RESSUSCITANDO OS FANTASMAS DE MOBUTU E DO PRÓPRIO SAVIMBI!...
Martinho Júnior, Luanda
São estas as coisas que o império da hegemonia unipolar em África tece, a partir do “lobby” dos minerais que tem no cartel dos diamantes, do ouro e da platina, o eixo de sua própria densidade humana “democrata”, reflectida também nos conteúdos do AFRICOM e da NATO!...
São estas coisas que tecem a osmose MPPLT-UNITA, desde os estratosféricos miolos do “estado profundo” resultado da geoestratégia anglo-saxónica e dá corpo presente ao império da hegemonia unipolar em África, inclusive por dentro de seus tentáculos como a NATO e o AFRICOM… faca em manteiga quente em África, com todos os arregimentados etno-nacionalismos e rebeldes todo-o-terreno possíveis!...
01- Em tempo colonial, tempo da “majestática” Diamang, “um estado dentro do estado”, não houve espaço nem tempo para o Movimento do Protectorado Português Lunda-Tchokwe!... O MPPLT não existia, ou se existia jamais se fez sentir como tal!...
Em tempo de Savimbi, desde a Operação Madeira, à Operação Disa e à “guerra dos diamantes de sangue”, não houve espaço nem tempo para o Movimento do Protectorado Português Lunda-Tchokwe!... O MPPLT não existia, ou se existia jamais se fez sentir como tal!...
De 2002 até nossos dias, após o fim do choque neoliberal instalado desde o Acordo de Bicesse em 31 de Maio de 1991 (há 30 anos), com ou sem Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, na via da terapia neoliberal, a mão-de-obra semiescrava de Mobutu e de Savimbi, “emancipou-se” no Movimento do Protectorado Português Lunda-Tchokwe, com a garantida cobertura de franjas importantes da UNITA, algumas do MPLA (tão escondidas quanto lhes é possível por causa da luta contra a corrupção em curso, lembre-se a Operação Transparência) e de outras “sensibilidades” conectadas de alguma forma às Bolsas de diamantes de Antuérpia, de Nova-York e de Jerusalém, mexendo com importantes “lobbies” nas capitais… Washington, Lisboa, Bruxelas, Jerusalém, Pretória, quiçá até em Moscovo, Bombaim, Hong Kong, Singapura e Pequim onde também há florescentes Bolsas de diamantes…
Em Lisboa, Bruxelas, Jerusalém, Washington e Pretória, estão ainda, meio fluidos e da cor do silêncio, os vínculos “representativos” que fomentam a substância “transversal” do caos, do terrorismo e da desagregação em Angola, aproveitando o engenho das correntes “stay behind” da NATO e do fascismo na Europa, aproveitando as velhas franjas do “Le Cercle”, reaproveitando os contenciosos do Exercício Alcora por via dos efeitos do 25 de Novembro de 1975 no “arco de governação” em curso em Portugal, aproveitando o sionismo em Israel e Obama III (administração democrata de Joe Biden) nos Estados Unidos, motor vigente do império da hegemonia unipolar anglo-saxónico!...
Já entre 1983 e 1986 se teve a oportunidade de avaliar quanto as “transversalidades” só possíveis com os traficantes, os mercenários e os próprios tráficos, podiam mexer com o estado a ponto de travar naquela altura a Segurança de Estado uma das lutas mais difíceis e decisivas que se têm imposto a Angola desde o exterior!
A neutralização da Segurança do Estado em função da prisão e condenação dos seus oficiais que combatiam o tráfico de diamantes e os traficantes de diamantes e moeda de então, permitiu o crescimento de Savimbi quando saiu do santuário-ninho da Jamba por causa do fim do “apartheid” e deu-lhe o fôlego para tentar de forma traiçoeira e sangrenta a tomada do poder pelas armas!...
Essa história é conhecida pelo autor que foi um desses oficiais julgados, condenados e durante tantos anos marginalizado e votado ao ostracismo, mas também alguém que produziu informação e análise quando já com as FAA, em 1998, 1999 e 2000, integrou dispositivos de apoio ao Estado Maior Geral das FAA sob comendo do General João de Matos, a fim de se passar à ofensiva com unhas e dentes a partir da cidade do Kuito (com o empenho do general Simeone Mukuni), a fim de acabar com o sucedâneo santuário-ninho do Andulo (Operação Restauro) e iniciar a justa perseguição dos restos dos dispositivos da “guerra dos diamantes de sangue” em todo o espaço nacional e no seu entorno!...
Voltando a Lisboa, Bruxelas, Jerusalém, Washington e Pretória, por alguma razão o BRINDE, Brigada de Inteligência e Defesa de Estado, emanação dos “bons ofícios comuns” Mobutu-Savimbi, teve e tem tanta “representatividade” nessas capitais… e alguma força “no terreno”!
Por alguma razão, Adalberto da Costa Júnior, um “precioso” membro do BRINDE na Europa (e particularmente num “intermediário” Portugal de “transversal” feição colonial), “retornou” a Angola para ser o actual Presidente da UNITA, “brindando-nos” agora, por inteiro, com seu engenho e arte no espectro sociopolítico angolano, qual eminência-parda duma “revolução” de natureza “arco-íris”, pré-eleitoral e à boa maneira da bíblia de Gene Sharp!
Por alguma razão a ONU teve de chegar ao Relatório Fowler para pôr a nu a perfídia dum cartel que foi sempre cinicamente “vendido” por suas imagens de amor e de paz, inclusive quando os combatentes partiam para as mais diversas frentes da IIª Guerra Mundial e deixavam suas vidas suspensas em anéis-de-noivado, por que nem sequer sabiam se haviam de voltar!...