TIMOR-LESTE
José Ramos-Horta tomou esta quinta-feira posse como Presidente da República de Timor-Leste. No dia em que se assinalam 20 anos da restauração da independência do país, Ramos-Horta reafirmou o seu empenho “no combate pela paz, pela fraternidade humana a nível nacional, regional e internacional”. O presidente eleito diz que “Timor-Leste é hoje um oásis da paz” e que vivem numa “democracia imperfeita mas pacífica”.
Dez anos depois, José Ramos-Horta
volta a assumir a chefia de Estado de Timor-Leste. Às 00h00 horas locais,
perante as delegações de mais de 30 países e as principais individualidades do
Estado timorense, Ramos-Horta prestou juramento numa sessão solene de
investidura do Parlamento Nacional, mas que decorreu num recinto aberto
"Juro
O juramento marcou o fim do mandato de Francisco Guterres Lú-Olo que,
simbolicamente, cedeu a sua cadeira de honra a Ramos-Horta, eleito para um
mandato de cinco anos. No dia em que se assinalam 20 anos da restauração
da independência do país, Ramos-Horta reafirmou o seu empenho “no combate pela
paz, pela fraternidade humana a nível nacional, regional e internacional”.
"Tenho a honra de tomar posse num aniversário pleno de significado para a
nossa história nacional. Passados vinte anos, é importante relembrar o
extraordinário exemplo de unidade e comunhão do povo timorense e dos seus
líderes durante o período da Luta pela Independência", afirmou.
No seu discurso de tomada de posse, em português, inglês e tétum, o presidente
eleito afirmou que “Timor-Leste é hoje um oásis da paz”. “Vivemos numa
democracia imperfeita mas pacífica, sem registo de qualquer violência política,
étnica ou religiosa”, acrescentou.
“A partir deste oásis e tranquilidade reafirmo o meu empenho no combate pela
paz, pela fraternidade humana a nível nacional, regional e internacional,
independentemente de ideologias, religião ou organização social”, garantiu
Ramos-Horta. O chefe de Estado de Timor-Leste agradeceu a presença de Marcelo Rebelo
de Sousa, destacando que “Portugal tem sido um verdadeiro amigo solidário,
generoso, persistente em todos os momentos difíceis” do país.
“É no quadro do multilateralismo e da promoção do respeito e da amizade entre
países soberanos que eu proponho o desenvolvimento da política externa de
Timor-Leste”, afirmou.
Erradicar a pobreza e a fome
O novo presidente do país estabeleceu a erradicação da pobreza e da fome como
prioridades para os próximos cinco anos.
No discurso desta quinta-feira, José Ramos-Horta pediu um esforço conjunto
"nos próximos cinco a dez anos" nas "prioridades nacionais
incontornáveis", como educação e saúde.
Ramos-Horta destacou ainda a necessidade de medidas em áreas-chave como
agricultura, segurança alimentar, nutrição e água potável, considerando que as
sucessivas crises alimentares "deviam ter já provocado uma reflexão
profunda e decisões céleres sobre a extrema importância de maior investimento
neste setor", para garantir a "soberania total", defendeu.
Entre outros aspetos, destacou a criação de um Fundo do Café, culturas e
criação de pequenos animais e aquacultura "que garantam a segurança
alimentar" e com a paralela promoção do turismo comunitário nessas
regiões, bem como a captação de água para evitar secas prolongadas.
José Ramos-Horta foi primeiro-ministro de Timor-Leste entre 2006 e 2007 e,
depois, chefe de Estado entre 2007 e
Em 1996, Ramos-Horta foi laureado
com o Nobel da Paz, juntamente com o então administrador apostólico de Díli,
Ximenes Belo, pelos seus contributos no esforço para terminar com a opressão
vigente
RTP | Lusa | Imagem: António Cotrim/Lusa
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