A ONU está a seguir de perto os ataques em Palma, no norte de Moçambique, e está preocupada com a "rápida deterioração da situação humanitária" na região, disse hoje o porta-voz adjunto do secretário-geral.
O porta-voz adjunto de António Guterres, Farhan Haq, informou à Lusa: "Estamos a seguir de perto os ataques em Palma, que começaram em 24 de março e continuaram hoje. Há informação limitada sobre os incidentes".
"Continuamos preocupados com a violência na província de Cabo Delgado que provoca o aumento do deslocamento de populações e leva à rápida deterioração da situação humanitária na região", acrescentou Farhan Haq.
Segundo o porta-voz adjunto, vários trabalhadores humanitários da ONU estavam em Palma quando o ataque começou e a organização está "a comunicar com todos os contactos relevantes para assegurar que os trabalhadores podem sair da área".
A Organização das Nações Unidas "está pronta para continuar a apoiar o povo e o Governo de Moçambique para responder urgentemente às necessidades humanitárias da população afetada", acrescentou o porta-voz adjunto.
População em fuga
O Ministério da Defesa do país confirmou esta quinta-feira (25.03), numa declaração à imprensa, um ataque armado à vila de Palma, norte do país, junto ao projeto de gás de Cabo Delgado.
De acordo com a mesma fonte, as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até este momento, informação sobre vítimas e danos causados.
O ataque a Palma aconteceu no dia em que o Governo moçambicano e a petrolífera Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial de Afungi, adjacente à vila de Palma (separados por sete quilómetros de terrenos), após reforço das condições de segurança.
O Ministério da Defesa apelou para a população "se manter vigilante e serena enquanto procura espaços seguros", pedindo colaboração com as autoridades, "denunciando os terroristas e homens armados para a sua neutralização".
Várias fontes disseram na quarta-feira à Lusa que a população de Palma estava a abandonar a vila e a refugiar-se na mata, cenário também confirmado pelo Ministério da Defesa.
Deutsche Welle | Lusa
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