Kuma | Tribuna de Angola | opinião
Nem Jonas Malheiro Savimbi no auge das suas alucinações, revelou tanta indiferença à homenagem aos heróis nacionalistas do 4 de Fevereiro. Ontem a par das comemorações assistimos a uma hedionda agressão cívica por parte do Galo Negro e seus satélites, e é espantosa a idiossincrasia dos falantes na propaganda subversiva.
A UNITA para disfarce comemorou o Dia Internacional da Luta Contra o Cancro, iniciativa louvável não fora para ostracizar a página histórica anticolonial. ACJ até disseminou com pompa uma mensagem que revela uma grande ignorância em matéria socio económica, é um autêntico nefelibata convencido no qual não se vislumbra o mais leve sentido de Estado. Há na UNITA quem possa fazer muito melhor, talvez até, menos dependente dos saudosistas do saque que vivem em pesadelo com os olhos postos em Angola.
A mim espantou-me mais ainda, a entrevista “on line” do arcebispo emérito do Lubango D. Zacarias Kamwenho. Este sacerdote católico teceu críticas convergentes com o discurso repetido da UNITA, mas foi mais longe, exaltou a cultura dos bailundos, circunscreveu-os ao Huambo, Bié, Benguela e Cuanza Sul, esquecendo-se da convergência secular do catolicismo com a colonização, do respeito do Governo de Angola pelo património da Igreja, e da vinda do Papa a Angola em tempo de vacas gordas, legitimando a corrupção que saqueou o país e cujos montantes significativos foram parar ao Banco do Vaticano, onde se põe seguro o dinheiro sujo da escravidão e toneladas de ouros dos explorados.
Ao fim do dia, um texto de Luzia Gusmão lido por Vítor Hugo Mendes, completou a incitação à rebelião, a forma como se atacam as instituições do Estado e o Presidente da República, é sintomático da concertação entre a ação interna e externa, urge estancar a verborreia desenfreada, o ruído polui, ensurdece e contamina, mesmo com peso insignificante, tem de se defender os incautos que podem resvalar para o abismo.
Mahatma Gandhi foi o maior pacifista do séc.XX, arrependeu-se de não ter estancado os conflitos por defender a Índia unida, subestimou o fundamentalismo islâmico, e teve de ceder a criação do Paquistão.
Nelson Mandela que encarnou a filosofia pacifista de Gandhi acreditou na sua força, colocou um final no Apartheid, mas para conseguir cumprir os seus compromissos internacionais, que colocariam em causa a África do Sul, teve de colocar fim ao seu casamento com Winnie Madikizela-Mandela, para estancar o radicalismo racista e vingativo.
São exemplos que conferem legitimidade ao silêncio de João Lourenço, a estabilidade está a dar frutos, a confiança está a abrir portas, mas teme-se pela segurança numa altura em que a Oposição da UNITA está entregue a um lunático que não tem nada a perder.
A Europa debate-se com sombras negras vindas de Leste, a crise ucraniana é depois da Segunda Guerra, da crise da Baía dos Porcos em Cuba, da Invasão das Falkland’s pela Argentina, e da balcanização da Jugoslávia, o palco de mais tensão bélica, isto traduz-se em preços elevados do petróleo e do gás.
Não se ouve uma palavra de congratulação pelos êxitos do país, soube-se da excelente produção de açúcar e metanol, de grandes colheitas e auto suficiência do país em carne bovina, mas parece que só há a seca no Cunene.
ACJ jamais será parte da solução para Angola, é um fantasma teleguiado à distância, talvez tenha encarnado Aquiles da mitologia grega, benzido na Pia batismal de S. Pedro, mas terá com certeza o calcanhar onde pode ser atingido pelo próprio veneno.
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