#Publicado em português do Brasil
Crescem sinais de que farmacêuticas manipulam os preços e entregas de vacinas, em contratos secretos com governos. E mais: em meio às mortes, tudo segue incerto com a ĩmunização no Brasil; como a cloroquina engordou um bolsonarista
Maíra Mathias e Raquel Torres | Outras Palavras
RELAÇÕES PERIGOSAS
Quem ganha com a propaganda do governo federal da hidroxicloroquina? Uma das principais perguntas dessa pandemia para os brasileiros já havia sido respondida pelo repórter Patrik Camporez que, em julho do ano passado, mostrou quem eram os donos das farmacêuticas nacionais que fabricam a droga e destacou que havia bolsonaristas entre eles. Agora, é a vez de o repórter Diego Junqueira puxar mais fios deste novelo, revelando que talvez a propaganda do medicamento não seja a única vantagem de quem mantém ótimas relações com o poder.
Na Repórter Brasil, ele
mostra essa baita “coincidência'”: em
São as caixas de hidroxicloroquina da Apsen que Jair Bolsonaro exibe nas suas transmissões ao vivo e corre atrás das emas do Palácio da Alvorada. O produto também foi exibido pelo presidente em um encontro virtual com líderes do G-20 e na posse do general Eduardo Pazuello como ministro da saúde.
Se Bolsonaro colhe frutos simbólicos por martelar uma falsa solução para a doença na cabeça dos brasileiros há meses, Renato Spallicci, dono da empresa, se beneficia de frutos concretos. Além de conseguir o empréstimo histórico, sua farmacêutica viu o faturamento aumentar 18% no ano passado, dos quais 2,7% se devem às vendas da hidroxicloroquina. No total, a empresa ganhou R$ 1 bilhão.