segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Será esta a queda da estratégia dos EUA no Afeganistão?

# Publicado em português do Brasil

Rasha Reslan | Al Mayadeen

Com apenas 20 anos de ocupação dos EUA, o Afeganistão está abandonado em um relance, caindo nas mãos do Taleban.

O filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel disse certa vez: "Aprendemos com a história que não aprendemos nada com a história." Esta citação pinta perfeitamente um quadro dos repetidos fracassos da política externa dos Estados Unidos de Hanói, Beirute, Cabul, Bagdá, Havana e assim por diante.

Os custos intermináveis ​​do fracasso dos EUA, em vidas e dólares, são trágicos para aqueles que vivem sob a ocupação e outros recrutados para forçá-la. As más decisões dos Estados Unidos ficarão na história, para nunca serem esquecidas. 

A decisão de Joe Biden de retirar todas as tropas americanas do Afeganistão até o 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro foi uma decisão mal calculada em todos os níveis - não porque tenha feito algum bem ao Afeganistão , mas a razão é atribuída à forma como os EUA deixaram o país. Em uma guerra que custou 20 anos e 1,5 trilhão de dólares e foi "perdida" em 20 dias, muitas coisas podem estar acontecendo que estão longe de ser boas. 

Joe Biden está errado

A situação do Afeganistão hoje é mais desagradável, inaceitável e difícil do que antes.

O que Biden afirma apresentar como o fim definitivo da "Guerra Para Sempre" dos Estados Unidos é um puro desastre.

O ex-secretário de defesa Robert Gates disse uma vez que Biden “se enganou em quase todas as principais questões de política externa  e segurança nacional nas últimas quatro décadas”. Ele certamente se equivocou calamitosamente, tragicamente, sobre o Afeganistão.

Em 8 de julho, Biden declarou: “O Talibã não é o [...] exército norte-vietnamita. Eles não são - eles não são remotamente comparáveis ​​em termos de capacidade. Não haverá nenhuma circunstância em que você veja pessoas sendo levantadas do telhado de [uma] embaixada ... do Afeganistão ”.

Precisamente 38 dias depois, o Taleban entrou no palácio presidencial em Cabul horas depois que o ex- presidente Ashraf Ghani fugiu do país no  domingo para o Tajiquistão. O ministro da defesa interino do Afeganistão, general Bismillah Mohammadi, criticou o presidente em fuga em um breve tweet, dizendo: "Eles amarraram nossas mãos atrás das costas e venderam a pátria."

Enquanto isso, helicópteros transportaram diplomatas americanos do telhado da embaixada dos Estados Unidos em Cabul , abrindo caminho para o Taleban confrontar e derrotar as forças de segurança afegãs. Muitas cidades importantes caíram com pouca ou nenhuma resistência, incluindo Jalalabad, uma cidade importante capturada pelo Taleban no domingo.

Os EUA falharam no Afeganistão

# Publicado em português do Brasil

A retirada das tropas americanas e a tomada do poder pelo Talibã mergulham o Afeganistão no caos e expõem um completo erro de cálculo da parte de Washington. Os EUA enterram sua credibilidade, opina Ines Pohl*.

Não existia uma boa solução para o dilema afegão que o presidente dos EUA, Joe Biden, herdou de seus antecessores. Em um de seus últimos atos no cargo, Donald Trump havia anunciado que pretendia retirar todas as tropas americanas do Afeganistão. Seu antecessor, Barack Obama, já havia perdido a oportunidade de preparar uma retirada com o argumento válido de que a invasão na verdade havia se tornado obsoleta após a morte de Osama bin Laden.

Joe Biden estava sob grande pressão interna para finalmente encerrar essa guerra. A maioria dos americanos não quer arriscar mais vidas ou gastar bilhões de dólares a mais em um país no qual a maioria da população não encara os EUA e seus aliados como libertadores, mas como tropas de ocupação.

E Biden precisa desesperadamente de um sucesso. Se muitos presidentes dos EUA iniciaram guerras para ganhar eleições, esse presidente precisava encerrar uma guerra para evitar perder sua frágil maioria em ambas as Casas do Congresso dos EUA nas eleições de meio de mandato do próximo ano.

Bolsonaro oferece circo porque não pode assegurar o pão

# Publicado em português do Brasil

Thiago Sá* | Carta Maior

Apenas lideranças militares, liberais e evangélicas podem esperar algo dele. Para você, que não lidera nenhum destes grupos, Bolsonaro reserva aprovação de centenas de agrotóxicos, devastação ambiental, precarização dos serviços públicos e indexação dos preços dos combustíveis ao mercado internacional

Prestemos atenção: o presidente sempre faz questão de demonstrar sua indiferença e seu desprezo pelos seus governados. “Não sou coveiro”, “todo mundo vai morrer, mesmo”. Não são apenas bravatas para afastar jornalistas e agradar a claque do cercadinho. A negligência no enfrentamento da pandemia confirma: ele não está nem aí para você, nem para mim ou para qualquer um de nós.

Apenas lideranças militares, liberais e evangélicas podem esperar algo dele. Os primeiros ele brinda com isenção da reforma previdenciária, cargos, pensões, mordomias e outros privilégios estamentais; os segundos, com austeridade fiscal, retirada de direitos, Estado mínimo, privatizações e desregulamentação do trabalho; os terceiros, com dinheiro, visibilidade e apoio para seu projeto de poder.

Nicarágua é uma democracia sob ataque imperialista

# Publicado em português do Brasil

Camila Alvarenga | Opera Mundi

Denis Moncada, chanceler nicaraguense afirmou que interferência norte-americana no país é histórica e que protestos de 2018 foram iniciativa golpista; veja vídeo na íntegra

No programa 20 MINUTOS INTERNACIONAL de quinta-feira (12/08), o jornalista Breno Altman entrevistou o advogado e chanceler da Nicarágua, Denis Moncada. Segundo o ministro, o país vem sofrendo uma ofensiva dos Estados Unidos que têm descreditado o processo eleitoral nicaraguense e aprovado sanções contra a nação latino-americana. 

“A interferência dos EUA na Nicarágua, política, militar e econômica, não é de hoje. Vamos avançando, nos empoderando, com educação gratuita, sistema de saúde gratuito, reforçando a nossa soberania e isso não agrada o imperialismo norte-americano”, disse o chanceler.

Em julho, a Casa Branca tachou o presidente Daniel Ortega de ser um ditador, acusação rejeitada por Moncada: “Nós chegamos a viver uma ditadura, a de Anastasio Somoza. Assassinavam jovens, reprimiam estudantes. Não havia liberdades. Aqui há liberdade de comunicação, de expressão, quando dentro do marco da legalidade. Não há ditadura. Nosso povo se move livremente, vai à escola. Tudo isso é um esquema criado com o apoio do poder midiático para fazer parecer que a Nicarágua é uma ditadura”.

Número de mortos do terramoto do Haiti aumenta para 1297

O sismo de magnitude 7,2 que atingiu no sábado o sudoeste do Haiti fez mais de 5700 feridos, de acordo com os serviços de proteção civil do país.

balanço provisório do sismo de magnitude 7,2 que atingiu no sábado o sudoeste do Haiti aumentou para 1297 mortos e mais de 5700 feridos, segundo os serviços de proteção civil do país.

Além das pessoas dadas como desaparecidas, "muitas outras estão sob os escombros", sublinhou em comunicado a Proteção Civil, precisando que perto de 3200 feridos foram internados em diversos hospitais.

Milhares de pessoas ficaram desalojadas no sudoeste do país, onde prosseguiram no domingo, entre habitantes e equipas de resgate, os esforços para encontrar sobreviventes por entre os escombros, com meios limitados e ainda sob o efeito de réplicas do forte sismo de 7,2 na escala de Richter.

Maquinaria pesada, vários camiões e retroescavadoras estavam ocupados a deslocar placas de betão dos edifícios destruídos na cidade de Cayes, perto do epicentro do sismo, a cerca de 160 quilómetros da capital haitiana, Port-au-Prince, constatou a agência noticiosa francesa AFP no local.

A crise em Cuba e as respostas da esquerda global

# Publicado em português do Brasil

Impasses do país começam na devastação causada pelo bloqueio, mas incluem erros estratégicos do regime. Nos protestos de 11 de julho, não havia apenas contrarrevolucionários. É preciso dialogar com uma esquerda cubana não-oficialista

Brian Kelly*, no Rebel News, com tradução em A Terra é Redonda | Outras Palavras

No rescaldo dos recentes protestos em Cuba e dos esforços contínuos das elites dos EUA para intervir na ilha, Brian Kelly defende uma oposição de princípio à ameaça de intervenção imperialista e contra a atitude acrítica adotada por grande parte da esquerda em relação à burocracia cubana.

A eclosão de protestos de rua em cidades de Cuba no dia 11 de julho gerou confusão e intenso debate na esquerda global. Por todo mundo, muitos daqueles que justificadamente se inspiraram na recusa da ilha em dobrar-se diante da implacável agressão dos Estados Unidos durante mais de sessenta anos, adotaram uma postura totalmente defensiva, reproduzindo a linha cínica defendida pelo Partido Comunista Cubano (PCC).

Desde os protestos, o governo tem tentado reduzir os eventos a uma tentativa de “revolução colorida” incubada pelo serviço de inteligência dos EUA e seus soldados de infantaria de Miami e envolvendo um punhado de agentes pagos – alternadamente descritos como “mercenários”, “vândalos”, “delinquentes” – na própria ilha. Enquanto isso, grande parte da mídia burguesa nos Estados Unidos e em outros lugares seguiu obedientemente o roteiro apresentado por cubano-americanos abastados de direita, que estão ansiosos para retratar a revolta como o início de uma revolta contra o “comunismo” e a favor da “liberdade” e “democracia” de tipo estadunidense.

Portugal | O Estado vai subsidiar o estudo de trabalhadores

Octávio Serrano* | opinião

Um dos titulos jornalísticos de fins de Julho foi este: “O Estado vai pagar o salário dos trabalhadores que queiram estudar”!

Sinceramente, não sei interpretar se se trata de um titulo jornalístico para vender jornais; ou se se trata de um anuncio demagógico, tendo em vista as próximas eleições autárquicas. Mas aceitemos tudo isto como meras intenções do governo, para aproveitar o maná financeiro europeu, a que vulgarmente se chama “A bazuca”! Designação, que à partida, considero imprópria, uma vez que uma bazuca é uma arma de destruição, não de criação, de seja o que quer que seja!

Bem! O governo está a pensar gastar fundos europeus, pertencentes a essa tal de ”bazuca”, para pagar uma licença sabática a trabalhadores que queiram melhorar as suas competências, estudando; as empresas terão de os dispensar, e idealmente estes, quando voltarem trabalho, virão melhor formados e capacitados; e as empresas terão de os aumentar em função das novas capacidades adquiridas! Tudo Idealmente...certamente! E com o ar feliz com que os nossos governantes fazem esta comunicação, assim irá ser...certamente! Mas vejamos esta questão pelo lado das empresas!

O que está a fazer Portugal e as dúvidas de um especialista

CLIMA

Portugal tem aprovado dezenas de medidas de combate às alterações climáticas, envolvendo milhões de euros, e tem agora mais 13 mil milhões para uma "transição verde", mas podem ser insuficientes ou estarem mal direcionadas.

Se no combate às alterações climáticas for considerado a recuperação de biodiversidade e cursos de água e gestão da paisagem, energias e mobilidade limpas, a bioeconomia ou a luta contra os incêndios, as medidas fiscais e os apoios a uma economia mais verde, são dezenas de milhões de euros envolvidos.

Só do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) 6,3 mil milhões são destinados às áreas ambientais, a que se junta um valor idêntico de verbas do programa de Assistência à Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT-UE) e do Quadro Financeiro Plurianual (Portugal 2030).

Esta semana o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgou um relatório em que alerta de novo, como tinha feito no documento de 2018, para a necessidade de a humanidade mudar de rumo e reduzir substancialmente a emissão de gases com efeito de estufa (GEE), para mitigar os efeitos do aquecimento global. Diz agora o IPCC que a temperatura global subirá 2,7 graus em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de GEE. Na Europa, avisa o documento, o aumento das temperaturas será maior.

Em 2015, através do Acordo de Paris sobre o clima, os países do mundo comprometeram-se em agir mas as emissões de GEE têm aumentado e as consequências são ondas de calor, tempestades e chuvas torrenciais e subida do nível das águas do mar, entre outras. Organizações ambientais repetem o pedido de ações vigorosas, mais mobilização e mudança no estilo de vida.

Portugal | O estado da Nação na rentrée


Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Nesta primeira quinzena de agosto, como em regra acontece neste mês em tempos de normalidade, escasseiam as notícias. Poderá dizer-se que isso é bom, que estávamos mesmo a precisar que assim fosse.

Contudo, não acreditemos no milagre que há de emergir da mistura de sorte com otimismo e capacidade de passar por entre os perigos da chuva. Infelizmente pairam no ar problemas que nos trazem enormes desafios.

As alterações climáticas confirmam-se como questão primordial para toda a humanidade. Elas transportam um enorme potencial de conflitos e evidenciam a necessidade de mudanças nos comportamentos, nas formas de organização da economia e no funcionamento das sociedades. Todavia, esses objetivos não se atingirão com políticas que privilegiam o negócio, que endeusam o mercado e secundarizam a solidariedade entre povos e países.

Estamos desafiados a não ficarmos prisioneiros da pandemia, mas aquilo que se vai observando é uma menor certeza quanto à duração dos efeitos das vacinas e uma grande parte dos seres humanos sem poder aceder-lhes e sem condições de se proteger. Enquanto a vitalidade democrática das sociedades se esvai, as companhias farmacêuticas, as grandes tecnológicas e especuladores financeiros obtêm lucros escandalosos.

As vítimas da guerra química dos EUA contra o Vietname

Agente Laranja: muito foi feito para resolver o desastre no Vietname

No dia 10, passaram 60 anos sobre os primeiros bombardeamentos dos EUA com Agente Laranja. O governo vietnamita, em conjunto com várias organizações, realizou grandes esforços para apoiar as vítimas.

Para privar de alimentos e esconderijos os guerrilheiros vietnamitas, entre 1961 e 1971, a aviação militar norte-americana lançou sobre o país do Sudeste Asiático dezenas de milhões de litros de herbicida, em particular um desfolhante à base de dioxina conhecido como Agente Laranja.

De acordo com as autoridades vietnamitas, na década que se seguiu a 10 de Agosto de 1961, data do início do «desastre do Agente Laranja», as forças militares norte-americanas lançaram mais de 80 milhões de litros de químicos tóxicos, 61% dos quais eram Agente Laranja, contendo 366 quilos de dioxina, sobre quase um quarto do Sul do Vietname. Cerca de 86% dessa área foi atingida mais do que duas vezes e 11% mais do que dez vezes, revela a Vietnam News Agency (VNA).

Como resultado, estima-se que 4,8 milhões de vietnamitas tenham estado expostos a este tóxico. Muitas vítimas morreram, enquanto milhões de descendentes vivem com deformações e doenças – ainda uma consequência directa da exposição ao químico tóxico.

Em Outubro de 1980, o governo criou uma comissão especial encarregue da investigação das consequências dos químicos venenosos lançados pelos militares dos EUA durante a guerra, procurando recolher dados detalhados sobre os impactos nas pessoas e no ambiente.

Os EUA terão mesmo aprendido a licão?


O império mentecapto terá mesmo aprendido a lição?

No Afeganistão os EUA saíram de 'fininho' e com o 'rabinho' entre as pernas, encolhidinhos, a mostrarem a sua pequenez. O mesmo aconteceu no Vietname - mas pelo visto ainda não aprenderam...

A causa palestina não é uma causa religiosa...

A causa palestina não é uma causa religiosa nem de direitos humanos

A causa palestina é política, é uma causa de Libertação Nacional

# Publicado em português do Brasil

Susana Khalil* | Al Mayadeen | opinião

A violação dos direitos humanos do povo palestino é a consequência da violação de seu direito de lutar por sua libertação nacional, de seu direito de existir como um Estado-nação.

A causa palestina é política, é uma causa de Libertação Nacional, e é a causa de um povo indígena que hoje no século 21 luta contra um jugo colonial e anacronismo chamado “Israel”. Isso é tudo, repito, é tudo. 

Para esconder o caráter colonial, a propaganda sionista conseguiu infestar uma pseudo-narrativa, afirmando que se trata de um conflito pré-histórico, milenar, religioso, anti-semita, complexo e metafísico. Tudo um abstrato atraente ... tudo um blá, blá de mentiras aromáticas.

A Causa Palestina é uma questão política de libertação e independência nacional como a causa argelina contra o colonialismo francês, a luta pela independência liderada pelo povo indiano contra o colonialismo britânico, a luta da Líbia pela libertação contra o colonialismo italiano, a luta do povo mexicano contra o espanhol colonialismo, a luta haitiana pela libertação contra o colonialismo francês e muito mais. Essas pessoas tiveram seus direitos humanos violados, sua humanidade desmembrada.

Todos os registros de colonização mostravam a violação da condição humana, é todo um regime e lógica de tortura, Apartheid, escravidão, espoliação, ódio, desprezo, racismo, supremacia, bestialidade, terror, massacres, genocídio, memoricídio, historicídio, culturicídio, epistemicídio. E tudo isso é feito e instrumentalizado através dos valores humanos da época.

"A guerra acabou no Afeganistão" - declararam forças Taliban

Talibã declara que 'a guerra acabou no Afeganistão' enquanto potências estrangeiras saem de Cabul

# Publicado em português do Brasil

HannahEllis-Petersen* | The Guardian

A rápida chegada do Taleban deixa os militantes islâmicos perto de assumir o controle do país duas décadas depois de serem derrubados por uma invasão liderada pelos Estados Unidos

O Taleban declarou que o Afeganistão está sob seu controle e que a guerra acabou depois que os insurgentes invadiram o palácio presidencial em Cabul e o presidente Ashraf Ghani fugiu do país.

Apesar de duas décadas de presença militar dos EUA no Afeganistão e de uma guerra que custou mais de um trilhão de dólares, os insurgentes do Taleban chegaram às portas de Cabul no domingo e tomaram a capital com pouca resistência.

“Hoje é um grande dia para o povo afegão e os mujahideen [Talibã]”, disse o porta-voz do Talibã, Mohammad Naeem. “Eles testemunharam os frutos de seus esforços e sacrifícios por 20 anos. Graças a Deus, a guerra acabou no país. ”

A queda de Cabul para o Taleban se seguiu a semanas de combates entre insurgentes e forças afegãs em todo o Afeganistão, após a rápida retirada das forças americanas em julho. Nas últimas semanas, as principais cidades e regiões do país caíram nas mãos do Taleban a uma velocidade sem precedentes, e a captura de Cabul é vista como uma forma de selar efetivamente o controle do Afeganistão.

Naeem enfatizou que o Taleban queria uma transição pacífica de poder e não queria governar o país isoladamente. Ele disse que respeitavam os direitos das mulheres e a liberdade das minorias sob a lei sharia. “Pedimos a todos os países e entidades que se reunam conosco para resolver quaisquer questões”, disse ele.

A QUEDA DE CABUL

# Publicado em português do Brasil

Joe Biden afirmou “zero” paralelos entre as retiradas dos EUA do Afeganistão e do Vietnã. Enquanto o Talibã toma Cabul, ele provou estar errado.

Nick Turse | The Intercept

No mês passado, o presidente Joe Biden anunciou que a "missão militar dos Estados Unidos no Afeganistão será concluída em 31 de agosto". Desde a declaração de 8 de julho, uma ofensiva do Taleban invadiu cidade após cidade em todo o país. No domingo, o grupo militante entrou na capital afegã, Cabul, e vários países, incluindo os Estados Unidos, começaram a evacuar suas embaixadas. Quando surgiram relatos de que o Taleban havia confiscado o palácio presidencial, o presidente afegão Ashraf Ghani fugiu do país.

“Nós, é claro, estamos realmente tristes com os eventos. … Mas esses eventos, por mais trágicos que sejam, não pressagiam o fim do mundo nem da liderança da América no mundo ”, disse o presidente dos Estados Unidos .

Mas esse presidente não era Biden. Era Gerald Ford em 23 de abril de 1975, enquanto as forças norte-vietnamitas avançavam em direção a Saigon, a capital do Vietnã do Sul.

Um esforço americano de duas décadas para transformar o Vietnã do Sul em um baluarte não-comunista no sudeste da Ásia fracassou. Um exército de um milhão de homens há muito aconselhado, financiado, treinado e equipado pelos Estados Unidos estava se desintegrando enquanto os soldados sul-vietnamitas fugiam das linhas de frente. Eles tiraram seus uniformes e tentaram desaparecer entre a população civil.

“Podemos e devemos ajudar os outros a se ajudarem”, disse Ford. “Mas o destino de homens e mulheres responsáveis ​​em todos os lugares, na decisão final, está em suas próprias mãos, não nas nossas”.

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