domingo, 9 de janeiro de 2022

DEMOCRACIA SEQUESTRADA, “REVOLUÇÃO COLORIDA” NA RUA!

A “DEMOCRACIA REPRESENTATIVA” É UMA FARSA, UMA ALIENAÇÃO PRODUTO DAS OLIGARQUIAS SUBSERVIENTES DA ARISTOCRACIA FINANCEIRA MUNDIAL  E SUA REFÉM.

Martinho Júnior, Luanda

Essa democracia refém, determinante em neutralizar por completo a luta contra o subdesenvolvimento crónico e as assimetrias resultantes dos desequilíbrios, desigualdades e injustiças sociais de toda a ordem, é pelo contrário autora e promotora de “apartheid” social, sem outros horizontes para a imensa amplitude colectiva que constitui a humanidade!…

Os instrumentalizados estados que compõem o “hegemon” e o seu sistema de vassalagem, engendram em nome da aristocracia financeira mundial, assim como das oligarquias e elites que lhe são afins, a alienação democrática por todas as vias “soft power” por si culturalmente fabricadas e “reflectidas” ao longo de séculos, como se fosse possível uma subtil e continuada injecção dum poderoso vírus misto de hipocrisia e cinismo, produzido desde a sua própria genética.

A todo o transe a aristocracia financeira mundial parida do lucro que chegou às raias da especulação, procura engendrar as condições para a continuidade duma mentira cujas primeiras vítimas são os próprios povos desses estados!...

… Depois, caindo nesse “princípio” todos por arrasto, as vítimas mais causticadas por décadas e décadas de conflitos, de tensões, de caos, de terrorismo e de desagregação conforme ao carácter da IIIª Guerra Mundial não declarada, são particularmente, entre os emergentes, os estados da ultraperiferia económica global, que compõem o plasma subdesenvolvido, anémico e palúdico do Sul Global, na África, na América Latina e na Ásia!

Entendida a receita de “democracia representativa” nesses termos, esse vírus faz parte da essência de largo espectro inerente ao carácter da própria IIIª Guerra Mundial não declarada, sem a qual jamais poderia prevalecer década após década a própria aristocracia financeira mundial!...

01- Sem se ganhar consciência das razões de ser do “hegemon” unipolar, do que nele há de contradição antagónica entre a aristocracia financeira mundial acompanhada das oligarquias e elites afins e os povos de todo o mundo, assim como consciência dos deveres de todos no sentido da lógica com sentido de vida tendo em conta os imensos resgates que essa lógica impõe em nome da civilização global, é impossível fazer avançar a democracia na Terra, a democracia com a liberdade a que todos temos legítima aspiração por igual direito e por igual dever!

A barbárie tem na “democracia representativa” o exercício “soft power” dilecto que garante a concentração da riqueza em 1%, quando os escassos recursos do planeta obrigam, em nome da vida, a equilibrar com segurança e justiça toda a humanidade em todos os recantos da Mãe Terra, até por que o planeta tem vindo a sofrer danos desde o início da revolução industrial!

O contraditório entre essa redutoramente subversiva “democracia representativa” de 1% e a democracia participativa, popular e colectora de protagonismos emergentes e progressistas, cultores do colectivo que implicam, desde logo e cada vez mais o recurso a amplas organizações sociais, passou a ser parte integrante dessa contradição antagónica, é a antítese civilizacional possível face à tese cruenta da barbárie feudal em pleno século XXI!

Para o “hegemon” ou as “democracias representativas” de feição, ou então desencadeiam-se expedientes que trazem uma dose de caos em geometria variável, que quando se radicalizam se assumem sob a forma de “revolução colorida”, “primavera árabe”, ou então a jihad islâmica que irá favorecer tacitamente o desencadear de relacionamentos militares de feição!...

REVOLUÇÃO COLORIDA NO CAZAQUISTÃO E A NOVA ORDEM DA EURÁSIA

# Publicado em português do Brasil

Alexander Dugin | Katehon

O Cazaquistão está colhendo os frutos de uma política multivetorial: Ocidente, Rússia, China. Uma tentativa de qualquer polo de alcançar influência em vários campos no Cazaquistão foi bloqueada ao se voltar para o outro polo. Daí a inconsistência no eurasianismo de Nazarbayev. E quão bom e promissor tudo começou ... Agora outra revolução colorida começou. Estritamente de acordo com Gene Sharp, que, ao que parece, era muito querido em nosso Instituto de Filosofia da Academia Russa de Ciências. Claro, os Estados Unidos e Biden estão por trás disso, tentando abrir outra frente na Eurásia contra a Rússia.

Mas Moscou não tem mais tempo histórico para meias medidas. Todos os partidários do "plano astuto" e da "nevvodila" revelaram-se traidores ou idiotas. Hoje todos entendem que em 2014 perdemos a chance e estamos colhendo os frutos. Temos perdido muito e estamos colhendo muito.

As apostas aumentaram: ajudar Minsk ou Nur-Sultan muda radicalmente o significado - se você quiser continuar a governar, faça uma escolha inequívoca. Em nossa direção. E nós iremos salvar e ajudar. Mas não vamos voltar.

Nós, russos, só vencemos no confronto direto, como resultado de gestos fortes, claros e simples. Assim foi, é e será. Quanto mais atrasamos a integração do espaço pós-soviético, pior a situação se torna. É hora de agir. E no Cazaquistão também. Ao mesmo tempo, o preço é a rejeição da abordagem multivetorial. Ainda é possível encontrar um equilíbrio entre Moscou e Pequim, mas o terceiro - o Ocidente - é claramente supérfluo aqui. As elites pró-ocidentais do Cazaquistão (como a Rússia) devem ser sacrificadas. Um sacrifício à nova Ordem da Eurásia.

O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares e o Futuro do Mundo

# Publicado em português do Brasil

Lawrence Wittner* | Dissident Voice

O final de janeiro deste ano marcará o primeiro aniversário da entrada em vigor do Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares . Este importante acordo internacional, resultado de uma longa luta da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN) e de muitas nações não nucleares, proíbe o desenvolvimento, teste, produção, aquisição, posse, armazenamento e ameaça de uso de armas nucleares. Adotado por uma votação esmagadora dos representantes oficiais das nações do mundo em uma conferência da ONU em julho de 2017, o tratado foi posteriormente assinado por 86 nações . 

Recebeu as 50 ratificações nacionais exigidas até o final de outubro de 2020 e, em 22 de janeiro de 2021, tornou-se lei internacional.

Desde o início, as nove potências nucleares do mundo - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França, Israel, Índia, Paquistão e Coréia do Norte - expressaram sua oposição a tal tratado . Eles pressionaram outras nações a boicotar a crucial conferência da ONU de 2017 e se recusaram a comparecer quando ela ocorreu. De fato, três deles (Estados Unidos, Grã-Bretanha e França) emitiram uma declaração declarando que nunca ratificariam o tratado. Não é de surpreender, então, que nenhuma das potências nucleares tenha assinado o acordo ou manifestado qualquer simpatia por ele.

Mesmo assim, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares ganhou considerável impulso no ano passado. Durante esse tempo, outras nove nações o ratificaram, tornando-se partes do tratado. E dezenas de outros, depois de assiná-lo, deverão ratificá-lo em um futuro próximo. Além disso, os governos de duas nações da OTAN , Noruega e Alemanha, se libertaram da posição de oposição do governo dos Estados Unidos ao tratado e concordaram em participar da primeira reunião dos países que o fazem.

Em nações onde a opinião pública sobre o tratado foi examinada, o acordo internacional goza de um apoio considerável. As pesquisas de opinião YouGov em cinco países da OTAN na Europa mostram um apoio esmagador e muito pouca oposição, com o mesmo verdadeiro na Islândia, outro participante da OTAN. As pesquisas também revelaram grandes maiorias a favor do tratado no Japão , Canadá e Austrália .

Portugal | HACKERS: QUANDO O PLANO É MATAR O MENSAGEIRO

Os servidores do Expresso e da SIC foram atacados. Um grupo de piratas informáticos destruiu milhões de ficheiros. O caso está a ser investigado como um atentado à liberdade de imprensa. Um dos maiores desde o 25 de Abril

Hugo Franco e Micael Pereira | Expresso

Para quem estava sintonizado com o Expresso no domingo passado deve ter sido difícil evitar o espanto. O jornal anunciava no Twitter que alguém com o exótico nome de Lapsus$ era o novo presidente de Portugal. No site, a notícia era outra e a surpresa, seguramente, ainda maior. A homepage do jornal ficou preta e no centro do ecrã estava uma mensagem, debaixo outra vez daquele nome, Lapsus$: “Os dados serão vazados caso o valor necessário não for pago. Estamos com acesso nos painéis de cloud (AWS), entre outros tipos de dispositivos. O contacto para o resgate está abaixo.” O mesmo acontecia no site da SIC, a cadeia de televisão que faz parte, tal como o Expresso, do Grupo Impresa. Um sequestro de dimensões desconhecidas ao maior jornal e à televisão com maior audiência em Portugal estava a desenrolar-se em direto na internet.

Apesar do anúncio, à vista de toda a gente, a exigir um resgate, os dias passaram e isso não teve seguimento nos bastidores. “Este ataque, contrariamente ao noticiado, não foi da tipologia ransomware, não tendo sido efetuado qualquer pedido de pagamento”, assumiu a administração do Grupo Impresa num comunicado enviado para os seus leitores e telespectadores na quarta-feira à noite. Os piratas informáticos tinham-se de facto infiltrado nos servidores que o Expresso e a SIC usam na Amazon Web Services (AWS) para, entre outras coisas, arquivar tudo o que publicam, mas não deram a conhecer uma quantia de resgate nem uma conta para onde transferir dinheiro.

Com os sites do Grupo Impresa em baixo, logo no domingo teve início uma investigação criminal. O que se passou, afinal? E quem é que está por detrás disto?

Os investigadores acreditam que o ataque não está relacionado com a proximidade das eleições legislativas ou com outro qualquer evento e afastam o cenário de haver por detrás uma motivação ideológica ou um interesse económico.

Portugal | ODEMIRA LA GUARDA

Cátia Domingues* Jornal de Notícias | opinião

Suspensão preventiva de 90 dias aos sete militares da Guarda Nacional Republicana envolvidos nas agressões, maus-tratos e sequestro de imigrantes em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira. Foi esta a decisão da ministra Van Dunem anunciada esta semana. Sabem do que estou a falar?

Quando o país descansava os olhos das imagens que foi obrigado a ver das arrepiantes condições de vida de imigrantes no Alentejo, eis que surgiu um novo drama a envolver mão de obra explorada. Mal tínhamos nós conseguido voltar a comer mirtilos e rúcula sem peso na consciência......a vida é realmente injusta. No entanto, fico espantada como é que ainda ninguém se lembrou, à semelhança dos selos de "sem exploração animal", de criar um selo de "nenhum imigrante foi explorado, agredido ou injuriado para fazer este excelente produto".

Os casos em causa remontam a setembro de 2018 e março de 2019. Eu li a acusação que o Ministério Público redigiu e, meus amigos, temos aqui um guião de um filme de bolinha para apresentar à Netflix. Algemaram-nos, raptaram-nos, espancaram-nos, humilharam-nos, apontaram-lhes shotguns à cara, aterrorizaram-nos, dispararam gás pimenta e ignoraram os seus pedidos de socorro. Odemira é uma espécie de Guantánamo, mas com boas praias para o waterboarding.

Portugal | Mais dois militares GNR suspensos por agredirem imigrantes em Odemira

A ministra da Administração Interna suspendeu hoje provisoriamente por 90 dias dois militares da GNR suspeitos de agredirem e sequestrarem imigrantes em Odemira, a que se juntam os outros cinco que já estavam suspensos de funções, disse fonte oficial.

Segundo adiantou a fonte do Ministério da Administração Interna (MAI) à agência Lusa, a proposta da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) de suspensão provisória de funções por 90 dias e retirada de arma de serviço aos dois militares da GNR chegou hoje ao MAI, e foi depois determinada por Francisca Van Dunem.

Estes dois militares da Guarda Nacional Republicana juntam-se aos outros cinco a quem a ministra da Administração Interna já tinha determinado a suspensão provisória de funções por 90 dias, que podem ser prorrogadas, depois da proposta da IGAI.

Cerca de 400 pessoas manifestam-se em Lisboa contra certificado digital

Cerca de quatro centenas de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa contra a obrigatoriedade de certificado digital para acesso a restaurantes, hotéis ou eventos culturais, no âmbito das medidas do Governo para controlar a pandemia de covid-19, e exigiram liberdade.

"A liberdade é certificada?", "A liberdade é digital?", "Para ter saúde é preciso perder a liberdade?" e "És livre até à próxima dose?" foram algumas das questões levantadas pelos participantes, através dos cartazes erguidos durante a iniciativa "Movimenta: É Hora de Agir - #ALiberdadeNãoÉCertificada", que teve como ponto de encontro o Jardim Amália Rodrigues, junto ao Parque Eduardo VII, onde se juntaram para descer a Avenida da Liberdade até ao Terreiro do Paço, sob escolta da polícia.

A ação de protesto juntou pessoas de diferentes idades, todas sem máscara, algumas acompanhadas com a bandeira nacional, outras com 't-shirts' a dizer "pela verdade" ou "covid é fraude", inclusive algumas crianças a segurar cartazes onde se podia ler: "O meu futuro vale mais do que o teu medo".

“Ato (des)colonial”, para revelar a resistência ao colonialismo português

É inaugurada dia 20 e fica em exibição até 12 de Junho no Museu do Aljube, em Lisboa. A exposição «Ato (des)colonial» pretende contribuir para o questionamento da herança colonial em Portugal.

A propósito da nova exposição temporária do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, que será inaugurada no próximo dia 20, às 15h, no portal da instituição afirma-se que «a violência está na génese, na prática e na simbologia de um processo de ocupação. Mas a violência encontra resistência, com diferentes expressões e impactos».

Com a mostra, pretende-se revelar diversos processos de resistência ao colonialismo português entre 1926 e 1974, que é o período objecto do museu, e contribuir para o questionamento da herança colonial em Portugal, em particular durante o período da ditadura.

De igual modo, procura-se valorizar as «experiências de resistência anticolonial enquanto processos determinantes para a autodeterminação e independência dos povos africanos, mas igualmente para o derrube do fascismo em Portugal».

Portugal | A SAÚDE DE COSTA (S)

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Durante quase dois anos trancaram milhares de portugueses saudáveis em casa. Milhares sem sintomas e milhares saudáveis, assintomáticos e até vacinados. Enquanto isso decorreram três eleições nas quais milhares ficaram, por isso mesmo, privados de votar. Inibidos de (mais) um direito fundamental. Isto já para não falar dos milhões que foram votar de máscara (quase todos), ou seja, sem serem devidamente identificados. Tudo isto podia ter conduzido à impugnação dos respectivos actos eleitorais. Se calhar tinha sido melhor. Certo é que agora, à quarta ida às urnas nestas fragilíssimas condições do regime dito democrático, agora que a esbulharia já atinge tantos que ameaça os privilégios de quem esbulha, do punhado que pretende ser eleito, agora estão preocupados. Convém não esquecer que todos os partidos com mais de 50 mil votos recebem 3 euros por cada um. Anualmente. Para as forças partidárias cada voto conta. Literalmente. Ou seja, só se importam com as garantias constitucionais do povo quando lhes beliscam o conforto. Que miséria. 20 meses para preparar eleições, para assegurar o pleno direito de todos - doentes, confinados, saudáveis - e népia. Nada.

Reparem - o direito à liberdade, o direito de circulação, o direito ao trabalho estão também consagrados na constituição e não podem ser suprimidos por resolução do conselho de ministros ou orientações da DGS. Mas como esses ataques favoreceram o poder, musculam-no; o poder promove e aplaude. Já como impedir o voto não lhe convém, logo se levanta a comissão nacional de eleições, o presidente da república, os partidos, a procuradoria geral da república.

Bissau | Governo guineense pede "trégua de 90 dias" aos sindicatos

Ministro da Função Pública guineense pediu hoje uma "trégua de 90 dias" aos líderes sindicais do país para que o Governo possa analisar e encontrar soluções para as reivindicações dos trabalhadores públicos.

O Ministro da Função Pública guineense, Tumane Baldé, visitou hoje (06.01) as sedes das principais confederações sindicais da Guiné-Bissau e perante o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG, maior central sindical do país)pediu tréguas e prometeu reativar a concertação social.

"Pedi aos sindicatos para termos uma postura de colaboração para confrontarmos os problemas em vez de confrontação entre sindicatos e o Governo. Pedi uma trégua de 90 dias entre nós", afirmou Baldé, em declarações aos jornalistas.

PR de Cabo Verde vê Angola como exemplo da "África não submissa"

José Maria Neves considerou Angola como um exemplo da “África não submissa” desejado para o futuro do continente, apostando no reforço das relações bilaterais na visita de Estado que a partir de domingo realiza a Luanda.

"Angola tem uma perspetiva destemida, é a África não submissa que nós queremos para o futuro e, portanto, esta visita tem um forte valor simbólico e sobretudo pelo facto de ser o primeiro país também que visitarei enquanto Presidente da República”, destacou José Maria Neves, em declarações aos jornalistas na Praia, este sábado (08.01).

O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, realiza de 09 a 12 de janeiro uma visita de Estado a Angola, a primeira deslocação do género ao exterior desde que assumiu funções.

"Angola desempenha um papel de ‘player' na região da África austral, na África central e em todo o continente africano e na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)", destacou José Maria Neves.

De acordo com uma nota anterior da Presidência da República cabo-verdiana, trata-se da "primeira visita de Estado” de José Maria Neves a um país terceiro e "vem efetivar o convite efetuado” pelo Presidente angolano, João Lourenço, um dos chefes de Estado presentes na tomada de posse do Presidente cabo-verdiano, em novembro passado.

"Uma visita extremamente importante, é a primeira visita de Estado que faço ao exterior, a Angola, um país africano, mas também que preside à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e vai ser um momento de reforço das relações de amizade e de cooperação entre Cabo Verde e Angola", destacou hoje José Maria Neves.

Moçambique | "Fuga" de insurgentes para Niassa faz aumentar deslocamentos

Extremismo no Niassa origina deslocamentos para áreas mais seguras. A guia de marcha foi resgatada para descartar a infiltração de insurgentes. Mas há denúncias de raptos de comerciantes e líderes religiosos suspeitos.

A província do Niassa, norte de Moçambique, está a braços com os deslocamentos internos por causa da insurgência que chegou ao distrito de Mecula, que faz fronteira com a província de Cabo Delgado. A capital provincial, Lichinga, é um lugar preferencial.

Mas um jornalista que pede para não ser identificado conta que há outros destinos: "Estão a deslocar-se para os distritos de Sanga, Mecanhelas e muito mais para o distrito de Marrupa, vizinho de Mecula, e outros estão a deslocar-se para a vizinha Tanzânia, que faz fronteira com o distrito de Mecula".

É garantido apoio e são descartadas as desconfianças em relação aos deslocados devidamente documentados, uma condição que pode ser equiparada a um "milagre" em situação de conflito. Para tal, um documento da época da guerra civil dos 16 anos, altamente restritivo, foi resgatado - a guia de marcha.

"Os que foram deslocados para o distrito de Sanga foram acolhidos pelos secretários dos bairros e apresentados ao Governo. Vinham com uma guia [de marcha], tive a oportunidade de ver, assinada pelo secretário permanente e com o carimbo da Polícia da República de Moçambique", conta o jornalista.

Assinado o maior acordo de investimento privado em Timor-Leste

O GOVERNO TIMORENSE E UMA EMPRESA DE SINGAPURA ASSINARAM A 3 DE JANEIRO O ACORDO PARA O MAIOR PROJETO DE INVESTIMENTO PRIVADO NO PAÍS, DE CERCA DE 700 MILHÕES DE DÓLARES (620,9 MILHÕES DE EUROS), QUE COMEÇOU A SER NEGOCIADO EM 2008.

O projeto prevê um investimento de 700 milhões de dólares (620,9 milhões de euros) do Pelican Paradise Group para o desenvolvimento de um complexo turístico, numa área de aproximadamente 550 hectares, entre Tasi Tolu e Tibar, na zona oeste da capital timorense. Inclui unidades hoteleiras, um campo de golfe, lotes residenciais, um centro de desenvolvimento para jovens, uma escola e um hospital internacional e centros comerciais, numa zona marcada por espaços verdes, grandes espaços de reflorestação e jardins.

“Quero congratular a coragem, determinação e paciência mostrada ao longo destes anos pelo senhor Edward Ong, presidente do Pelican Paradise Group. Os investidores normalmente não esperam tanto tempo, e por isso o nosso agradecimento especial por continuar empenhado em desenvolver Timor-Leste”, disse Joaquim Amaral, ministro coordenador dos Assuntos Económicos timorenses.

O mesmo resposável considerou a assinatura um “marco histórico”, depois de um longo processo negocial que começou na altura do IV Governo e que se conclui com o VII Governo, afirmando ainda que a empresa se compromete a iniciar os trabalhos no terreno num espaço de três meses. José Edmundo Caetano, vice-ministro da Justiça confirmou que o acordo inclui o arrendamento durante 50 anos de 550 hectares de terrenos do Estado, divididos em 19 lotes, por um valor anual de cerca de 1,3 milhões de dólares, com o contrato a ser renovável por mais 49 anos.

Macau | O SUFOCO DA POPULAÇÃO

Guilherme Rego* | Plataforma | editorial

A população de Macau cresceu 23,5 por cento em 10 anos, com uma taxa de crescimento médio anual de 2,1 por cento, de acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados na semana passada pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC)

A área terrestre de Macau totalizou 33 quilómetros quadrados (km2) e nos últimos dez anos a taxa de crescimento médio anual foi de 1 por cento. Esse número é inferior à taxa de crescimento médio anual da população registada na mesma década, pelo que a densidade populacional aumentou de 18.454 pessoas/km2 em 2011 para 20.645 pessoas/km2 em 2021, segundo indica a DSEC.  

Nota-se que a cidade não cresce na mesma proporção que a sua população – obviamente – e que os aterros não são uma solução satisfatória para as necessidades da mesma. A incapacidade de Macau de garantir uma habitação por agregado familiar, por condicionalismos territoriais e habitação privada desarticulada com o poder de compra dos locais, leva a que muitos procurem soluções no exterior, nomeadamente na China continental.  

A DSEC já produziu relatórios que mostram que essa tendência irá ser reforçada nos próximos anos. E é neste contexto que Hengqin pode entrar em cena para colmatar a lacuna que Macau não conseguiu. Além das indústrias que tanto tem promovido como ícones da diversificação adequada da economia, não esquecer do grave problema habitacional que se vive hoje. A Ilha, com 106 quilómetros quadrados e uma população pouco acima dos 40 mil, segundo os dados mais recentes, deve ser uma solução viável para a crise habitacional, mas tudo aponta para que este mercado só consiga ter essa competência daqui a 10 anos. E entretanto?  

*Diretor-Executivo do PLATAFORMA

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ACORDO DE MOBILIDADE DA CPLP ARRANCA

O objetivo é facilitar aos cidadãos a circulação entre os países lusófonos, mas ainda são muitos os Estados atrasados em todo o processo. 

acordo de mobilidade entre os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2022. No entanto, a entrada neste espaço lusófono de mobilidade será lenta. 

Para já, apenas os passaportes diplomáticos e de serviço passam a estar isentos de visto. Esta é a única condição automática do acordo de mobilidade assinado no verão pelos países que integram a CPLP. 

Em relação aos passaportes comuns, a isenção ainda vai exigir negociações adicionais separadas e só pode avançar depois de cada país ratificar este acordo e o formalizar junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Esse primeiro passo já foi dado por Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, porém os restantes países ainda estão bastante atrasados. 

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