Paulo Baldaia | TSF | opinião
Sobre a vacinação contra a Covid 19 há duas ou três coisas básicas que importa recordar a todo o momento, porque até as pessoas mais respeitáveis repetem disparates nacionalistas, como se estivessem a apresentar a solução para a pandemia.
A procura é muito superior à oferta e as vacinas faltam em todo o
mundo. Acontece até que a Europa tem contratada a aquisição de vacinas que chegam para inocular várias vezes toda a população europeia, quando se sabe que 90% da população dos 70 países mais pobres do mundo não receberão nenhuma vacina este ano.
Sim, no Reino Unido e nos Estados Unidos o processo de vacinação vai mais adiantado que na Europa, mas isso não significa que sejam melhores, significa que o fazem negando tudo o que defenderam até aqui. As fronteiras que se fecham para a exportação de vacinas são um regresso ao nacionalismo praticado pelos países que se dizem defensores do multilateralismo. Se a União Europeia fizer o mesmo para satisfazer as suas opiniões públicas, poderá ganhar uns dias no processo de vacinação, mas estará a desistir de liderar pelo exemplo.