sábado, 1 de maio de 2021

MUDEM DE RUMO, MUDEM DE RUMO

 
Zeca Afonso- A formiga no carreiro 

A formiga no carreiro

Vinha em sentido cantrário

Caiu ao Tejo

Ao pé dum septuagenário

Larpou trepou às tábuas

Que flutuavam nas àguas

E de cima duma delas

Virou-se prò formigueiro

Mudem de rumo

Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro

Vinha em sentido diferente

Caiu à rua

No meio de toda a gente

Buliu buliu abriu as gâmbias

Para trepar às varandas

E de cima duma delas

Virou-se prò formigueiro

Mudem de rumo

Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro

Andava a roda da vida

Caiu em cima

Duma espinhela caída

Furou furou à brava

Numa cova que ali estava

E de cima duma delas

Virou-se prò formigueiro

Mudem de rumo

Já lá vem outro carreiro

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