segunda-feira, 2 de maio de 2022

A EXCLUSÃO É INERENTE À BARBÁRIE

Martinho Júnior, Luanda 

A “civilização ocidental” faz por à viva força desconhecer que, num dia como hoje, há 8 anos, os ucronazis incendiaram a Casa do Sindicato em Odessa, um dia depois do Dia Internacional do Trabalhador!

Inebriado pelo golpe de estado neonazi de Euro Maidan, o zombi-híbrido UE/NATO inverte os termos ao quebrado divisor: os bárbaros querem sempre passar por paradigmas da civilização, os bárbaros confundem deliberadamente neofascismo e neonazismo com democracia, os bárbaros desconhecem a legitimidade da luta de libertação de todo o Sul Global, quando estão a tentar impor um “apartheid global”, os bárbaros insistem na subversão da paz!

Quanta barbárie exclusivista e promotora de “eterna” exclusão, em pleno século XXI…

01- O “fenómeno” excluir é uma evidência capitalista com raízes profundamente feudais, constituindo sem margem para qualquer dúvida, uma amostra do que são as práticas de conspiração que se aplicam desde os tempos fundamentalistas da inquisição cristã…

Na mesa dos senhores das monarquias europeias, não cabiam os plebeus, muito menos os “servos da gleba”, mas as entidades eclesiásticas tinham sempre um lugar de honra…

… Nas cruzadas os “infiéis” eram para abater…

Nas conquistas coloniais os autóctones e os colonizados não eram seres humanos, fossem eles escravos, vencidos ou “indígenas”, excluídos até das partilhas entre as potências “civilizadas” na Conferência de Berlim, excluídos desde suas próprias terras originais…

Na “conquista do oeste selvagem” as nações autóctones foram varridas do mapa, alvo de genocídio atrás de genocídio, até à sua quase completa extinção…

Nas “redes stay behind” da NATO, todas elas foram e são fundamentalistas, retrógradas, racistas e terroristas, como as que se filiam além do mais na Ucrânia, no seguimento do banditismo levado a cabo por Stepan Bandera na IIª Guerra Mundial…

No século XXI, aqueles que resistem e lutam face a essas práticas de conspiração, para a hegemonia unipolar são também para abater… é assim, com a russofobia e o “apartheid global”, que a hegemonia unipolar, acenando a pílula útil da “comunidade internacional”, procura a todo o transe impor-se pela força sobre o resto da humanidade!

Censurar os meios alternativos de comunicação, é a coroa de glória dessa barbárie, que por tabela se está também a fazer sentir sobre os seus próprios povos à mercê da “representatividade exclusiva” das oligarquias transatlânticas e duma atroz censura ao nível da Santa Inquisição!

A embaixadora da Ucrânia em Portugal além de russofobica também é neonazi?

Perguntar não ofende. É sinonimo de necessidade de esclarecimento. Ainda para mais porque, apesar da solidariedade demonstrada por Portugal aos refugiados ucranianos, estamos a ficar com a sensação de que está a haver uma invasão de neonazis ao modo dos imensos que existem na Ucrânia. Portugal deve significar para os ucranianos refugiados e outros que é um país democrático, inclusivo e humanista. Os portugueses são isso mesmo. Merecem respeito. Costuma-se por cá dizer, tomar nota e praticar que "o respeito é muito bonito". Portem-se bem. Não conspurquem a nossa democracia, nem a nossa vida.

PG

Portugal | O CASO BES E A INSTRUÇÃO

Cândida Almeida | Jornal de Notícias | opinião

O processo BES entrou na fase de instrução a requerimento de alguns dos arguidos. Os advogados, que genericamente preenchem bem a sua quota de críticas à morosidade do processo criminal, acabam também por contribuir para essa demora ao requererem, para a fase de instrução, múltiplas diligências irrelevantes e que os juízes aceitam com uma dose excessiva de complacência, excedendo a finalidade desta fase processual.

Com efeito, a instrução visa exclusivamente a comprovação ou infirmação da decisão acusatória (ou de arquivar o inquérito) em ordem a submeter, ou não, a causa a julgamento. Como expressamente dita a lei, o requerimento de abertura de instrução, não obstante não obedecer a formalidades especiais, deve conter, em síntese, as razões de facto e de direito da discordância relativamente à acusação, indicando os meios de prova que não tenham sido considerados no inquérito, bem como os factos que se pretende provar contrariando a decisão acusatória. Não podem ser indicadas mais de 20 testemunhas, mas por cada arguido, o que, nos casos dos processos mais complexos, com dezenas de arguidos, arrasta por meses o prazo previsto para a realização da instrução. Também não são admissíveis testemunhas de abonação, mas, por vezes, são inquiridas algumas, não obstante nada saberem sobre os actos criminosos. Neste contexto, cabe ao juiz filtrar rigorosamente as diligências requeridas pelos arguidos, impondo-se-lhe o indeferimento daquelas que entenda não interessarem à decisão instrutória, ou servirem apenas para protelar o andamento do processo. A lei proíbe, ainda, a repetição de actos e diligências de prova já realizados na fase do inquérito, excepto quando se mostrarem indispensáveis à descoberta da verdade ou se não tiverem obedecido às formalidades legais. No caso BES, cuja fase de instrução contempla novos interrogatórios dos arguidos e um número alargado de diligências, importará que o juiz cumpra escrupulosamente o seu poder-dever de indeferir todos os actos e diligências dilatórios e desinteressantes para a sua decisão final, delimitando-os ao essencial e imprescindível. Tanto mais que o MP já alertou para o risco de prescrição do procedimento criminal relativamente a alguns crimes constantes da acusação. O assistente BES, colaborador do MP, requereu fosse fixada a urgência do processo, o que significaria que este seguiria o seu percurso, sem paragens para férias, sem suspensões ou interrupções. Neste momento, o Sr. Juiz indeferiu aquele pedido. Aos magistrados judiciais e do MP impõe-se-lhes um cuidado e preocupação ética e deontológica de evitar e impedir a prescrição dos crimes. Sobretudo em áreas tão sensíveis, graves e socialmente censuráveis, como são os crimes de natureza económico-financeira. A bem e prestígio da Justiça, espero e desejo uma reconsideração daquela decisão judicial.

*Ex-diretora do DCIAP

Portugal | O DESCARADO COMPORTAMENTO ANTICOMUNISTA

O apelo do primeiro-ministro para que «haja serenidade» deverá estender-se aos representantes ucranianos em Portugal, considerando o comportamento insolente que têm manifestado.

António Costa reagiu este domingo às notícias sobre o acolhimento de refugiados da Ucrânia no nosso país, pedindo «serenidade», um dia depois de a Câmara Municipal de Setúbal ter reafirmado a comunicação enviada ao Governo no início de Abril, e que este deixou sem resposta. 

Ontem também, o presidente da associação Refugiados Ucranianos afirmou à Lusa não perceber, por um lado, «como é que Portugal continua a ter um partido como o PCP, nem por que as organizações não filtram as pessoas que lá trabalham» e, por outro, «como é que Portugal, um país democrático, continua a ter um partido como o PCP».

Num acto de ingerência e, aqui sim, falho de princípios democráticos, o dirigente associativo foi ainda mais longe ao afirmar que lhe custava perceber «como é que não filtram as câmaras, as organizações não filtram as pessoas dentro de próprias» associações, «quem são, o que é que fazem e quais são as ideias deles». 

Domingos Abrantes, um dos muitos militantes comunistas que passaram pelos cárceres do fascismo, afirma ao AbrilAbril que as declarações proferidas ontem pelo presidente da associação são de «extrema gravidade». «O senhor ainda não percebeu que não está na Ucrânia, onde o Partido Comunista foi o primeiro a ser ilegalizado, como é clássico, e a seguir tudo o resto, à excepção do partido do presidente [Servo do Povo] e dos partidos nazis», afirmou. 

Igualmente grave, destaca Domingos Abrantes, é «o silêncio das autoridades públicas, e de certas pessoas que se dizem democratas de esquerda, quando existe todo este ataque a um partido que é um dos construtores do Portugal democrático». Ao mesmo tempo deixa claro que, «naturalmente, nem todos os ucranianos que estão em Portugal são como este dirigente, que exibe símbolos nazis».

Ao presidente da associação de refugiados junta-se a embaixadora da Ucrânia em Portugal, que, numa entrevista recente, criticou e acusou os comunistas de participarem na «campanha de desinformação» russa. Não menos curiosa foi a participação de Inna Ohnivets no desfile organizado pela Iniciativa Liberal, no 25 de Abril, tendo em conta a conduta ética que deve nortear os diplomatas creditados em Portugal e o facto de a iniciativa ser contra a natureza da Revolução ocorrida há 48 anos. 

Estas atitudes, particularmente a da embaixadora, percebem-se melhor à luz da realidade vivida na Ucrânia a partir de 2015, onde desde então o Partido Comunista permanece ilegalizado, existindo uma Lei de Descomunização com penas até cinco anos de prisão. Em Março, e sob o pretexto de serem «pró-russos», o presidente Zelensky, que no final de 2021 condecorou um dos líderes do batalhão neonazi Azov, Dmytro Kotsyubaylo, proibiu a actividade de 11 partidos políticos, incluindo o maior partido da oposição.

Situações em sintonia com o período negro do fascismo, que Portugal viveu, onde todos os que tinham ideias e opiniões contrárias ao poder eram apelidados de comunistas. 

AbrilAbril

Portugal-NATO | JÁ JUÍZO FINAL?

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

oi você que pediu mais guerra? Mais armamento? Mais sangue, mais mortos? Está mesmo disposto a ir para o campo de batalha ou para lá enviar filhos e netos? Até que ponto? O nuclear? Verdade que a Ucrânia tem de ter condições para discutir a paz, mas, para a esperança sobreviver, bastava que clamassem por mais diplomacia metade dos que salivam por mais guerra.

Na festa dos cravos, mas sem grandes floreados, o Presidente da República veio pedir dinheiro para as Forças Armadas. Este apelo vem ao encontro à ideia de que a era da paz terminou, que devemos estar prontos para a Terceira Guerra Mundial. Ainda antes de se discutir que tipo de Forças Armadas se pretende, em que moldes e com que missões; sem debate amplo sobre a militarização, sugere-se mais igualdade na Aliança Atlântica e que todos os países da NATO, inclusive Portugal, cumpram o investimento acordado. Na mesma vereda, há quem rogue por um exército europeu. Talvez ignorem que o gestáltico todo nem sempre é superior à soma das partes e que, como os europeus não são uma unidade, um povo, armados não constituiriam um exército, mas antes um Frankenstein militar. Demonstra-o a história, mas também o presente - ou acham que um alemão estaria disposto a bater pala e a seguir as ordens de um francês, por exemplo? Além disso, no passado, muitos exércitos europeus serviram mais para oprimir as gentes e suprimir liberdades do que propriamente para salvaguardar os direitos e a integridade dos povos. Será isso o pretendido? É esse o objetivo?

JUSTIÇA BRITÂNICA AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE

O Tribunal de Westminster autorizou, em 20 de Abril de 2022, a extradição para os Estados Unidos do hacker australiano, fundador do Wikileaks, Julian Assange. O governo dos EUA está a processá-lo com 17 acusações.

Os documentos publicados pelo Wikileaks atestam que os acontecimentos ocorridos no Médio-Oriente desde há uma vintena de anos não são erros dos EUA, mas decorrem de uma estratégia global de destruição das estruturas estatais (doutrina Rumsfeld/Cebrowski).

Julian Assange é o símbolo de um homem que se levanta contra a mais formidável máquina de repressão da História, o Pentágono.

Voltairenet.org | Tradução Alva

A fortuna pessoal do Presidente Zelensky eleva-se a 850 milhões de dólares

Segundo o Fórum Pela Democracia, um dos principais Partidos políticos holandeses, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, detêm actualmente uma fortuna pessoal de 850 milhões de dólares.

Ele terá recebido a maior parte deste dinheiro após a sua eleição.

O Presidente Zelensky foi eleito sob a promessa de combater a corrupção.

Voltairenet.org | Tradução Alva

OS MASSACRES DE ODESSA E O ASSASSINATO DO JORNALISMO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O golpe de estado na Ucrânia, em 2014, causou um banho de sangue, sobretudo em Kiev, e derrubou o presidente democraticamente eleito, Victor Yanukovich. No Primeiro de Maio desse ano, hordas nazis queimaram vivos sindicalistas na Casa dos Sindicatos, em Odessa. Muitos morreram quando se atiraram para a rua, das janelas do edifício em chamas. Um massacre horrível. No Leste da Ucrânia os golpistas nazis assassinaram milhares de civis, porque se opuseram ao golpe. Ou melhor: Opunham-se à adesão da Ucrânia ao cartel Europeu (União Europeia) e à OTAN (ou NATO).

Os golpistas nazis de 2014, fundadores do actual regime ucraniano, foram apoiados pela União Europeia, sobretudo pela Alemanha, e pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Logo a seguir ao massacre dos sindicalistas em Odessa, no Primeiro de Maio, a chanceler alemã Ângela Merkel encontrou-se com Barack Obama na Casa Branca. Em vez de condenarem os banhos de sangue causados pelos nazis golpistas, agiram ao contrário. Impuseram sanções à Federação Russa por apoiar os ucranianos que recusavam o poder golpista e anunciaram a oposição da região, ao poder instalado em Kiev.

A chanceler alemã disse nessa época: “Na Europa, tomamos a decisão de que, se houver uma desestabilização maior na Ucrânia, vamos dar início a uma terceira etapa de sanções. Gostaria de destacar que isso não é necessariamente o que queremos”. Barack Obama, apoiante do golpe de estado, também ameaçou a Federação Russa por apoiar “grupos que não são manifestantes pacíficos mas militantes fortemente armados”. Os nazis que desencadearam o golpe de estado, sim, eram pacíficos e as suas armas disparavam beijinhos. Sobre o massacre dos sindicalistas naquele Primeiro de Maio, nem uma palavra. Quem cala consente.

Este massacre de Odessa vem na sequência de outro, ocorrido na cidade em 1941, quando as hordas nazis de Hitler invadiram a União Soviética. Tropas fascistas romenas em colaboração com as milícias ucranianas de Stepan Bandera mataram 30.000 judeus e comunistas. 

O jornal The New York Times, em 2014, noticiou o massacre dos sindicalistas que foram queimados vivos ou morreram esmagados na rua. O jornal norte-americano atribuiu a autoria do massacre aos soldados às ordens dos golpistas de Kiev e “a grupos paramilitares”.

O fogo e o massacre na Casa dos Sindicatos foram da responsabilidade do Sector Direita e do Batalhão de Azov. Esta matança foi ignorada pelos Media ocidentais. Ninguém quis saber de quem foi a responsabilidade, quem ordenou e realizou o massacre.

RÚSSIA NÃO PÁRA A GUERRA A 9 DE MAIO. CIVIS ESTÃO A SAIR DA AZOVSTAL

Rússia nega fim da guerra a 9 de maio, no Dia da Vitória

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo negou que a Rússia pretenda pôr fim à guerra na Ucrânia a 9 de maio, quando se celebra o Dia da Vitória, apesar de analistas preverem o fim do conflito nessa data.

"Os nossos militares não ajustarão artificialmente as suas ações a qualquer data, incluindo o Dia da Vitória", disse Sergei Lavrov numa entrevista à televisão italiana Mediaset, transmitida no domingo, referindo-se à data comemorativa de 9 de maio de 1945 e à rendição nazi aos Aliados, incluindo à antiga União Soviética.

"O ritmo da operação na Ucrânia depende, acima de tudo, da necessidade de minimizar possíveis riscos para a população civil e para os militares russos", acrescentou.

A Rússia celebra geralmente o Dia da Vitória com grande pompa e circunstância, com um grande desfile militar no centro de Moscovo e um discurso do Presidente, Vladimir Putin, saudando o papel de liderança do país na derrota do fascismo na Europa.

Diário de Notícias | Lusa

Retirada de civis de Mariupol continua hoje, dizem autoridades locais. Acordados dois locais adicionais

A retirada dos residentes de Mariupol e da fábrica Azovstal, onde centenas de civis permanecem cercados e encurralados, iniciada no sábado, vai continuar hoje, disseram as autoridades locais na plataforma Telegram.

De acordo com o município, foram acordados dois locais adicionais para retirar pessoas de Mariupol, sob os auspícios da ONU e da Cruz Vermelha.

"Há boas notícias. Com o apoio das Nações Unidas e da Cruz Vermelha, foram hoje acordados dois locais adicionais para colocar pessoas num comboio que saia de Mariupol. Estes são a aldeia de Mangush, na região de Donetsk, e Lunacharsky, perto de Berdiansk, a leste de Mariupol", indicaram as autoridades.

"Se tiver familiares ou conhecidos no local, tente contactá-los e fornecer-lhes informações sobre uma possível retirada", alertaram.

A Ucrânia conseguiu no domingo, com a ajuda da ONU e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), retirar entre 80 e 100 refugiados civis de Azovstal em Mariupol, depois de várias operações fracassadas, no que Kiev descreveu como a operação mais difícil desde que a guerra começou há mais de dois meses.

Diário de Notícias | Lusa

A RÚSSIA FEZ UM ATAQUE 'NÃO PROVOCADO' E INDEVIDO À UCRÂNIA?

#Traduzido em português do Brasil

Se o povo de qualquer nação conhecesse melhor os horrores da guerra, ou com maior resistência à guerra futura do que os russos, eu ficaria muito surpreso. Tendo perdido mais de 25 milhões de compatriotas e compatriotas e lembrado constantemente e em particular anualmente em 9 de maio de cada ano, é improvável que esqueçam o sacrifício feito por eles durante a Segunda Guerra Mundial. Esta foi uma das muitas razões pelas quais a pomba da paz se tornou um tema particularmente comum de artistas e escultores durante os anos após sua conclusão.

No entanto, a Rússia está sendo acusada atualmente de realizar um ataque "não provocado" à Ucrânia, travando uma guerra injustificada sem base histórica, legal ou lógica para isso. Devo dizer que só aqueles que não ouviram nada sobre a determinação da Rússia em encontrar uma solução pacífica nos últimos oito anos podem acreditar nisso. 

Em 2014, o presidente e o governo da Ucrânia foram substituídos, não nas urnas, mas por meio de uma insurreição violenta apoiada majoritariamente por elites políticas ocidentais, algumas delas misturando-se com os instigadores dessa insurreição. Logo depois que a Crimeia votou para se juntar à Rússia e as duas regiões de língua russa do leste da Ucrânia assumiram o controle de suas próprias funções administrativas como uma contramedida, temendo que o novo regime representasse um perigo para sua língua, conexões pró-russas e cultura. Posteriormente, como Kiev enviou uma força militar para lá e a violência eclodiu levando a um cerco das duas repúblicas pelos militares ucranianos, eles pediram a Putin que lhes permitisse ingressar na Federação Russa.

A resposta de Putin foi negar-lhes esse pedido, embora as repúblicas tenham realizado um referendo com grande participação, que mostrou que a maioria do povo não queria mais saber do controle de Kiev. A posição de Putin era que as duas repúblicas deveriam permanecer como parte integrante da Ucrânia, mas deveriam apelar a Kiev para receber um alto grau de autonomia e assim salvaguardar sua língua, cultura e muitas afiliações e relações diversas com a Rússia. Putin defendeu um sistema federalizado para a Ucrânia, como existe em outras partes do mundo, onde dois ou mais desses povos radicalmente diferentes administravam seus negócios para manter a paz entre eles.

Assim, depois de uma guerra cruel onde muitos morreram, incluindo milhares de civis nas duas repúblicas devido a bombardeios aleatórios pelo exército ucraniano e suas milícias extremistas alinhadas com eles, Kiev finalmente chegou à mesa de negociações. Isso aconteceu com a formação de uma força de autodefesa construída pelas repúblicas para enfrentar aqueles que disparavam morteiros e mísseis ocasionais nos espaços ocupados por civis das aldeias, vilas e cidades das duas repúblicas. As negociações foram realizadas na cidade bielorrussa de Minsk e assim ficaram conhecidas como os Acordos de Minsk, ou Acordos de Minsk. Este acordo exigia principalmente que Kiev iniciasse conversas diretas com os líderes das repúblicas para criar um diálogo necessário para chegar a um acordo pacífico. Um segundo requisito de Kiev era aprovar uma lei concedendo à área das repúblicas um status especial que lhes daria a capacidade de administrar seus próprios negócios e manter sua própria cultura distinta, sua língua predominantemente russa, suas conexões estreitas com a Rússia por meio de casamentos mistos. e de outra forma, e a preservação de seu legado de comemorar a libertação do Donbass pelo Exército Vermelho Soviético durante a Segunda Guerra Mundial. Os Acordos de Minsk foram devidamente assinados e depois ratificados nas Nações Unidas.

Isso foi em 2015.

O APELO DE FAINA SAVENKOVA

Faina Savenkova [*]

Faina Savenkova é uma jovem de 12 anos de Lugansk. Eis uma das suas "Cartas da Frente":

Olá, bisavô Vasily!

Estamos novamente na véspera do Dia da Vitória. E eu quero pedir o seu perdão. Perdoe-nos por falhar, esquecendo as suas façanhas e os heróis da guerra. Nas eternas disputas perdemos o principal – a nossa história. Afinal, você defendeu Moscovo, congelou nos pântanos da Bielorrússia, libertou Praga. E agora dizem que foi em vão. Que a sua vitória foi uma ocupação, que Leningrado poderia ter-se rendido, que eu deveria ter pena dos nazistas e que a Parada da Vitória é uma psicose da vitória. Posso fazer isso? Claro que não!

Olá, avô Miron!

Eles contaram-me como você perseguia os bandeiristas (nazis) pelas florestas da Ucrânia sem pensar em dormir ou se aquecer. Libertando e avançando lentamente. Ver aldeias incendiadas por eles e crianças mortas. Você nos livrou dessa escória, sem poupar sua vida. E agora os descendentes deles dizem que foram heróis. E agora tenho de dizer: “Glória aos heróis” e renegar você, soldado soviético. Dizem que venceram a guerra, mas, como antes, estão lutando contra crianças e velhos, destruindo cidades e aldeias, deixando para trás terra queimada e cinzas em suas botas. Pode ser assim, se apenas 77 anos se passaram desde a Vitória? Pode. Lamento não podermos destruí-los todos.

Olá, bisavó Elsa

Desculpe pela estrela amarela estar em voga novamente, só que desta vez para os russos. Agora dizem que um russo não é um libertador, mas um subumano. Quão familiar. Eles costumavam dizer a mesma coisa sobre você durante os progroms em Lviv e Kiev. Quem lhes deu o direito de decidir quem é digno de ser chamado de humano e quem não é? Nós fizemos. Pela nossa indiferença à nossa história.

Olá, soldado russo!

Perdoe-nos por não sermos capazes de manter nosso mundo longe da guerra. Nós nos acalmamos e pensamos que uma vida pacífica era para sempre, e que a liberdade é concedida sem luta. Acontece que não é. O fascismo está em nosso redor. Está mais uma vez marchando por nossa terra, exibindo suas bandeiras e divisas de Azov, Aydar e o Setor Direita. Está tudo em nossa volta. Já está aqui. E é por isso que você está de novo na fila, como estava naquele terrível ano de 41. Você é um checheno, um bashkir, um ossetiano, um abkhaz, um ucraniano, um buriato ou um bielorrusso. Você é um soldado russo, seja você quem for! Você veio para defender aqueles que são fracos e indefesos. Você veio para vencer. De novo e de novo. Como uma vez nas trincheiras de Estalingrado, agora nas estepes de Donbass. Esta guerra será tão difícil quanto foi então. Nem todos poderão viver para esta vitória, mas o fascismo será destruído e nunca mais levantará a cabeça. Acredito que a vitória virá. As cidades reconstruídas da Ucrânia e Donbass celebrarão o dia 9 de maio. Kiev, Donetsk, Luhansk, Odessa, Sloviansk, Kharkiv, Dnipropetrovsk e outras cidades farão um desfile, onde, como há muitos anos, será transportada a Bandeira da Vitória. E as bandeiras daquela Ucrânia nazista serão lançadas aos monumentos dos heróis. E vamos esperar por essa vitória.

Mais lidas da semana