Cimeira de líderes
Duro
braço-de-ferro em torno das subvenções do Fundo de Recuperação ficou nos 390
mil milhões de euros. Frugais mostram-se satisfeitos, mas há ainda vários
detalhes a acertar durante esta segunda-feira, o quarto dia de Conselho Europeu
extraordinário. Reunião acabou de madrugada, deverá retomar às 15h e bate
recordes de uma das cimeiras mais longas.
A ambição
de um pacote de 500 mil milhões de euros em subsídios ficou-se pela proposta.
Ao fim de três dias de cimeira extraordinária, conseguir um Fundo de
Recuperação com 390 mil milhões de euros a fundo perdido (e 360 mil milhões em
empréstimo ainda por confirmar) tornou-se o melhor dos cenários. Ao que o
Expresso apurou, o montante relativo às subvenções está "em principio
fechado", depois de um longo e duro braço-de-ferro entre os nórdicos
frugais e o eixo franco-alemão apoiado pelo sul.
"Não
posso comentar números porque nada foi assinado", escusava-se o
primeiro-ministro holandês à saída da reunião, já passava das seis da manhã em
Bruxelas (5h em Lisboa). Mas estava de bom humor e até fez uma piada sobre as
negociações durarem ainda até ao próximo fim-de-semana. "Estou a
brincar", esclareceu depois. Já o chanceler austríaco foi ainda mais longe
na boa disposição. "As negociações difíceis acabam de chegar ao fim,
podemos estar muito satisfeitos com o resultado de hoje", escrevia
Sebastian Kurz no Twitter.
Nada
está ainda decidido e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, terá
agora de colocar no papel os 390 mil milhões apresentados aos líderes durante a
ronda que começou às 4h45 da manhã e que acabou uns quinze minutos depois.
Susana
Frexes, correspondente Expresso em Bruxelas | Imagem: Reuters
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