terça-feira, 20 de abril de 2021

Washington Sanciona Cuba. Por que não a Arábia Saudita?

# Publicado em português do Brasil

Brian Cloughley*

Cuba continuará sendo um dos inimigos escolhidos por Washington, enquanto as relações com o regime autocrático saudita assassino serão “recalibradas”.

De acordo com o site de análise geopolítica STRATFOR , as sanções são “uma ferramenta coerciva para obrigar uma entidade visada a ajustar seu comportamento” e podem ser efetuadas de várias maneiras e, na verdade, aplicadas por razões muito diferentes. Um aspecto intrigante da imposição de sanções é que algumas dessas razões não têm como objetivo principal alterar o comportamento do alvo, mas sim penalizá-lo por não seguir as políticas do punidor.

Por sessenta anos, a política punitiva dos Estados Unidos foi imposta a Cuba, uma pequena ilha caribenha a cerca de 90 milhas da Flórida, que foi malevolamente vitimada por sucessivas administrações - exceto uma - em Washington.

linha oficial do Departamento de Estado é que “os Estados Unidos mantêm um embargo econômico abrangente à República de Cuba. Em fevereiro de 1962, o presidente John F. Kennedy proclamou um embargo ao comércio entre os Estados Unidos e Cuba, em resposta a certas ações tomadas pelo governo cubano, e ordenou aos Departamentos de Comércio e do Tesouro que implementassem o embargo, que permanece em vigor hoje." Você simplesmente não adora “certas ações do governo cubano”? Afinal, o governo cubano não tentou invadir os Estados Unidos, mas conforme registrado por history.com , “a invasão da Baía dos Porcos em abril de 1961 foi um ataque fracassado lançado pela CIA durante o governo Kennedy para empurrar o líder cubano Fidel Castro do poder. ”

As ações posteriores de Washington incluíram a maravilhosamente chamada Operação Mangusto, que envolveu, entre outros estranhos e maravilhosos esquemas, vários planos para o assassinato do líder de Cuba. (É possivelmente coincidência que a série de manobras militares anti-Rússia dos Estados Unidos no Ártico sejam intituladas Dynamic Mongoose .) Era um programa de terrorismo, sabotagem e guerra psicológica estranhamente semelhante a fandangos posteriores da CIA e outras agências que eram - e destinam-se a perturbar e, se possível, destruir pessoas e regimes cujas políticas são consideradas indesejáveis ​​pelo sistema de Washington.

Desmascarando Bloomberg: retirada de Biden do Afeganistão não é um golpe para a China

# Publicado em português do Brasil

AndrewKorybko* | OneWorld

Era uma hipérbole para Ghosh afirmar que 'a retirada de Biden do Afeganistão é um golpe para a China'. Pode ser assim apenas no pior cenário, o que está longe de ser certo.

Bloomberg publicou um artigo de opinião na semana passada, afirmando provocativamente que “ A retirada de Biden no Afeganistão é um golpe para a China ”. O colunista de opinião Bobby Ghosh argumenta que o país pode em breve recuar em uma guerra civil total que não só interromperia os interesses de conectividade da China no país, mas também ameaçaria o projeto principal da Belt & Road Initiative (BRI) da China -Corredor Econômico do Paquistão ( CPEC ). Além disso, ele prevê que o Afeganistão se tornará "um santuário para jihadistas de todos os matizes - alguns dos quais, sem dúvida, direcionarão sua atenção para aquela fronteira muito curta, montanhosa e porosa com a China".

Essa linha de pensamento é típica do que muitos na grande mídia ocidental estão dizendo. Eles se opuseram ao acordo do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump com o Taleban no ano passado e à promessa subsequente de concluir a retirada militar de seu país no início do próximo mês. Seu sucessor, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, iniciará a retirada total até essa data e a completará antes do vigésimo aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro. Algumas vozes do establishment temem que isso crie oportunidades estratégicas para a China e os outros chamados concorrentes de mesmo nível, como a Rússia, explorarem fins de soma zero contra os interesses americanos.

Na realidade, porém, é do interesse de todos que os EUA concluam sua prometida retirada do Afeganistão o mais rápido possível. A América gastou trilhões de dólares lá sem muito nada para mostrar. É verdade que o Afeganistão agora tem um sistema de governo comparativamente mais próximo (palavra-chave) da democracia ocidental do que antes e que a mulher agora desfruta de maiores direitos, mas o Taleban ainda controla grande parte do país e a entrada do ISIS no campo de batalha em 2014 complicou imensamente o situação anti-terrorista lá. Continuar indefinidamente a ocupação americana do Afeganistão só pioraria as coisas, sem resolver nada.

A ECONOMIA AMERICANA ESTÁ DOENTE

Octávio Serrano* | opinião

Espanta-se qualquer um, que esteja de fora, do nível de confrontação politica que tem acontecido nos Estados Unidos; da clivagem profunda entre Republicanos e Democratas; que nas recentes eleições se traduziu no antagonismo politico quase violento entre Trump e Biden; uma polarização que partiu ao meio a sociedade americana; mas como chegaram àquele ponto? Poderão existir muitos motivos, mas eu concentro-me apenas num aspecto determinante; o económico!

Actualmente, a América está refém do capitalismo neoliberal globalista; e isto quer dizer que o Estado Americano, esteja quem estiver a dirigi-lo, perdeu completamente a capacidade de controlar os grandes interesses económicos transnacionais; antes pelo contrário, estes têm a capacidade total de controlar o poder politico em Washington, através do financiamento das campanhas eleitorais e do controlo dos meios de comunicação social; se o presidente Roosevelt cá voltasse, levava as suas mãos à cabeça!

Mas o capitalismo neoliberal, não subjuga apenas o Estado Americano; subjuga também o seu capitalismo de base; aquele que tem definido, desde sempre a Nação Americana, como uma terra de oportunidades; um país, em que qualquer um, que quisesse lutar por uma vida melhor, tinha a esperança de o conseguir; e o facto, é que esse capitalismo de base, inclusivo, de gente que trabalha, está a ser pouco a pouco esmagado; a concorrência mercantil de fronteiras abertas tem provocado a desindustrialização da América e a terceirização da sua economia; transferindo para o estrangeiro sectores produtivos fundamentais; obrigando à precarização laboral e à redução de poder de compra da generalidade da população.

Portugal | Quatro notas sobre a Operação Marquês

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

Depois de uma longa espera pela acusação da Operação Marquês, a decisão de instrução de Ivo Rosa só poderia ser recebida com estrondo.

Deixando de lado a discussão dos aspetos técnico-jurídicos do processo, há quatro pontos que sobressaem do debate público da última semana:

1. Prove-se ou não corrupção, o facto é que José Sócrates recebeu e usufruiu, no decorrer do exercício dos cargos públicos que exerceu, de vantagens patrimoniais para as quais não existe qualquer explicação. Por si só, este facto é incompatível com os princípios da transparência e independência que devem reger o comportamento de titulares destes cargos. Em 2020, o Bloco fez aprovar uma lei que estabelece o pagamento de uma taxa de 80% sobre enriquecimento não justificado. Este caso relembra a urgência de uma lei que criminalize o enriquecimento injustificado, ultrapassando de vez as questões levantadas pelo Tribunal Constitucional. Para isso, a proposta de criação de um crime de ocultação de riqueza, da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, deve ser tida em conta.

2. Uma vez provada corrupção, é inadmissível que coexistam há tanto tempo duas metodologias para apreciar os seus prazos de prescrição. A interpretação que o juiz Ivo Rosa agora usou para deixar cair as acusações do Ministério Público a José Sócrates já foi utilizada pelo próprio Ministério Público no processo de Paulo Portas relativo aos submarinos. Esta ambiguidade permite uma espaço de interpretação que é incompatível com a aplicação objetiva da lei. Urge uniformizar os critérios de contagem do prazo destes crimes e quer o Supremo Tribunal de Justiça quer o Parlamento podem e devem fazê-lo.

PJ investiga suspeitas de corrupção e abuso de poder em obras de Lisboa

A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas, esta terça-feira de manhã, na Câmara Municipal de Lisboa. Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder e tráfico de influências em processos urbanísticos em Lisboa.

As buscas estarão relacionadas com processos urbanísticos e empreitadas. Segundo a câmara municipal, em comunicado enviado às redações, as buscas acontecem a pedido do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), depois de várias denúncias e uma participação no Ministério Público (MP ), feita pela própria autarquia.

Na lista de obras investigadas estão o "Hospital da Luz, Torre da Avenida Fontes Pereira de Melo, Petrogal, Plano de Pormenor da Matinha, Praça das Flores, Operação Integrada de Entrecampos, Edifício Continente, Twin Towers, Convento do Beato". Já as empreitadas são a "Segunda Circular [cancelada pela autarquia], São Pedro de Alcântara e Piscina Penha de França".

Portugal | Suzana Garcia "parece André Ventura do sexo feminino"

Quem o disse foi Marques Mendes, também conhecido por Marques Mentes. Disse a verdade. A extrema-direita, o nazismo e adesivado racismo, a fazerem peitaça. 

Pode ler aqui: Notícias ao Minuto

Portugal regista mais cinco mortes e 424 novos casos nas últimas 24 horas

Já é conhecido o mais recente boletim epidemiológico revelado pela Direção-Geral da Saúde.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais cinco mortes (um aumento de 0,03%) e 424 novos casos (uma variação de 0,05%) relacionados com a Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico revelado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). No total, desde o início da pandemia, o nosso país registou 16.951 óbitos e 831.645 infeções.

Quanto a casos ativos, estes diminuíram em 483 para um total atual de 24.576. Os recuperados são mais 902, perfazendo 790.118. Há ainda a registar mais 1.043 contactos em vigilância em relação ao último boletim. 

Há menos 25 internamentos - são atualmente 429. Destes, 113 pessoas estão em Unidades de Cuidados Intensivos, mais uma do que ontem. 

Por regiões, o Norte contabilizou mais 129 casos, somando agora 333.961 desde o início da pandemia. Quanto a óbitos, são agora 5.331 - mais um do que ontem. Já o Centro registou mais 34 casos nas últimas horas, tendo 118.183 desde março do ano passado. Esta zona do país registou mais uma vítima mortal, sendo agora 3.007. 

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que, hoje, mais casos e vítimas mortais somou. Foram mais 153 infeções (para um total de 314.886) e três mortes (são agora 7.188). 

No Alentejo contabilizaram-se mais 41 novos casos - para os 29.609 - e mantiveram-se os 970 óbitos que já ontem se registavam. Por fim, no Algarve, somaram-se hoje mais 28 casos (são 21.419) e não se registou qualquer óbito, sendo o total neste momento de 356 vítimas desde o início da pandemia. 

Caracterização Demográfica 

Quanto a uma caracterização demográfica dos casos confirmados de Covid-19 no nosso país, 377.184 infeções foram registadas em homens, enquanto 454.156 foram em mulheres. Há ainda 305 infeções cujo género é desconhecido e está sob investigação das autoridades. 

Já dos 16.951 óbitos ocorridos até ao momento, 8.906 das pessoas que perderam a vida eram homens e 8.045 eram mulheres. 

Recorde-se que, de acordo com os mais recentes dados, a incidência da Covid-19 é de 71,8 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes a nível nacional e de 68,1 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes no Continente. O Rt situa-se em 1,00.

Consulte os mapas da evolução da pandemia do novo coronavírus em Portugal e no Mundo.

Notícias ao Minuto

Moçambique | População de Pemba receia um ataque à capital de Cabo Delgado

A maior parte da população de Pemba receia um ataque terrorista à capital de Cabo Delgado, devido à evolução da situação e por não estar a ver o fim deste conflito que fez cerca de dois mil mortos e mais de setecentos mil deslocados em menos de 4 anos.

“Estou com medo, porque quase todos os dias ouvimos falar de ataques, mortes e horrores e, até hoje, as pessoas estão concentradas aqui em Pemba, não conseguem voltar para as suas casas devido à guerra. Eu, por exemplo, recebi sete famílias de Quissanga, há muito tempo e, até hoje, por causa da situação, nem sabem quando vão voltar à sua terra,” explicou Abdul Age, um jovem natural e residente em Pemba.

Há medo e o pânico em toda a província, mas a situação é considerada grave na Baía de Pemba, o próximo alvo do grupo armado instalado em Cabo Delgado desde 2017, segundo refere um suposto aviso que começou a circular nas redes sociais, depois do ataque a Palma, uma informação que a Polícia da República de Moçambique classificou de falso alarme.

Algumas pessoas vivem com medo devido às supostas ameaças de assalto a Pemba, mas outras se sentem inseguras devido à resistência e expansão do território de acção dos supostos terroristas.

Polícia moçambicana diz que autoridades "estão a trabalhar" para esclarecer raptos

O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) condenou a onda de raptos que se regista no país e garantiu que as autoridades "estão a trabalhar" para esclarecer os casos. Três ocorreram na última semana.

"Lamentamos e condenamos este tipo de crime, que não têm razão de existir", declarou à comunicação social Bernardino Rafael, à margem de um evento público.

Desde janeiro, segundo o comandante-geral da polícia moçambicana, as autoridades registaram quatro raptos, incluindo de uma cidadã portuguesa, um dos quais já esclarecido.

"Há um trabalho que está sendo feito por todas forças intervenientes, incluindo os órgãos de justiça, para poder esclarecer os restantes três casos", declarou Bernardino Rafael na segunda-feira (19.04).

Dos quatro casos registados neste ano, três ocorreram na última semana. Na noite de quinta-feira (08.04), um empresário do ramo do entretenimento foi raptado na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique, depois de no dia 11 ter sido raptado um outro empresário, de nacionalidade indiana, numa das avenidas da capital moçambicana, Maputo.

No dia 13, uma mulher de 49 anos, de nacionalidade portuguesa, foi raptada à saída do consulado de Portugal, também em Maputo.

Angola | Repto à sociedade

Jornal de Angola | editorial

Lançando repto à sociedade, a Assembleia Nacional abriu as portas, ontem, para a auscultação das organizações da sociedade civil, em função da proposta de revisão pontual da Constituição.

Várias instituições estiveram ontem representadas numa acção que, ao que se sabe, continua hoje, e vai, seguramente, servir para reforçar os actos que precedem às discussões, por parte dos parlamentares, até à aprovação final das propostas avançadas. 

Depois de auscultar as instituições ligadas à Administração da Justiça, segue-se, nesta semana os representantes da sociedade civil, numa altura em que numerosas vozes convergem na ideia de que este é um dos importantes desenvolvimentos do actual processo que deverá levar à revisão pontual da Constituição.

Quando o Presidente da República lançou o repto à sociedade em geral e aos parlamentares em particular, ganhou força a ideia de que o mais importante, entre outros, seria o processo de recolha de contribuições, com a auscultação que se seguiria. E, como ocorre na maior parte das vezes, os sectores que antes contestavam, mesmo antes de se familiarizarem com o conteúdo das propostas, são os que optam pela política da cadeira vazia nesta fase em que as eventuais contribuições seriam vitais. Há abertura suficiente para que as mais variadas organizações da sociedade civil contribuam livremente, dentro dos marcos previstos, sem reservas para que ajudem a enriquecer o "produto final" que, como sabemos e esperamos todos, vai impactar significativamente na vida das pessoas, famílias e instituições do país.

ONG recusam discutir reforma constitucional em Angola

Proposta de revisão da Constituição angolana não vai acolher sugestões que estejam fora da iniciativa do Presidente, dizem organizações da sociedade civil convidadas a participar na auscultação em curso no Parlamento.

Handeka e Instituto Angolano de Cidadania - Mosaiko são duas das dez organizações não-governamentais convidadas a apresentar contribuições para a revisão constitucional, numa sessão que teve início nesta segunda-feira (19.04). Na semana passada o Parlamento ouviu o posicionamento de igreja e dos especialistas em direito.

Num comunicado conjunto tornado público na noite de domingo (18.04), a Handeka e a Mosaiko declinaram o convite justificando que a auscultação pretendia "usar" a sociedade civil para dar credibilidade a um processo que "nasceu enviesado".

O diretor-geral da ONG de matriz cristã Mosaiko, frei Júlio Candeeiro, disse que o modelo de auscultação volta a retirar o caráter inclusivo e abrangente da Constituição da República.

"Por isso, apesar desta coragem, e que felicitamos, pensamos que o processo tal como começou, com pontos específicos de proposta de revisão Constitucional, fora dos quais não se pode levantar outros, é um processo que não nos parece bem conseguido", disse o diretor-geral do Mosaiko.

Apesar do convite, Frei Júlio Candeeiro afirma que as duas ONG, Handeka e o Mosaiko, sentem-se excluídas do processo da revisão constitucional. "Decidimos não participar nesta reunião chamada de auscultação porque o debate tal como está agendado com indicações claras de pontos sobre os quais deveriam incidir os debates, pensamos que não era uma verdadeira auscultação o que estaria acontecer. Achamos que não nos podíamos prestar a legitimar um processo com o qual não concordamos, um processo do qual nos sentimos fora" , explicou frei Júlio.

Chuvas em Luanda fazem 14 mortos e 8.000 desalojados

Catorze pessoas morreram em consequência do mau tempo que voltou causar o caos na capital angolana. As chuvas torrenciais desalojaram mais de 8.000 pessoas e a circulação em vários pontos de Luanda está interrompida.

A situação forçou uma reunião de emergência regência da comissão provincial de proteção civil, coordenada pela governadora de Luanda, Joana Lina. Depois do encontro na segunda-feira (19.04), a comissão informou que cerca de 1.600 casas ficaram inundadas.

Falando à Televisão Pública de Angola (TPA), o porta-voz dos bombeiros, Faustino Miguens, alertou que a situação de Luanda poderá agravar-se face às chuvas que poderão cair sobre a província que está totalmente submersa.

"As mortes ocorreram em consequência de desabamento de paredes, eletrocussão e temos também uma criança de um ano que foi arrastada pela correnteza das águas: quando a mãe ia para salvar a criança acabou também por ser uma vítima. Temos o registo de dois feridos, 1.617 residências inundadas e um total de 8.165 pessoas afetadas diretamente pelas chuvas", informou Faustino Mingues.

No município de Luanda, o Serviço de Proteção civil e Bombeiros registou cinco mortos no Cazenga: duas pessoas morreram, em Cacuaco, uma em Kilamba Kiaxi e dois angolanos que faleceram em consequência de eletrocussão e desabamento de paredes.

O porta-voz dos Bombeiros acrescentou que entre os estragos da chuva também se registam a queda de 15 árvores e um posto de iluminação pública tombou sobre uma viatura, além do desabamento de pontes.

Cabo Verde | NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES

José Maria Neves no Rescaldo das Eleições: Alerta que Cabo Verde vive momentos difíceis com a crise de Covid-19 e sugere mais equilíbrio e diálogo entre os atores políticos

Num post que colocou na sua página de Facebook, o ex-Primeiro-ministro de Cabo Verde e candidato presidencial às eleições de Outubro, José Maria Neves, considerou que o ato eleitoral deste domingo,18, «foi uma grande jornada cívica», saudando o povo como o primeiro grande vencedor. Neves deu parabéns ao MpD e seu líder Ulisses Correia e Silva pela vitória e felicitou ainda a presidente do PAICV Janira Hopffer Almada por ter dado um bom combate e contributo para o país. O mesmo aconteceu como os líderes dos demais partidos políticos que concorreram a estas eleições. Passado o período de confronto de ideias e propostas, José Maria Neves alerta que o momento é agora de equilíbrio e diálogo porque Cabo Verde vive tempos extraordinariamente difíceis com a crise provocada pela pandemia de covid-19. «Verifica-se uma nova vaga da pandemia e a taxa de incidência sobe assustadoramente. A vacinação está ainda muito atrasada e anda a passos de caracol! Tempos, pois, que exigem inteligência, equilíbrio e muito diálogo. Passado o tempo da competição e do confronto de ideias e propostas, agora é tempo de entendimentos e de consensos», sugeriu.

A mais medalhada atleta da Guiné-Bissau parte pedra para sobreviver

Domingas Togna representou a Guiné-Bissau até ao mundial de atletismo no Japão, em 2007, mas hoje vive do trabalho doméstico e extração de pedra para sobreviver ao lado de dezenas de medalhas e troféus que conquistou.

A morar numa modesta casa de dois quartos no Bairro Militar, subúrbios de Bissau, Domingas Mbana Togna, a mulher mais medalhada do atletismo da Guiné-Bissau, exibiu para a Lusa, com visível orgulho e nostalgia, as medalhas, troféus, diplomas conquistados em cerca de 20 anos de carreira, bem como os passaportes que usou nas várias viagens ao estrangeiro em representação do país.

Sempre sob o olhar atento dos três filhos, com os quais partilha a minúscula casa, Domingas estendeu para a Lusa na sua cama os troféus que conquistou num passado glorioso de provas de atletismo em Bissau, Senegal, Moçambique, Argélia, Macau, China e Japão.

Da lembrança do mundial na cidade japonesa de Osaka, Domingas guarda, entre outros, um artigo do jornal guineense da época, em que se pode ler que a atleta não concluiu a prova por desistência.

A atleta originária de Nkome, arredores de Mansoa, no centro da Guiné-Bissau, explicou à Lusa que começou a correr "por gosto" em 1995, depois de ser selecionada na escola em Bissau, onde foi criada por uma tia que não a queria no atletismo.

Para continuar a praticar aquele desporto que disse amar, Domingas teve que abandonar a casa da tia aos 13 anos já que tinha como objetivo transformar-se "na Lurdes Mutola da Guiné-Bissau".

Super Liga Europeia: a forma final do futebol moderno

Clubes e UEFA são a face da mesma moeda. Por agora em desacordo, têm caminhado lado a lado na promoção do futebol como indústria, em detrimento do seu carácter desportivo e da sua ligação aos adeptos.

Luís Ventura | AbrilAbril | opinião

Dia 18 de Abril de 2021 pode ficar para a história como um marco negro no futebol. Doze clubes europeus anunciaram a organização de uma «Super Liga Europeia», em modelo fechado e que procura rivalizar com a Liga dos Campeões. Caso vá adiante, podemos estar a olhar para a maior machadada no conceito de mérito desportivo, o qual foi já bastante desbastado ao longo das últimas décadas.

Estes 12 clubes (seriam 15, mas PSG, Bayern München e Borussia Dortmund recusaram participar neste momento), com esta competição, pretendem dar um golpe, captando recursos financeiros e de transmissão que neste momento estão canalizados para a UEFA e, deste modo, cimentarem a sua posição enquanto «marcas globais», sem que o rendimento e o mérito desportivo os possa colocar em causa.

No fundo, a ideia é colocar um ponto final no debate e tornar o futebol num negócio pelo negócio, com a transformação dos clubes em empresas desportivas, um pouco à semelhança da equipa de basquetebol estado-unidense New York Knicks, que é das empresas desportivas mais conhecidas do planeta, das que tem maior orçamento, apesar de não ganharem um título há 48 anos, e não existir grande ambição para alterar a situação.

Portugal | Desempregados inscritos nos centros de emprego sobe 25,9% em março


De acordo com o IEFP, no final de março, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 432.851 desempregados.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 25,9% em março em termos homólogos e 0,2% face a fevereiro, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com o IEFP, no final de março, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 432.851 desempregados.

Este número representa 70,7% de um total de 611.958 pedidos de emprego.

Diário de Notícias | Lusa

Portugal | O dilema da corrupção

João Melo* | Diário de Notícias | opinião

Na semana passada, escrevi aqui que a luta contra a corrupção não deve ser feita com recurso à barbárie (processos seletivos, politicamente motivados e mal investigados; provas ilegais ou meros indícios; fuga de informações e outros procedimentos). É que, como disse, apenas um passo separa o jacobinismo e o justicialismo do fascismo.

Ou seja: nos atuais sistemas democráticos, a repressão dos atos de corrupção deve obedecer estritamente ao que está disposto quer na constituição quer nas leis de cada país. É preciso fazer finca-pé nesse sentido e não ceder, em circunstância alguma, à tendência mais ou menos universal para os julgamentos mediáticos ou, no caso de figuras políticas, para o recurso ao chamado lawfare.

Evocando um velho poema mal atribuído a Brecht, que ninguém pense que isso só pode acontecer aos outros: amanhã pode suceder a cada um de nós e já não haverá ninguém para defender-nos.

Se as leis estão erradas ou são insuficientes, mudem-se as leis. Se os prazos são inadequados, alterem-se os prazos. Se os processos de corrupção são tendencialmente complexos, aprovem-se meios legais e técnicos de simplificá-los e aposte-se em recursos humanos mais qualificados para os apurar.

A Amnistia Internacional tem a cultura do privilégio dos brancos, segundo o relatório

# Publicado em português do Brasil

A Amnistia Internacional tem uma cultura de privilégio branco com incidentes de racismo declarado, incluindo funcionários seniores que usam a palavra N e comportamento micro-agressivo, como tocar no cabelo de colegas negros, de acordo com uma revisão interna do seu secretariado.

O fato foi que oito funcionários atuais e ex-funcionários da Amnistia Internacional do Reino Unido (AIUK) descreveram as suas próprias experiências de discriminação racial e emitiram uma declaração apelando a que figuras seniores se retirassem.

Uma das denunciantes, Katherine Odukoya, disse: “Nós nos juntamos à Anistia na esperança de fazer uma campanha contra os abusos dos direitos humanos, mas, em vez disso, fomos decepcionados ao perceber que a organização na verdade ajudou a perpetuá-los”.

Representantes de ambos os braços da organização de direitos humanos sediada no Reino Unido pediram desculpas e prometeram fazer mudanças, com o diretor do AIUK citando “o fato incômodo de não termos sido bons o suficiente”.

Emissões de carbono vão disparar em 2021 pela segunda maior taxa da história

# Publicado em português do Brasil

As economias globais prevêem despejar dinheiro de estímulo em combustíveis fósseis como parte da recuperação de Covid

As emissões de dióxido de carbono devem saltar este ano para o segundo maior aumento anual da história, à medida que as economias globais despejam dinheiro de estímulo em combustíveis fósseis na recuperação da recessão Covid-19.

O salto ficará atrás apenas da recuperação massiva de 10 anos atrás, após a crise financeira, e colocará as esperanças no clima fora de alcance, a menos que os governos ajam rapidamente, alertou a AgênciaInternacional de Energia .

O uso crescente de carvão, o combustível fóssil mais sujo, para eletricidade está causando o aumento das emissões, especialmente na Ásia, mas também nos Estados Unidos. A recuperação do carvão causa particular preocupação porque ocorre apesar da queda nos preços da energia renovável, que agora é mais barata do que o carvão.

Em declarações exclusivas ao Guardian, Fatih Birol, diretora executiva da IEA e uma das maiores autoridades mundiais em energia e clima, disse: “Isso é chocante e muito perturbador. Por um lado, os governos hoje estão dizendo que a mudança climática é sua prioridade. Mas, por outro lado, estamos vendo o segundo maior aumento de emissões da história. É realmente decepcionante. ”

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