terça-feira, 7 de setembro de 2021

Talibã anuncia novo governo afegão

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Aljazeera

O porta-voz do Taleban disse que o novo governo provisório será liderado por Mohammad Hasan Akhund.

O Taleban anunciou os nomes de vários membros de um novo governo provisório no Afeganistão liderado por Mohammad Hasan Akhund.

Abdul Ghani Baradar será o vice-líder e Sirajuddin Haqqani, filho do fundador da rede Haqqani, foi nomeado ministro do Interior, disse o porta-voz Zabihullah Mujahid em entrevista coletiva em Cabul nesta terça-feira.

O mulá Mohammad Yaqoob, filho do fundador do Taleban, Mullah Omar, foi nomeado ministro da defesa. Hedayatullah Badri será o ministro interino das finanças, enquanto Amir Khan Muttaqi, um negociador do Taleban em Doha, foi nomeado ministro das Relações Exteriores.

“O Emirado Islâmico decidiu nomear e anunciar um gabinete provisório para realizar as obras governamentais necessárias”, disse Mujahid.

Ataques aéreos dos EUA mataram 22 mil civis em 20 anos

Ataques aéreos liderados pelos EUA em África e na Ásia Ocidental mataram 22.000 civis em 20 anos: relatório

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Islam Times - Ataques aéreos conduzidos por forças lideradas pelos EUA em vários países da África e da Ásia Ocidental nos últimos 20 anos das chamadas 'guerras eternas' mataram pelo menos 22.000 civis, de acordo com um monitor de conflito. Em uma nova aproximação, a organização baseada no Reino Unido Airwars disse que pelo menos 22.679 civis, e até 48.308, perderam suas vidas em ataques aéreos que faziam parte da "guerra ao terror" liderada pelos EUA, lançada após ataques terroristas em Nova York e Washington DC em 11 de setembro de 2001.

A empresa sem fins lucrativos, que rastreia e arquiva a guerra aérea internacional contra o grupo terrorista Daesh Takfiri e outras facções terroristas no Iraque, Síria e Líbia, divulgou seu relatório antes do 20º aniversário de os ataques de 11 de setembro ao World Trade Center e ao Pentágono.

O relatório acrescentou que os números levam em consideração civis que foram mortos durante a intervenção militar e a subsequente ocupação do Afeganistão e do Iraque pelas forças lideradas pelos EUA, bem como sua campanha de bombardeio supostamente contra o Daesh mais ataques aéreos direcionados na Líbia, Paquistão, Somália e Iêmen. 

Airwars observou ainda que o ano mais mortal - quando se olha para o número total mínimo de mortos - foi 2003, quando pelo menos 5.529 civis foram mortos por ataques aéreos dos EUA, quase todos durante a invasão do Iraque.

Ele acrescentou que o próximo ano mais mortal - da mesma forma - foi 2017, quando pelo menos 4.931 civis perderam suas vidas em campanhas de bombardeio da coalizão militar liderada pelos EUA no Iraque e na Síria.

Mas quanto ao número máximo de mortes possíveis, o ano mais mortal foi 2017, quando cerca de 19.623 civis perderam suas vidas pelos EUA ou ataques aéreos da coalizão liderados pelos EUA contra supostas posições do Daesh, disse o relatório.

De acordo com o Airwars, 97 por cento das mortes causadas por ataques civis ocorreram durante a ocupação do Iraque entre 2003 e 2009, as duas décadas de ocupação do Afeganistão e a campanha de bombardeio "contra o Daesh".

O monitor baseado em Londres, citando dados de várias fontes, disse que o Departamento de Defesa dos EUA não publica contagens completas de vítimas civis reconhecidas pela agência.

A Airwars compilou seu relatório usando estatísticas da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, do Bureau of Investigative Journalism, The Nation e do projeto voluntário Iraq Body Count.

A retirada secreta dos EUA da Síria

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Sonjavan den Ende * | OneWorld

Boatos têm acontecido na última semana desde a retirada caótica dos EUA e da OTAN do Afeganistão, mas agora estão confirmados pela estação de TV árabe Al-Alam TV. Os EUA e seus aliados estão perdendo em todas as frentes e se retirando de três bases americanas na Síria, incluindo os campos de petróleo.

Boatos circulam desde a semana passada, após a não tão gloriosa retirada dos EUA e de seus aliados da OTAN, que há vinte anos travam uma "guerra suja" no Afeganistão e destruíram o país, bombardeando-os de volta à idade média. No dia 22 de agosto escrevi um artigo: “ Como os EUA e a OTAN Fugiram do Afeganistão, quando fugirão da Síria ” e é isso que está acontecendo agora, em segredo, porque outra derrota é o último golpe para o império dos EUA e da OTAN e difícil de comunicar ao público ocidental.

De acordo com a TV Al-Alam , fontes militares sírias disseram que observaram a retirada das forças dos EUA de três locais militares dos EUA: dois dos locais estão na governadoria de Al-Hasakah (província), a saber, Tell Baider e Quasrak, situados perto de Quamishli e um em Deir-ez-Zor. A área do campo de petróleo Al-Amr próxima aos poços de petróleo também foi evacuada. Este é o campo de petróleo mais importante em Deir-ez-Zor. Em junho de 2021, a Syrian Arab News Agency (SANA) relatou:Um ataque de míssil foi realizado (junho de 2021) no campo de petróleo Al-Amr controlado pelos EUA no distrito de Mayadin, na província síria de Deir-ez-Zor, que está sob o controle do governo sírio e defendido pelo Hezbollah. Al-Amr, o maior campo de petróleo da Síria, ocupado pelos EUA e pelo curdo YPG / PKK, foi atacado com mísseis Grad, segundo fontes locais. Além disso, durante o mesmo período, os EUA realizaram um ataque aéreo contra o Hezbollah e o Exército Árabe Sírio (SAA) no distrito de al-Bukamal, na fronteira com o Iraque.

A 'independência' de Bolsonaro não é a Independência do Brasil

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Bernardo Machado | UOL | opinião

Tornada refém, a pátria calcula como se libertar. Desde o anúncio dos atos em 07 de setembro, a Independência do Brasil foi encarcerada sob as palavras de Jair Bolsonaro. Após alguns (poucos) meses em que o presidente precisou responder por sua responsabilidade na condução tanto da pandemia quanto da economia, ele voltou, com força, a pautar o debate público. Nas últimas semanas, as manchetes de jornais e os comentários de analistas avaliam o que pode ocorrer na data. Enquanto isso, políticos, representantes dos poderes democráticos e entidades da sociedade civil medem suas ações e reações.

Se até 07 de setembro de 1822 o Brasil foi colônia de Portugal, hoje o país está sequestrado por um "imperialismo bolsonarista", uma forma de colonização das nossas pautas políticas e de nossa democracia. Para existir, uma postura imperialista depende de algumas estratégias: o estabelecimento de uma confraria, a reescrita da história e a colonização dos outros.

A confraria se constrói com a partilha de referenciais, com o convívio cotidiano e com a adoção de um linguajar. Mas, sobretudo, a comunhão depende de estabelecer uma oposição, no caso do universo bolsonarista, os chamados "inimigos". A eles é endereçada a desconfiança, o desprezo e o ódio. Nesse tipo de imperialismo, o mundo é dicotômico, os outros são perversos e as nuances são meras formalidades.

Brasil | Apoiantes de Bolsonaro à espera do "golpe" em Brasília

Dia da independência do Brasil: apoiantes de Bolsonaro invadiram avenida junto a Congresso e Supremo Tribunal, em Brasília

Manifestantes estão em Brasília para os protestos do Dia da Independência

Um Protesto pró-bolsonaro invadiu na noite desta segunda-feira a Esplanada dos Ministérios, a avenida que dá acesso aos edifícios do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo O Globo, manifestantes e camiões romperam as barreiras montadas pela Polícia Militar, chegaram perto do Congresso e montaram tendas no relvado. O jornal brasileiro dá ainda conta que a polícia está a negociar a saída dos manifestantes e bloqueou o caminho para que não cheguem à Praça dos Três Poderes, onde está localizado o edifício do Supremo Tribunal Federal.

Eduardo Bolsonaro, deputado federal e um dos filhos do presidente, esteve no local por volta das 22h. Terá cumprimentado os manifestantes e subido a um dos camiões.

Os apoiantes de Bolsonaro estão na capital para os protestos convocados para o Dia da Independência do Brasil, que esta terça-feira comemora 199 anos. Segundo a imprensa local, a hotelaria da cidade está quase com a lotação máxima ocupada. Várias caravanas de manifestantes estão a deslocar-se para a cidade, sendo esperadas pessoas de pelo menos dez estados.

Governos de direita são bons em destruir e ruins em construir


“Governos de direita são bons em destruir, mas ruins em construir”, diz Boaventura

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Para o sociólogo português, o Brasil vive hoje um enorme desastre que a população ainda não conseguiu perceber

Ayrton Centeno | Brasil de Fato | Porto Alegre (RS)

Autor traduzido em cinco idiomas, com dezenas de livros publicados, Boaventura de Sousa Santos é um crítico implacável do neoliberalismo e da ascensão da direita de corte fascista. Professor nas universidades de Coimbra e Wisconsin-Madison, é autoridade internacional em sociologia do direito, direitos humanos, globalização, democracia e participação popular.

Nesta entrevista, ampliando os temas tratados na edição impressa deste mês do Brasil de Fato RS, ele aborda o papel do Estado como protetor da maioria do povo, a atuação decisiva dos serviços públicos de saúde na pandemia, a destruição das estatais promovida pelas elites econômicas, a retirada de direitos e o advento dos trabalhadores sem direito algum e que se julgam “empreendedores”.

Além disso ele analisa o cenário do Brasil, segundo ele “um estudo de caso patético, cruel, de um genocida que se mantém no poder”.

Confira a entrevista na íntegra.

Portugal | CORRUPTUGAL

Rodrigo Cartoon - Expresso – em Facebook

Portugal | A nebulosa do Estado

Vítor Santos* | Jornal de Notícias | opinião

A norma tácita do recato obrigatório aplicada à comunicação quando estão em causa matérias de segurança funciona como um seguro de vida para as cúpulas das autoridades em Portugal, país onde são residuais os casos de atores públicos capazes de assumir a responsabilidade pelo erro ou pela incompetência.

É bem verdade que, enquanto povo interessado pelas questões da responsabilidade do Estado, devemos estar na cauda do mundo democrático, talvez por dedicarmos parte substancial do nosso stock de indignação às polémicas de ocasião calibradas pelas redes sociais.

O carrossel de visitas de altas individualidades do Estado ao restaurante onde trabalhava um suspeito de terrorismo tinha tudo para nos deixar num plano privilegiado para observar a nebulosa do funcionamento do Estado. Mas é um pouco como estudar fenómenos astronómicos num dia de nevoeiro: é quase impossível tirar conclusões.

Numa situação como esta, a ausência de explicações gera incómodo, sobretudo porque estamos perante o combustível perfeito para o fogo populista, especialista em alimentar-se no (aparente) fracasso da autoridade. Mas coisas há que carecem de explicação. Se a pessoa em causa não é perigosa e pode conviver, tranquilamente, com o atual e um ex-chefe de Estado e com o primeiro-ministro, por que razão foi investigada e, mais importante ainda, como é possível estar detida?

Nestes momentos, quando a realidade nacional transcende o absurdo, é também imperioso descer à terra, lembrando que Portugal é um dos países mais seguros do Mundo. Mas, claro está, nem isso serve de atenuante para o disparate de permitir que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa convivam e sejam fotografados com alguém que estaria, na altura, a ser investigado por suspeitas de terrorismo. Só faltou mesmo trocarem presentes, o que resultaria num embrulho ainda maior.

*Chefe de redação

Bragança | Cabo-verdiano morreu por agressão ou por queda?

Morte de Giovani: interrogatórios da Polícia Judiciária referem que cabo-verdiano “caiu”

A informação surgiu durante a audição em julgamento de um dos inspetores da PJ que conduziu o início do processo, em que está em causa se o jovem de 21 anos morreu de uma queda ou de agressão numa contenda, em dezembro de 2019

A informação surgiu durante a audição de um dos inspetores da PJ que conduziu o início do processo em que está em causa se o jovem de 21 anos morreu de uma queda ou de agressão numa contenda, na madrugada de 21 de dezembro de 2019.

A acusação diz que o traumatismo na cabeça que provocou a morte a Giovani resultou de uma alegada agressão com um pau e acusou sete jovens de Bragança de homicídio qualificado, enquanto a defesa dos arguidos tem sido sustentada na hipótese de o ferimento resultar de uma queda numas escadas.

A versão da queda nas escadas consta nos documentos dos interrogatórios aos amigos que acompanhavam Giovani, naquela madrugada, feitos pela PJ, em janeiro de 2020, imediatamente a seguir à morte do jovem, que ocorreu a 31 de dezembro de 2019.

Nos relatórios da PJ está escrito que foi relatado que Giuvani se terá "desorientado e caiu".

O inspetor que testemunhou hoje disse que já não se lembra se foi "caiu" ou "tropeçou" o que lhe disseram.

O uso do termo "tropeçou" por parte do inspetor causou estranheza ao juiz-presidente do coletivo que está a julgar o caso, já que foi o que os amigos e a parte que representa Giovani passaram a usar no julgamento, que começou em fevereiro, em Bragança.

Marrocos e empresas roubam recursos do Saara Ocidental

Filme mostra como empresas contribuem com o roubo de recursos do Saara Ocidental

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"Poder econômico faz as vezes de diplomacia e serve como reforço da ocupação ilegal", diz roteirista Laura Daudén

Daniel Giovanaz | Brasil de Fato | São Paulo (SP) em 20.01.2021

Uma história de traição, roubo e resistência. É assim que a jornalista brasileira Laura Daudén, roteirista e uma das diretoras do documentário Ocupação S.A., se refere ao Saara Ocidental.

O território, no Norte da África, é a última colônia africana, segundo o Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas. Depois de quase cem anos de dominação espanhola, desde 1976 a luta é contra uma ocupação ilegal protagonizada pelo país vizinho, o Reino de Marrocos.

Ocupação S.A. está disponível gratuitamente na internet com legendas em português.

Gravado no segundo semestre de 2020 e lançado em dezembro, o filme de Daudén e Sebastián Ruiz Cabrera explica em detalhes como as riquezas do Saara Ocidental vêm sendo roubadas, sob o patrocínio de empresas multinacionais – que financiam a ocupação ilegal e se beneficiam dela.

Leia também: Relatório lista as empresas que investem na parte ocupada do Saara Ocidental

Muitas dessas empresas estão sediadas na Espanha, onde vive Daudén. De sua casa, ela concedeu entrevista ao Brasil de Fato e ressaltou a relevância do tema.

Traição

A jornalista brasileira afirma que, para compreender a luta dos saaráuis – povo do Saara Ocidental –, é preciso recordar o papel da Espanha durante e após a colonização.

“Primeiro, essa é uma história da traição, em que uma ex-metrópole entrega sua colônia para outros dois países [Marrocos e Mauritânia] de maneira absolutamente ilegal e à revelia dos direitos humanos”, lembra.

Quando deixou de ser metrópole, a Espanha se comprometeu com o processo de autodeterminação dos saaráuis, que deveria se concretizar com um plesbicito mediado pelas Nações Unidas. Até hoje, esse plebiscito nunca ocorreu, e empresas espanholas continuam tirando proveito das riquezas do Saara.

OPÇÃO PELA VIDA – II

A PARTIR DA DIALÉTICA IMPLICADA NA PRÓPRIA ESSÊNCIA DA MÃE TERRA!

Martinho Júnior, Luanda 

Em África a equação contraditória milenar entre a água interior e os maiores desertos quentes do globo, onde a água é rarefeita, impeliu o homem a culturas de adaptação entre o sedentarismo e a nomadização, com todas as cargas antropológicas e psicológicas que isso comporta.

Desde as antigas civilizações do Nilo como do Níger, que esse padrão de contraditórios nos é transmitido pela própria história, socorrendo-se de outras disciplinas, entre elas a arqueologia e a antropologia.

África ainda não venceu esse tipo de amarras que advêm desse passado longínquo, apesar das transformações que passaram a ocorrer em algumas regiões como a África do Sul, quando o império colonial britânico implicou a antropologia da revolução industrial.

Hoje é possível ao jihadismo radical islâmico continuar a explorar esse contraditório a fim de alimentar a sua saga, numa altura em que a doutrina Rumsfeld/Cebrowski que desde o princípio do século XXI vigora subtilmente em reforço da expressão neoliberal nos relacionamentos do “hegemon” unilateral e seus vassalos, coligações e “parceiros” para com o Sul Global, procura a todo o transe minar as sociedades vulneráveis dos países subdesenvolvidos numa esteira “transversal” de caos, de terrorismo e de desagregação.

África por inteiro está integrada nos mapas que espelham os propósitos dessa doutrina e o jihadismo espalhou-se desde o derrube de Kadafi na Líbia, há dez anos, saltando de rio em rio, de lago em lago e atingindo agora a África Austral a sul do Rovuma, a norte de Moçambique…

Angola: O derrube das desconfianças e suspeições

Ismael Mateus* | Jornal de Angola | opinião

Na sua declaração de voto de um de Setembro, a UNITA exprime toda a sua mágoa ao considerar que a lei orgânica das eleições (para a qual eles tinham contribuído em 90 por cento dos artigos alterados e aprovada com os votos do MPLA) era uma "lei da fraude e do suicídio do Estado democrático”. À noite, o deputado Tomás da Silva, do MPLA, respondeu no telejornal considerando que apenas as birras da UNITA tinham levado ao seu voto contra.

Ainda assim, mantemos o elogio. A Assembleia Nacional está a fazer um caminho notável de busca de consensos, o que não invalida que, em determinados casos, isso não seja possível de alcançar. E quando assim for, a alternativa será sempre o voto. Não haveria nada de extraordinário nessas duas circunstâncias se a imaturidade dos nossos políticos não precipitasse uma pequena crise com a desvalorização do trabalho feito até aqui.

Tanto a declaração de voto, como as declarações politicas que lhe seguiram, foram infelizes e mais preocupadas em apontar o dedo ao outro, quando, na verdade, apesar da falta de acordo em pontos cruciais, houve concertação e consenso em muitos outros pontos. Podemos dizer que apesar de todo o trabalho havido, registou-se uma recaída no velho problema da convivência contraditória entre uma crónica desconfiança e necessidade de abrir um caminho de confiança entre irmãos.

Contas "fantasmas" atrapalham execução orçamental do Estado

ANGOLA

Vera Daves fez estas afirmações no workshop sobre o "Sistema de Controlo Interno", de iniciativa da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), que se prolonga até amanhã, em formato virtual (plataforma Zoom) e presencial (na Escola Nacional da Administração e Políticas Públicas).

De acordo com a ministra, é preciso atacar em bloco às infracções de ter-se património financiado com dinheiro do Estado, mas não registado em nome deste.

Para tal, Vera Daves pede transparência e responsabilidade aos gestores públicos, lembrando ser fundamental que as lideranças de hoje não comprometam o futuro da geração de vindoura.

Como defendeu, na prelecção "Infracções às Regras Orçamentais", que fez no workshop, a única forma de travar ciclos viciosos é responsabilizar quem pratica os actos que violem as normas estabelecidas.

"Temos de assegurar o controlo interno dos organismos públicos e a melhor forma é a prestação de contas", disse.

Governo guineense é responsabilizado por terceira vaga

Covid-19: PAIGC acusa Governo guineense de responsabilidades pela terceira vaga

Para o PAIGC, Governo é "o principal responsável" pela terceira vaga da Covid-19 no país. E mais: acusa Bissau de restringir a liberdade dos cidadãos e de usar indevidamente doações que seriam para o combate à pandemia.

Em conferência de imprensa esta quinta-feira (02.09), o vice-líder do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Wasna Papai Danfá, afirmou que, "em vez de propor medidas sérias", o Governo "adota atitudes que potenciam o alastramento da doença". 

"Para a maioria da população, está hoje claro que este regime golpista foi o principal responsável pela terceira vaga da pandemia que se regista na Guiné-Bissau e que está diariamente a ceifar a vida de muitos guineenses, facto que contribuiu claramente para o descrédito das próprias medidas de combate à pandemia junto da opinião pública" defendeu Papai Danfa. 

O deputado do PAIGC acusou ainda o Governo de restringir as liberdades dos cidadãos, através de declarações de estados de emergência ou de calamidade sanitária, "sem a autorização prévia do Parlamento". 

"O regime tem primado por uma gestão política autoritária desta crise, onde as medidas anunciadas eram claramente para serem cumpridas pelas populações, enquanto as autoridades as desrespeitavam", referiu o dirigente do PAIGC. 

MpD e da UCID apoiam candidatura de Carlos Veiga a PR

Cabo Verde: Líderes do MpD e da UCID apoiam candidatura de Carlos Veiga a PR

Os presidentes dos partidos MpD (poder) e da UCID (oposição) juntaram-se ontem à campanha do ex-primeiro-ministro Carlos Veiga a Presidente de Cabo Verde nas eleições de outubro.

Neste domingo (05.09), Ulisses Correia e Silva, presidente do Movimento para a Democracia (MpD), partido que suporta o Governo e que declarou apoio formal à candidatura de Carlos Veiga, disse que "este é um momento decisivo. Cabo Verde precisa de um Presidente que some a favor do país, que garanta a estabilidade política".

Ulisses Correia e Silva, também primeiro-ministro reeleito em abril último, acrescentou que o atual momento, de crise económica provocada pela pandemia de Covid-19, "exige união, coesão e estabilidade", defendendo a importância da eleição de Carlos Veiga como chefe de Estado face à agenda de "relançamento da economia" no pós-pandemia. 

"Precisámos de um Presidente que ajude nessa agenda, que esteja ao lado do povo, ao lado do Governo. Este é o momento de somar e não subtrair. É o momento de jogar o jogo certo por Cabo Verde", afirmou.

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