domingo, 9 de janeiro de 2022

Macau | O SUFOCO DA POPULAÇÃO

Guilherme Rego* | Plataforma | editorial

A população de Macau cresceu 23,5 por cento em 10 anos, com uma taxa de crescimento médio anual de 2,1 por cento, de acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados na semana passada pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC)

A área terrestre de Macau totalizou 33 quilómetros quadrados (km2) e nos últimos dez anos a taxa de crescimento médio anual foi de 1 por cento. Esse número é inferior à taxa de crescimento médio anual da população registada na mesma década, pelo que a densidade populacional aumentou de 18.454 pessoas/km2 em 2011 para 20.645 pessoas/km2 em 2021, segundo indica a DSEC.  

Nota-se que a cidade não cresce na mesma proporção que a sua população – obviamente – e que os aterros não são uma solução satisfatória para as necessidades da mesma. A incapacidade de Macau de garantir uma habitação por agregado familiar, por condicionalismos territoriais e habitação privada desarticulada com o poder de compra dos locais, leva a que muitos procurem soluções no exterior, nomeadamente na China continental.  

A DSEC já produziu relatórios que mostram que essa tendência irá ser reforçada nos próximos anos. E é neste contexto que Hengqin pode entrar em cena para colmatar a lacuna que Macau não conseguiu. Além das indústrias que tanto tem promovido como ícones da diversificação adequada da economia, não esquecer do grave problema habitacional que se vive hoje. A Ilha, com 106 quilómetros quadrados e uma população pouco acima dos 40 mil, segundo os dados mais recentes, deve ser uma solução viável para a crise habitacional, mas tudo aponta para que este mercado só consiga ter essa competência daqui a 10 anos. E entretanto?  

*Diretor-Executivo do PLATAFORMA

Este artigo está disponível em: 繁體中文

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