domingo, 2 de agosto de 2020

EUA | Mentir e roubar

"O MNE de Trump procura a todo o custo um conflito de grandes proporções para travar o declínio dos EUA. A política dos EUA é, desde há muito, uma permanente demonstração de força bruta e ilegalidade. Hoje faz lembrar a Alemanha Nazi nas vésperas da II Guerra Mundial."

Jorge Cadima * | opinião

Enquanto os EUA se afundam na crise do Covid-19 e o seu povo se insurge nas ruas contra décadas de crescente miséria, violência policial sem limites e discriminação racial, o MNE de Trump procura a todo o custo um conflito de grandes proporções para travar o declínio dos EUA. A política dos EUA é, desde há muito, uma permanente demonstração de força bruta e ilegalidade. Hoje faz lembrar a Alemanha Nazi nas vésperas da II Guerra Mundial.

Falando na Biblioteca Nixon sobre «A China comunista e o futuro do mundo livre» (23.7.20), Pompeo confessa que a política dos EUA face à China no último meio século visava a subversão, mas fracassou: «o relacionamento que visávamos não trouxe o tipo de mudanças no seio da China que o Presidente Nixon esperava induzir». Após décadas a afirmar que a China progredia porque se tinha convertido ao capitalismo, mudam de ideias: «talvez tenhamos sido ingénuos sobre a virulência da estirpe de comunismo da China» diz Pompeo. «Temos de manter presente que o [PC da China] é um regime marxista-leninista. […] A América não pode continuar a ignorar as diferenças políticas e ideológicas fundamentais entre os nossos países, tal como o PCC nunca as ignorou». Irado com os êxitos da China, Pompeo entra em delírio. Faz parte do governo que mais tratados internacionais rasgou, mas proclama: «Beijing ameaça os acordos internacionais». As forças armadas dos EUA estão, às centenas de milhar, em bases espalhadas por todos os continentes, mas Pompeo vê um «império chinês».

Sérgio Monteiro recebe meio milhão para dar Novo Banco a fundo abutre (2017)

Banco de Portugal paga por assessoria em venda a custo zero

O ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro, protagonista de várias privatizações, garantiu mais 30 mil euros pela assessoria na entrega do Novo Banco à Lone Star. O valor total já ultrapassa os 480 mil euros.

A informação foi avançada pelo Diário de Notícias, na sua edição de hoje, citando o contrato entre Sérgio Monteiro e o Banco de Portugal, publicado ontem no portal Base, que reúne todos os contratos públicos.

O ex-secretário de Estado dos Transportes do governo do PSD e do CDS-PP pode continuar a prestar serviços de assessoria à venda do antigo BES até Agosto, somando 30 mil euros ao que já foi acumulando desde que assumiu funções, após a saída do executivo, em Novembro de 2015.

Ao todo, diz o Diário de Notícias, o especialista em privatizações (tem no currículo a venda dos CTT, da ANA, da CP Carga, ou as concessões dos transportes, entretanto travadas) vai acumular quase meio milhão de euros – 487 200 euros – pelo apoio prestado ao Banco de Portugal na gestão do dossiê Novo Banco. O negócio, que ainda não está finalizado, resulta na entrega da instituição bancária a um fundo abutre, com currículo no desmembramento do que compra barato, para vender com lucro no mais curto espaço de tempo.

O Novo Banco que a Lone Star vai receber afigura-se num investimento sem risco. O Fundo de Resolução, uma entidade pública, mantém 25% do capital do banco e garante perdas futuras da instituição até 3,9 mil milhões de euros. Pelo negócio, a Lone Star não paga nada, ficando apenas obrigado a injectar 750 milhões de euros no momento da compra, a que se devem somar outros 250 milhões no prazo de três anos.

Quanto ao valor injectado pelo Fundo de Resolução aquando da falência do BES – 4,9 mil milhões de euros, 3,9 mil milhões dos quais através de um empréstimo do Estado – não se perspectiva que venha a ser recuperado.

Apesar de, na apresentação dos resultados de 2016, em Abril passado, o presidente do banco, António Ramalho, ter afirmado que as 1500 saídas de trabalhadores já concretizadas até então cumpriam com a meta imposta por Bruxelas até Junho, de acordo com o plano de reestruturação, os despedimentos não cessaram por aí.

A Lone Star vai receber, assim, um banco limpo de prejuízos (através de injecções de dinheiros públicos) e com um quadro de pessoal já bastante reduzido face a Agosto de 2014, quando o BES deu lugar ao Novo Banco.

AbrilAbril, em 18 de julho 2017

Imagem: Sérgio Monteiro foi contratado pelo Banco de Portugal para conduzir a venda do Novo Banco depois de participar nos processos de privatização da ANA - Aeroportos, dos CTT, da TAP, da CP Carga, da EMEF, dos Metros de Lisboa e Porto, da Carris e dos STCP

Leia em AbrilAbril:

Mais dinheiro em 2020, saga do Novo Banco continua

PCP limita financiamento ao Novo Banco

Novo Banco continua a sugar dinheiro público

Entrega do Novo Banco a fundo abutre formalizada

Governo prepara entrega do Novo Banco a especuladores

Portugal | O abraço ao porco

Perante a evidência de que o Chega não é um partido em que se possa confiar, perante a evidência de que o seu líder é xenófobo e racista, a resposta que um partido democrático tem de dar deve ser de inequívoco distanciamento e clara condenação. Não há mas, nem meio mas, com um político que manda deputados negros para a terra deles ou nos propõe planos de confinamento específicos para ciganos.

Paulo Baldaia | TSF | opinião

André Ventura não poderá nunca ser moderado. Ele tem valor eleitoral exatamente porque divide apelando ao medo, à divergência, à intolerância. Ventura aproveita-se da ignorância e da mentira. Não está sequer a inventar a roda, está a copiar uma estratégia testada pela extrema-direita em várias partes do mundo. Assim sendo, torna-se incompreensível que Rui Rio insista em trazer para o lado democrático um político como Ventura. De boas intenções está o inferno cheio.

Percebe-se, com o crescimento eleitoral do Chega, a alternativa maioritária de direita pode só ser conseguida com os deputados deste partido de extrema-direita. Acontece que esta normalização dos extremistas, admitindo, ainda que com muitos "ses", um diálogo com Ventura, ajuda ao seu crescimento eleitoral. O PSD de Rui está obrigado a fazer agora o que o CDS de Assunção Cristas fez nas autárquicas em que o candidato do PSD a Loures se revelou racista e antidemocrático. Não há espaço para qualquer tipo de conversa.

Quando Rio diz que com este Chega não é possível alianças, mas admite que no futuro se possa falar se Ventura se tornar moderado, arrisca-se a receber a resposta que recebeu. O Chega também só conversa com Rio se o PSD deixar de ser a dama de honor do Partido Socialista. Bernard Shaw dizia que não se deve lutar com um porco. Numa versão adaptada, podemos dizer que não se deve abraçar um porco. Primeiro porque ficamos sujos e depois porque o porco gosta.

Guiné-Bissau vai enviar delegação a Portugal após assassínio de Bruno Candé

Parlamento da Guiné-Bissau decidiu enviar a Portugal uma delegação para apurar as circunstâncias da morte do ator Bruno Candé.

Segundo uma resolução aprovada na quarta-feira (29.07) pelos deputados da Guiné-Bissau reunidos em sessão parlamentar da X legislatura, a delegação parlamentar vai a Lisboa para contactos com as autoridades portuguesas sobre o assassínio do ator Bruno Candé e sobre a comunidade guineense.

Bruno Candé, de 39 anos de idade e de origem guineense, foi morto a tiro no sábado (25.07), em Moscavide, e o suspeito da morte do ator vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

A resolução da Assembleia Nacional Popular guineense, divulgada esta quarta-feira à imprensa, refere que foi autorizada a "criação e deslocação de uma delegação a Portugal com vista a manter contactos com as autoridades portuguesas sobre aquele assassínio e inteirar-se da situação dos cidadãos guineenses naquele país".

Sociedade civil denuncia que a Guiné-Bissau vai de mal a pior

Doze organizações da sociedade civil guineense enviaram uma carta aberta em que denunciam violações à Constituição e aos direitos humanos. E receiam que a situação no país piore.

A sociedade civil relata a situação "dramática" da Guiné-Bissau numa carta aberta enviada às principais instituições do país e à comunidade internacional.

No documento, o grupo das principais organizações da sociedade civil denuncia um "grave retrocesso" na Guiné-Bissau no que concerne aos valores e princípios do Estado de direito democrático. As organizações alertam para a existência de "detenções arbitrárias e espancamentos dos cidadãos", para o "anúncio da instalação de um sistema de vigilância e monitorização das comunicações dos cidadãos, sem nenhum quadro legal previamente estabelecido pela Assembleia Nacional Popular, conforme reza a Constituição da República", e para a "proliferação de discursos políticos que incentivam o ódio e a divisão étnico‑religiosa, com potencialidade de se degenerar em atos de violência."

Relatam ainda "intimidações e perseguições aos jornalistas com o objetivo de limitar e condicionar o exercício da liberdade de imprensa e de expressão", além do "disfuncionamento do sistema judiciário com particular destaque na paralisação do Supremo Tribunal de Justiça".

Em resumo, o país vai de mal a pior, referiu esta quinta-feira (30.07) o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Carambá Sanhá, durante uma conferência de imprensa em Bissau. Para as organizações da sociedade civil, o desgoverno do país desde que o Presidente Umaro Sissoco Embaló e o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam tomaram posse é evidente.

Segundo Sanhá, há "especulação dos preços e cobranças ilícitas em todos os setores da vida nacional, com particular enfoque nos transportes, fármacos e produtos da primeira necessidade, produzindo efeitos perniciosos na vida dos cidadãos. Manifesta falta de segurança dos cidadãos e dos seus patrimónios, cujo expoente máximo foi o assalto e destruição da Rádio Capital FM. [E] violações sistemáticas da Constituição e demais leis em vigor no país."

Covid-19: África do Sul ultrapassa meio milhão de casos

O país africano mais atingido pela pandemia e o quinto com mais casos em todo o mundo regista mais de 500 mil infeções e 8 mil mortes. O continente aproxima-se de 1 milhão de casos e 20 mil óbitos.

A África do Sul, o país africano mais atingido pela pandemia da Covid-19 e o quinto colocado em número de casos em todo o mundo, ultrapassou a marca de 500 mil infeções e tem mais de 8 mil mortes por Covid-19, enquanto o continente se aproxima de 1 milhão de casos e 20 mil óbitos.

De acordo com os dados divulgados no sábado (01.08) pelo Governo sul-africano, o país de 58 milhões de pessoas teve até agora 503.290 infecções por SARS-CoV-2, vírus que já fez 8.153 vítimas mortais. Atualmente, em todo o planeta, só os Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia registam dados piores.

Numa carta à nação, este domingo, o Presidente Cyril Ramaphosa afirmou que apesar do elevado número de casos, há desenvolvimentos positivos, incluindo o facto de o aumento diário de infeções estar aparentemente a estabilizar nas províncias de Cabo Ocidental (que inclui a Cidade do Cabo), Cabo Oriental e Gauteng, onde ficam Joanesburgo e Pretória.

"A nossa taxa de recuperação é atualmente de cerca de 68%, a taxa de mortalidade - que é o número de mortes comparado ao número total de pessoas infetadas - ainda está em 1,6%, o que é significativamente inferior à média global", disse o Presidente sul-africano no comunicado.

"Embora a África do Sul tenha o quinto maior número de casos no mundo, somos apenas o 36º país com o maior número de mortes per capita. Por isso, devemos agradecer aos nossos profissionais de saúde e aos nossos tratamentos inovadores", acrescentou.

No coração do maior centro de hidrocefalia de Angola -- com vídeo

Por causa da pandemia de Covid-19, o Centro Neurocirúrgico e de Tratamento da Hidrocefalia do Kifica, no município de Talatona, província de Luanda, só consegue atender cerca de cinco pacientes por dia. 

Para terem acesso às cirurgias no único centro especializado do país, as famílias pagam um valor simbólico pelos materiais utilizados. 

A DW assistiu a uma dessas operações.

Assistir ao Vídeo em Deutsche Welle

Angola | A pandemia do lixo

Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

A pandemia do lixo, que também mata, é muito mais antiga que a do coronavírus, embora, pelo menos em Luanda, não seja tão combatida, apesar de ser, indubitavelmente, mais fácil de a evitar.

Verdade é que a mais recente delas encontrou, nesta nossa cidade, aliada de peso na segunda, sabendo-se, como se sabe, que o coronavírus - dêem-lhe a numeração que derem - tem como inimigo implacável o asseio de qual foge não sei a sete pés ou asas, pois não há quem o tenha visto “cara a cara”, nem em ajuntamentos, farras, sentadas em escadas e corredores de prédios, bares ou grupos das impunes kinguilas. Porque invisível, deve escapulir-se pelo ar, tal qual “anjo mau”.

Luanda, a cidade e a província que lhe herdou o nome, por razões ultra conhecidas, é imunda. E se excepções há são apenas isso, a confirmarem a regra. E assim, coitada, há-de continuar, enquanto não tiver um plano urbanístico pensado e executado por profissionais competentes de várias áreas, que os temos, como arquitectos de diferentes especialidades, engenheiros, ambientalistas, todos abertos a ouvir e dialogar e a puxarem desinteressadamente para o mesmo lado. Pelo menos, estes. Sem eles qualquer projecto está condenado ao fracasso. Dispensam-se curiosos, empertigados, câmaras de eco, repetidores de despautérios, “bocas de aluguer”, sabichões, enfermeiros feitos fiscais de obras.

A tarefa, aliciante para quem se envolver nela de corpo e alma, é, certamente, morosa para dispensar remendos futuros, mas vale a pena. Até lá, Luanda, a cidade e a província que lhe dá o nome, apenas será arremedo do que deve e pode ser. No imediato, se lhe tratarem da limpeza já não é mau. Pode, aliás, ser o primeiro passo para a mitigação de doenças antigas, novas e futuras.

METEÓRICAS FAPLA 2

EM SAUDAÇÃO AO 1º DE AGOSTO DE 1974

“Continuai o combate pela preservação das conquistas, pela libertação completa da Pátria, pela defesa dos interesses das camadas mais exploradas, por um regime democrático, popular e progressista, pela Nação una e indivisível, pela integridade territorial, pela participação independente e soberana, no concerto livre das nações” (excerto da Proclamação das FAPLA) – http://www.agostinhoneto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1700:2019-08-05-12-24-28&catid=37:noticias&Itemid=206

Martinho Júnior, Luanda 

A Proclamação das FAPLA a 1 de Agosto de 1974, nas circunstâncias em que ocorreu, foi um juramento de unidade, de coesão e de disciplina tendo em conta a linha de Não Alinhamento activo do MPLA e a incondicional fidelidade ao seu líder António Agostinho Neto, também em função do seu inquebrantável espírito de luta, clarividência e capacidade dialética de entendimento da história e da antropologia contemporâneas, com todos os sentidos colocados na independência real de Angola e no futuro.

Aqueles que foram sendo mobilizados, quer antes quer depois da independência, assumiram na maior parte dos casos também esse juramento, com o tal sentido de responsabilidade, por que a libertação dos povos africanos teria de ser feita num longo percurso de luta contra o colonialismo, contra o “apartheid”, contra o neocolonialismo rampante que emergia no continente por interesse do império com os Estados Unidos à cabeça, contra as suas sequelas, mas também contra o subdesenvolvimento crónico que advinha do passado de séculos, subdesenvolvimento esse agravado em função da opressão e repressão sistemáticas que se abateram sobre os processos culturais africanos.

Os combatentes sabiam de onde saíam, tinham vastas aspirações, visionárias aspirações e sonhos, que passavam desde logo pelos direitos humanos mais fundamentais, por que nunca antes haviam sido contemplados e havia-os de arrancar pela força das ideias e se necessário das armas, ao que havia para vencer!

As FAPLA colocavam-se não só como um incontornável reforço do vector ao meridiano da luta de libertação de Argel ao Cabo, mas também como um factor imprescindível para uma aliança cívico-militar a fim de realizar a revolução cultural em Angola e em África, até por que parte da luta haveria que se fazer de forma clarividente e com toda a consciência revolucionária em situações de paz!

Foi precisamente isso que também motivou a aliança estratégica com a revolução cubana no sentido do resgate do homem africano, algo vivido com a revolução na própria carne de Cuba, uma aliança que ainda hoje se evidencia particularmente nos campos da educação e da saúde, ou seja na sua intrínseca vocação humana pela civilização para toda a humanidade, pela aspiração de futuro, pelo respeito pela vida e pela Mãe Terra e em concurso algum com a barbárie capitalista, que mais que nunca deve estar presente em nossa consciência colectiva, como um obstáculo a vencer!

A aliança com a revolução cubana acabou por motivar alianças com os mais importantes actores do campo socialista e inspirou a gestação do MPLA como Partido do Trabalho logo a seguir à Proclamação da Independência… “sob o olhar silencioso de Lénin” e reforçando o Não Alinhamento activo!

O juramento feito com a Proclamação das FAPLA obrigava os 32 Comandantes de Coluna e os 51 Comandantes de Esquadrão à unidade, à coerência revolucionária, à coesão, à disciplina e à fidelidade para com o líder, algo que a partir de determinada altura deixou de ser interpretado assim por um pequeno grupo dos que a assinaram, o que está na origem da tentativa sangrenta do golpe de estado de 27 de Maio de 1977…

Os milhões de Bruxelas não são para as pessoas

"Histórico"! O adjectivo ainda hoje ecoa para saudar o acordo entre os membros da UE e que supostamente faz chover sobre as nossas cabeças os milhões que irão aliviar-nos dos males económicos da COVID-19. Este é o conto de fadas. A realidade, por isso, nada tem a ver com ele. Chegam milhões a "fundo perdido" e por empréstimo que vão custar caro aos contribuintes, não poderão ser aplicados onde verdadeiramente fazem falta aos cidadãos – na saúde e outras vertentes sociais – e que ainda aliviam os países ricos, ditos "frugais", de boa parte dos encargos com o orçamento europeu. Este é o preço da "unidade": austeridade, financiamento de empresas privadas em sectores que não estão directamente ligados ao emprego e outros interesses sociais, novas amarras financeiras sem dividendos económicos onde são mais necessários, encargos aumentados com o orçamento da União. Por isso os mercados financeiros não cabem em si de contentes; ao passo que as pessoas terão mais do mesmo porque a "recuperação" não é para elas.

Diana Johnstone [*]

A crise do coronavírus foi um teste de solidariedade onde a União Europeia fracassou.

Quando se iniciou a pandemia, na Primavera passada, a regra entre os Estados europeus foi a de cada um por si. Tornou-se mais claro do que nunca que não existe "um povo europeu", mas apenas um labirinto de regras e regulamentos económicos impostos aos povos, estando estes separados em cada um dos 27 Estados membros.

Foram precisamente as nações latinas como a Itália, a Espanha e a França - que já sofrem de super endividamento devido, em grande parte, a estarem presas a um sistema monetário, o do euro, totalmente fora do seu controlo - as particularmente atingidas pela COVID-19. As consequências económicas, com toda a probabilidade, serão devastadoras.

Dirigentes comprometidos com aquilo a que resolveu chamar-se "a construção europeia", como o presidente francês Emmanuel Macron, ficaram cada vez mais alarmados com a situação de saúde pública. O descontentamento em relação à União Europeia cresceu a uma velocidade ainda maior, principalmente em Itália mas também na própria França.

Desde que foi eleito em 2017, com a promessa de obter a colaboração da Alemanha para uma União Europeia mais generosa financeiramente, Emmanuel Macron não chegou a lado nenhum. A insistência alemã na austeridade financeira manteve-se rígida apesar de a chanceler Angela Merkel admitir que, para salvar a UE, os pedidos de ajuda económica do Sul deve ser escutados. Finalmente acabou por concordar com Macron no patrocínio de um "esforço de recuperação" para apoiar países que sofrem perdas económicas devido à pandemia.

HISTÓRIAS DE HORROR NA SÍRIA

O Exército sírio descobriu órgãos humanos preservados para o tráfico num esconderijo de terroristas, informa a agência de notícias SANA.   

Os referidos terroristas têm o apoio das tropas turcas que ocupam a Síria.   O esconderijo foi descoberto na aldeia de al-Ghadfah, ao sul de Idleb.   Ali havia uma colecção de órgãos humanos, incluindo corações, figados e cabeças. Os vasilhames com os mesmos tinham os nomes das vítimas. 

Documentos de identidade de vítimas, homens e mulheres, também foram descobertos no esconderijo, informa o Southfront. Mas a Turquia continua a opor-se a operações de contra-terrorismo.

Notícias como esta são silenciadas nos media corporativos ocidentais.

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