Tensão em torno de uma possível invasão da Ucrânia voltou a ser discutida entre os dois líderes
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, fala"ram este sábado ao telefone para discutir a situação na Ucrânia, num momento marcado pela crescente tensão sobre uma eventual invasão russa da ex-república soviética.
Biden alertou Putin que os EUA "responderão decisivamente" a uma invasão da Ucrânia e que tal gesto terá "custos rápidos e severos" para a Rússia.
"A histeria atingiu o seu pico", disse por seu lado o principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yury Usahakov, falando de um telefonema "equilibrado e profissional" durante o qual Putin se queixou de que o Ocidente tem estado a armar a Ucrânia e que as autoridades de Kiev estão a "sabotar" o acordo de paz no leste do país.
A conversa durou uma hora, segundo informação avançada à 'pool' de jornalistas acreditados na Casa Branca.
"A ligação segura entre o presidente Biden e o presidente russo Putin foi concluída às 12:06 [locais] (17:06 em Lisboa)", avançou a Casa Branca.
Biden falou com Putin a partir da
residência oficial
Esta foi a primeira conversa direta entre os dois líderes desde 30 de dezembro, quando Biden e Putin deixaram claras as diferenças sobre a Ucrânia.
A conversa surgiu um dia depois
de os EUA terem pedido aos seus cidadãos que deixem o território ucraniano nas
próximas
Apenas algumas horas antes da ligação, o governo dos EUA ordenou que 160 membros da Guarda Nacional da Florida (uma das suas unidades de reserva militar) deixassem a Ucrânia como medida de extrema precaução.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou "o reposicionamento temporário" desses 160 reservistas que estão na Ucrânia desde novembro passado, anunciou o Departamento de Defesa em comunicado.
Aqueles efetivos estão colocados na 53.ª Brigada de Combate de Infantaria e prestaram assessoria e treino às Forças Armadas da Ucrânia nos últimos meses.
Depois de deixar a Ucrânia, os 160 reservistas serão colocados noutros países europeus.
O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).
A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Bolsonaro confirma visita oficial à Rússia na segunda-feira
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, confirmou hoje que inicia segunda-feira uma visita oficial à Rússia, onde se reunirá com o seu homólogo Vladimir Putin, apesar da crescente tensão que se regista na fronteira com a Ucrânia.
Embora vários especialistas e diplomatas tenham aconselhado a suspensão da viagem a Moscovo devido ao clima de tensão com a Ucrânia, o chefe de Estado brasileiro reiterou a importância da deslocação oficial a convite de Putin.
"Fui convidado pelo presidente Putin. O Brasil depende muito dos fertilizantes russos. Levaremos também um grupo de ministros para tratar de outros assuntos que interessam aos nossos países, como a energia, a defesa e a agricultura", adiantou Bolsonaro nas suas redes sociais.
"Pedimos a Deus que a paz reine no mundo para o bem de todos nós", referiu ainda o Presidente do Brasil.
Na sexta-feira, o Governo do Brasil assinalou o trigésimo aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas com a Ucrânia.
"Desde que o Governo brasileiro reconheceu a independência da Ucrânia, em dezembro de 1991, Brasil e a Ucrânia têm mantido vários contactos de alto nível entre seus líderes", adiantou uma nota do Ministério das Relações Exteriores.
A atual crise começou com a concentração, ainda em 2021, de dezenas de milhares de tropas russas e armamento pesado perto das fronteiras da Ucrânia, quer do lado da Rússia como também da Bielorrússia, país aliado de Moscovo.
O Ocidente vê nessa concentração militar a intenção russa de invadir novamente a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
Diário de Notícias | Lusa
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