David Chan* | Plataforma | opinião
Durante a primeira conferência de imprensa, o presidente americano Joe Biden, além de afirmar não procurar ativamente confrontos com a China e de não permitir que o país ultrapasse os EUA, apresentou ainda uma importante medida, o investimento de biliões de dólares na criação de infraestruturas e tecnologias emergentes como computação quântica, inteligência artificial e biotecnologia.
O presidente afirma que a China está a investir o triplo desta quantia em infraestruturas, e que por isso precisam de acompanhar este desenvolvimento para competir com o país.
Biden não partilhou o valor exato do investimento, porém a Goldman Sachs estima que o total designado para a criação de infraestruturas é no mínimo 2 biliões. Se neste valor forem ainda incluídos os investimentos em seguros de saúde, educação e cuidados infantis, o total deve chegar aos 4 biliões. Ou seja, além do plano de estímulo financeiro de 1,9 biliões, Biden planeia investir um total de 6 biliões em infraestruturas logo no início do mandato. Depois do plano de estímulo económico de 3 biliões aplicado por Trump após a pandemia, o Departamento do Tesouro e Reserva Federal dos Estados Unidos conseguiram no espaço de pouco mais de um ano criar um plano de 9 biliões de dólares. Mas afinal de onde vêm todos estes dólares? Simplesmente imprimem mais dinheiro, ao estilo americano, aproveitando-se da hegemonia financeira para exportar dólares e fazer o mundo sofrer para proveito próprio.
Como forte moeda global, o dólar é como um título de crédito nacional americano. Quem acredita na força dos EUA, acredita no dólar. A moeda americana é a principal moeda do mundo, e através dessa hegemonia os EUA conseguem facilmente fazer com que o resto do mundo pague pelas respetivas medidas financeiras.
Biden irá agora imprimir dinheiro, baixar as taxas de juro e inflacionar as categorias de ativos de países estrangeiros em preparação para o futuro. De acordo com a Reserva Federal americana, até 2023 não é esperado que as taxas de juro aumentem, ou seja, o país pretende extorquir o resto do mundo por volta dessa altura.
Os alvos concretos já foram listados pela Bloomberg: Argentina, Índia, Vietname, Turquia, Sri Lanka, Ucrânia, Brasil, Paquistão, Egipto e Indonésia. Dez países em desenvolvimento cujo crescimento irá sofrer e cuja economia irá reverter de volta ao que era há duas décadas atrás, um verdadeiro conflito sem sangue, uma guerra financeira. Os EUA são uma grande potência financeira, e o dólar americano é a moeda global, possibilitando que o país consiga utilizar esta ferramenta numa guerra financeira.
Os americanos sempre recorreram a todo o tipo de estratagemas, porém apenas a China conseguiu limitar o canal de conversão de RMB em dólar americano, recusando-se a uma abertura completa à moeda americana. Assim foi evitada a possibilidade de esta moeda causar problemas no mercado chinês, controlando a compra de moedas estrangeiras. Esta é a razão pela qual a China tem sobrevivido a todas as depredações americanas.
*Editor Senior
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