quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Portugal | Risco de contágios aumenta mas escolas vão abrir... para crianças


Mais duas mortes e 418 novos casos de Covid-19 em Portugal (hoje)

Até ao momento, 42.427 pessoas conseguiram recuperar da doença. Estão confirmadas 1829 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais duas do que no último boletim epidemiológico.

O número de pessoas infetadas pela doença é agora 59021, mais 418 do que nas últimas 24 horas. Há, neste momento, 14.795 casos ativos.

Até ao momento, 42.427 pessoas conseguiram recuperar, das quais 194 nas últimas 24 horas.

Os hospitais portugueses contam agora com 334 infetados com a doença, uma redução de três internados nas últimas 24 horas. Ainda assim, as Unidades de Cuidados Intensivos registam agora mais três doentes, 44 no total.

As duas mortes ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo. Quanto ao número de novos casos, as autoridade de saúde da capital contabilizaram mais 207 doentes. No Norte são 177 novos infetados.

Há 34.197 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde.

TSF

Portugal investiga financiamento da campanha de Passos Coelho pela Odebrecht


#Publicado em português do Brasil

MP português apura se Pedro Passos Coelho foi beneficiado por contribuições financeiras da construtura alvo da Lava Jato e se o nome de código do ex-primeiro-ministro era o “Príncipe”.

O Ministério Público de Portugal está investigando se a Odebrecht realizou, de forma não oficial, um repasse de cerca de 880 mil euros (R$ 5,8 milhões), para a campanha eleitoral do ex-primeiro-ministro luso Pedro Passos Coelho (PSD, de centro-direita), em 2015.

As autoridades investigam se corresponde ao antigo premiê o codinome “Príncipe”, que surge em uma das famosas planilhas de repasses da construtora.
A suspeita dos procuradores é de que o publicitário brasileiro André Gustavo Vieira, que trabalhou para o Partido Social-Democrata, tenha sido pago pela Odebrecht por serviços prestados na campanha de 2015.

André Gustavo foi o responsável pelas campanhas de Pedro Passos Coelho em 2011, quando este se elegeu primeiro-ministro, e em 2015, quando seu partido foi o mais votado, mas um acordo pós-eleitoral de legendas de esquerda (apelidado de “Geringonça“), garantiu o cargo de chefe do Executivo ao socialista António Costa — que continua no cargo até hoje.

Leia mais em Folha de S.Paulo

Os cincos anos do "Vamos conseguir" de Merkel


#Publicado em português do Brasil

Em 2015, quando centenas de milhares de refugiados entraram na Alemanha em poucos meses, chanceler federal garantiu que país daria conta da tarefa de acolhê-los. Como ela – e os que solicitaram refúgio – se saíram?

Talvez nenhuma outra frase dita durante o longo mandato da chanceler federal alemã, Angela Merkel, tenha causado tanto impacto. As palavras "Wir schaffen das" ("Vamos conseguir") pretendiam inspirar confiança diante de uma enorme missão que ela mesma se impusera. Em questão de poucas semanas, dezenas de milhares de pessoas foram para a Alemanha, sobretudo através da Rota dos Bálcãs. Muitos delas foram inicialmente barradas na Hungria. A maioria vinha da Síria, mas outras do Norte da África, Iraque ou Afeganistão.

Merkel permitiu que elas entrassem na Alemanha, embora outros países da União Europeia (UE) tivessem de acolhê-los, segundo o Regulamento de Dublin, que estipula que solicitantes de refúgio devem ser registrados e acolhidos no primeiro país a que chegam no bloco. Em vez disso, a Alemanha permitiu a entrada devido ao grande afluxo de migrantes e às condições desumanas deles perto de suas fronteiras.

Quase meio milhão de pessoas solicitaram refúgio na Alemanha em 2015 e outras 750 mil no ano seguinte. O ministro do Interior na época, Thomas de Maizière, admitiu em meados deste mês que houve momentos de perda de controle. Seu sucessor, Horst Seehofer, então governador da Baviera, em 2016 chegou a caracterizar a situação como "domínio da ausência do Direito".

Hoje, a oposição ainda tem opiniões diferenciadas sobre a decisão de Merkel. Segundo Irene Mihalic, do Partido Verde, "a chanceler federal agiu certo ao não fechar as fronteiras naquela época. Caso contrário, iria se criar uma situação caótica no coração da Europa, com um potencial imensurável de conflito."

Lars Castellucci, parlamentar do Partido Social-Democrata (SPD), concorda em grande parte com a afirmação, mas acha que "foi errado não ter envolvido mais os parceiros europeus, o que ainda hoje nos causa enormes dificuldades".

Gottfried Curio, do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), é mais veemente em suas objeções. "Teria sido realista e responsável cumprir a lei e a ordem. Se as pessoas tivessem sido rejeitadas desde o início, menos gente teria iniciado a viagem e menos pessoas teriam se afogado no Mediterrâneo."

Rússia | Médico exclui envenenamento de Navalny com Novichok


#Publicado em português do Brasil

Forte demais para atingir uma só pessoa: médico exclui envenenamento de Navalny com Novichok

Principal toxicologista da região de Omsk, onde Navalny foi tratado, explicou a razão pela qual a hipótese de envenenamento com Novichok do opositor russo Navalny não seria cabível.

Em declaração ao canal de TV Rossiya 24, o toxicologista russo Aleksandr Sabaev declarou:

"Pode-se concluir que se tivesse ocorrido o efeito [da intoxicação] na véspera do voo ou durante ele, sem dúvidas sofreriam intoxicação também, ou [apresentariam] alguns sintomas de envenenamento, as pessoas que o estavam acompanhando. Isso não ocorreu, o que mais uma vez mostra que tal processo patológico tem alguns mecanismos internos de desadaptação, algum mecanismo iniciante", declarou o médico.

Ainda segundo Sabaev, os compostos organofosforados são substâncias muito tóxicas, e como regra, os usar para a intoxicação de uma só pessoa é impossível.

"Como regra vão ser envolvidas outras pessoas, as que acompanham", acrescentou.

Enquanto isso, médicos russos não concordam com a versão de envenenamento do opositor russo Navalny.

Além disso, Navalny não apresentou sintomas típicos de envenenamento, segundo o médico.

"Mas clássicos quadros de envenenamento dos compostos organofosforados não ocorreram", adicionou.

A França projecta um Líbano que faça contrapeso a Israel

A algo insólita pressa com que Macron se deslocou a Beirute após a catástrofe de 4 de Agosto é mais um indício da complexa situação no Médio Oriente. As velhas potências coloniais e as novas potências regionais todas em competição por influência, por um lugar no xadrez geoestratégico e na rapina das riquezas locais. A tragédia dos povos da região não irá acabar tão cedo.

Nazanín Armanian* | O Diário.info

Deve haver um lucro colossal sob as cinzas do Porto de Beirute para que o presidente francês se apressasse a correr ao Líbano apenas dois dias após a devastadora explosão em 4 de Agosto, e antes de qualquer outro líder estrangeiro, incluindo os “islâmicos” - turcos, sauditas e iranianos - que também têm muitos interesses neste pequeno grande país. Fugindo de Paris e dos seus indignados “coletes amarelos”, Emmanuel Macron, com as mangas arregaçadas dos operários, passeou pelo bairro cristão (não ia a outros!) para tomar um banho de multidão, e entre aplausos e agradecimentos dos presentes, espalhar esperança e prometer “melhorias” como se fosse o líder espiritual do Líbano. Depois, menosprezou publicamente os políticos locais, tratou-os como se fossem crianças do jardim de infância, colocando-os de frente para a parede, enquanto os ameaçava que se não se comportassem bem na execução das suas ordens regressaria a 1 de Setembro - centenário do protectorado francês sobre o Líbano - e os castigaria a valer.

As suas palavras foram tão eficazes que, de repente, milhares de libaneses dentro e na diáspora publicaram uma carta pedindo à França que fizesse do Líbano uma das suas províncias; o governo da nação demitiu-se; o Fundo Monetário Internacional concordou em conceder ao Líbano um empréstimo que havia solicitado anos atrás, e até mesmo o Hezbollah o recebeu de braços abertos aceitando participar num “governo nacional de salvação” dirigido por Paris.

Esta explosão “deveria ser o início de uma nova era”, disse o líder francês. Ok, mas novo em quê?

O colonialismo francês tem muita experiência em combinar terror e ameaças com dissuasão e tratamento requintado para obter o controlo de uma nação, de um território, e Macron provou ser o filho legítimo daquele império morto.

Depois de comandar a brutal destruição da Líbia, pela qual deveria ser julgado em Nuremberga, França, este membro da NATO desembarca no Líbano, com objectivos semelhantes.

O Líbano foi palco de massacres cometidos por Israel em Sabra e Chatila, conspirações como o chamado “Irão-Contra” do presidente Ronald Reagan ou atentados que expulsaram as tropas dos EUA do país, como os de 1983. Localizado ao longo do Mediterrâneo, O País dos Cedros faz fronteira com a Síria e Israel e é governado por uma estrutura de poder projectada precisamente pela França na qual uma teocracia de taifas, composta por 18 seitas religiosas, rege a vida dos habitantes, que são tratados como “fiéis” e não como “cidadãos”. Por que não reconhece Macron a responsabilidade do seu país na engenharia fracassada do seu antigo protectorado?

Rumo a uma guerra EUA-China?

#Publicado em português do Brasil

A criação de um sistema totalitário global, um “governo mundial único”? 

Trata-se de um remake da Grande Guerra de Hitler Stalin de 1941?

F. William Engdahl* | Global Research

Se nos afastarmos dos detalhes das manchetes diárias ao redor do mundo e tentarmos dar sentido a padrões maiores, a dinâmica dominante que define a geopolítica mundial nos últimos três anos ou mais é a aparência de um conflito genuíno irregular entre as duas potências mais formidáveis ​​em o planeta - a República Popular da China e os Estados Unidos da América. Cada vez mais está começando a parecer que algumas redes globais muito obscuras estão orquestrando o que parece ser uma reprise atualizada de sua Guerra Mundial de 1939-1945. Os poderes que periodicamente usam a guerra para obter grandes mudanças de política.

Em nome dos Powers That Be (PTB), a Segunda Guerra Mundial foi orquestrada pelos círculos da City de Londres e de Wall Street para manobrar dois grandes obstáculos - Rússia e Alemanha - para travar uma guerra de morte um contra o outro, em ordenar que aqueles PTB anglo-saxões pudessem reorganizar o tabuleiro de xadrez geopolítico mundial a seu favor. Em grande parte teve sucesso, exceto pelo pequeno detalhe que, depois de 1945, Wall Street e os irmãos Rockefeller estavam determinados a que a Inglaterra fosse a parceira júnior para Washington. Londres e Washington entraram então no período de sua dominação global conhecido como Guerra Fria.

Esse condomínio global anglo-americano terminou, propositalmente, em 1989, com a queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética em 1991.

Por volta dessa época, com o início da presidência de Bill Clinton em 1992, a próxima fase - a globalização financeira e industrial - foi inaugurada. Com isso, começou o esvaziamento da base industrial não só dos Estados Unidos, mas também da Alemanha e da UE. A terceirização de mão de obra barata possibilitada pela nova OMC derrubou os salários e destruiu uma indústria após a outra no Ocidente industrial após os anos 1990. Foi um passo necessário no caminho para o que GHW Bush em 1990 chamou de Nova Ordem Mundial. O próximo passo seria a destruição da soberania nacional em todos os lugares. Aqui os EUA foram o maior obstáculo.

A tranquila e engenhosa operação especial de Putin na Bielorrússia

Stalker

Ainda não consegui habituar-me ao facto de que, quando a Rússia enfrenta grandes ameaças e Putin fica em silêncio, isso significa que há outra operação especial, da qual só saberemos mais tarde, quando o ruído da informação diminuir. Não é de admirar que Trump recentemente chamasse Putin de jogador de xadrez genial no tabuleiro geopolítico.

Vamos recordar a cronologia dos acontecimentos importantes na Bielorrússia.

1) Lukashenko tenta reduzir o desenvolvimento das relações da União com a Rússia e tenta sentar-se em duas cadeiras, namorando com o Ocidente e arrancando novos subsídios de cada lado.

2) Na sua maneira habitual, ele tenta limpar o campo político antes das eleições. Ao mesmo tempo, Moscovo vê o assomar da revolução após a eleição e a actividade dos serviços de inteligência ocidentais. Tudo é primitivo e de acordo com a metodologia de Gene Sharp .

3) A Bielorrússia está a enfrentar os maiores protestos da história do país e os subordinados de Lukashenko estão cada vez mais a voltar-se para a oposição.

4) O governo começa a perder o controle sobre os principais meios de governação. Até jornalistas que serviram o governo durante muitos anos o abandonaram.

5) Os EUA e a UE impõem sanções contra a Bielorrússia e representantes do governo.

Em apenas três dias, a oposição conseguiu sacudir as pessoas a tal ponto que no total cerca de 10% da população saiu para protestar, dezenas de grandes indústrias pararam de funcionar, a "cátedra" ocidental, já aquecida por Lukashenko foi eliminada pelos próprios "parceiros" ocidentais ao imporem sanções e não reconhecerem os resultados eleitorais.

Portugal | “Falam, falam, falam, mas não os vejo...”


Na Conferência Nacional do PS, António Costa fez o diagnóstico dos problemas do País, mas passou ao lado das medidas para os ultrapassar.

AbrilAbril | editorial

Formas de combater a pandemia e recuperação económica foram os eixos da iniciativa realizada pelo PS, na segunda-feira. Na condição de secretário-geral do partido, António Costa abordou aspectos como a produção nacional, o emprego e a coesão, mas escamoteou responsabilidades. 

Sendo certo que o novo coronavírus destapou desigualdades, como ontem reconheceu o primeiro-ministro, é também verdade que estas resultam de décadas de políticas de direita, e as medidas implementadas só serviram para as agravar. Veja-se o caso do lay-off, que além de não ter impedido despedimentos, cavou fundo no orçamento da Segurança Social e retirou a milhares de famílias uma parcela importante dos seus rendimentos. 

Disse António Costa que o Governo tentou mitigar os efeitos da pandemia e combater o desemprego, esquecendo que se opôs ao que efectivamente o impedia, que era a proibição dos despedimentos

Já no que toca à coesão, o primeiro-ministro tenta fazer a quadratura do círculo. Reconhece que o Interior do País não é menos desenvolvido que o Litoral «por mero acaso» (e tem razão, faltam serviços públicos, saúde, transportes, ...), mas porque «tem menos condições de competitividade e isso traduz-se em menos coesão».

Refere-se ao desequilíbrio territorial gritante como uma «vulnerabilidade» a enfrentar, mas recusa falar da regionalização – prevista na Constituição da República – e insiste na chamada «democratização» das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), que não são mais do que estruturas desconcentradas do Estado. 

Sem identificar responsáveis, nem as políticas (muitas delas impostas pela União Europeia) que nos trouxeram até aqui, António Costa afirma que Portugal tem um «potencial produtivo fraco» e diz querer uma «agricultura pujante», quando a opção do seu Governo tem sido desmantelar o Ministério da Agricultura, designadamente com a entrega das florestas ao Ministério do Ambiente e Acção Climática. 

Rendido aos ditames de uma União Europeia umbilicalmente ligada aos interesses do grande capital, António Costa falha na apresentação de soluções para o presente e o futuro do País, na valorização do trabalho e dos trabalhadores e na implementação de medidas que afirmem a soberania nacional. Neste sentido, faz recordar a célebre frase: «Falam, falam, falam, mas eu não os vejo a fazer nada.»

Imagem: Manuel de Almeida / Lusa

Portugal | Avante! em segurança


Paula Santos | Expresso | opinião

É já na sexta-feira que a Quinta da Atalaia abre as portas para receber todos aqueles que vão à Festa do Avante. Dadas as circunstâncias em que vivemos, a Festa do Avante está a ser preparada com a garantia de medidas de prevenção e proteção da saúde pública.

Considerando todas as medidas que foram tomadas, não será arriscado dizer que será um dos eventos mais seguros que se realizarão em Portugal.

Com antecedência iniciou-se a preparação, procurando encontrar as soluções mais adequadas para assegurar as condições de segurança e a tranquilidade de quem a visita, respeitando as recomendações sanitárias. O espaço foi alargado; reduziram-se os espaços fechados e criaram-se mais espaços amplos e ao ar livre; todos os espetáculos, concertos, teatro e cinema serão ao ar livre, com lugares sentados e com áreas de circulação; criou-se a figura do assistente de plateia para apoiar na organização do espaço da plateia; as feiras do livro e do disco serão também ao ar livre; os espaços de restauração cumprirão as orientações já definidas no resto do país; as atividades desportivas foram canceladas bem como o ato de abertura da Festa; foram definidos corredores de circulação; será disponibilizado gel desinfetante; a desinfeção dos espaços será reforçada e será obrigatório do uso de máscara no espaços definidos, como consta do plano de contingência elaborado e já tornado público.

Obviamente que a realização do Avante! este ano não será nos mesmos moldes dos anos anteriores, mas nem por isso deixará de ser a iniciativa da solidariedade e da igualdade, da amizade e da fraternidade, de resistência e luta.

Num momento em que se agravam as condições de vida dos trabalhadores e do povo, em que cresce o desemprego e aumenta a exploração e o ataque aos direitos e às remunerações, em que se agudizam as desigualdades e as injustiças, a realização da Festa do Avante assume uma maior importância para dar força e confiança na luta que é preciso travar nos próximos tempos, para afirmar os valores da democracia e da liberdade e combater o medo e a resignação.

Temos de salvaguardar a saúde pública e proteger os trabalhadores e o povo, mas isso não pode tolher a ação, a intervenção e a luta nos locais de trabalho. E é por isto que diversos setores encetaram uma operação de ataque à Festa do Avante e ao PCP, porque o que verdadeiramente incomoda os grupos económicos e os partidos da política de direita é a unidade e a capacidade de organização e luta dos trabalhadores e do seu partido, o PCP.

Há milhares de pessoas na praia, e bem! Realizaram-se inúmeros festivais e iniciativas culturais, realizaram-se cerimónias religiosas e estão a decorrer as Feiras do Livro de Lisboa e do Porto. Mas aquilo com que os representantes dos grupos económicos e do capital não se conformam é com a Festa do Avante organizada pelo PCP. Claramente que há aqui um objetivo ideológico de atacar exatamente aquela força política que é consequente e que não vacila na defesa dos direitos e remunerações dos trabalhadores e no combate aos benefícios aos grupos económicos. Porque sabem que a realização da Festa do Avante contraria a perspetiva de isolamento que andam a apregoar há meses para enfraquecer a ação e a luta dos trabalhadores nos locais de trabalho.

Também não é verdade que não se podem realizar festivais. A legislação sobre isso é bem clara, ao permitir a realização de espetáculos seja em recinto coberto ou ar livre, com lugar marcado, em respeito pelas recomendações específicas da DGS para assegurar o distanciamento físico.

Para além disso, a atividade política nunca foi proibida, nem podia ser, nem sequer durante o estado de emergência. Por isso a Festa do Avante se realiza dentro das regras, sem nenhum quadro de exceção ou de privilégio.

A realização da Festa do Avante constitui um elemento de afirmação do exercício de direitos democráticos, de defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo e um elemento de esperança para o futuro.

O apelo à participação na Festa do Avante! é um apelo ao exercício dos direitos democráticos, à luta por uma política que corresponda aos interesses dos trabalhadores e do povo e também ao convívio são de que se fazem as relações sociais.

Leia mais em Expresso:

Pitons quebrados


No Expresso a hecatombe dos do anticomunismo primário, primatas do antigamente, é categórica no título:  “Tribunal rejeita providência cautelar para travar Festa do “Avante!”. Que senhores das touradas anticomunistas, depois de milhentas faenas e investidas viram-se com os pitons quebrados. Não saberão os tais primatas que malhar em ferro frio origina quebras?

Deviam saber, pois que as tentativas e atos de marração já vêm de há muito, de há décadas, e os resultados têm sido sempre os mesmos: quebram-se os pitons. E os pseudo-possantes reacionários, fascistas que na modernidade preferem o termo de neoliberais, lá partem para outras investidas após pitons reparados, pretendendo ignorar que os que pensam e afirmam Avante estão mesmo determinados a Avançar. Avancemos.

Nada há mais a dizer ou a escrever. Os cães ladram e a caravana passa, afirma o adágio com toda a propriedade. Cumpra-se.

Bom dia, se conseguirem. O Curto do Expresso está postado a seguir. Dispensemos aplicar mais tempo para gastar mais palavras com os senhores e senhoras do “antigamente”. Os atentos sabem ao que eles vêm. Sempre a mesma choldra, irremediavelmente bolorenta nas vestes repletas de nódoas de salazarismo nauseabundo.

Avante!

MM | PG

Portugal | Uma cabeça dois Centenos


Vítor Santos | Jornal de Notícias | opinião

O Governo, então com Mário Centeno como ministro das Finanças, pediu um documento ao Banco de Portugal; o Banco de Portugal, agora liderado por Mário Centeno, entende estar impedido de entregar o documento a quem o solicitar.

Não fosse demasiado sério, daria vontade de rir. Nem quero imaginar o conflito latente na cabeça do governador, obrigado, por lei, a dizer não a si mesmo. Se estivesse no lugar dele, para evitar uma guerra entre dois eus, provavelmente apostaria em endereçar-me um bilhete. Qualquer coisa parecida com isto: "Caro Mário Centeno, eu, Mário Centeno, não te mostro os papéis que me pediste". Sem mais, seco, não vá ser preciso ressuscitar Freud para resolver esta guerra entre dois hemisférios do mesmo cérebro.

Certo é que só uma decisão judicial poderá obrigar o Banco de Portugal a entregar o relatório da auditoria à atuação da instituição na resolução do Banco Espírito Santo. Mais uma vez, numa questão que envolve relações entre a Banca e o Poder, as normas favorecem a opacidade. Continua a ser necessária muita insistência e doses gigantes de paciência para se conseguir saber alguma coisa, quando devia acontecer precisamente o inverso. Estamos a falar de decisões que custaram, e continuarão a custar, muitos milhares de milhões de euros ao país, pelo que não encontro motivos para não serem translúcidas como água.

Se os portugueses continuarão preocupados - com uma fatura do BES que não pára de engordar e com os obstáculos que inviabilizam o cabal esclarecimento da questão -, Carlos Costa, o ex-governador, e a antiga equipa continuarão a dormir descansados, ainda que sejam a cabeça e o corpo de um regulador que tardou a perceber a anormalidade que eram as contas do BES mas à pressa o dividiu em bom e mau.

*Editor-executivo

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