sábado, 9 de julho de 2022

Lourenço conta com a presença de toda a família de Eduardo dos Santos no funeral

 

Presidente angolano abordou o assunto no final de uma reunião de de emergência do MPLA.

Presidente angolano, João Lourenço, disse esta sexta-feira que o Governo vai organizar as exéquias fúnebres do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, para as quais conta com a presença de todos, incluindo a família "que está lá fora".

"Se tivermos em conta as atuais circunstâncias não vemos por que razão a família que está lá fora não [possa] acompanhar o seu ente querido, estamos a contar com a presença de todos sem exceção de ninguém", disse João Lourenço, à saída de uma reunião de emergência do MPLA, partido do poder e do qual José Eduardo dos Santos foi presidente emérito.

Depois da morte do ex-presidente angolano, hoje, aos 79 anos, em Barcelona, Espanha, permanece a incerteza quanto ao lugar onde será feito o enterro.

A advogada que representa Tchizé dos Santos, uma das filhas em disputa com o regime angolano, disse hoje que José Eduardo dos Santos não queria ser enterrado em Angola, para evitar um aproveitamento político da cerimónia e porque os filhos não podem entrar no país.

Tchizé dos Santos, que vive há vários anos fora de Angola perdeu o mandato de deputada do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em 2019 e afirma correr risco de vida no seu país, enquanto a irmã mais velha, Isabel dos Santos, também a residir no exterior, enfrenta vários processos judiciais e diz ser vítima de perseguição.

Questionado sobre as acusações das filhas mais velhas do ex-presidente, João Lourenço disse que o foco neste momento é a organização das exéquias e que é obrigação do executivo realizar um funeral de Estado.

"Nenhuma autoridade do país tem competência para impedir que um cidadão angolano que esteja a viver no exterior possa regressar ao seu próprio país, não importa em que circunstância", salientou o chefe do executivo angolano.

Sobre o seu antecessor na presidência, Lourenço afirmou que "Angola acaba de perder um grande filho (...) que dedicou toda a sua juventude, toda a sua vida para o bem de Angola e dos angolanos".

O chefe de Estado deixou ainda um apelo: "Para que encaremos este momento com a maior serenidade possível e que o povo siga, pela comunicação social, o programa das exéquias até que consigamos realizar o funeral de Estado a que ele tem direito e que é nossa obrigação enquanto executivo organizar".

Dirigindo-se à família, afirmou que "não sofrem sozinhos".

TSF | Lusa

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