quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Sindemia? Covid-19 pode ser mais que uma pandemia

#Publicado em português do Brasil

Glossário da crise do coronavírus ganha novo termo. Ele reflete a ideia de que o vírus não atua simplesmente sozinho, mas sim compactuando com outras doenças. E isso demanda uma abordagem diferente.

Um artigo publicado no final do mês de setembro no semanário The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas publicações científicas do mundo, pôs um novo termo no já extenso debate sobre o novo coronavírus. O texto defende que o mundo não enfrenta simplesmente uma pandemia, mas uma "sindemia".

O artigo é assinado pelo editor-chefe da revista, Richard Horton. Ele argumenta que a covid-19 não é uma peste como outra qualquer já vista no passado e que, por isso, merece abordagem diferente. O termo sindemia, por isso, seria mais adequado: o vírus não atua sozinho, mas compactuando com outras doenças. E a desigualdade social tem papel-chave nisso.

"A covid-19 não é uma pandemia. É uma sindemia. A natureza sindêmica da ameaça que enfrentamos significa ser necessária uma abordagem mais diversificada se quisermos proteger a saúde de nossas comunidades", escreve Horton.

O artigo repercutiu em alguns dos principais meios de comunicação internacionais e ganhou eco no mundo científico. A americana Sociedade de Medicina de Catástrofes e Saúde Pública, por exemplo, defendeu, em artigo intitulado "Covid-19 à Covid-20", que a resposta institucional à atual crise seja baseada num "pensamento sindêmico, e não pandêmico".

A palavra "sindemia", portanto, entra aos poucos no glossário do debate sobre a covid-19, ao lado de termos como "lockdown", "imunidade de rebanho" e "achatar a curva", antes praticamente desconhecidos do grande público. Mas o que significa exatamente sindemia?

Angola | Defesa diz que detenção de Carlos São Vicente tem "motivações políticas"

Os advogados do empresário Carlos São Vicente acusam a Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) de ceder a pressões políticas. A defesa entende que a detenção do antigo gestor da Sonangol não tem fundamento.

Carlos São Vicente está em prisão preventiva desde 22 de setembro por suspeita de crimes de peculato e branqueamento de capitais. Num comunicado enviado à imprensa, a empresa de advogados do empresário acusa a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola de ceder a uma "decisão política".

"De facto, as acusações apresentadas contra Carlos São Vicente em Angola são completamente infundadas e carecem de qualquer motivação. Isto, entre outras coisas, mostra claramente que a atual viragem dos acontecimentos é apenas motivada por uma decisão política de ir atrás do empresário e da sua riqueza", afirma o escritório de advogados suíço Schellenberg Wittmer Ltd num comunicado datado de terça-feira e enviado esta quarta-feira (14.10) à agência de notícias Lusa.

Segundo a defesa, há uma contradição entre a ordem de prisão preventiva do empresário, em setembro, e a resposta da PGR angolana a uma carta rogatória da Suíça, um mês antes, quando a PGR disse que não havia indícios de crime.

A PGR já veio esclarecer que a mudança de posição teve a ver com o surgimento de novos elementos processuais. "Ao tomarmos conhecimento de factos contra o referido cidadão, enviámos às autoridades suíças uma carta rogatória solicitando mais elementos que nos pudessem ajudar nas investigações", explicou o porta-voz da PGR, o procurador Álvaro João. "Em face da resposta e de denúncias públicas que surgiram internamente, foi possível reunir mais elementos para a abertura do processo", acrescentou.

"O processo instaurado corre os seus trâmites legais e tão logo a sua conclusão remeteremos ao tribunal para o devido tratamento", concluiu.

Autonomistas desafiam João Lourenço a falar sobre Lunda Tchokwe

O Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe, que reclama autonomia do leste de Angola, desafia o Presidente a abordar, no discurso do Estado da Nação, a "luta pacífica de reivindicação da autonomia" da região.

O Presidente angolano, João Lourenço, fala na quinta-feira (15.10) sobre o Estado da Nação marcando a abertura do ano parlamentar 2020-2021.

Em comunicado, o Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT) refere que a autonomia daquela região, que compreende as províncias do Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, "é um direito histórico divino e legítimo do povo tchokwe que o Presidente não deveria ignorar na sua alocução".

O MPPLT, que reafirma ser um protetorado e não uma ex-colónia portuguesa, recorda que uma das promessas do Presidente angolano foi de "dar ouvido a todas as sensibilidades", mas o que se assiste, sublinha, "são portas fechadas em torno de si".

"Inviabilizando o debate sobre a questão, não há espaço para o diálogo e concertação no momento em que a reivindicação é ainda pacífica", ao longo dos 14 anos de existência do movimento, lê-se no comunicado citado pela agência de notícias Lusa.

Angola | Imposto sobre o Rendimento de Trabalho baixa poder de compra

Trabalhadores angolanos afirmam que a nova tabela do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) reduziu drasticamente os salários num momento em que a inflação no país ultrapassa os 23%. 

É um corte no salário que ensombra o mês de muitos angolanos: entre 10 a 25% do rendimento mensal serviu para pagar a alteração do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT). O impacto do novo IRT obriga muitos a fazerem contas à vida para suportarem as despesas nos próximos tempos. A agravar a situação, o preço de vários produtos continua a subir.

Os angolanos com ordenados de até 70 mil kwanzas (91 euros) estão isentos do pagamento do imposto. Mas o novo IRT aumenta a carga fiscal para os trabalhadores com rendimentos acima dos 200 mil kwanzas (260 euros).

Suzete Santos, funcionária administrativa, queixa-se que o desconto para o IRT "é muito alto", tendo em conta o salário e o custo de vida do país. 

Guiné-Bissau | Ativismo político ou promiscuidade?

O debate político tornou-se insustentável na Guiné-Bissau com a troca de insultos e ataques entre ativistas de várias alas políticas. Politólogos falam em "oportunismo" que é resultado da crise que se vive no país.

A troca de acusações entre políticos e grupos de jovens que lhes prestam serviços está a declinar a qualidade da democracia guineense. "Havia debate político, confronto de ideias, mas hoje em dia as pessoas procuram suporte no debate étnico-religioso para poder sobretudo manipular a maior parte da população que não tem capacidade de discernimento sobre o que precisamos para o nosso país", adverte o politólogo guineense Rui Jorge Semedo, que acrescenta que até já se usa "a vida privada dos adversários políticos" como arma de arremesso.

O debate em torno do ativismo guineense surge na sequência do recente rapto e espancamento de Carlos Sambú e Quebá Sané. Carlos Sambú foi demitido esta terça-feira (13.10) do cargo de assessor de imprensa do Ministério das Obras Públicas da Guiné-Bissau, depois de identificar um segurança do Presidente Sissoco Embaló como sendo um dos autores das agressões. 

Nas últimas semanas, muitos antigos apoiantes da campanha eleitoral do chefe de Estado da Guiné-Bissau insurgiram-se através das redes sociais contra o próprio Presidente, alegadamente por terem sido esquecidos por Umaro Sissoco Embaló depois das eleições.

Guiné-Bissau | Sissoco Embaló tem "esquadrão de repressão", acusa ONG

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário Silva, acusou esta segunda-feira o Presidente da Guiné-Bissau de adotar a "implantação do terror" para limitar a liberdade de expressão dos cidadãos.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário Silva, acusou esta segunda-feira (12.10) Umaro Sissoco Embaló de defender a violência ao afirmar: "Quem não se cuidar, alguém há de cuidar dele".

Mário Silva vai ainda mais longe e acusa o Presidente da Guiné-Bissau de criar um "esquadrão de repressão" para implantar o terror e limitar a liberdade dos cidadãos: "O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, tem adotado, como método do seu consulado, a implantação de terror para controlar a mente e liberdade de expressão dos cidadãos", afirmou.

"Para a materialização desta sua intenção maléfica emergiu em Bissau um esquadrão de repressão cuja referência moral é supostamente o senhor Umaro Sissoco Embaló, que, com a bênção deste, anda a espalhar terror em tudo quanto é sítio", salientou.

Acusado de tentativa de fuga: Aristides Gomes impedido de sair da Guiné-Bissau

"É uma aberração" do Ministério Público aplicar medidas de coação a Aristides Gomes, reage o seu advogado. Luís Martins diz que é mentira que o antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau tenha tentado fugir do país.

O Ministério Público da Guiné-Bissau aplica medidas de coação ao antigo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, que se encontra refugiado na sede da ONU, em Bissau, desde março do ano em curso. Por isso, o dirigente do PAIGC está impedido de sair do país.

"É preciso referir que em nenhum momento o cidadão Aristides Gomes foi ouvido nos autos e nem comunicado que está a decorrer contra si um processo-crime, quanto mais que ele foi constituído suspeito de alguma coisa", diz em carta enviada ao Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público o antigo chefe de Governo guineense.

Gomes foi demitido pelo atual Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, em finais de fevereiro e diz que corre risco de vida, desde que lhe retiraram o corpo de segurança e viu a sua residência invadida por grupos de homens armados e fardados.

Para Aristides Gomes, a "usurpação de competências" do Tribunal de Relação é inconstitucional e indica "um interesse obscuro" contra si por parte do Ministério Público guineense.

Recorde de casos confirmados com covid-19 em Portugal

Há mais sete óbitos associados à covid-19 e mais 2072 novos casos de infeção. Doentes recuperados são mais 446 e há mais 41 internados.

Portugal regista, esta quarta-feira, um total de 2117 óbitos (mais sete) e 91193 casos de infeção - é a primeira vez que se ultrapassam os dois mil casos positivos diários (mais 2072) desde o início da pandemia.

Os sete óbitos referidos no boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo (4) e no Norte (3) - são dois homens e três mulheres com 80 ou mais anos, um homem entre 70-79 anos e outro homem na faixa etária dos 60-69 anos.

Geograficamente, contabilizam-se no total 932 vítimas mortais no Norte, 850 na região de Lisboa, 273 no Centro, 26 no Alentejo, 21 no Algarve e 15 nos Açores.

Dos 2072 novos casos positivos confirmados, 1001 foram notificados na região Norte, 802 em Lisboa e Vale do Tejo, 172 no Centro, 47 no Alentejo, 42 no Algarve, cinco nos Açores e três na Madeira.

De acordo com o boletim da DGS, há 957 doentes infetados internados (mais 41) e 135 em unidades de cuidados intensivos (mais três).

Já conseguiram recuperar da doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 um total de 54493 doentes (mais 446) e há 50544 contactos (mais 253) sob vigilância das autoridades de saúde.

Portugal tem 34583 casos ativos de covid-19, o que representa mais 1619 - no boletim de terça-feira o acréscimo foi de 643.

Sandra Alves | Jornal de Notícias

Calamidade decretada em Portugal devido à "evolução grave" da Covid-19


O Governo aprovou hoje novas medidas (e mais rigorosas) para os próximos 15 dias. Saiba o que entra em vigor às 00h desta quinta-feira em todo o território nacional.

OConselho de Ministros decretou o aumento das restrições e determinou o Estado de Calamidade em Portugal. O anúncio foi feito por António Costa no final da reunião do Executivo. O primeiro-ministro referiu as oito medidas que entrarão em vigor e destacou que a Covid-19 tem tido uma "evolução grave" no nosso país. 

"Elevar o nível de alerta da situação de Contingência para o Estado de Calamidade", habilitando o "Governo a poder adotar, sempre que necessário, as medidas que se justifiquem para conter a pandemia desde as restrições de circulação" a outras que "se venham a tornar justificadas" localmente.

A partir das 00h00 desta quinta-feira, os ajuntamentos na via pública vão ser limitados a cinco pessoas e os eventos de natureza familiar que sejam marcados a partir de hoje, como casamentos e batizados, a 50 pessoas. Nas universidades e nos politécnicos, são "proibidos todos os festejos académicos e receções".

Portugal | Pensões? Aumento extraordinário será o único, admite ministra

A ministra do Trabalho admite que o único aumento de pensões a acontecer no próximo ano será o extraordinário, que entra em vigor em agosto.

A ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, admitiu, esta quarta-feira, que o único aumento das pensões previsto no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) é o extraordinário, que entrará em vigor em agosto

"O que apresentamos é o aumento extraordinário das pensões até 1,5 IAS [cujo valor em 2020 é de 438,81] a acontecer a partir de agosto. É o aumento extraordinário para as pensões mais baixas. Haverá um aumento de seis euros para as pensões que não tiveram atualização entre 2011 e 2015. Este aumento abrangerá cerca de 1 milhão e 900 mil pessoas e reflete esta preocupação de proteger os rendimentos de quem tem pensões mais baixas", disse Ana Mendes Godinho, em entrevista à Renascença

Portugal | Vamos indo e vamos vendo


Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

O melhor que podemos dizer deste Orçamento do Estado é o pior que podemos dizer do país. O melhor: responder à urgência de salvar os mais desprotegidos. O pior: haver ainda demasiados portugueses que vivem com menos de 500 euros por mês.

Garantir, por isso, que o documento "não acrescenta crise à crise", como reconheceu o ministro das Finanças, João Leão, só não é uma tremenda lapalissada porque o colete de forças que agrilhoa a economia não dará tão cedo sinais de desistência. E a perspetiva de não ficarmos pior do que já estamos tende a ser, portanto, animadora. Não é pensar pequeno, é agir com os braços atados à realidade. A linha que separa o otimismo do pessimismo é demasiado esguia para permitir a ousadia de abrir janelas de esperança. Porque falar em esperança, agora, é falar em resistência. Aguentar para decidir depois. Suster o desemprego mais do que alavancar o emprego. E, pelo meio, acenar com ilusões como a da taxa de retenção do IRS ou do IVAucher para perfumar o discurso fatalista com pétalas cor-de-rosa.

O Orçamento do vamos indo e vamos vendo aposta as fichas todas no poder regenerador do Estado (são 100 mil milhões de euros de despesa prevista para 2021!), esperando que ele seja a candeia que alumia o resto. O risco é do tamanho do nosso endividamento. Sendo compreensível que se engorde a máquina pública num contexto de pandemia, isso não invalida que não se questione o peso que essa estratégia excessivamente estatizante terá no futuro. No que vamos ter de suportar nos próximos anos em gastos permanentes. Com vírus ou sem vírus no menu, não há almoços grátis.

Este é porventura o mais importante Orçamento do Estado das últimas décadas. Faltarão muitas coisas, desde logo um sinal mais evidente às empresas que fazem girar a roda da economia, mas só os ignaros podiam esperar que a um ano de combate não correspondesse uma estratégia de combate. Quando o chão treme à nossa passagem, o melhor mesmo é não andarmos aos saltos.

*Diretor-adjunto

Portugal | Casos positivos de covid-19 “abafados” nas escolas

O primeiro mês de aulas com covid-19 teve casos positivos “abafados” e professores a mudar de carreira

Denúncia é feita pelo sindicalista Mário Nogueira, que ainda assim diz que a transparência tem sido “a norma”. Já há professores a parar de ensinar para ir explorar outras áreas. Reforço de funcionários não chega, Ministério promete mais em Janeiro

Há escolas cujas direções “optam por não divulgar” e “abafam” casos positivos de covid-19, denuncia Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF. Em declarações ao jornal “i”, o sindicalista diz que lhes chegam “relatos de escolas em que inclusivamente é dito aos professores que não divulguem o problema no exterior da escola. Supostamente é para não criar alarmismo, mas é estranho.”

Mário Nogueira sublinha que esta “não é a norma”, dado que a maior parte das escolas tem sido transparente. Este é também o ponto de vista de Filinto Lima, da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas: “Não devemos alarmar mas sim informar e ser verdadeiros. E é com este equilíbrio que as escolas têm atuado”.

Uma atuação que, de resto, está a ser feita com grande pressão, dada a escassez de professores, argumenta Filinto Lima: “Alguns professores já começam a meter licença sem vencimento, ou seja, estão a querer experimentar outras áreas, e o futuro deles pode ser noutras áreas, podem deixar o ensino”, explica.

No novo Orçamento do Estado para 2021, está prevista a vinculação de três mil funcionários nas escolas a partir de janeiro. “Acredito que seja um passo definitivo para se deixar de falar de uma escassez crónica destes funcionários”, disse Filinto Lima ao “Jornal de Notícias”. No entanto, para já, o reforço “temporário” é só de 1500 pessoas. “São 1500 para 811 agrupamentos e quase 5000 escolas - é uma gota no oceano”, disse ao “JN” Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

Expresso

Ou é ou não é, o OE. E o Barroso “patrão das vacinas” Confia?

Viva. Saúde. Irá deparar com um Curto de Silvestre, do Expresso, encabeçado pela proposta de orçamento geral do estado português em estado de sítio e de calamidade – e ainda vai ser pior… Democraticamente será pior para os plebeus, exatamente para os mais que habituais explorados e oprimidos.

Aguente-se. É a democracia Lusa, made in União Europeia. União Europeia? Democracia? Sim, mas só para alguns eleitos. Não eleitos democraticamente (porque a maioria dos povos europeus nem vota para a UE (estão-se borrifando), não acreditam na democraciazinha de que fazem uso. Como é hábito aqui dizer: pagamos e não bufamos… E lá andamos nesta lenga-lenga sustentada por uns quantos que distribuem os poderes entre si, agindo às ordens dos que têm aquilo com que se compram os melões.

Bem, mas disso já sabem. Assim como sabem mentir nas sondagens quando vos perguntam se é bom “estar” na UE. “Sim, sim”, respondem. Mas na volta não vão votar e os mesmos de sempre (com ou sem gémeos) lá estão a mamar nas tetas da vaca de uma pseudo-união às ordens dos que aplicam o esclavagismo moderno e o que mais convém aos nossos donos. Donos dos povos europeus. Bem vincado.

De cabeça obstinado-saturada aqui estamos a ratar na pele da tal União Europeia, no que tem de negativo e dá origem a discordarmos, a não confiar. Claro que possui algum arsenal positivo classificado de mal-menor. Quer a UE, quer os países que a constituem, estão repletas de males-menores – que não são suficientes para tanto alarde de ser exemplo de democracia. Nada disso. É, mais que tudo, uma réplica dos quereres dos EUA e dos grandes grupos económicos. Nos quadros da UE existem muitos agentes vendidos a esse duo que envenena a democracia, as justiças – social e a outra dos tribunais. O capital, o dinheiro, as grandes fortunas e interesses económicos são quem mandam e corrompem os poderes. Olhai Durão Barroso, como muitos outros, por lá e pelos poderes dos países da UE.

Durão Barroso

Barroso, agora nomeado “patrão” das vacinas. Como seria possível tal se não existissem grandes interesses esconsos, grandes opacidades em tal nomeação? Personagem confiável? Todos sabem que não. E logo nas vacinas? Agora? Digno de que os cidadãos europeus nele e na sua equipa confiem? Nunca. O que estão realmente a tramar com tal nomeação?

Eis a UE. Eis a opacidade e desconfiança merecida pela nomeação de um personagem comprovadamente mentiroso, trafulha, descaradamente oportunista e, pelo seus ‘feitos’ do passado, a garantir que algo de muito nebuloso o guindou àquela nomeação. Cheira a esturro. Cheira demasiado a esturro.

Aldeia da Roupa Parva em cinema

Indo avante, refira-se que o OE2021 é o principal do Curto que vai ler, depois terá servido mais da política e de outras “artes”. Saudamos a Cultura, pois então. Já agora leia em PG o constante no título Plataforma do Cinema exige adiamento da votação e demissão do secretário de Estado. Consegue imaginar privados a decidir sobre o cinema português e numa reunião para que os cineastas foram convocados terem expressar-se em inglês porque houve um secretário de estado do governo Costa que entregou a privados ingleses a tarefa de dirigir o presente e o futuro do cinema luso? Somos a Aldeia da Roupa Parva?

Um sujeito, de nome Nuno Artur Silva, patrão da Secretaria de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, é o jeitoso da confusa aliança público-privada anglófona. Coisa estranha, não sendo nada estranho que andamos a pagar “rodriguinhos” destas cabeças pensantes que nos lixam os orçamentos e as nossas sub-vidas ainda mais. Basta. Ponham o cão com dono!

Acabado. Se chegou até aqui nesta “seca” decerto que está pronto para ler o conteúdo do Curto. Finalmente.

Bom dia e protejam-se. Quantos mais novos casos de covid-19 haverão hoje? Quantos mais incluídos na morte programada de idosos com covid-19 perecerão em Portugal? E no resto do mundo? Pois é. O covid-19 está mesmo a dar jeito para a redução populacional dos cidadãos com mais idade – quase na reforma ou já reformados mas teimosos em viverem (sub-viverem). Depois de tanta exploração, de acarretarem com os efeitos de tanta desumanidade. E agora isto? Em vez de câmaras de gás, o covid-19. Pois. Teorias da conspiração…

Sugestão em Página Global: Armas de destruição macia

Siga para o Curto, vale. Bom dia.

MM | PG

Clipping Internacional – Brasil e ‘arredores’

#Publicado em português do Brasil

Notícias internacionais sobre o Brasil; Notícias do Mundo; e Artigos

Carlos Eduardo Silveira | Carta Maior | Imagem: Martín Alipaz/EFE

1 - NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL

FRENTE DE ESQUERDA. “Por uma Frente de Esquerda”. O manifesto defende que “a fragmentação da esquerda (...) fortalece o projeto autocrático e neofascista que vem se implantando no Brasil.” Por isso, propõe que as eleições municipais de 2020 sejam “um ponto de aglutinação” e de “possível inflexão nessa caminhada.” O manifesto é assinado pelo “Fórum21 – Ideias para o Avanço Social”, uma organização suprapartidária de debates de ideias, fundada em dezembro de 2014, tendo como fonte a Universidade. A sua Carta de Princípios defende que “cabe às forças progressistas começar pelo que é mais evidente: romper os limites do diálogo no seu próprio campo. A articulação para a troca de ideias daqueles que defendem a justiça social e a soberania popular é essencial à arregimentação de forças mais amplas para os embates que virão.” (Esquerda.net, Portugal) | bit.ly/3doDhZZ

VEIO DA HAVAN. Sem distância social: a inauguração caótica em um shopping no Brasil. O local foi fechado após as imagens chocantes. Em um dos países com mais mortes por coronavírus, com mais de 150 mil mortes, uma multidão se aglomerou para entrar em um shopping center. Uma loja de propriedade de um empresário que apoiava Jair Bolsonaro estava sendo inaugurada. O dono da loja Havan, Luciano Hang, apoiador e defensor do presidente Jair Bolsonaro, participou da reabertura e abraçou as pessoas sem usar máscara. As instalações foram fechadas por não respeitar as normas de prevenção e a polícia local afirma que a empresa pode ser acusada de ter cometido um crime contra a saúde pública. (Página 12, Argentina) | bit.ly/3nOuc12

COVID-19. Brasil soma 201 mortes por coronavírus e o total chega a 150.689. As próprias autoridades reconhecem que o número de mortes e infecções diminui consideravelmente a cada fim de semana, visto que o pessoal das secretarias de saúde dedicado à coleta de dados é reduzido, e tendem a se acelerar com o decorrer da semana. (La Vanguardia, Espanha; Jornal de Notícias, Portugal) | bit.ly/3iWZ6kl | bit.ly/3nLiLHE

PARAGUAI. Abdo Benítez e Bolsonaro adiam reunião planejada para abrir fronteiras. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, adiarão o encontro marcado para 15 de outubro, data em que se concretiza a Ponte da Amizade, que liga a cidade paraguaia de Ciudad del Este ao o brasileiro de Foz de Iguaçu. (La Vanguardia, Espahnha) | bit.ly/3jWhmf4

FLORDELIS. No Brasil, uma deputada, seus 55 filhos e seu marido assassinado. Flordelis dos Santos, apelidada de "mãe das favelas" por ter adotado 51 crianças nas ruas do Rio, é acusada de ter seu marido assassinado por uma delas, com a cumplicidade de várias outras. O Brasil, como se sabe, é a pátria das novelas, essas séries televisivas de sucesso que retratam dramas familiares com intrigas tão trágicas quanto absurdas. Mas a notícia que mantém os brasileiros fisgados hoje é muito real e ultrapassou a imaginação de todos os roteiristas. A deputada Flordelis dos Santos de Souza foi acusada de orquestrar, com a ajuda de vários filhos, o assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, que foi baleado e morto em 2019. (Le Monde, França; RFI, França)) | bit.ly/36XDrGt | bit.ly/3dlSGtK

ROBINHO. Robinho volta a Santos, que trata a violência contra a mulher como jogada de marketing. Condenado em primeira instância por estupro coletivo, o atacante retorna ao clube onde foi revelado, sem que a grave acusação o impedisse de fechar o negócio. (El País, Espanha) | bit.ly/3drSc5p

Brasil | A tropa não é a nação

#Publicado em português do Brasil

A frase de D. Pedro I que nos serve de epígrafe foi registrada por José Honório Rodrigues (História combatente, Nova Fronteira. p. 176) como a resposta do nosso primeiro imperador ao general Avilez, comandante das tropas portuguesas, na independência, “quando este lhe fez exigências descabidas”.

Roberto Amaral*, de Brasília | Correio do Brasil | opinião

A frase de D. Pedro I que nos serve de epígrafe foi registrada por José Honório Rodrigues (História combatente, Nova Fronteira. p. 176) como a resposta do nosso primeiro imperador ao general Avilez, comandante das tropas portuguesas, na independência, “quando este lhe fez exigências descabidas”. A citação enseja ao historiador a pergunta que permanece solta no ar e que ainda se fazem os brasileiros:

“E como pode esta parte tomar conta da nação, tutelar seu povo, que detém a soberania nacional e impor-lhe o que quer? O mal que esta ação representou historicamente precisa urgentemente ser reparado, voltando o exército às suas funções constitucionais normais”

O autor de Reforma e conciliação no Brasil escreve em março de 1979, quando o generalíssimo Ernesto Geisel transmitia as rédeas da ditadura ao general João Baptista Figueiredo, o último (e certamente o mais desastrado de todos) presidente do longo mandarinato militar. Passados 41 anos, a primeira inclinação do analista de hoje é supor que estamos diante de uma história congelada, pois a realidade se oferece como fotografia do passado: a parte segue tomando conta da nação. Aqui se dá fenômeno curioso: as forças armadas não apenas se concebem anteriores à nação, mas se julgam mesmo autoras e criadoras da nação, e assim, com todos os direitos e poderes para ditar os direitos, os poderes e os valores da nação. E puni-la nos casos de desobediência. Elas se julgam acima da história, pois pretendem geri-la; alçam-se acima da república, porque a proclamaram, acima da ordem constitucional que não se pejam em fraturar; pousam mesmo acima da soberania popular, pois seu poder derivaria de si mesmas. Do inquestionável argumento da espada. Os militares não são, assim, uma classe de servidores da nação; querem ser mais que um dos poderes da república, o primo inter pares, o único livre de qualquer controle. Atribuem-se um poder moderador como justificativa da intervenção política, e para isso não se consideram célula do Estado. Como se os militares, como corporação, estivessem fora das relações políticas e dos interesses econômicos por elas representados, senão em seu núcleo.

Bolsonaro e a nova face do fascismo

#Publicado em português do Brasil

Edmilson Costa [*]

O debate sobre a emergência do fascismo em várias partes do mundo é um tema que está na ordem do dia, especialmente após a crise sistêmica global que emergiu em 2008. No período anterior à crise, o imperialismo também apoiava regimes de caráter fascistas, como Franco na Espanha, Salazar em Portugal, bem como ditaduras sanguinárias, a exemplo de Somoza na Nicarágua, Papa Doc no Haiti, Mobutu no Congo ou os golpes militares na América Latina. Mas o grande capital sempre procurou dissimular esses apoios em nome do mundo livre, contra a ameaça do comunismo. Com a queda da União Soviética esse discurso ficou enfraquecido. No entanto, desesperados diante da crise mundial, que já castiga o sistema capitalista há 12 anos, sem que seus operadores encontrem uma saída para retomar o crescimento econômico, as classes dominantes mundiais resolveram radicalizar o discurso e a ação, deixar de lado as aparências, e tirar a máscara de uma vez por todas. Agora vale tudo para sair da crise e restabelecer o domínio do capital: não só o apoio aos governos reacionários, de extrema-direita, ou declaradamente fascistas, mas também a aliança com bandos fascistas organizados em várias partes do mundo.

Já não fazem mais questão de dissimular a sua política: pelo contrário, nessa fase de decadência do imperialismo (como todas as fases decadentes dos impérios), seus operadores orgânicos estão construindo um novo discurso anticomunista muito mais amplo que no passado, sintetizado na luta contra o chamado “marxismo cultural” e na defesa radical do individualismo. Eles agora não veem apenas os comunistas como seus inimigos, mas todos aqueles que se contrapõem aos seus objetivos, como os movimentos democráticos, o movimento sindical, o movimentos juvenil, as organizações das mulheres, as organizações multilaterais criadas após a segunda guerra mundial, a ciência e a universidade, a cultura e, inclusive a própria democracia formal. Assumem abertamente uma postura obscurantista, como a negação da ciência, a defesa de temas muitas vezes já superados pelo renascimento e mesclam velhas fórmulas populistas com o que há de mais sofisticado nas tecnologias da informação buscando arregimentar as massas para suas propostas.

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