Octávio Serrano* | opinião
O argumento de “que estão a exercer cidadania”, é a conversa de muito politico e candidato a politico, quando se referem ao seu desejo e disponibilidade, para se inscreverem num partido e se colocarem à sua disposição, para participar na sua vida interna, fazer parte de listas concorrentes a eleições pela respectiva cor, serem eleitos e exercerem cargos electivos, ou simplesmente para servirem de correia de transmissão, em cargos de confiança politica, na administração publica…
Mas acontece, que este exercício de cidadania tem um sentido deturpado; porque para se exercer cidadania tem que se estar ao serviço da população; quer dizer, estar nesse lugar, para a servir e não para se servir; e qualquer um pode constatar, que a maioria da classe política está mais interessada em servir-se a si própria, aos interesses do seu próprio partido, aos interesses maçónicos e aos interesses económicos que lhes proporcionem oportunidades de carreiras de enriquecimento pessoal, do que propriamente, em servir o povo que dizem servir…
Por exemplo, os deputados da Assembleia da Republica são perfeitas correias de transmissão dos partidos pelos quais foram eleitos; muitos deputados não servem apenas o partido; estão ao serviço directo de maçonarias e de interesses económicos, que lhes ditam ordens; que eles cumprem, no seu interesse pessoal de promoção politica e económica; não existirá propriamente o que se define como corrupção; mas existe o que se define como comércio de influências muito negativo…
Ora, este exercício político de primeiro interesse pessoal, não se pode considerar um exercício de cidadania; pois dada a deturpada estrutura orgânica, em que funcionam as nossas chamadas instituições democráticas, inevitavelmente se coloca o exercício do poder político, numa perspectiva de estar ao serviço de grupos, em vez de estar ao serviço das pessoas comuns.