domingo, 9 de maio de 2021

Guerras provocadas pelos EUA geram tragédias humanitárias em vários países

# Publicado em português do Brasil

Zhang Mengxu* | opinião

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou recentemente que retiraria todos os soldados americanos remanecentes do Afeganistão, para finalizar a guerra mais longa da história dos EUA.

A Guerra do Afeganistão que durou 20 anos resultou na morte de pelo menos 2500 soldados americanos e de mais de 30 mil civis afegãos, além de deixar mais de 60 mil feridos e 11 milhões de refugiados.

Os militares entraram no Afeganistão em nome da luta contra o terrorismo, mas deixaram uma bagunça cravada e se retiraram silenciosamente. Do Iraque, Síria ao Afeganistão, os EUA lançaram guerras externas repetidamente sob o pretexto de moralidade e justiça, criando uma série de tragédias humanas que causaram sofrimentos infinitos para a população local.

O ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, apontou em abril de 2019 que os Estados Unidos são o país mais combativo na história mundial. Desde a fundação do país há 242 anos, os EUA não realizaram guerras por apenas 16 anos. A interferência nos assuntos exteriores permeia toda a sua política diplomática.

Durante a Marcha ao Oeste, no período inicial da fundação dos EUA, os colonos brancos lançaram genocídios brutais contra as tribos indígenas e os levaram a viver em reservas remotas e desolados. De acordo com a “Doutrina Monroe” apresentada no Século XIX, os EUA consideraram as Américas a sua própria esfera de influência para realizar fusão e expansão de grande escala.

Durante a Guerra Fria, os EUA estiveram envolvidos na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietnã por um lado, e engajados em guerras por procuração na Ásia, África e América Latina, por outro lado, para responder à chamada “ameaça comunista” e atacar os governos estrangeiros que mantiveram relações hostis com Washington.

Depois do fim da Guerra Fria, a interferência externa dos EUA chegou a um novo nível. Como apontou o acadêmico americano de relações internacionais, Robert Keohane, no seu livro “Depois da Hegemonia: Cooperação e Disputas na Economia Política Mundial”, “desde o incidente de 11 de setembro, entramos num novo período característico em que os Estados Unidos recorreram as suas forças política e militar sem precedentes”.

O website americano “The intercept” registrou o seguinte caso: à 1h da madrugada de 29 de janeiro de 2017, uma equipe SEAL da marinha americana invadiu uma vila remota na província de Albaida, no Iêmen, sob a cobertura de helicópteros armados. Numa encosta baixa, a equipe SEAL sofreu um ataque forte. No contra-ataque cego seguinte, os helicópteros bombardearam toda a vila, destruindo uma dúzia de edifícios, incluindo as casas de pedra onde as aldeões dormiam. A operação causou a morte de 6 mulheres e 10 crianças menores de 13 anos, além de ter matado 120 animas, dentre eles, cabras, ovelhas e burros.

O Pentágono explicou mais tarde que a operação visava capturar ou matar Qassim Rimi, líder do grupo Al-Qaeda da ramificação da Península Arábica. Este caso é apenas um epítome de inúmeros casos de “bombardeio inadvertido” de civis nos 20 anos da guerra contra o terrorismo iniciada pelos EUA.

A revista americana “National” relatou que nos últimos anos, as forças de missão especial dos EUA foram acusadas de massacre, assassinato, abuso de prisioneiros, estupro de crianças, abuso sexual, tráfico de drogas e roubo de propriedades governamentais. No entanto, quase ninguém foi responsabilizado pelas acusações.

Os EUA estão obcecados com a intervenção externa e a exportação de sistemas, o que mergulhou muitos países numa turbulência contínua. No Oriente Médio, os EUA recorreram à força para quebrar o equilíbrio regional original. Os países como Iraque e Síria se tornaram os focos do terrorismo, onde cresceu o grupo extremista “Estado Islâmico” e trouxe grandes perigos ocultos para a paz e segurança mundiais.

Em alguns países da Comunidade de Estados Independentes (CEI), os EUA estabeleceram organizações não governamentais sob o nome de “transformação democrática” para cultivar forças antigovernamentais e conduzir infiltrações políticas de longo prazo e recrutar estudantes radicais como vanguarda para lançar revoluções coloridas e a “política de rua”, fazendo com que os países relevantes caiam na dilaceração interna e na instabilidade duradoura.

O projeto “War Cost” do Instituto Watson para Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade de Brown, nos EUA, concluiu que a guerra contra o terrorismo que durou de 2001 até a atualidade, causou diretamente a morte de mais de 800 mil pessoas, incluindo 335 mil civis. A guerra deixou 21 milhões de pessoas no Afeganistão, Iraque, Paquistão e Síria desabrigados ou em condições de moradia extremamente precoces.

Aquele que acende o fogo queima seu corpo. A revista americana “Foreign Affairs” frisou que a busca da hegemonia pelos Estados Unidos trouxe mais rivais e inimigos, e corroeu o sistema político do país, levando a uma maior segmentação e à xenofobia nos EUA.

O mundo deve ser colorido, mas alguns políticos americanos não conseguem ver isso. A cabeça deles está repleta de jogos de soma zero, supremacia de hegemonia e choque de civilizações. A turbulência exportada pelos EUA devastou vidas em muitos países e regiões, enquanto inúmeras famílias ficaram separadas. Se esses são os “direitos humanos” alegados pelo governo americano, será uma coisa bem estremecida. 

Web editor: Renato Lu, 符园园

Fonte: Diário do Povo Online    08.05.2021

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