sábado, 19 de dezembro de 2020

IMAGEM DO DIA | José Dias Coelho, assassinado pela PIDE

Passam hoje 59 anos sobre o assassinato de José Dias Coelho, artista plástico e militante antifascista. Com uma fulgurante carreira de pintor e escultor, o funcionário e dirigente do PCP na clandestinidade, foi morto a tiro pela PIDE, a polícia política de Salazar, numa rua de Alcântara, em Lisboa, à qual foi dado o seu nome. 

Gravura de Abel Manta sobre José Dias Coelho 

AbrilAbril

SEF? "Cabrita foi protegido por ser amigo e colaborador próximo de Costa"

A pandemia da Covid-19 e o Caso SEF foram dois dos temas que estiveram 'em cima da mesa' no habitual comentário de Francisco Louçã na SIC Notícias.

'travão de mão' que o Executivo de António Costa teve de puxar no que às medidas para o Ano Novo diz respeito foi um dos temas que Francisco Louçã comentou no seu espaço habitual das sextas-feiras à noite na SIC Notícias. Apontando que espera que "as medidas nunca sejam tomadas em função de popularidade" do Governo, porque estamos a falar do "interesse público", o fundador do BE acrescentou que estas "vão ser sempre desagradáveis". 

Louçã frisou que "vamos ultrapassar hoje durante o dia os seis mil mortos", o que classificou como "uma tragédia". "Apesar de os números [de casos] se manterem muito altos, com uma ligeira inflexão, o número de mortos não se reduziu, mesmo que nos seja dito que o pico já passou. Isto é um caso quase único entre os países europeus", afirmou o comentador. 

"O número de mortos é muito elevado e está a arrastar Portugal para uma situação ainda muito difícil", reiterou, considerando que as medidas que estão a ser tomadas pelo Governo são "razoáveis": "Percebe-se agora que não tinha sentido ter sido dito há mais de um mês que começar as medidas de recolher obrigatório em novembro era uma forma de evitar que fossem tomadas estas medidas no Natal". 

Para o fundador do Bloco de Esquerda, "não tinha nenhum sentido fazer esta projeção" e era "mais prudente ter medidas indicativas" porque as "condições mais restritivas tinham que ser impostas no momento em que há vontade de maior comunicação entre as famílias". 

O economista destacou que "as medidas são necessárias" e "as Autoridades estão agora a antecipar que, mesmo com o cuidado que as pessoas possam vir a ter, haverá em janeiro uma possibilidade de aumento de casos". "É quase certo que teremos uma terceira vaga pelas indicações que as Autoridades de Saúde têm vindo a dar. É preciso é que seja muito contida". 

"Acho que é muito importante que se comece logo que se tem as vacinas"

Sobre a vacinação, Francisco Louçã disse crer que "ainda será necessário pensar num reforço na capacidade de enfermeiros", mas não antevê que haja problemas com a antecipação do prazo do início da campanha: "Acho natural que se faça isso. Acho que é muito importante que se comece logo que se tem as vacinas". 

Haverá, contudo, na opinião do comentador, "um problema". "Um discurso anti-vacina faz com que, por exemplo, em países como França, metade da população não queira ser vacinada. Em Portugal é muito menos, mas há setores espantosos da população que reproduzem o discurso que ouvimos hoje a Bolsonaro, se tomar a vacina me posso tornar num jacaré". 

SEF? Ministro "foi protegido por ser amigo e colaborador próximo de Costa"

A reestruturação no SEF foi outro dos temas 'em cima da mesa', com Louçã a advogar que "o que se soube com a morte de Homeniuk - e o que veio sendo revelado entretanto - era um sistema de violência que se exercia de várias formas mas que tratava uma parte dos migrantes que batiam à porta de Portugal como potenciais criminosos". Este "sistema de violência", continuou, "foi alimentado por uma opacidade que se prolongou ao longo do tempo". 

"O ministro não tomou nenhuma medida durante muitos meses e isso fragiliza-o imensamente. Na verdade, ele foi protegido por ser amigo e um colaborador próximo de António Costa, que decidiu mantê-lo nessas funções", considerou o comentador.

Notícias ao Minuto

Ana Gomes descola de Ventura e Marcelo ganha com 62,5%, diz sondagem

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes aumenta a vantagem sobre o candidato do Chega, André Ventura, nas intenções de voto para as presidenciais, num estudo da Eurosondagem em que Marcelo Rebelo de Sousa lidera com 62,5%.

Na sondagem, para o Porto Canal e o semanário Sol, Marcelo recua 0,6 pontos percentuais relativamente ao estudo de novembro, mas vence à primeira volta com 62,5%.

Ana Gomes, que estava empatada com Ventura no estudo da Eurosondagem realizado há um mês, regista a maior subida do estudo, 3,2 pontos percentuais, e conta agora com 13,3%, ocupando isolada o segundo lugar na corrida a Belém.

Apesar de ter perdido a segunda posição nos estudos da Eurosondagem, André Ventura sobe 0,5 pontos percentuais relativamente a novembro e recolhe 10,5% das intenções de voto.

Quando o liberalismo arrasa a liberdade

#Publicado em português do Brasil

Em novo livro, história que se repete. Nos anos 30, em nome de uma economia “sem intervenções”, liberais alemães defenderam mão forte estatal contra desvios da democracia. Carl Schmitt liderou o giro teórico, e em seguida aderiu ao nazismo

Joseph Confavreux | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins | Imagem: William Gropper

Uma etimologia comum não significa uma política coerente. Entre as liberdades e o liberalismo, pode haver abismos, especialmente quando os liberais assumem o programa de um neoliberalismo cujas políticas, amplamente rejeitadas, precisam ser impostas por meios violentos.

O filósofo Grégoir Chamayou, autor de um livro importante sobre a genealogia do “liberalismo autoritário” (La Société ingouvernable, La Fabrique, 2018), amplia seu trabalho de documentação e análise de uma ideologia cuja gênese é necessário examinar sem o cacoete preguiço do “retorno aos anos 1930”, para compreender como ela poderia estruturar o mundo contemporâneo.

Para escrever Sobre o Liberalismo Autoritário, publicado pelas edições Zones, que ele por sinal dirige, o pesquisador comentou e traduziu dois textos conflitantes, ambos redigidos em 1932 por juristas e filósofos alemães. Um, de Carl Schmitt (1888-1985), conservador que aderiria ao nazismo em 1933; o outro, de Hermann Heller (1891-1933), militante de esquerda na república de Weimar e morto no exílio em Madri, onde, como judeu, buscava refúgio.

No discurso “Estado forte e economia sã”, pronunciado em 23/11/1932, diante de uma assembleia de empresários em Dusseldorf, Carl Schmitt diz que o Estado alemão, que ele vê como um Estado-Providência, curvado sob o suposto peso das exigências sociais e transformado num Estado fraco e pesado, ainda que mais presente em cada vez mais terrenos. Ele opõe a este Estado “total” – num sentido “puramente quantitativo, relativo a seu tamanho, não à sua intensidade ou energia política” – um “Estado total qualitativo”, que diz explicitamente preferir. Chamayou descreve este último como um “Estado forte, que concentrará em suas mãos toda a potência da técnica moderna e os instrumentos de comunicação de massa; um Estado militar-midiático, guerreiro e propagandista, dotado da tecnologia de ponta em matéria de repressão dos corpos e de manipulação dos espíritos.

O que Schmitt diz aos empresários alemães, decifra o pesquisador, “é no fundo o seguinte: vocês querem ‘libertar’ a economia, querem acabar com o intervencionismo do Estado social, com os gastos públicos excessivos, com a carga fiscal relacionada a eles, com o Direito do Trabalho que os bloqueia etc. Já compreendemos. Mas precisam se dar conta de que, para obter tudo isso, ou seja, uma retirado do Estado da economia, será preciso algo muito distinto de um Estado mínimo e neutro”. Bem ao contrário, será preciso um Estado forte, capaz de silenciar as oposições sociais e políticas. Schmitt assegura a seu auditório que esta potência terminará na porta das empresas e mercados.

Como os EUA pagou aos super-ricos para aprovar leis de alívio ao coronavírus

#Publicado em português do Brasil

Eric Zuesse* | Strategic Culture Foundation

Em 14 de dezembro, duas notícias excelentes foram publicadas tardiamente sobre parte da corrupção maciça que estava por trás da lei federal inicial de alívio do coronavírus dos EUA, a Lei CARES, e sobre os senadores dos EUA de ambas as partes que agora pretendem incluir tal corrupção no próximo 1. (NOTA: Este noticiário pode ser visto como uma confirmação, e uma explicação adicional, do que eu estava prevendo em meu artigo em 22 de abril, “Por que a América pós-Coronavirus terá pobreza massiva” . O que isso estava prevendo está sendo confirmado nas duas notícias recentes que são citadas aqui.)

Com relação à Lei CARES, J. Robert Downen encabeçou no Houston Chronicle em 14 de dezembro, “Joel Osteen's Lakewood Church obteve $ 4,4 milhões em empréstimos federais de PPP” , e ele relatou que “Lakewood recebeu um empréstimo de $ 4,4 milhões através do Programa de Proteção ao Cheque de Pagamento, a parte da Lei CARES federal que concedia empréstimos para pagar salários de funcionários ou outros custos operacionais básicos, como serviços públicos. O programa marcou a primeira vez que legisladores federais permitiram assistência financeira direta a templos religiosos. … Mais de 1.000 grupos religiosos no Texas receberam centenas de milhões de dólares para reter 59.000 empregos, informou o Chronicle em julho. ”

Por volta do início da epidemia de coronavírus, o governo do estado do Texas anunciou, em 24 de janeiro de 2020, que “Nossa força de trabalho continua a crescer e agora é de 14.188.100 texanos”, e isso significa que a quebra de precedente da Lei CARES ("a primeira vez que legisladores federais permitiram assistência financeira direta a templos religiosos") estava ajudando a manter o emprego para um duzentos e quarenta dos texanos empregados, e portanto, não poderia ter produzido qualquer impacto significativo sobre a taxa de desemprego no Texas, mas apenas melhorou as chances de reeleição de funcionários públicos no Texas, ao comprar dos pregadores do Texas (que têm muita influência política naquele estado ) uma atitude mais favorável para com os titulares de cargos governamentais em exercício, que forneceram essa generosidade, em seu interesse especial.

O que não está a ser dito sobre a vacina da Pfizer contra o coronavírus

F. William Engdahl [*]

Bill Gates financia e promove activamente novas vacinas não testadas que supostamente nos manterão pelo menos algo protegidos de uma morte horrível pelo novo coronavírus e supostamente nos permitirão retomar uma vida um tanto "normal". A gigante farmacêutica Pfizer anunciou agora o que eles afirmam serem resultados espectaculares em testes humanos iniciais. Eles utilizam uma tecnologia experimental conhecida como edição de genes, especificamente edição de genes de mRNA, algo nunca antes utilizado em vacinas. Antes de nos apressarmos a sermos injectados na esperança de obter alguma imunidade, deveríamos saber mais acerca desta tecnologia experimental radical e da sua falta de precisão.

O mundo financeiro reagiu tempestuosamente em 9 de Novembro quando a gigante farmacêutica Pfizer e seu parceiro alemão, BioNTech, anunciaram num comunicado à imprensa da companhia que havia desenvolvido uma vacina para a Covid19 que era "90%" eficaz. O polémico chefe do NIAID nos Estados Unidos, Tony Fauci, apressou-se a saudar a notícia e a UE anunciou que havia comprado 300 milhões de doses da custosa nova vacina. Se acreditar em mercados financeiros, a pandemia é tudo menos história do passado.

Eventos suspeitos

No entanto, parece que Albert Bourla, o CEO da Pfizer, não compartilha confiança nas suas próprias afirmações. No dia em que sua companhia emitiu seu comunicado à imprensa sobre os propostos ensaios de vacinas, ele vendeu 62% das suas acções na Pfizer, lucrando milhões com o negócio. Ele deu a ordem de venda numa opção especial em Agosto a fim de que não aparecesse como "venda privilegiada" ("insider selling"), no entanto, ele também temporizou para que fosse logo após as eleições nos Estados Unidos e os grandes media declararem ilegitimamente Joe Biden como presidente eleito. Aparentemente Bourla tinha um conflito de interesses bastante claro quanto à temporização do seu comunicado à imprensa no mesmo dia .

Bourla mentiu e negou à imprensa que sua companhia houvesse recebido quaisquer fundos da Administração Trump para desenvolver a vacina quando foi divulgado que no Verão eles contrataram a entrega de 100 milhões de doses ao governo dos EUA. Além das acções suspeitas da Pfizer estava o facto de a empresa ter informado primeiro a equipe de Joe Biden ao invés das agências governamentais relevantes dos EUA.

Mas isto está longe de ser a única coisa alarmante sobre o tão alardeado anúncio da Pfizer.

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