quarta-feira, 1 de setembro de 2021

UE promete combater “migrações ilegais em larga escala”

UE promete combater “migrações ilegais em larga escala” para evitar nova crise

Os ministros do Interior da União Europeia (UE) comprometeram-se hoje a, após as “lições aprendidas” na crise migratória de 2015, prevenir “movimentos migratórios ilegais em larga escala e descontrolados” devido à situação no Afeganistão, prometendo proteção aos refugiados

“Com base nas lições aprendidas, a UE e os seus Estados-membros estão determinados a agir conjuntamente para evitar a recorrência de movimentos migratórios ilegais em larga escala e descontrolados enfrentados no passado, através da preparação de uma resposta coordenada e ordenada”, lê-se numa declaração conjunta hoje subscrita pelos ministros dos 27 Estados-membros.

No final de uma reunião extraordinária realizada presencialmente em Bruxelas (que contou também com membros de três países parceiros) e dedicada à situação no Afeganistão, numa altura de instabilidade na região principalmente pela retirada oficial de hoje da ocupação norte-americana, os responsáveis vincam que “os incentivos à migração ilegal devem ser evitados”, ou seja, a UE promete combater migrações ilegais em larga escala.

A UE rejeita, assim, repetir a crise migratória de 2015, a situação crítica humanitária vivida por centenas de milhares de refugiados chegados nessa altura ao espaço comunitário e oriundos maioritariamente de África e Médio Oriente.

Para tal, devem também ser “lançadas campanhas de informação específicas para combater as narrativas utilizadas pelos contrabandistas, inclusive no ‘online’, que encorajam as pessoas a embarcar em viagens perigosas e ilegais em direção à Europa”, acrescentam os ministros.

Salientando que “a gravidade da evolução da situação exige uma resposta determinada e concertada da UE e da comunidade internacional às suas múltiplas dimensões”, os responsáveis europeus asseguram que a União “e os seus Estados-membros farão o seu melhor para assegurar que a situação no Afeganistão não conduza a novas ameaças à segurança dos cidadãos da UE”.

“Todos os esforços devem ser prosseguidos para assegurar que o regime talibã cesse todos os laços e práticas com o terrorismo internacional e que o Afeganistão não se torne novamente um santuário para os terroristas e grupos de crime organizado”, reforçam os ministros, concordando também sobre um maior controlo nas fronteiras externas da UE.

Na área humanitária, o Conselho reconhece “a necessidade de apoiar e proporcionar proteção adequada às pessoas necessitadas, em conformidade com a legislação da UE e as suas obrigações internacionais, e de aproximar as práticas dos Estados-membros no acolhimento e processamento dos requerentes de asilo afegãos”.

Ao mesmo tempo, que a UE promete combater migrações ilegais em larga escala, “a UE deve também reforçar o apoio aos países vizinhos imediatos do Afeganistão para assegurar que os necessitados recebam proteção adequada principalmente na região”, defendem os ministros.

“Como prioridade imediata, a UE continuará a coordenar com parceiros internacionais, em particular as Nações Unidas e as suas agências, a estabilização da região e a assegurar que a ajuda humanitária chegue às populações vulneráveis, em particular mulheres e crianças, no Afeganistão e nos países vizinhos e, para o efeito, a União e os seus Estados-membros intensificarão o apoio financeiro às organizações internacionais relevantes”, refere ainda a declaração.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país de 2001, na sequência do combate à Al-Qaida após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Plataforma | Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana