sábado, 14 de novembro de 2020

Terceiro pior dia de novos casos de covid-19 em Portugal

Portugal registou, este sábado, mais 6602 casos - terceiro valor diário mais alto desde o início da pandemia - e 55 mortes por covid-19. Só no Norte há 4154 novos infetados, um novo recorde na região, o que representa 63% do total.

É a terceira vez no espaço de uma semana que Portugal regista mais de 6600 casos diários. Os 6602 infetados das últimas 24 horas só ficam atrás dos 6653 casos notificados na sexta-feira, no pior dia desde o início da pandemia, e dos 6640 do passado sábado. No total, foram confirmados até agora 211266 casos de covid-19 no país. Desses, 85444 são casos ativos, com mais 1412 nas últimas 24 horas. Há mais 1511 contactos em vigilância, num total de 91936. Quanto aos doentes recuperados, são mais 5135, de um total de 122517 pessoas que já recuperaram da doença até hoje.

O Norte é a região com mais novos infetados, totalizando 4154 casos (63%) - novo recorde, depois dos 4061 casos de sexta-feira -, seguido pelas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, com 1563 (24%), Centro, com 715 (11%), Algarve, com 95 (1,4%), Alentejo, com 52 (0,8%), Açores, com 18 (0,3%), e Madeira, com cinco (0,1%).

Do total de 55 óbitos declarados nas últimas 24 horas, 28 foram no Norte (1519 vítimas mortais no total), 17 em Lisboa e Vale do Tejo (1250), oito no Centro (411) e duas no Alentejo (76). O Algarve (32) e os arquipélagos dos Açores (15) e da Madeira (duas) não registaram qualquer morte. Em todo o país, são agora 3305 as vidas perdidas para a covid-19 desde o início da pandemia.

As vítimas mortais são 32 mulheres (27 com 80 anos ou mais e cinco na casa dos 70-79 anos) e 23 homens (18 com 80 anos ou mais, três na casa dos 70-79 anos e dois na dos 60-69 anos). No total, já morreram 1685 homens e 1620 mulheres com covid-19 em Portugal.

Há menos um doente internado, num total de 2798 internamentos, mas há mais 25 pessoas nos cuidados intensivos (são 413 ao todo).

Tiago Rodrigues | Diário de Notícias

E as responsabilidades do PS, senhor ministro?

AbrilAbril | editorial

O ministro de Estado e da Economia, num canal do PS para as plataformas digitais, procurou, esta quarta-feira, atribuir aos partidos à esquerda a responsabilidade de, caso o Orçamento vir a ser chumbado, tal possa significar uma possível «entrega» do poder à direita, incluindo partidos reaccionários como Chega.

Mas, senhor ministro, onde ficam, neste quadro, as responsabilidades do PS? Num período difícil para os trabalhadores e as populações, em que o desemprego aumentou, em que se regista uma escalada no atropelo aos direitos dos trabalhadores, em que o Serviço Nacional de Saúde se debate e estica para responder a todas as solicitações em plena pandemia, as opções orçamentais do Governo serão decididas e fortes para fazer face à situação que gera desespero e descontentamento?

Estas afirmações de Siza Vieira vêm na sequência de outras que têm sido proferidas por membros do Governo e dirigentes do PS que, ao invés de procurarem trazer ao debate público as opções fundamentais que possam robustecer o país a nível económico e social para enfrentar a crise, procuram sacudir a pressão que sentem por não se desamarrarem de constrangimentos nas contas públicas, em particular vindos da União Europeia.

Para não «entregar» o futuro do País à direita, talvez o ministro de Estado e da Economia devesse pensar em como encontrar mais receitas, junto do grande capital, para dar respostas às funções sociais do Estado que gritam por mais meios técnicos e humanos; ou, entre outras, quais as medidas necessárias para defender os trabalhadores ou os reformados.

Imagem: O primeiro-ministro, António Costa, o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro e o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira no debate sobre o Programa do XXII Governo Constitucional, na Assembleia da República. Lisboa, 31 de Outubro de 2019 -- TIAGO PETINGA / Agência Lusa

O recolher

HenriCartoonpor Henrique Monteiro

Prova dos Factos: o acordo do PSD com o Chega é só regional?

Uma das medidas do acordo regional tem que ser aprovada na Assembleia da República

A frase

“Não há qualquer entendimento a nível nacional e a negociação dos quatro pontos que viabilizam os votos favoráveis dos deputados açorianos do Chega ao Governo PSD/CDS/PPM foi feita a nível regional”. Fonte: comunicado do PSD

O contexto

Desde que foi feito o acordo entre PSD e Chega nos Açores que Rui Rio tem sempre insistido que a negociação que levará os deputados eleitos pelo Chega a viabilizar um governo liderado pelo PSD nos Açores é de exclusivo carácter regional.

Desde que foi feito o acordo entre PSD e Chega nos Açores que Rui Rio tem sempre insistido que a negociação que levará os deputados eleitos pelo Chega a viabilizar um governo liderado pelo PSD nos Açores é de exclusivo carácter regional.

Na conferência de imprensa de 10 de Novembro Rui Rio enumerou os quatro pontos: fazer uma proposta para a redução dos deputados regionais, baixar a incidência do subsidio de dependência nos Açores (Rui Rio referiu o Rendimento Social de Inserção – a que chamou pelo nome anterior, rendimento mínimo garantido, interrogando para responder aos críticos: “É uma proposta fascista baixar o número de pessoas com rendimento mínimo garantido?”).

O terceiro ponto do acordo é a criação de um gabinete de luta contra a corrupção e o quarto ponto o reforço da autonomia dos Açores.

Os factos

É evidente que a instalação de um gabinete de luta contra a corrupção nos Açores só depende do Governo Regional ou Assembleia Legislativa Regional dos Açores. Mas uma das partes do acordo, para ser cumprida, só o pode ser a nível nacional.

Vejamos: a redução dos deputados regionais tem que ser decidida por lei da Assembleia da República. Uma vez que Rui Rio disse que concorda com a proposta, pode sempre dizer que não está a ceder ao Chega quando a apresentar no parlamento nacional.

Na conferência de imprensa de dia 10, Rio disse ser também a favor de “baixar o rendimento mínimo garantido”, que também é uma lei da República e só pode ser alterado pela maioria existente na República e não nos Açores. Mas a verdade é que no acordo assinado pela coligação PSD/CDS/PPM com o Chega não se fala em baixar o Rendimento Social de Inserção, mas sim em “criar condições de desenvolvimento económico e de promoção da inclusão social” para reduzir “através da inserção social e laboral o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção em idade activa, com capacidade de trabalho, aumentando a sua colaboração com a comunidade onde estão inseridos”. E sim, isto pode fazer-se regionalmente.

Já a redução do número de deputados na Assembleia Legislativa Regional dos Açores só pode ser aprovada por uma lei da República, pois implica alterar a Lei Eleitoral para a Assembleia Regional dos Açores.

Em resumo

É impossível dizer-se que um acordo é estritamente regional quando inclui uma medida que só pode ser modificada por lei da República. O número de deputados da Assembleia Regional é fixado na Lei Eleitoral para a Assembleia Regional dos Açores que tem que ser aprovada por maioria absoluta da Assembleia da República – que PSD e Chega não têm. Ainda.

Ana Sá Lopes | Público

Acordo entre o PSD e o Chega "dá uma grande vantagem à Esquerda"

Francisco Louçã analisou, esta sexta-feira, o acordo do PSD com o Chega nos Açores

Um dos temas quentes da semana foi a coligação entre o PSD, o CDS, e o PPM, com acordos com a Iniciativa Liberal e o Chega, nos Açores. A polémica negociação, cuja proposta ainda permanece em segredo, entre o partido liderado por Rui Rio e o partido de André Ventura, já levou a vários esclarecimentos, muitas críticas e até avisos por parte do Presidente da República.

Esta sexta-feira, no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, Francisco Louçã analisou o tema e sublinhou que este acordo pode trazer várias e "problemáticas" implicações.

Antes de falar acerca do "preço a pagar" por um acordo entre o PSD e o Chega, o bloquista começou por criticar que o documento assinado entre os dois partidos ainda seja secreto. "Todo o acordo é secreto que é uma coisa espantosa, como é que pode acontecer uma coisa destas", atirou, explicando de seguida um dos poucos pontos revelados por André Ventura.

Quando dois porcos viraram almirantes

De vez em quando, gosto de recordar que também nos divertíamos na luta contra o fascismo.

Em Julho de 1972, as Brigadas Revolucionárias lançaram dois porcos nas ruas de Lisboa, no Rossio e em Alcântara, como reacção à farsa eleitoral que reconduziu Américo Tomás ao seu último mandato como presidente da República.

Estavam vestidos de almirantes (tal como Américo Tomás...) e untados para ficarem escorregadios. A polícia não conseguiu agarrá-los e teve de os matar à metralhadora. Grande sucesso nas ruas de Lisboa! Foram depois distribuídos panfletos, lançados por petardos, com o seguinte conteúdo:

Entre as Brumas da Memória

Mais lidas da semana