quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Censura | STRATEGIC CULTURE FOUNDATION NA LISTA NEGRA DOS EUA

Ataque dos EUA ao Jornalismo Independente e à Dissidência Política

# Publicado em português do Brasil

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation

O verdadeiro objetivo de Washington é criminalizar o jornalismo crítico e, na verdade, qualquer forma de dissidência crítica.

Em um ataque audacioso à liberdade de expressão, jornalistas e escritores baseados nos Estados Unidos foram proibidos pelas autoridades federais dos EUA de publicar artigos com a Strategic Culture Foundation. Entrevistamos um dos autores afetados pela proibição, o jornalista Daniel Lazare, residente em Nova York, que compartilha suas idéias sobre as profundas implicações para a liberdade de expressão, o jornalismo independente e a dissidência política.

Lazare é um dos vários escritores que moram nos Estados Unidos e que anteriormente publicaram colunas regulares na Strategic Culture Foundation. Nosso jornal online apreciou muito suas percepções e análises inteligentes da política internacional e dos Estados Unidos. Infelizmente, não poderemos mais publicar suas colunas por causa da ameaça imposta a eles pelas autoridades federais dos EUA que acusam o SCF de ser uma operação de influência dirigida pelo Kremlin. As acusações e ameaças são infundadas e draconianas.

Se os escritores baseados nos Estados Unidos desafiarem a proibição, eles serão ameaçados com penalidades financeiras astronômicas de mais de US $ 300.000. A proibição só surgiu nas últimas semanas. Ele segue movimentos anteriores do Departamento de Estado dos EUA e do Departamento do Tesouro acusando o SCF de ser um agente da inteligência estrangeira russa. Nenhuma evidência foi apresentada pelas autoridades dos EUA para apoiar suas afirmações provocativas. O Conselho Editorial do SCF rejeita categoricamente as alegações. Em um comunicado, os editores disseram: “Rejeitamos todas as alegações das autoridades norte-americanas de que o jornal é uma suposta operação de inteligência russa. Não temos nenhuma ligação com o governo russo. Oferecemos um fórum independente para escritores internacionais para debater e criticar livremente as principais questões atuais de importância mundial. ”

O PRINCIPAL MOTOR DA INFLAÇÃO É UM MANÍACO ASSASSINO EM RIAD

# Publicado em português do Brasil

Ryan Grim, Ken Klippenstein | The Intercept

A Arábia Saudita está retendo a produção de petróleo porque Biden não se encontrará com Mohammed bin Salman após o assassinato de Jamal Khashoggi, sugeriu o presidente.

O PRÍNCIPE SAUDITA Mohammed bin Salman está decretando vingança contra os democratas em geral e o presidente Joe Biden, especificamente pela atitude cada vez mais reservada do partido em relação ao reino - elevando os preços da energia e alimentando a inflação global.

O próprio Biden parecia fazer alusão a isso em um evento na prefeitura com a CNN no mês passado, durante o qual atribuiu os altos preços do gás a uma certa “iniciativa de política externa” sua, acrescentando: “Há muitas pessoas do Oriente Médio que querem falar com mim. Não tenho certeza se vou falar com eles. ”

Biden estava fazendo uma referência não tão velada à sua recusa em se encontrar com o príncipe herdeiro e reconhecê-lo como o governante de fato da Arábia Saudita devido ao seu papel no terrível assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro de 2018. A mudança veio depois de Biden prometeu durante um debate com o presidente Donald Trump fazer MBS, como ele é conhecido, "um pária" e representou um afastamento total das relações calorosas de Trump com o reino do deserto e o príncipe herdeiro.

Em 2017, Trump quebrou a tradição ao escolher Riad, capital da Arábia Saudita, para sua primeira visita ao exterior e logo anunciou uma venda recorde de armas para o reino. Mais tarde, depois que Khashoggi, um colaborador do Washington Post, foi brutalmente desmembrado em um consulado turco, Trump lançou dúvidas sobre o envolvimento do MBS, dizendo: "Talvez ele tenha, talvez não". Depois que seu próprio diretor da CIA informou ao Congresso sobre a culpabilidade da MBS, Trump supostamente se gabou de seus esforços para proteger o príncipe herdeiro, dizendo: "Eu salvei sua bunda". Desde então, um conselheiro sênior da campanha de Trump, Tom Barrack, foi indiciado por supostamente trabalhar como agente não registrado dos Emirados Árabes Unidos - o aliado mais próximo da Arábia Saudita.

Portugal | SOCORRO, ESTÃO A MATAR A ESCOLA PÚBLICA!

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Das coisas que mais me irrita é ver a classe média e alta, que tem os filhos na escola privada, pedir que lhes devolvam o dinheiro que gastam na educação dos filhos. Porque não lhes serve a escola pública, e como desoneram o Estado desse custo, querem de volta parte dos impostos que pagaram. Irrita-me porque têm o privilégio financeiro de poder escolher a escola dos filhos e argumentam que, com uma qualquer espécie de cheque ensino fornecido pelo Estado, todos poderiam escolher a escola. É tão evidente a mentira que só pode mesmo irritar. E estou muito à vontade nesta matéria porque também tenho as minhas filhas no privado, nada tenho contra o privado, só não quero que me devolvam dinheiro nenhum, porque fui eu que fiz a opção.

Não vou voltar agora a esse debate, porque o que agora me está a irritar mais é o facto de ser um governo socialista que está a matar o ensino público, onde eu gostaria que as minhas filhas entrassem no próximo ano. Temos um ministro que diz com pompa e circunstância que "a despesa por aluno nestes últimos anos tem aumentado muito significativamente", chegando aos 6200 euros anuais, e não se envergonha da figura que faz. Gasta cada vez mais dinheiro para ter cada vez piores resultados.

Este fim-de-semana, Isabel Leiria escreveu no Expresso que, dois meses depois das aulas terem começado, ainda há alunos sem professores. E sabe-se lá quanto mais tempo vão ficar assim. É assim que o governo quer fazer a recuperação das aprendizagens? É assim que vão corrigir tudo o que de mau se passou durante o confinamento. A desigualdade agravou-se durante a pandemia, o governo falhou sucessivas promessas de entregar computador e acesso à internet a todos os alunos, e demonstra total incompetência para resolver mais um problema de desigualdade social. A maioria dos alunos que continua sem professor a disciplinas centrais do seu percurso escolar são crianças que não têm pais com capacidade, quer financeira quer de formação, para os ajudar a ultrapassar essa dificuldade.

Morte atinge idosos com mais de 70 anos. Vírus é transmitido por crianças e jovens

COVID EM PORTUGAL

De 1 de outubro até ontem, morreram mais 304 pessoas devido ao SARS CoV-2. Destas, 205 tinham mais de 80 anos e 65 estavam entre os 70 e os 79 anos. Estes dados resultam de uma análise aos boletins diários da DGS, que revela ainda que o maior aumento percentual de novas infeções foi registado no grupo dos 0 aos 9 anos (7,5%) e que o maior número de casos ocorreu no grupo entre os 20 e os 29 anos (mais 6654). Especialistas dizem que o ritmo de crescimento é elevado.

Quem está a morrer em Portugal com covid-19? A pergunta tem sido feita por especialistas e não só. Mas os dados concretos, disponibilizados diariamente pelas autoridades de saúde, só permitem perceber em que faixas etárias é que se morre mais. O bastonário dos médicos já pediu publicamente à Direção-Geral da Saúde (DGS) que divulgue a informação com mais detalhes (por exemplo, se estas pessoas estavam ou não vacinadas e há quanto tempo ou se sofriam de outras doenças), até para apoiar a comunidade científica na análise da evolução da doença. Mas isso não tem acontecido. O problema é que a esta questão juntam-se outras, como em que idades está a ocorrer o maior número de casos, quem está a chegar aos hospitais para internamento em enfermarias e nas unidades de cuidados intensivos? Quantos dos infetados e internados estavam ou não vacinados e há quanto tempo? O DN também enviou estas perguntas à DGS , mas a resposta que chegou foi que tais dados só são atualizados mensalmente, devendo ser conhecidos na sexta-feira.

No entanto, uma consulta aos boletins diários da DGS sobre a doença permite tirar algumas conclusões, nomeadamente: quem está a morrer são pessoas da faixa etária acima dos 70 anos e quem está a transmitir a doença são, principalmente, as crianças dos 0 aos 9 anos e os jovens adultos dos 20 aos 29.

Quem está nos hospitais confirma que a mortalidade está atingir os idosos, mais vulneráveis, com comorbilidades e vacinados há muito tempo. E que a nível da transmissão são os mais novos, uns porque não estão vacinados, outros porque são jovens adultos ainda sem vacinação completa e com mais comportamentos de risco. "São resultados que já tínhamos detetado, mas é preciso termos dados mais concretos para se fazer uma avaliação", disse ao DN o matemático do Instituto Superior Técnico (IST), Henrique Oliveira, que integra a equipa que faz a modelação da doença a longo prazo juntamente com a Ordem dos Médicos.

De acordo com os mesmos dados, desde o dia 1 de outubro - data em que foram levantadas todas as medidas restritivas em vigor até essa altura, nomeadamente o uso de máscara na rua, dentro de restaurantes, bares, discotecas e em locais de trabalho - e até ontem, 17 de novembro, morreram mais 304 pessoas em Portugal com covid-19, passando o total de óbitos de 17 979 para 18 283.

A esmagadora maioria dos óbitos ocorreu acima dos 70 anos. Ou melhor, 205 pessoas tinham mais de 80 anos, 65 estavam entre os 70 e os 79 e 25 entre os 60 e os 69 anos. Houve ainda duas mortes na faixa dos 50 aos 59 anos, seis entre os 40 e os 49 anos e uma entre os 30 e os 39 anos. As outras não registaram qualquer óbito neste período. Apesar de tudo, o número de mortes demonstra que a doença nesta fase é menos grave do que nas vagas anteriores.

Portugal | EVITAR DRAMATISMOS

Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

O nervosismo é mau conselheiro. E num momento em que aumenta o número diário de infeções por covid-19, o que se espera do primeiro-ministro e dos epidemiologistas é serenidade e prudência, ingredientes pouco usados nos últimos dias. Mas vamos aos factos.

A taxa de vacinação em Portugal, uma das melhores do Mundo, é elogiada um pouco por toda a Europa, havendo especialistas a antecipar o fim da pandemia na primavera do próximo ano. Isto ao mesmo tempo em que a Alemanha ou a Áustria se confrontam com milhares de novos casos e anunciam restrições.

Por cá, e face ao crescente número de infeções e da pressão que já se sente no Serviço Nacional de Saúde, a comunidade científica divide-se. Uns, como o virologista Pedro Simas, defendem que vivemos um tempo normal numa estação mais propensa a vários tipos de infeções respiratórias. Tempos de endemia e não de pandemia. Outros, como o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, pintam os dias de cores negras, dramatizando a possibilidade de termos uma quadra natalícia pior do que a do ano passado.

Defendem o clima enquanto preparam o fim do mundo

Manlio Dinucci*

Para Manlio Dinucci, o perigo do aquecimento climático não diz muito comparação com a ameaça muito mais devastadora do Inverno nuclear que alguns participantes na COP26 estão a preparar precipitadamente.

No início de Outubro, a Itália acolheu a reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, actualmente a decorrer em Glasgow. Duas semanas depois, a Itália acolheu outro acontecimento internacional que, ao contrário do primeiro evento amplamente divulgado, foi transmitido em silêncio pelo governo: o exercício de guerra nuclear Steadfast Noon da NATO, nos céus do norte e centro da Itália. Durante sete dias, sob comando USA, participaram as forças aéreas de 14 países da NATO, com caça-bombardeiros nucleares de dupla capacidade e caça-bombardeiros convencionais estacionados nas bases de Aviano e Ghedi. O 31º esquadrão dos EUA com caça-bombardeiros F-16C/D e bombas nucleares B61 está destacado, permanen-temente, em Aviano. Em Ghedi, a 6ª Ala da Força Aérea Italiana com caça-bombardeiros Tornado PA-200 e bombas nucleares B61. A Federação dos Cientistas Americanos confirma, em 2021, que "à Força Aérea Italiana são atribuídas missões de ataque nuclear com bombas americanas, mantidas em Itália sob controlo da US Air Force, cuja utilização na guerra deve ser autorizada pelo Presidente dos Estados Unidos". As bases de Aviano e Ghedi foram reestruturadas para acomodar os caças F-35A armados com as novas bombas nucleares B61-12. Em Outubro passado, o teste final foi realizado em Nevada, com a libertação de bombas B61-12 inertes, por dois caças F-35A. Em breve, as novas bombas nucleares chegarão a Itália: 30 caças F-35A italianos podem ser destacados apenas para a base Ghedi, prontos para atacar sob comando USA com 60 bombas nucleares B61-12.

Vêm aí tempos difíceis para a Ucrânia: nem adesão à OTAN nem ajuda económica

# Publicado em português do Brasil

Slavisha Batko Milacic* | One World

Nos próximos anos, a Ucrânia será o buraco negro geopolítico da Europa, o que só servirá para fortalecer a posição americana nas negociações com a Rússia.

Começou a fase final da reorganização geopolítica do mundo, na qual, infelizmente, só se podem esperar cortes dolorosos, dores de parto e incertezas extremas. Uma nova ordem internacional está nascendo, baseada em novas regras do jogo e com novas relações de poder. O antigo não existe mais nem funciona (apesar de instituições internacionais formalmente ainda ativas, mas completamente fúteis como a ONU), e este novo, que está por vir, nada mais é do que um enorme enigma global.

Os recentes eventos significativos, que devemos necessariamente olhar no contexto dos jogos geopolíticos globais por meio do triângulo dominante EUA-Rússia-China, decidirão o futuro panorama do mundo. A dinâmica dos eventos geopolíticos mostra que o mundo está entrando em uma fase cada vez mais perigosa:

1. A Ucrânia recebeu $ 60 milhões em armas dos Estados Unidos, o Secretário de Defesa dos EUA (chefe do Pentágono) Lloyd Austin chegou recentemente a Kiev. Também a curadora de política anti-russa dos EUA Victoria Nuland - subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, recentemente chegou a Moscou;

2. O novo primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, que assumiu recentemente o cargo, disse ao parlamento que as Ilhas Curilas do Sul de Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai, que fazem parte da Rússia, estão sujeitas à soberania japonesa (desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as ilhas pertenceram à URSS). E isso foi confirmado pela ONU.

3. O presidente taiwanês, Tsai Ing-wen, fez uma série de declarações muito beligerantes contra a China e suas aspirações, e Pequim não ficou em dívida com ela, respondendo ao possível início da guerra.

China, América Latina e Caribe estreitam laços com cúpula empresarial

# Publicado em português do Brasil

Beijing (Prensa Latina) A China e os países da América Latina e do Caribe abriram hoje sua décima quarta cúpula empresarial em Chongqing (sudoeste) com o objetivo de ampliar as oportunidades de cooperação econômica e comércio de bens de consumo e serviços.

Simultaneamente, foi aberta uma feira onde os países participantes mostram suas principais ofertas em áreas como tecnologia, alimentos e agricultura, entre outras.

Durante a cerimónia de abertura, as autoridades chinesas destacaram o crescente intercâmbio comercial entre as partes e revelaram que de Janeiro a Setembro deste ano ultrapassou os 331 bilhões de dólares, ou seja, um aumento de 45,5 por cento face ao ano anterior.

Expressaram sua vontade de continuar trabalhando com o subcontinente para levar esses contatos e cooperação a níveis mais elevados, mas sempre sob a premissa de equidade, benefício mútuo, inovação e abertura.

Da mesma forma, os representantes da América Latina e do Caribe mencionaram o progressivo fortalecimento das relações comerciais com a China nos últimos 20 anos e decidiram promovê-las mais em áreas como turismo, cultura e tecnologias da informação.

A agenda deste dia incluiu vários eventos acadêmicos.

Personalidades exigem o fim do bloqueio e da subversão contra Cuba

O apelo que publicamos é mais uma expressão do movimento de solidariedade para com Cuba - e de condenação do criminoso bloqueio e outras formas de agressão conduzidas pelos EUA - que cresce em todo o mundo. O ódio imperialista à ilha heroica passa de administração para administração: de Obama para Trump, de Trump para Biden, tal como sucedera com os seus antecessores. É necessário que contra ele continue a levantar-se a combativa solidariedade dos povos. Solidariedade política e humana, solidariedade material em todas as formas possíveis.

À comunidade internacional:

Os Estados Unidos mantêm há mais de sessenta anos um bloqueio contra Cuba. Desde a década de 1990, Washington aprovou uma série de leis que o reforçaram ainda mais, na tentativa de impedir todas as possibilidades de compra de alimentos e de submeter o seu povo através da fome.

Só a administração de Donald Trump promulgou 243 medidas, muitas delas durante a pandemia de Covid-19, que afectaram ainda mais a economia cubana. Essas medidas permanecem em vigor sob a administração de Joe Biden.

O objectivo não mudou: asfixiar a economia cubana e infligir sofrimento ao seu povo, para que se revolte contra o governo revolucionário.

Washington ignorou arrogantemente a condenação anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exige o fim desta prática desumana.

O Brasil é muito maior e melhor que Bolsonaro -- afirma Lula na UE

Na capital da Europa, Lula reforça que o Brasil é muito maior e melhor que Bolsonaro

# Publicado em português do Brasil

Fernando Barbosa* | Brasil de Fato | opinião

Nas entrelinhas ainda deixa a mensagem: haverei de voltar acompanhado dos companheiros latino-americanos

Nesta segunda-feira fria (15), com uma garoa típica do outono belga, deixei os meninos com o babá, tomei o ônibus 54, caminhei uns 500 metros até Place Luxembourg, um caminho que tantas vezes fizera para encontros de trabalho. No trajeto do ônibus procurava recordar o primeiro encontro, no longínquo 1999, na Serra do Ororubá, território dos índios Xukuru, em ocasião do primeiro aniversário de morte do grande líder indígena Xicão. Foi ali, que pela primeira vez encontrei pessoalmente Lula. 

No trajeto lembrei ainda de algo que havia postado há dois anos numa rede social, quando estava lendo José Eduardo Agualusa, escritor angolano: “Ao companheiro Lula, nesta noite fria em que foleio José Eduardo Agualusa, eis que me deparo com o discurso da posse, em 2003, dito de outro modo: (...) Tu e teus amigos enchem a boca com palavras grandes, Justiça Social, Liberdade, Revolução, e entretanto as pessoas definham, adoecem, muitas morrem. Discursos não alimentam (...) Só me interessam as revoluções que começam por sentar o povo à mesa (JSA – Teoria Geral do Esquecimento)”. Julgava eu que poderia repetir isso no encontro que já imaginara, que haveria tempo de abraça-lo e dizer isso, mesmo contando que a voz iria embargar e que os olhos iriam marejar. O abraço veio, junto com uma foto, as palavras guardei comigo e agora divido com vocês.

:: "Acreditamos num mundo multipolar”, diz Lula no Parlamento Europeu; leia o discurso na íntegra ::

A vinda de Lula a Bruxelas faz parte de um périplo europeu do ex-presidente, que inclui escalas na Alemanha, onde começou dia 11, Bélgica, França e Espanha, até o dia 17 de novembro. Honestamente, mais que bem-vindo, depois do papelão que o inquilino do Alvorada nos fez passar na Itália, durante a reunião do G20 e a não participação na COP26. A reação dos líderes de governo e Estado à presença de Bolsonaro me fez lembrar os últimos dias de Dom Dedé enquanto arcebispo de Olinda e Recife. Tão conservador que era, excomungando mãe, médico e criança que fora violentada e teve que abortar o fruto da violência e absolvendo o criminoso, nenhuma “otoridade” civil tinha a coragem de visitar Dom Dedé, nem mesmo para os habituais rapapés de Natal...era uma queimação de filme.

Consciência Negra é todo dia. #ForaBolsonaro também -- Paulo Batista


Brasil de Fato

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