem um bocado, pode ser desastroso", Miguel
Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, ao Jornal de Negócios
O QUE ANDO A LER
Entretidíssimo, nos últimos dias, com a notável biografia, política, de Amália
Rodrigues, o expoente máximo do fado em Portugal, pela pena de Miguel Carvalho,
excelente jornalista da Visão e já autor de outros livros igualmente notáveis.
Aqui não se fala tanto dos amores e desamores, dos casamentos e relações, dos
fados, letras e músicas. Claro que também se fala sobre isso, mas o livro tem
um outro ângulo e abordagem, olhando para Amália Rodrigues enquadrada no
período político em que viveu: o salazarismo e a resistência ao regime,
primeiro. E o período revolucionário e pós-revolucionário.
Como
escreveu o meu colega Miguel Cadete, esta biografia, “Amália –
Ditadura e Revolução”, editada pela D. Quixote, “impede que nos continuemos a
esconder em hagiografias sem sombra de pecado”.
Imperdível neste verão, e numa altura em que se assinalam os cem anos do
nascimento da maior diva do fado nacional (a data exacta é 23 de Julho,
precisamente esta semana).
Ao longo do dia pode acompanhar
toda a actualidade no Expresso, Tribuna e Blitz.
Tenha um excelente dia
Sugira o Expresso Curto a
um/a amigo/a