A pandemia da Covid-19 e o Caso SEF foram dois dos temas que estiveram 'em cima da mesa' no habitual comentário de Francisco Louçã na SIC Notícias.
O 'travão de mão' que o Executivo de António Costa teve de puxar no que às medidas para o Ano Novo diz respeito foi um dos temas que Francisco Louçã comentou no seu espaço habitual das sextas-feiras à noite na SIC Notícias. Apontando que espera que "as medidas nunca sejam tomadas em função de popularidade" do Governo, porque estamos a falar do "interesse público", o fundador do BE acrescentou que estas "vão ser sempre desagradáveis".
Louçã frisou que "vamos ultrapassar hoje durante o dia os seis mil mortos", o que classificou como "uma tragédia". "Apesar de os números [de casos] se manterem muito altos, com uma ligeira inflexão, o número de mortos não se reduziu, mesmo que nos seja dito que o pico já passou. Isto é um caso quase único entre os países europeus", afirmou o comentador.
"O número de mortos é muito elevado e está a arrastar Portugal para uma situação ainda muito difícil", reiterou, considerando que as medidas que estão a ser tomadas pelo Governo são "razoáveis": "Percebe-se agora que não tinha sentido ter sido dito há mais de um mês que começar as medidas de recolher obrigatório em novembro era uma forma de evitar que fossem tomadas estas medidas no Natal".
Para o fundador do Bloco de Esquerda, "não tinha nenhum sentido fazer esta projeção" e era "mais prudente ter medidas indicativas" porque as "condições mais restritivas tinham que ser impostas no momento em que há vontade de maior comunicação entre as famílias".
O economista destacou que "as medidas são necessárias" e "as Autoridades estão agora a antecipar que, mesmo com o cuidado que as pessoas possam vir a ter, haverá em janeiro uma possibilidade de aumento de casos". "É quase certo que teremos uma terceira vaga pelas indicações que as Autoridades de Saúde têm vindo a dar. É preciso é que seja muito contida".
"Acho que é muito importante que se comece logo que se tem as vacinas"
Sobre a vacinação, Francisco Louçã disse crer que "ainda será necessário pensar num reforço na capacidade de enfermeiros", mas não antevê que haja problemas com a antecipação do prazo do início da campanha: "Acho natural que se faça isso. Acho que é muito importante que se comece logo que se tem as vacinas".
Haverá, contudo, na opinião do comentador, "um problema". "Um discurso anti-vacina faz com que, por exemplo, em países como França, metade da população não queira ser vacinada. Em Portugal é muito menos, mas há setores espantosos da população que reproduzem o discurso que ouvimos hoje a Bolsonaro, se tomar a vacina me posso tornar num jacaré".
SEF? Ministro "foi protegido por ser amigo e colaborador próximo de Costa"
A reestruturação no SEF foi outro dos temas 'em cima da mesa', com Louçã a advogar que "o que se soube com a morte de Homeniuk - e o que veio sendo revelado entretanto - era um sistema de violência que se exercia de várias formas mas que tratava uma parte dos migrantes que batiam à porta de Portugal como potenciais criminosos". Este "sistema de violência", continuou, "foi alimentado por uma opacidade que se prolongou ao longo do tempo".
"O ministro não tomou nenhuma medida durante muitos meses e isso fragiliza-o imensamente. Na verdade, ele foi protegido por ser amigo e um colaborador próximo de António Costa, que decidiu mantê-lo nessas funções", considerou o comentador.
Notícias ao Minuto
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