quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Regime do Catar tal como é: Arrogante, antidemocrático e violador dos direitos humanos

Embaixador foi chamado. Governo do Qatar desagradado com declarações de Marcelo e Costa

Vice-primeiro-ministro do Qatar disse a embaixador português que essas declarações não são aceitáveis e que só a histórica amizade que une os dois países vai evitar que sejam tomadas medidas drásticas.

O embaixador português em Doha, no Qatar, foi chamado pelo vice-primeiro ministro daquele país do Médio Oriente para lhe mostrar o desagrado do governo local perante as declarações consideradas "hostis" de figuras do Estado português como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, avançou na quarta-feira a CNN Portugal.

O governante do Qatar declarou a Paulo Pocinho que essas declarações não são aceitáveis e que só a histórica amizade que une os dois países vai evitar que sejam tomadas medidas drásticas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou à CNN Portugal que o embaixador de Portugal em Doha esteve, "conforme prática habitual", no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, no quadro da preparação da deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa ao país a fim de assistir ao primeiro jogo da seleção do Mundial de futebol, mas sem adiantar detalhes.

O Presidente da República, muito criticado por ter mudado o assunto quando questionado sobre os direitos humanos após a vitória de Portugal sobre a Nigéria em Alvalade há cerca de uma semana e mais recentemente por ir ao Qatar assistir ao encontro, garantiu que vai falar sobre a questão dos direitos humanos quando estiver naquele país e explicou que Portugal mantém "relações diplomáticas com a maioria dos Estados do mundo e a esmagadora não é democrática".

Já António Costa disse que os responsáveis políticos portugueses vão estar no Qatar a apoiar a seleção e não a violação dos direitos humanos, a discriminação das mulheres ou o regime do Qatar. "O Campeonato do Mundo é lá e quando formos lá não vamos seguramente apoiar o regime do Catar, a violação dos direitos humanos no Catar e a discriminação das mulheres no Catar. Quando formos lá vamos apoiar a seleção nacional, a seleção de todos os portugueses, a seleção que veste a bandeira", frisou o primeiro-ministro, que vai assistir ao terceiro encontro de Portugal na fase de grupos, diante da Coreia do Sul.

Também o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, vai estar no Qatar.

A deputada do PS e antiga ministra Alexandra Leitão defendeu, no domingo, que Portugal não devia fazer-se representar ao mais alto nível no Mundial de futebol que está a decorrer no Qatar. Para a ex-governante, as três mais altas figuras do Estado não deveriam assistir aos jogos da seleção no Mundial do Qatar, país que "não merece nenhum respeito do ponto de vista dos direitos humanos".

A estreia de Portugal no Mundial 2022 vai ser esta quinta-feira frente ao Gana, em jogo a contar para o Grupo H da competição que termina a 18 de dezembro.

Imagem: Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, emir dono do Catar / Wikipédia

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