segunda-feira, 4 de julho de 2022

FIM DA PICADA

Martinho Júnior, Luanda

OS NEONAZIS “STRAUSSIANOS” ESTÃO À BEIRA DE ESGOTAR SEUS ARGUMENTOS NA EUROPA (NEO)LIBERAL… AO SERVIÇO DUMA NATO VOCACIONADA PARA A CONTINUAÇÃO DA “GUERRA FRIA”!

A reedição de Adolf Hitler que dá pelo nome de Zelenski, do alto de suas videoconferências em parlamentos e em cimeiras de toda a espécie onde tem espaço para se intrometer, está a esgotar seus argumentos e o dos seus seguidores sob a trela da hegemonia unipolar.

Na cauda desse cometa, implanta-se e garante-se a continuidade da “Guerra Fria”, desta feita na tentativa da hegemonia unipolar travar a progressão do multilateralismo emergente, respeitador da própria Carta da ONU…

De tanto esticar a corda ela pode rebentar a qualquer momento…

Para Zelenski além do mais ela pode rebentar a seu desfavor na correlação de forças nos centros de poder europeus, por que de qualquer modo no terreno ele perde irremediável e estrondosamente em toda a linha, face ao movimento de libertação que sopra desde o Donbass e não tem como “reequilibrar”!

Zelenski entre outras coisas arrisca-se a ser imolado no altar da “Guerra Fria” reciclada…

O ex-Ministro da Defesa alemão, Willy Wimmer diz a propósito que Zelenski “perdeu a cabeça”… não mede as consequências de suas palavras, facto que não é novo para o Sul Global, mas parece (finalmente) ter sacudido da letargia de alguns servos da gleba dos muitos que cegamente se avassalam à hegemonia unipolar!

Com a videoconferência que deu na Cimeira da NATO em Madrid, Zelenski em relação à Europa, no clímax do seu pronunciamento atingiu o ponto de exaustão: a partir de agora pode ser cada vez mais difícil convencer quem quer que seja, inclusive dentro do espectro do zombi-híbrido UE/NATO, por que pode ter cumprido com o seu papel! 

A nova “cortina de ferro” não vai por si resolver, muito menos evitar, o facto da Europa continuar a estar dependente, cada vez mais dependente, de matérias-primas e de produtos energéticos que só o Sul Global, Rússia incluída em função do seu Não-Alinhamento, possui!

Se alguma vez Zelenski cativou uma Europa que de tanta mentalidade colonial já nem as contas sabe fazer entre o deve e o haver, entre a alienação especulativa das ilusões virtuais liberal-nazis e a realidade produtiva, a ninguém vai poder mais convencer, perante o poder das capacidades todo-o-terreno demonstradas pela Federação Russa e por quem aspira à independência e soberania sem a corda neocolonial no pescoço! 

De forma exigente a roçar pela arrogância ao estilo da Vitoria Nuland, (lembre-se o seu famoso “f… Europe”) Zelenski pede para a Europa enfrentar quem demonstra estar resolutamente disposto à IIª Grande Guerra Pátria por causa da exclusão de que é vítima, algo que começou em 1991, já lá vão 30 anos…

60 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DA ARGÉLIA

Decorridos mais de 130 anos de colonização francesa, e após uma longa guerra de libertação, a Argélia conquistou a independência a 5 de julho de 1962. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

A insurreição de “Toussaint rouge” de novembro de 1954 marcou o início da Guerra da Argélia. Oito anos depois, a 18 de março de 1962, os acordos de Evian abriram caminho para a proclamação da independência, datada de 5 de julho daquele ano. A Revolução Argelina pôs fim a 132 anos de colonização francesa, iniciada com a tomada da regência de Argel em julho de 1830. A história da ocupação e colonização francesa é uma história de sangue e terror, mas também de resistência e luta.

Hoje, a memória da Independência da Argélia, deste momento ímpar na nossa História, com extensas repercussões a nível mundial, continua a ser alvo de disputa. Recentemente, Marine Le Pen enfatizou que "a colonização contribuiu para o desenvolvimento da Argélia" e garantiu que “a extrema-direita francesa transformará este mandato num campo de batalha da memória”. Em Perpignan, o autarca Louis Aliot, membro desde 1990 da Frente Nacional, atual Rassemblement National, promoveu(link is external) no final de junho um longo fim de semana de homenagem à Organização Armada Secreta (OAS), braço armado clandestino e sanguinário dos ultras da "Argélia Francesa”, e de elogio à "obra colonial".

Neste dossier, reunimos um conjunto de contributos de Benjamim StoraToufik HadjadjiAlain KrivineFrantz FanonFabetzRobert MaseyRui Pedro SilvaSylvie ThénaultMariana Carneiro e de Nils Andersson sobre as resistências à guerra e, concretamente, sobre os artistas insurgentes, que nos parecem essenciais para contribuir para o resgate da memória da Revolução Argelina e das barbáries da ocupação francesa.

Esquerda.net

Ler completo:

Dossier 354: 60 anos de independência da Argélia

Angola | MPLA ATACOU MPLA COM OSSADAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os africanos gostam muito dos seus mortos, beijá-los antes de despachar os cadáveres para a cova. Por isso, procurar ossos e enterrá-los é uma política de estado em Angola. Claro que em tudo na vida, há mortos mais mortos do que outros. Os que tombaram na Frente Sul, na guerra contra os invasores racistas de Pretória não interessam nada. Desconfio que nem ossos tinham. Os assassinos do 27 de Maio, esses sim são mortos de verdade. Andam com máquinas modernas, lupas, olhos de lince atrás das ossadas. E num passe de mágica, de assassinos passaram a vítimas e heróis. Coisa estranha.

Por muito que vos custe, vou lembrar mais uma vez que nas primeiras eleições multipartidárias, em 1992, o MPLA ganhou com maioria absoluta. A vitória histórica também deve ser creditada a João Lourenço, que trabalhou muito para esse desfecho. Nessa altura falei com ele várias vezes e nunca me disse que estava preocupado com os ossos dos assassinos do 27 de Maio. 

Pelo contrário, na qualidade de dirigente do MPLA assinou um comunicado do Bureau Político do partido onde se esclarece que os membros da direcção política e militar do golpe de estado de 27 de Maio de 1977 foram julgados e condenados a fuzilamento. Nada a esconder. Na época eram essas as regras revolucionárias. 

Nas eleições de 1992, os golpistas do 27 de Maio, que tiveram penas mais leves, apresentaram-se a votos com o Partido da Renovação Democrática, chefiado pelo golpista Luís dos Passos e reforçado com a ala da Revolta Activa liderada por Joaquim Pinto de Andrade. Tiveram um resultado espectacular tendo em conta que representavam assassinos golpistas: Elegeram um deputado.

Nas eleições de 2008, o MPLA teve 81,73 por cento e a UNITA 10,38 por cento. A FpD (actual Bloco Democrático) 0,26 e o PRD, partido dos golpistas de 27 de Maio apenas 0,21. Não elegeram nem sobreviveram. Como registaram menos de 0,50 por cento dos votos foram extintos. O MPLA no Bengo elegeu cinco deputados em cinco.

Em 2012, o MPLA teve 71,8 por cento dos votos. Voltou a dar 5-0 na província do Bengo.

José Eduardo dos Santos | Presidente angolano volta a ligar a Ana Paula dos Santos

Apesar das críticas de Tchizé, João Lourenço volta a ligar a Ana Paula dos Santos. Filha de José Eduardo dos Santos entrega queixa formal por negligência médica.

Apesar das críticas e suspeições de uma das filhas de José Eduardo dos Santos, o Presidente de Angola voltou a telefonar à ex-primeira dama angolana. João Lourenço, que na semana passada enviou a partir de Lisboa o ministro das Relações Exteriores para Barcelona para “seguir in loco” o estado de saúde do seu antecessor, falou agora de novo com Ana Paula dos Santos, informou uma nota da Presidência sem adiantar mais pormenores. O Observador sabe que entretanto o ministro já não se encontra em Espanha.

Tchizé dos Santos tem-se repetidamente insurgido contra estes contactos ao longo da última semana, defendendo que deveriam ser feitos com as filhas e não com Ana Paula dos Santos, a quem acusa de ter abandonado o marido em 2017.  Aliás, a advogada contratada pela filha põe mesmo em causa a validade do casamento já que estavam separados de facto, defendendo que os representantes legais são os filhos.

Ao mesmo tempo, em várias entrevistas e publicações nas redes sociais, Tchizé fala num “complô” para acelerar a morte do pai, envolvendo no processo não só o médico que há anos acompanha Zédu (como é tratado em Angola) bem como Ana Paula dos Santos e o governo angolano.

Por outro lado, está prevista para esta segunda-feira uma queixa formal à justiça espanhola por negligência médica, tendo Cármen Varela avançado na semana passada que iria pedir análises “sobre possíveis envenenamentos” e sobre o que aconteceu nos 15 minutos que decorreram entre a queda do pai e o pedido de socorro. O Observador tentou obter uma reação da clínica Teknon, mas sem sucesso.

Portugal | A SORTE NÃO VEM DO 7, É PRECISO CONSTRUÍ-LA

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

A entronização de Luís Montenegro como líder do PSD, num congresso que estava destinado a não suscitar grandes atenções mediáticas, acabou por beneficiar da grande trapalhada Pedro Nuno Santos vs António Costa. Se o governo se pôs a jeito para servir de bombo da festa, é preciso dizer que nessa questão não há mérito nenhum dos social-democratas. Foi sorte. Só que a partir daqui, a sorte tem de ser construída, pela forma como se faz oposição e pela alternativa que se apresenta. O partido e os eleitores de centro-direita não quer ver o PS a ser poupado nas críticas e, por isso, aplaudem a mudança de líder. Montenegro saiu do congresso do Porto dando a garantia de que a oposição será mais assertiva e mostrando que está já a construir uma alternativa. Boa sorte, não vai ser fácil.

No congresso do Porto, estava em causa, apenas, a primeira oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Montenegro inicia o resto da vida política dele com nota claramente positiva. Liderar um projeto alternativo, também na relação ideológica do Estado com o setor privado e social, faz-se pelas ideias e não pelos namoros mais ou menos envergonhados com os partidos à direita do PSD. O Chega não é conversa e a Iniciativa Liberal, para ser parceiro numa solução governativa, terá de moderar as suas propostas e aceitar a condição subalterna nesta possível coligação. Na tentativa de fortalecer a posição do seu partido, enfraquecendo a dos novos protagonistas, o novo líder do PSD conta ainda com uma recuperação do CDS, parceiro preferencial dos social-democratas.

Apresentar sete prioridades, o número da perfeição ou da sorte, diz rigorosamente nada sobre o valor das ideias com que Luís Montenegro quer construir um país diferente, tanto mais que, num mundo político onde habitam os sete pecados mortais, é preciso que os eleitores confiem que o PSD aprendeu com os erros do passado, os que foram responsabilidade de Rui Rio mas também os que foram responsabilidade do governo de Pedro Passos Coelho. Não é preciso renegar parte dessa governação, mas é absolutamente necessário apresentar propostas que reconciliem o partido com os pensionistas e com os funcionários públicos.

Com a promessa de António Costa de convocar um referendo sobre a regionalização em 2024, Luís Montenegro percebeu que tinha nesta matéria uma vitória política garantida e fez all in. Se Costa avançar, terá de o fazer sozinho arriscando perder esse esse referendo. Se não avançar, esse recuo será creditado como mérito político a Montenegro. E até Marcelo Rebelo de Sousa ficará agradecido.

As baixas expectativas que existiam em relação a Luís Montenegro na construção de um projecto alternativo sem ficar preso aos radicalismo de direita, acabaram por jogar a seu favor. Mas há mais que um superar de expectativas na chamada das alternativas internas para a sua equipa, na forma como descartou o Chega e na apresentação das linhas gerais do que quer para o país. Ainda beneficia do desnorte do governo. É muita sorte para iniciar a afirmação política da sua liderança. Saberá merecê-la? Se nem o partido está muito entusiasmado, isso significa que tem ainda muito trabalho para fazer.

*Jornalista

Aviões de e para a Portela são um perigo público. Para quando novo aeroporto?

Sobrevoar a cidade de Lisboa até caírem e vitimarem centenas de pessoas?

A imagem escolhida reporta queda de avião de passageiros em área residencial na cidade holandesa de Amesterdão em 1992. No caso era da El Al Israel Airlines, morreram centenas de ocupantes, dos residentes dos prédios em que embateu, transeuntes… Nada fazia prever que tal acontecesse, mas infelizmente aconteceu. Muitos mais exemplos de aviões caídos em grandes cidades têm ocorrido desde sempre. Agora ainda a vitimar mais pessoas. Em Lisboa ainda nunca tal aconteceu, exceptuando o pequeno Cessna em que viajava o então primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro Amaro da Costa. Para quando um grande desastre na capital portuguesa? O aeroporto de Lisboa, inserido em plena cidade, traz e leva aviões de grande porte para aterrarem e para levantarem, paredes-meias com enormes agregados populacionais e milhares de prédios, sobrevoando a cidade sobre as cabeças dos habitantes nas ruas e dentro de prédios, dentro de automóveis, etc. Um perigo público evidente que se perpetua por ineficiência e alheamento dos mais responsáveis do poder decisório comprovadamente autista. O aeroporto de Lisboa, na Portela, já rebentou pelas costuras, A pressão é gigantesca. Acontece que quando existem grandes pressões na logística aeroportuária e de profissionais de pilotagem e de controlo é mais suscetível ocorrerem mais erros humanos. O perigo público que é o aeroporto em Lisboa e os aviões que o sobrevoam ainda não fizeram vítimas citadinas. Até quando assim se manterá? A ocorrer um desastre, que vitimará centenas de pessoas em Lisboa, de quem será a responsabilidade? Dos senhores do poder néscio? Serão criminalizados? Isso restituirá a vida às vítimas? (PG)

EUA PROVOCAM TENSÕES ENTRE UE E CHINA POR CAUSA DE TAIWAN

#Traduzido em português do Brasil

O objetivo de Washington é isolar a China e criar uma mentalidade global “pró-Taiwan”

Lucas Leiroz | South Front

É prática comum na política externa americana provocar divisões, atritos e tensões no cenário global para evitar alianças estratégicas entre diferentes polos, o que favorece a existência de uma hegemonia mundial por parte de Washington. Durante décadas, os americanos boicotaram alianças que envolviam nações ocidentais e inimigos geopolíticos dos EUA. É o que está acontecendo atualmente nos laços UE-China.

Assim como os próprios EUA, a UE reconhece a China continental e mantém laços diplomáticos oficiais com Pequim, sendo signatária da Política de Uma China. O bloco também mantém relações com Taiwan, mas apenas por meio de representações paradiplomáticas. Historicamente, devido à alta relevância internacional da China, mesmo as maiores potências ocidentais têm buscado respeitar as questões internas de Pequim, interagindo com Taiwan apenas por meio de relações paradiplomáticas, garantindo uma estratégia de não intervenção que beneficie todos os lados.

No entanto, a relação conturbada entre os EUA e a UE – em que os europeus se submetem continuamente a imposições abusivas de Washington – está colateralmente levando a Europa a tensões com a China. Nos últimos meses, o governo dos EUA sinalizou várias vezes que está preparando uma revisão radical de sua Política de Uma China. O presidente Biden chegou a comentar que Washington apoiaria militarmente Taiwan contra a China em caso de conflito, além das habituais declarações ambíguas sobre o status do estreito que separa a ilha do continente – que a Casa Branca diz ser “território internacional”. Em meio a esse contexto, a Europa tentou evitar ao máximo tais polêmicas, mas cada vez mais seus aliados americanos os pressionam a aderir a uma postura antichinesa.

OSCE -- CRESCE O DESCRÉDITO POR PRÁTICAS ILEGAIS

FORÇAS ESPECIAIS RUSSAS ENCONTRARAM NOVAS EVIDÊNCIAS DE COLABORAÇÃO DA OSCE COM SERVIÇOS ESPECIAIS UCRANIANOS E DA OTAN

Em 4 de julho, a Guarda Nacional Russa informou que encontrou documentos da OSCE que testemunhavam a cooperação da organização internacional de monitoramento da OSCE com os serviços especiais ucranianos e os serviços especiais dos países da OTAN.

Os documentos foram encontrados pelas Forças Especiais da Guarda Nacional Russa na casa do general ucraniano Vyacheskav Savchenko, ex-chefe do departamento regional do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), na cidade de Kherson.

A elegante mansão do general ucraniano localizada na rua Budyonny foi invadida durante uma missão de segurança das Forças Especiais Russas. Os documentos foram encontrados em um dos quartos. As forças especiais apreenderam um diagrama manuscrito com a localização das unidades das Forças Armadas russas na Crimeia, bem como nas regiões russas de Rostov, Smolensk, Belgorod e Voronezh.

Segundo o representante da Guarda Nacional Russa, os documentos encontrados confirmam que “os representantes da missão estrangeira, localizada em Kherson, gozavam do patrocínio pessoal de Savchenko”. A equipe da OSCE visitava o general regularmente, o que foi confirmado pelo depoimento de testemunhas de moradores locais.

Os documentos são outra evidência de atividades de inteligência ilegais realizadas pelos funcionários da OSCE no interesse dos serviços especiais ucranianos, bem como dos serviços especiais dos países da OTAN. Eles confirmam mais uma vez a longa e estreita cooperação da organização internacional com o regime de Kiev muito além do quadro oficial.

South Front  -- VER VÍDEO

NAZIFICAÇÃO DA POLÓNIA?

Konrad Rękas* | One World

A adoração dos “heróis de Mariupol”, ou seja, bandidos de Azov, covardemente escondidos nas costas de civis presos em Azovstal, é outro exemplo da progressiva nazificação da consciência política na Polônia contemporânea.

#Traduzido em português do Brasil

Em Gdańsk, uma das praças foi oficialmente nomeada em homenagem ao “ heróico Mariupol ”. Bem, embora seja difícil de acreditar, existem círculos na Polônia que podem brindar aos homens da SS mortos durante o ataque à Chancelaria do Reich em 1945 como “ defensores da civilização européia ”. A adoração dos “ heróis de Mariupol ”, ou seja, bandidos de Azov, covardemente escondidos nas costas de civis presos em Azovstal, é outro exemplo da progressiva nazificação da consciência política na Polônia contemporânea .

Negadores do genocídio polonês

Junto com a destruição dos monumentos da irmandade armada polonesa-russa, são expostos casos de lutas contra o Exército Vermelho libertador. Livros que lamentam que a Polônia não tenha se tornado um aliado próximo de Hitler estão sendo publicados em grande escala. O único caso de cooperação entre a resistência anticomunista polonesa e a UPA contra o exército polonês, em propaganda, cresce até o tamanho de uma grande aliança com o nazismo ucraniano. O Ministério das Relações Exteriores da Polônia não reagiu adequadamente ao escandaloso embaixador Andrij Melnykentrevista, na qual questionou e até elogiou o Massacre de Volhynia, em que cerca de 200.000 poloneses foram mortos pelos banderitas. As autoridades estatais ordenam este ano que se abstenha de organizar a celebração do aniversário do culminar desses eventos, quando apenas na noite, Domingo Sangrento de 11 de julho de 1943, 99 aldeias polonesas na Volhynia foram atacadas com o slogan “Morte aos poloneses!”. O monumento em homenagem às vítimas do genocídio banderita, que o governo local queria erigir em uma pequena aldeia em Podkarpacie, perto da fronteira com a Ucrânia, foi preso e censurado, quando elementos como a figura de um menino perfurado por um forcado banderita e as cabeças das crianças socadas nas cercas foram removidas. “Na atual situação geopolítica, não deve voltar a esses eventos ”- repete o governo polonês, mas os crimes da UPA pareciam exatamente tão cruéis. Todos os restos da luta dos guerrilheiros poloneses contra os colaboradores de Hitler ucraniano são ferozmente removidos do espaço público. Não apenas a minoria ucraniana na Polônia e os novos imigrantes, mas muitos políticos poloneses exigem, por exemplo, uma mudança de rua batizada em homenagem ao lendário Major Stanisław Basaj, “ Lince ”, durante a Segunda Guerra Mundial um herói das lutas contra os alemães. e nazistas ucranianos, assassinados em 1945 pela UPA. Então ainda é a Polônia, ou já é a Ucrânia nazista?

A NOVA GUERRA FRIA MUNDIAL DA NATO É AGORA OFICIAL

Strategic Culture Foundation | editorial

Finalmente, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, denominada NATO, tornou explícitas as suas ambições globais em relação à guerra fria. Finalmente, a organização belicista saiu do armário enganador em que há muitos anos se tem escondido. E, portanto, doravante será condenada por todas as pessoas de bem do mundo.

Numa cimeira realizada esta semana em Madrid, a Organização do Tratado do Atlântico Norte lançou um novo Conceito Estratégico que declarou a Rússia como uma “ameaça directa” e a China como um “desafio” aos “nossos valores e interesses”. Quais são exactamente esses valores e interesses? O belicismo e a dominação!

A última vez que a NATO publicou um documento estratégico foi em 2010. Nessa altura, a Rússia era descrita como um “parceiro” e a China nem sequer era mencionada.

Durante a última década, o bloco militar dominado pelos EUA tem vindo a adoptar cada vez mais uma política hostil tanto em relação à Rússia como à China. A procura de uma nova guerra fria tem sido implacável, implacável, e largamente implícita. Agora, porém, o eixo liderado pelos EUA declara abertamente a sua hostilidade.

Os 30 membros da NATO convidaram formalmente dois novos Estados europeus a juntarem-se às suas fileiras, a Finlândia e a Suécia. Os dois países nórdicos estão a pôr fim a décadas de neutralidade nominal no que só pode ser visto como um movimento provocatório calculado contra a segurança nacional da Rússia. Os novos membros irão duplicar a fronteira terrestre da NATO com a Rússia e aumentar a já crescente presença da aliança com armas nucleares na região do Ártico. Moscovo advertiu contra uma tal expansão da NATO como uma desestabilização irresponsável do equilíbrio estratégico. O facto de o bloco estar a avançar com a expansão é demonstrativo do desrespeito imprudente pelos esforços de encontrar segurança mútua e manter a paz internacional.

A cimeira da NATO desta semana também deixou claro que o eixo militar liderado pelos EUA está a adoptar uma base de guerra contra a China. Por que outra razão uma organização atlântica convidaria pela primeira vez a presença de quatro nações do Pacífico que têm debitado cada vez mais a retórica americana anti China? Líderes da Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul estiveram em Madrid para formar os chamados “Quatro da Ásia-Pacífico” (AP4). Tal como com o Diálogo Quadrilateral de Segurança liderado pelos EUA, ou Quad, e o pacto AUKUS, o Pacífico está a ser transformado numa zona de combate da NATO contra a China, da mesma forma que o Atlântico é dominado pela hostilidade da NATO em relação à Rússia. Em última análise, são os Estados Unidos e os seus interesses imperiais que estão a ser prosseguidos e a definir orientações. É isto que realmente se pretende dizer com a vaga e aparentemente benigna formulação dos “nossos valores e interesses”.

FAVELAS EM PARIS CRESCEM, A MISÉRIA E A FOME EUROPEIA TAMBÉM

Sobre a imagem em cima a legenda diz: "A favela de Ney, nos arredores de Paris". Há décadas Paris livrou-se dos chamados bidonvilles mas na atualidade e de há anos a esta data os bidonviles crescem descontroladamente a par da pobreza e da fome muito para além da crise de habitação. O artigo a seguir é do El País e data de 2017. Atualmente “tudo está muito pior e não só na habitação. A pobreza aumentou exponencialmente, o abandono de crianças é uma triste realidade, a fome abunda nos aglomerados nauseabundos que existem à volta de Paris e por outras cidades francesas gravosamente empobrecidas. “O empobrecimento, a miséria e o seu crescimento nestes tempos de Mácron é uma triste realidade”, comentam. (PG)

Favelas em Paris, uma cicatriz na cidade-luz

A França tem mais de 500 ‘bidonvilles’ três décadas depois de tê-las erradicado

#Traduzido em português do Brasil

Na superfície, a capital próspera e vibrante, a chamada cidade-luz. Embaixo, um submundo insalubre, precário e provisório.

É preciso descer por uma escada de madeira improvisada para entrar no terreno do Boulevard Ney, em Paris, uma bidonville (literalmente, “cidade de lixo”) instalada em uma linha de trem abandonada, perto do Boulevard Périférique, o anel viário que marca o limite da capital francesa. A França acreditava erradicadas as favelas, associadas às paisagens suburbanas dos anos cinquenta e sessenta em plena explosão demográfica. Mas há uma década, aproximadamente, os barracos voltaram a aparecer dentro das cidades, em regiões periféricas e junto às estradas.

O Boulevard Ney é uma cicatriz em plena Paris. Veem-se latas de bebida pelo chão e ratazanas por trás dos barracos. São 15h e as crianças, que, exceto por raras exceções, não vão à escola, brincam pelo estreito corredor entre as construções que serve de rua principal. Está ali uma menina de 11 anos que, com um espanhol perfeito, explica que quando morava em Madri frequentava a escola, mas não aqui. E duas gêmeas, mais novas, que tampouco foram à escola hoje, e que se aproximam curiosas do visitante, e riem quando este lhes diz o seu nome. Uma mulher se esquenta perto de um braseiro, enquanto um homem limpa um peixe. Um dos chefes locais tenta resolver a gritos uma briga em um dos setores do assentamento.

Dentro de um dos barracos, impecavelmente limpo e bem arrumado, um casal jovem cuida de seu bebê recém-nascido, e se preocupa com o anunciado desmantelamento do local, que ameaça afastá-los do médico que está tratando de um problema nos pés da criança. Outra mulher mais tarde afirmará, por telefone, que seu marido está na prisão e adia sua entrevista com o jornalista: diz que antes tem que ir pedir esmola nas ruas para poder alimentar seus filhos.

Os cerca de 300 habitantes da bedonville do Boulevard Ney são de etnia rom e originários da Romênia. O bairro é apenas um dos 571 acampamentos ilícitos, casas ocupadas e zonas de favelas na França, segundo o registro da Delegação Interministral do Alojamento e do Acesso à Moradia (Dihal, na sigla em francês). Nesses espaços vivem 16.000 pessoas, das quais cerca de 30% são menores de idade.

A eles se unem as barracas de camping e os carros: a 20 minutos a pé do Boulevard Ney, por exemplo, já no município de Aubervilliers, entre uma área industrial e centros comerciais, se reúnem vans onde pernoitam pessoas que abandonaram as favelas ou que não encontraram outro lugar para viver.

Grã Bretanha: Governo de Boris alimenta a guerra e agrava a pobreza de crianças

Metade de todas as crianças em famílias monoparentais estão em relativa pobreza

Richard Partington | The Guardian

Exclusivo: estudo da IFS mostra o impacto dos cortes conservadores nos benefícios e na crise do custo de vida em mães solteiras

#Traduzido em português do Brasil

Metade de todas as crianças em famílias monoparentais vivem agora em relativa pobreza, de acordo com uma pesquisa exclusiva que mostra como uma década de cortes nos benefícios impulsionados pela austeridade deixou os pais solteiros entre os mais expostos à inflação crescente.

No primeiro de uma série de relatórios da linha de frente da crise do custo de vida, o Guardian relata hoje o impacto dos cortes no apoio estatal por sucessivos governos conservadores, que deixaram as mulheres criando seus filhos sozinhas em uma posição muito mais fraca para lidar com a situação. com os choques da pandemia e o aumento dos preços de bens básicos como alimentação e aquecimento.

A grande maioria das 1,8 milhões de famílias monoparentais na Grã-Bretanha – quase nove em cada 10 – são chefiadas por mulheres. Juntos, eles estão criando 3,1 milhões de crianças – mais de um quinto de todas as crianças.

Pesquisa compartilhada exclusivamente com o Guardian pelo Instituto de Estudos Fiscais define a escala da crise. Ele mostra que a pobreza relativa para crianças em famílias monoparentais aumentou a uma taxa significativamente mais rápida em comparação com outras famílias.

A pobreza relativa é definida como renda inferior a 60% da mediana nacional, ajustada pelo tamanho da família. Para pais solteiros, essa medida de pobreza aumentou nove pontos percentuais entre 2013-14 e 2019-20, atingindo 49% no início da emergência de saúde global.

Em nítido contraste, a taxa de crianças em famílias com dois pais aumentou apenas dois pontos percentuais para atingir 25%.

O MUNDO EM GUERRA CIVIL PSICÓTICA -- Bifo

Culto às armas. Assassinatos em massa nos EUA. O patético Zelensky convertido em paladino do Ocidente. Crise também perverte inconsciente coletivo. Diante do heroísmo dos psicopatas, saída está na deserção das ordens automáticas

*Publicado em português do Brasil 

Franco Berardino CTXT | Outras Palavras  | Tradução: Vitor Costa

A primeira edição de Heróis foi publicada em Londres, em 2015. Comecei a escrever esse livro em julho de 2012 depois de ler sobre o massacre ocorrido na cidade de Aurora, Colorado. Um menino chamado James Holmes, vestido de Batman, com cabelo laranja, foi à estreia do filme O Cavaleiro das Trevas Resurge de Christopher Nolan e, durante a exibição, ele sacou algumas armas automáticas e disparou contra a multidão, matando dezenas de pessoas. Foram 32 mortes, se bem me lembro.

Nos meses anteriores, um misto de repugnância e fascínio perverso havia me levado a ler tudo o que pudesse encontrar sobre esse tipo de massacre que parecia ter se proliferado há alguns anos, principalmente nos Estados Unidos. Quando li sobre James Holmes e o massacre de Aurora resolvi escrever sobre o tema, pois este episódio me obrigou a refletir sobre a relação entre diversão, solidão, competição e, sobretudo, sofrimento.

Dez anos se passaram desde aquele episódio. O pobre James Holmes está trancado em alguma prisão estadunidense, mas a matança nunca parou; pelo contrário, ela avança com mais intensidade.

Em 2021, houve mais de um massacre (mass shooting) por dia, segundo a Forbes. Por “massacre” nomeamos um evento em que uma pessoa mata pelo menos quatro de seus semelhantes e, em seguida, geralmente comete suicídio.

O que me levou a escrever Heróis em 2012 não foi apenas o absurdo de um país onde qualquer um, mesmo o mais mentalmente perturbado, pode comprar armas altamente destrutivas. Sabemos que este país nasceu de um genocídio, prosperou explorando o trabalho de milhões de escravos deportados com violência e, portanto, sabemos que este país é por sua própria natureza a negação do humano. Sabemos que este país busca a supressão da solidariedade, da compreensão e, em última análise, da humanidade em todos os lugares. E acima de tudo sabemos que este país investiu seus recursos econômicos e intelectuais na produção de armas cada vez mais letais, e que sua cultura defende a posse de armas como se fosse a única liberdade da qual não pretendem se privar.

O futuro do mundo talvez seja mais bem compreendido se observado através desse tipo de loucura horrível, do que através da loucura purificada de economistas e políticos. A agonia do capitalismo e o desmantelamento da civilização social podem ser melhor compreendidos a partir deste ponto de vista peculiar: o crime de suicídio.

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