"Este [Luís Amado] não é o
primeiro candidato a ser rejeitado, é o enésimo", desabafou um diplomata
das Nações Unidas à AFP.
Segundo "vários outros diplomatas", Luís Amado foi o último
'candidato' ao cargo a ser rejeitado pela Frente Polisário, após analisar
declarações do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional,
nos Governos de José Sócrates, que considerou terem "uma inclinação a
favor de Marrocos".
"É exagerado", disse à AFP um dos diplomatas, enquanto outra fonte da
agência considerou que o facto de o nome de Luís Amado ter sido apoiado por
Rabat "era motivo suficiente para ter oposição dos saharauis".
Ainda segundo uma fonte diplomática da ONU, "os EUA estão a
pressionar" para que seja encontrado um emissário para as negociações
relativamente ao Saara Ocidental.
A decisão de Trump não foi acolhida pelas Nações Unidas, que continuam a centrar-se nas resoluções adotadas há cerca de 30 anos para a região.
A próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a questão do Saara Ocidental está agendada para quarta-feira.
No conflito do Saara Ocidental, que dura há várias décadas, a Frente Polisário reclama a realização de um referendo, agendado pela ONU em 1991, enquanto Marrocos, que controla 80% daquele vasto território, propõe um plano de autonomia sob a sua soberania.
A questão agudizou-se em novembro, após os separatistas saharauis terem interrompido o cessar-fogo em vigor desde 1991, em resposta a uma operação militar marroquina numa zona tampão no extremo sul do Saara Ocidental.
No início deste mês, Addah Al-Benfdir, chefe da polícia da Frente Polisário, foi morto num inédito ataque de drones em Marrocos, segundo os saharauis, informação que ainda não foi confirmada por entidades independentes.
Jornal de Negócios | Lusa
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