terça-feira, 5 de outubro de 2021

Guerra dos Chips: Washington deterá Pequim?

Como os EUA tentam cortar o acesso da China a tecnologias cruciais. Que chances têm os chineses de se desvencilhar. E uma questão essencial: quem prometeu “mundo sem fronteiras” pode agora proibir a circulação do conhecimento?

Prabir Purkayastha, no Counterpunch | Outras Palavras | Tradução: Gabriela Leite

A indústria eletrônica mundial está enfrentando momentos turbulentos, após a imposição de sanções tecnológicas dos EUA à China. A Huawei caiu de sua posição de número um como fornecedora de telefones móveis – que manteve durante o segundo trimestre de 2020 – para o sétimo lugar. Ao comentar este slide, em sua apresentação, o presidente rotativo da Huawei, Guo Ping, disse que a batalha da empresa, agora, é pela sobrevivência. De acordo com a Reuters, Guo, em uma nota que circulou internamente, afirmou que a Huawei “não vai desistir e planeja, inclusive, retornar ao ‘trono’ da indústria.” Nesse aspecto, ela não apenas está sobrevivendo, mas anda indo muito bem. Ainda é líder mundial no mercado de equipamentos de telecomunicações, com uma fatia de receita de 31% – o dobro de seus concorrentes mais próximos, Nokia e Ericsson –, e lucros de quase US $ 50 bilhões nos primeiros seis meses de 2021. Mas será que a Huawei conseguirá reter sua posição de mercado sem que a China acompanhe os últimos desenvolvimentos na fabricação de chips e tecnologias de design?

Não são apenas as empresas chinesas que enfrentam momentos difíceis. Com a guerra de chips estabelecida entre os EUA e a China, a cadeia de fornecimento global da tecnologia foi afetada, levando à escassez em vários setores. Os chips semicondutores são usados em quase todos os produtos, desde equipamentos domésticos – fornos de microondas e torradeiras – até as indústrias automotiva e de defesa. O maior gargalo da indústria automobilística hoje é a escassez de chips, que afetou gravemente sua produção. Se a guerra continuar, a crise da escassez de chips também pode afetar outras indústrias.

Essa instabilidade, entretanto, levantou várias questões: a crise da indústria de semicondutores é a precursora da fragmentação das cadeias de abastecimento globais? Isso levará a blocos de guerra, com os EUA em um polo e a China no outro? Com essa fragilidade da cadeia de suprimentos, estamos assistindo ao fim da globalização como um paradigma?

A indústria de eletrônicos é uma das que mais demanda capital e pesquisa e desenvolvimento. Nenhum outro setor possui essa característica. As usinas de energia ou aço exigem grande capital; os produtos farmacêuticos necessitam de intensa P&D. Mas nenhuma outra indústria é as duas coisas. ASML, uma empresa holandesa pouco conhecida que produz as máquinas litográficas para fabricação de chips, vale mais do que a Volkswagen, a maior fabricante de automóveis do mundo. Isso se deve aos altos custos de P&D das máquinas litográficas da ASML: é a única empresa que pode entregar as máquinas que os chips mais avançados exigem. Para que uma nova instalação de fabricação faça a nova geração de chips hoje, custará US $ 20 bilhões – mais do que o custo de um porta-aviões ou de uma usina nuclear. Apenas dois fabricantes, Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) e Samsung, têm a capacidade de produzir os chips mais avançados que a indústria usa.

COMBATE À CORRUPÇÃO -- contas feitas com saldo negativo

Dez anos de combate à corrupção: 4806 investigações, 609 condenados. Triplicaram condenações a prisão efetiva

O DN fez as contas e analisou todos os dados disponíveis sobre os resultados dos processos judiciais que envolvem corrupção. Numa década, a média de processos que entraram na Polícia Judiciária para investigação aumentou 63%, houve mais arguidos e mais condenados a penas mais duras. Mas a elevada taxa de arquivamentos (62% em 2020) e a demora no tempo de investigação (18 meses em média) revela uma notória falta de meios para investigar mais.

Numa década entraram na Polícia Judiciária (PJ) 4806 processos de corrupção para investigar. De acordo com os dados do Ministério da Justiça (MJ), que o DN organizou e analisou relativos aos anos de 2010 a 2019, neste período - que atravessou mandatos de três procuradores-gerais da República, Pinto Monteiro, Joana Marques Vidal e a atual Lucília Gago - foram constituídos 1167 arguidos, dos quais foram condenados 609 (52%).

Comparando o primeiro quinquénio (2010 a 2014) com o segundo (2015 a 2019) verifica-se um aumento na média anual de arguidos, de 113 para 120, e de condenados, de 55 para 66.

Nas condenações verificou-se uma evolução simbólica: triplicaram as penas de prisão efetiva do primeiro para o segundo quinquénio. Apesar de ser uma pena quase residual, face às penas suspensas, a média anual passou de cinco, entre 2010 a 2014, para 15 entre 2015 e 2019, com um pico de 20% em 2015 e no último ano em que há dados disponíveis, 2019 a atingir os 16% .

Em números brutos, estamos a falar de um total de 60 condenados a prisão efetiva em dez anos, apenas 9,8% em relação ao total de condenados e 5,2% face a 1167 arguidos.

E agora, Porto?

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Rui Moreira fica para a História como o primeiro presidente da Câmara Municipal do Porto que, depois de ter alcançado a maioria absoluta, a perdeu.

Galardão que alcançou depois de, embalado pelas sondagens (que mais uma vez não acertaram!) e pela visão cor-de-rosa que tem da cidade, ter pedido a maioria absoluta na Assembleia Municipal e a presidência da Junta de Freguesia de Paranhos...... Ou seja, pediu o absolutismo, mas perdeu 10 mil votos (20% da votação de 2017), um vereador, um deputado municipal e 15 eleitos nas freguesias (onde não tem nenhuma maioria absoluta).

Moreira e a sua equipa, convencidos de que iriam ter um passeio triunfal, aumentaram, no último ano, a arrogância e o autismo, quebrando pontes de diálogo com as outras forças políticas (o que justifica, também, o desaire eleitoral). Agora, terá de arrepiar caminho, o que também se aplica às freguesias, sendo que aí a inexperiência da maioria dos presidentes eleitos pelo movimento de Moreira vai "pesar". Bem como o resultado do julgamento Selminho, agendado para meados de novembro deste ano...

Como todas as forças políticas anunciaram que não aceitariam pelouros e/ou acordos com Moreira, o próximo mandato vai ser muito exigente para todos. A Moreira exige-se humildade e paciência, no diálogo sobre cada um dos dossiês. O que também se exige às restantes forças políticas, sendo certo que o pior que poderia acontecer seria se praticassem uma política de "terra queimada". Sei, por experiência própria, que estes tempos são muito trabalhosos. Mas, ao mesmo tempo, exaltantes, dado que todas as opiniões contam...

*Engenheiro

5 de Outubro -- Implantação da República Portuguesa

A Implantação da República Portuguesa foi o resultado de uma revolução organizada pelo Partido Republicano Português, iniciada no dia 2 de outubro e vitoriosa na madrugada do dia 5 de outubro de 1910, que destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.

subjugação do país aos interesses coloniais britânicos,[1] os gastos da família real,[2] o poder da igreja, a instabilidade política e social, o sistema de alternância de dois partidos no poder (o Partido Progressista e o Partido Regenerador), a ditadura de João Franco,[3] a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e se adaptar à modernidade — tudo contribuiu para um inexorável processo de erosão da monarquia portuguesa[4] do qual os defensores da república, particularmente o Partido Republicano, souberam tirar o melhor proveito.[5] Por contraponto, o partido republicano apresentava-se como o único que tinha um programa capaz de devolver ao país o prestígio perdido e colocar Portugal na senda do progresso.[6]

Após a relutância do exército em combater os cerca de dois mil soldados e marinheiros revoltosos entre 3 e 4 de outubro de 1910, a República foi proclamada às 9 horas da manhã do dia seguinte da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa.[7] Após a revolução, um governo provisório chefiado por Teófilo Braga dirigiu os destinos do país até à aprovação da Constituição de 1911 que deu início à Primeira República.[8] Entre outras mudanças, com a implantação da República, foram substituídos os símbolos nacionais: o hino nacional, a bandeira e a moeda.[9][10]

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