domingo, 21 de novembro de 2021

SIM, FOI GENOCÍDIO

# Publicado em português do Brasil

Valerio Arcary* | Rebelión

Neste artigo, o autor expõe seis razões pelas quais Bolsonaro é um homem genocida e terá de ser julgado por isso.

1. A questão central para avaliar a situação brasileira é o saldo desses quase três anos de governo Bolsonaro. Existem várias correntes de oposição ao governo de extrema direita. A disputa eleitoral será acirrada e as discussões, nos mais diversos temas, serão duras. Mas a oposição de esquerda terá que responder a uma pergunta central inevitável. O direito à vida foi respeitado ou não? A política de Bolsonaro para controlar a pandemia foi um genocídio ou não?

2. O Brasil é signatário do Estatuto de Roma que rege o Tribunal Penal Internacional de Haia. Mas a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado não incluiu o crime de genocídio, crime contra a humanidade, juridicamente reconhecido à escala internacional, devido a uma negociação estritamente política. O desafio da esquerda nas eleições será denunciar Bolsonaro como um genocídio, sem misericórdia e sem misericórdia. A banalização dos crimes de Bolsonaro é inaceitável, intolerável e imperdoável. Este não é um debate técnico sobre estratégia de saúde. Diante da pandemia, a horrenda face do neofascista foi totalmente revelada. A conclusão devastadora é que o cataclismo humanitário só não foi muito maior porque houve resistência em alguns governos estaduais e municipais, no Congresso, no STF (Supremo Tribunal Federal). Pero también en una parte del pueblo que, ante el impacto desesperado de la segunda ola, respondió al llamado de la campaña Fuera Bolsonaro y salió a las calles, y la fractura de un sector en el oficialismo que pasó a una oposición contenida, pero oposición ao fim e ao cabo.

3. Até agora, mais de 600.000 vítimas morreram. O Brasil foi, no primeiro semestre de 2021, durante semanas, o país onde mais morreram pessoas em números absolutos e também na proporção da sua população no mundo. É verdade que foi o vírus que matou, mas essa conclusão é meia verdade, portanto, meia mentira. Em uma investigação de homicídio, a responsabilidade não recai sobre quem puxou o gatilho. Devemos querer saber quem "apontou a arma" e, portanto, ordenou o assassinato. Mas é essencial, imperativo, obrigatório saber se houve cúmplices. Se alguém sabia e não fez nada, também é culpado. A cumplicidade não pode ser poupada. Ao avaliar a pandemia, não podemos reduzir a tragédia da saúde ao fatalismo natural. Se aqueles que deveriam proteger a população do perigo do contágio em massa fizeram o contrário e o encorajaram, não se trata apenas de omissão, inépcia, incompetência e incapacidade, mas de aposta consciente e intencional. A caracterização da intencionalidade é a questão central, tanto do ponto de vista político como jurídico. A intenção era salvar a "saúde" dos negócios do capitalismo brasileiro, garantindo, a qualquer preço, a disponibilidade de mão de obra. Sim, foi um genocídio. garantindo, a qualquer preço, a disponibilidade de mão de obra. Sim, foi um genocídio. garantindo, a qualquer preço, a disponibilidade de mão de obra. Sim, foi um genocídio.

4. A pandemia se espalhou muito rapidamente entre o final de 2019 e os primeiros meses de 2020. Mas o governo brasileiro teve tempo de aprender com a experiência internacional. Ficou claro que era necessário fechar aeroportos e rodoviárias, proibir movimentos entre cidades, identificar as primeiras vítimas, evitar aglomerações, aplicar distanciamento social com fechamento de portas e promover a fabricação nacional de máscaras e respiradores, enquanto avançava-se em testes massivos para isolar os infectados. Bolsonaro subestimou o perigo da pandemia minimizando uma pequena gripe. Ele previu que a maioria da população seria inevitavelmente contaminada. Ele defendeu a estratégia de obter imunidade coletiva o mais rápido possível por meio do contágio em massa. Judicializado no STF prefeitos e governadores que tentaram conter a redução com medidas de restrição de movimento. Bolsonaro foi hostil à ajuda emergencial, indispensável à mera sobrevivência de dezenas de milhões, e só sob grande pressão enviou a ultrajante proposta de 200 reais, corrigida pelo Congresso para 600 reais, e suspensa em dezembro do ano passado. Reduziu o total destinado ao lucro de R $ 320 bilhões em 2020 para R $ 44 bilhões em 2021. Rejeitou a oferta da Pfizer, feita em agosto de 2020, de adquirir 70 milhões de doses. Em outubro, ordenou ao ministério que cancelasse a compra das doses de Coronavac produzidas pelo Butantã. Ele anunciou a hidroxicloroquina, uma droga inútil. Tudo isso confirma uma política que não pode ser, politicamente, diminuída como negligência, descuido, estupidez ou loucura. Sim, foi um genocídio.

5. Os genocídios não são catástrofes excepcionais, incomuns e raras na história da humanidade. Pelo contrário, foram e continuam a ser, dramaticamente, recorrentes. Por milhares de anos, as guerras de conquista foram constantes. Tribos, povos e civilizações foram massacrados em todos os continentes, de forma cruel e bárbara. Existe uma complexa controvérsia historiográfica sobre a definição de genocídio. Alguns argumentam que assassinato em massa com motivação política não é o mesmo que genocídio. Só o extermínio de uma população na forma de “limpeza étnica”, discriminação, perseguição e, no extremo, a substituição de um povo por outro seria genocídio. O horror do holocausto judeu causado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial é o mais conhecido. Alguns outros também são internacionalmente reconhecidos, como o das populações Hererós e Namaquas na colônia alemã do sudoeste da África, atual Namíbia; genocídio contra armênios pelo estado turco ou, em Ruanda, a matança de tutsis por um governo de maioria hutu. Em uma escala histórica, a tragédia das populações indígenas das Américas do Norte, Central e do Sul pela invasão e conquista européia é incontestável e foi um genocídio. Do ponto de vista político, a questão central não é se os assassinatos em massa são o resultado e não o meio, ou mesmo o fim pretendido. A questão central é se o Estado poderia ter evitado a calamidade, a praga, o infortúnio. Sim, no Brasil foi genocídio. atual Namíbia; genocídio contra armênios pelo estado turco ou, em Ruanda, a matança de tutsis por um governo de maioria hutu. Em uma escala histórica, a tragédia das populações indígenas das Américas do Norte, Central e do Sul pela invasão e conquista européia é incontestável e foi um genocídio. Do ponto de vista político, a questão central não é se os assassinatos em massa são o resultado e não o meio, ou mesmo o fim pretendido. A questão central é se o Estado poderia ter evitado a calamidade, a praga, o infortúnio. Sim, no Brasil foi genocídio. atual Namíbia; genocídio contra armênios pelo estado turco ou, em Ruanda, a matança de tutsis por um governo de maioria hutu. Em uma escala histórica, a tragédia das populações indígenas das Américas do Norte, Central e do Sul pela invasão e conquista européia é incontestável e foi um genocídio. Do ponto de vista político, a questão central não é se os assassinatos em massa são o resultado e não o meio, ou mesmo o fim pretendido. A questão central é se o Estado poderia ter evitado a calamidade, a praga, o infortúnio. Sim, no Brasil foi genocídio. Centro e Sul pela invasão e conquista européia é incontestável e foi um genocídio. Do ponto de vista político, a questão central não é se os assassinatos em massa são o resultado e não o meio, ou mesmo o fim pretendido. A questão central é se o Estado poderia ter evitado a calamidade, a praga, o infortúnio. Sim, no Brasil foi genocídio. Centro e Sul pela invasão e conquista européia é incontestável e foi um genocídio. Do ponto de vista político, a questão central não é se os assassinatos em massa são o resultado e não o meio, ou mesmo o fim pretendido. A questão central é se o Estado poderia ter evitado a calamidade, a praga, o infortúnio. Sim, no Brasil foi genocídio.

6. A ideologia dominante "naturaliza" os genocídios como expressão de uma "natureza humana" rígida, imutável e inflexível, de um fatalismo cínico, do mal. É assim que somos. Tampouco é excepcional recorrer à psicologia para explicar a patologia das lideranças que deram início à legitimação dos genocídios. Na verdade, Bolsonaro deve ser doente mental, mas isso não é o mais importante, nem explica por que ele é um neofascista. Ao referir as formas contemporâneas de organização social às características de uma invariável natureza humana, o homem como o "lobo do homem", a ideologia dominante fundamenta a justificação da ganância e da luta pela riqueza como um destino incontornável. Um impulso egoísta ou atitude preguiçosa, ambição insaciável ou ganância incorrigível definiriam nossa condição. Isso é fatalismo: o egoísmo seria a "essência" da natureza humana. Uma humanidade dominada pela mesquinhez, ferocidade ou medo necessitaria de uma ordem política disciplinada, hierárquica e repressiva. A diversidade entre os indivíduos, inata ou adquirida, seria o alicerce da desigualdade social. Conseqüentemente, o capitalismo seria o horizonte histórico possível e o limite do desejável. Porque com o capitalismo, em princípio, qualquer um poderia disputar o direito ao enriquecimento. No entanto, esses argumentos não têm a menor base científica. Diante da visão de uma natureza humana inflexível, o marxismo nunca defendeu a visão simétrica e ingênua de uma humanidade generosa e solidária. Nem baseou a necessidade de igualdade social em uma suposta igualdade natural. O que o marxismo afirmou é que a natureza humana tem uma dimensão histórica e, portanto, se transforma. O que o marxismo preservou foi a ideia de que a diversidade de capacidades não pode explicar a desigualdade social que nos divide. As premissas criacionistas anti-históricas de uma natureza humana invariável, e também cruéis, sinistras e perversas, embora ainda exerçam alguma influência no bom senso, são inaceitáveis. A humanidade compartilhou a capacidade de amar e odiar, confiar e temer, identificar e repudiar, desejar e rejeitar, admirar e amar, sorrir e desprezar, invejar e imitar, ou seja, todo um repertório de ações e reações dos homens entre si. -colaboração e conflito impulsionados pela necessidade de sobrevivência na natureza, que foram traduzidos em experiências históricas, e eles se materializaram nas relações sociais. Transformamos valores e costumes, ao longo da história, da mesma forma que aprimoramos nossas ferramentas, e podemos sonhar com as mudanças que estão por vir. A história tem sido um processo cultural de readaptação da humanidade. Essa capacidade de autotransformação tem sido uma das constantes que oferecem coerência interna à própria história e nos permitem compreendê-la. Portanto, a esperança triunfará. Sim, foi um genocídio. Bolsonaro terá de ser julgado por seus crimes. Essa capacidade de autotransformação tem sido uma das constantes que oferecem coerência interna à própria história e nos permitem compreendê-la. Portanto, a esperança triunfará. Sim, foi um genocídio. Bolsonaro terá de ser julgado por seus crimes. Essa capacidade de autotransformação tem sido uma das constantes que oferecem coerência interna à própria história e nos permitem compreendê-la. Portanto, a esperança triunfará. Sim, foi um genocídio. Bolsonaro terá de ser julgado por seus crimes.

*Valerio Arcary é escritor, historiador, militante da corrente Resistência / PSOL, colunista da Esquerda Online .

Tradução: correspondência de imprensa .

Fonte (da tradução): https://correspondenciadeprensa.com/?p=22260

Fonte (do original): https://revistaforum.com.br/colunistas/valerioarcary/sim-foi-genocidio-por-valerio-arcary/

Imagem: Revista Fórum (Brasil) [Imagem: Banner exibido durante manifestação na Avenida Paulista. Créditos: Ivan Longo. Revista Forum]

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