sábado, 23 de julho de 2022

ZELENSKY, SERVO DOS CORRUPTOS

Pedro Gonzalez* | Consortium News

Pedro Gonzalez detalha as conexões entre Zelensky, oligarca Ihor Kolomoisky e Washington, DC

#Traduzido em português do Brasil

Em fevereiro de 2021, por ordem do presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia  fechou  três canais de televisão domésticos, acusando-os de espalhar “propaganda” russa.

Três meses depois, Zelenksky  prendeu  Viktor Medvedchuk, que  na época  liderava o segundo maior partido do parlamento nacional da Ucrânia, a Plataforma de Oposição pró-Rússia e Eurocética pela Vida (OPZZh).

Zelensky não teve problemas para incinerar normas democráticas alardeadas bem antes de a Rússia cruzar o Rubicão para a Ucrânia este ano. Portanto, não foi surpresa quando  ele fez isso novamente em meio à guerra no final de março, invocando poderes de emergência sob a lei marcial para nacionalizar canais de TV e banir 11 partidos da oposição, incluindo OPZZh – tudo supostamente feito em nome do combate à desinformação russa e simpatizantes russos. embora o então presidente do OPZZh, Yuriy Boyko, tenha  denunciado a guerra  e pedido um cessar-fogo e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

Zelensky, no entanto, não perderia outra oportunidade de cortar as asas da oposição política em seu país, certamente não agora que a mídia ocidental racionaliza e glorifica cada movimento seu.

O retrato do presidente ucraniano como um modelo democrático embranquece o verdadeiro Zelensky e esconde uma vasta teia de corrupção e trapaça internacional da qual a Ucrânia está situada no centro.

Compreender o verdadeiro Zelensky requer vê-lo como uma criação do oligarca ucraniano Ihor Kolomoisky. Ele é, na verdade, um fantoche de intriga.

O MUNDO DEPOIS DA UCRÂNIA -- Fiori

#Publicado em português do Brasil

Conflito reconfigura a ordem mundial. Incapazes de “disciplinar” Moscou, EUA perdem condição hegemônica. G7 declina, sob pressão de um BRICS ampliado. E aliança geopolítica entre China e Rússia põe em xeque séculos de eurocentrismo

José Luís Fiori* | Outras Palavras

Desde a década de 70 do século XX está em curso uma grande “explosão expansiva” do sistema mundial. Nossa hipótese é que o aumento da “pressão competitiva” dentro do sistema foi provocado pelo expansionismo imperial dos Estados Unidos, pela multiplicação do número dos Estados soberanos dentro do sistema, e pelo crescimento vertiginoso do poder e da riqueza dos Estados asiáticos, e da China em particular. O tamanho dessa “pressão competitiva” permite prever, neste início do século XXI, uma nova “corrida imperialista” entre as grandes potências. - Fiori, J. L. O sistema interestatal capitalista no início do século XXI. In: Fiori, J. L.; Medeiros, C.; Serrano, F. O Mito do Colapso do Poder Americano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008. p. 24.

Após 140 dias do início da guerra na Ucrânia, já é possível identificar fatos, decisões e consequências estratégicas, econômicas e geopolíticas que são irreversíveis, e que podem ser considerados como as portas de entrada da “nova ordem mundial” de que tanto falam os analistas internacionais. Neste momento, do ponto de vista estritamente militar, ninguém mais acredita na possibilidade de vitória da Ucrânia, e muito menos na retirada das forças russas dos territórios que já conquistaram. O mais provável, inclusive, é que os russos sigam avançando sobre o território ucraniano mesmo depois da conquista de Donbass, pelo menos até o início das negociações de paz que envolvam a participação direta dos Estados Unidos em torno da proposta apresentada pela Rússia em 15 de dezembro de 2021, e que foi então rejeitada pelos norte-americanos.

Mesmo assim, não é improvável que as tropas ucranianas se retirem para uma posição defensiva e se proponham a levar à frente uma guerra de atrito prolongada através de ataques e reconquistas pontuais. Neste caso, o conflito pode se estender por meses ou anos, mas só será possível se os norte-americanos e europeus mantiverem seu apoio financeiro e militar ao governo da Ucrânia, que rigorosamente não dispõe da capacidade de sustentar sozinho um conflito dessa natureza. E terá cada vez menos capacidade, na medida em que sua economia nacional vem se deteriorando aceleradamente, e já se encontra à beira do caos. Esta guerra contudo está sendo travada, de fato, entre os Estados Unidos e a Rússia, e é aí que se encontra o núcleo duro do problema da paz. Ou seja, são duas guerras sobrepostas, mas a chave da paz se encontra – nos dois casos – nas mãos dos EUA, o único país que pode tomar o caminho diplomático de uma negociação de paz, uma vez que a Rússia já fez a sua proposta e entrou em guerra exatamente porque ela foi rejeitada ou simplesmente desconhecida pelos americanos, pela OTAN e pelos europeus. E é aqui que se encontra o impasse atual: os russos já não têm como aceitar uma derrota; e para os norte-americanos, qualquer negociação é vista como um sinal inaceitável de fraqueza, sobretudo depois de sua desastrosa “retirada do Afeganistão”. Por isso mesmo, a posição oficial do governo americano é prolongar a guerra indefinidamente, por meses ou anos, até exaurir a capacidade econômica russa de sustentar sua posição atual na Ucrânia, e mais à frente, de iniciar novas guerras.

PROTESTOS DOS AGRICULT0RES HOLANDESES ESPALHAM-SE PELA EUROPA

– Os media portugueses têm dado pouca atenção a este assunto

The Blind Spot [*]

No passado fim de semana, grupos de agricultores na Alemanha, Itália, Espanha e Polónia juntaram-se aos milhares de agricultores holandeses que têm protestado contra as regras propostas de redução de emissões de nitrogénio e amónia em 50% até 2030, visando diminuir o uso de fertilizantes e o número de gado.

De acordo com o Washington Examiner, o motivo por detrás deste apoio entre agricultores é o receio de que as chamadas políticas “anti-agrícolas” possam em breve alastrar-se também para os outros países.

Segundo o The Scottish Farmer, os protestos liderados por agricultores na Alemanha, Itália, Espanha e Polónia surgiram após a ação dos agricultores holandeses.

O motivo dos protestos é comum: o impacto das novas regras que pretendem reduzir as emissões de nitrogénio e amónia em 50% até 2030, nos Países Baixos. Os planos do governo holandês exigem uma forte redução no uso de fertilizantes e no número de animais.

Desde os agricultores alemães a bloquearem a estrada na fronteira com os Países Baixos até aos agricultores italianos a ameaçarem levar os protestos às ruas de Roma e ainda os polacos e espanhóis a bloquearem as estradas, estes são alguns exemplos das manifestações de apoio aos agricultores holandeses, pela Europa.

Portugal | NÓS QUE VIMOS MORRER O ANDRÉ

Este texto é sobre um piloto que morreu. Acidente, azar, sim, também. Mas há algo de muito errado neste país e nas opções de fundo que lhe têm sido impostas. E isso é que é o contexto que importa perceber.

Manuel Gouveia | AbrilAbril | opinião

Na música onde Zeca Afonso homenageia Catarina Eufémia pode-se escutar que «quem viu morrer Catarina não perdoa a quem matou». Como é evidente, não se refere o poeta apenas àqueles camaradas de Catarina que no dia 19 de Maio de 1954 estavam ao seu lado, em luta, e literalmente a viram cair varadas pelas balas da ditadura fascista de Salazar. É a nós todos que se nos dirige. Todos nós temos a obrigação de ter visto morrer Catarina. E de não perdoar a quem a matou: o fascismo português.

Mas este texto não é sobre Catarina Eufémia. É sobre um piloto português que morreu a combater os incêndios que se abatem sobre o nosso país. Cuja morte foi transmitida e retransmitida até à náusea por uma comunicação social nauseabunda. Que serviu de distracção nas tascas, nos cafés e nos sofás de milhares de casas.

Não se faz isto à família de ninguém, e muito menos à família de um herói. Ou não se devia fazer. Porque se faz, todos os dias. E não se pode fazer. Por tudo, e porque nas televisões transformadas em cloacas o mundo é um espectáculo de desastres sem contexto, antecâmara das explicações fáceis e demagógicas, que nada explicam, tudo escondem e todos manipulam.

E este acidente tem contexto. Desde logo, todas as negociatas em torno do ataque aéreo a incêndios. Em vez de uma entidade pública, com equipamento próprio, profissionais dedicados e bem remunerados, temos um estendal de negócios escandalosos, promessas, parcerias público-privadas, subcontratações, onde se fizeram e fazem fortunas, mas se continua sem construir a resposta possível e necessária para um eficaz combate aéreo aos fogos. É o modelo capitalista e neoliberal, que faz ricos e ricos mais ricos, mas também aumenta o risco para os operacionais.

Portugal | O RACISMO DAS GRANDES E PEQUENAS COISAS -- Carmo Afonso

Não podemos continuar a aceitar que um partido que perfilha um ideário que é racista viva entre nós, e pise o chão das mais altas instituições democráticas, como se de uma organização respeitável se tratasse.

Carmo Afonso* | opinião

Ainda no mês [de maio] veio a público que o Tribunal da Relação de Lisboa não considerou racistas as publicações de Mário Machado no Twitter quando era dirigente do movimento NOS. Nessas publicações, Mário Machado escreveu que não aceitava imigrantes de origem africana, mas os juízes desembargadores consideraram que foram publicações feitas “numa perspectiva de crítica à lei da nacionalidade e não a uma questão rácica ou de inferioridade cultural”.

De mais decisões judiciais poderíamos falar. Mesmo a exemplar decisão no processo movido pela família Coxi, contra André Ventura e contra o partido Chega, se absteve de considerar discriminatória em função da cor, ou seja, racista, a conduta do então candidato presidencial. Recorde-se que estava em causa a exibição da fotografia de Marcelo Rebelo de Sousa, ladeado por membros da família Coxi no Bairro da Jamaica, e as declarações então produzidas por Ventura. Estávamos num debate para as presidenciais. Estava também em causa a última ação de campanha do partido Chega, nessas presidenciais, concretamente a publicação nas redes sociais de uma imagem que continha a referida fotografia e, por cima dessa, uma fotografia de André Ventura usando uma camisola com a bandeira nacional e o símbolo do Movimento Zero (M0), acompanhado por dois homens caucasianos que usavam camisolas com a designação do Movimento Zero (M0). Entre as duas fotografias, o partido fez constar a seguinte frase: “Eu prefiro os portugueses de bem.”

A lei portuguesa, e falo da lei ordinária, trata o racismo como sendo de extrema gravidade. A título exemplificativo, mas deverá ser mesmo o melhor exemplo, se um partido político for considerado racista deverá ser extinto. É o que consta na Lei dos Partidos. Note-se que a corrupção ou o cometimento de outros crimes, cuja gravidade está assimilada pela comunidade, não determinam tal extinção.

Esteve bem o legislador português.

Mas de que serve esse reconhecimento legislativo se é tão difícil para os tribunais portugueses considerarem racista determinado comportamento, pessoa ou organização?

Portugal racista: QUANDO A MEMÓRIA É CURTA E AS NOTÍCIAS “ADORMECEM”

Peritos da ONU chocados com brutalidade policial contra africanos em Portugal

Os peritos da ONU sobre Pessoas de Ascendência Africana, que estão em Portugal, ficaram surpreendidos e chocados com os relatos sobre brutalidade policial, mas também com a presença do passado colonial português.

Imagem: Polícia no "Bairro Jamaica", habitado principalmente por afrodescendentes (foto ilustrativa)

A delegação da ONU está em Portugal desde 29 de novembro, a convite do Governo, para reunir informação sobre quaisquer formas de racismo, discriminação racial, xenofobia, afrofobia ou outras intolerâncias, a fim de avaliar a situação global dos direitos humanos das pessoas com ascendência africana em Portugal.

As primeiras conclusões e algumas recomendações foram apresentadas hoje numa conferência de imprensa, em Lisboa, na qual a presidente do Grupo de Trabalho de Peritos das Nações Unidas sobre Pessoas de Ascendência Africana disse ter ficado "surpreendida com o número e a dimensão de relatos credíveis sobre brutalidade policial".

"As operações STOP, as buscas, a constante invasão da privacidade e dos corpos das pessoas, da paz de espírito das pessoas, era constante em algumas comunidades", apontou Dominique Day.

Referiu, por outro lado, que quando a delegação tentou visitar o Bairro da Cova da Moura, na Amadora, nenhum taxista os levou até ao bairro ou foi buscar depois, estranhando esse comportamento quando constataram que se trata de uma "comunidade vibrante, onde as crianças não tinham medo de brincar na rua".

"Foi surpreendente ver como a identidade de Portugal permanece agarrada a uma narrativa colonial e até a ideia de diversidade de linguagem não é vista como algo forte, mas tornou-se uma fonte de pureza de dialeto e para menorizar estudantes baseada não no seu intelecto, mas no tipo de língua que falam", criticou.

MACRON VISITA BISSAU | "A França está perdida" em África -- afirma analista

Analista guineense espera pouco da deslocação do Presidente francês, Emmanuel Macron, à Guiné-Bissau. Em entrevista à DW África, diz que a visita servirá apenas como "instrumento de propaganda do atual regime".

Uma "visita simbólica" e de "propaganda" para o atual regime do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló. É desta forma que o jurista guineense Fodé Mané reage à anunciada deslocação do Presidente francês, Emmanuel Macron, à Guiné-Bissau na próxima quinta-feira (28.07). 

Prestes a completar a saída do Mali, "a França está perdida" em termos de política para o continente africano e, neste momento, todos os aliados contam para redefinir a sua presença em África, diz o analista em entrevista à DW África. Afirma ainda que o facto de a visita ocorrer numa altura em que Sissoco assume a liderança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental  (CEDEAO) não passa de uma mera coincidência.

DW África: Acha que o facto de Umaro Sissoco Embaló assumir a liderança da CEDEAO terá pesado nesta ida de Macron a Bissau?

Fodé Mané (FM):  Não acho muito, porque a presidência da CEDEAO, no estado em que a comunidade está neste momento, não tem muita influência na política interna e externa de cada país.

Há uma coincidência, mas não tem diretamente a ver com esta presidência. Aquando da receção de Umaro Sissoco Embaló em Paris, foi anunciado que, logo que o chefe de Estado francês fosse ao continente africano, iria visitar a Guiné-Bissau. Isso foi antes de ser anunciada a liderança da CEDEAO.

Guiné-Bissau | Forças Armadas dão ultimato a militares sem funções

O Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau deu um ultimato aos oficiais militares atualmente sem funções que ocupam residências de serviço para as abandonaram sob pena de utilizar força coerciva.

O ultimato foi esta sexta-feira (22.07) transmitido, numa conferência de imprensa, pelo general Samuel Fernandes, chefe do gabinete do chefe das Forças Armadas guineenses, Biague Na Ntan.

De acordo com o general Fernandes, há três anos que o Estado-Maior General das Forças "tem tentado persuadir" cinco generais a abandonarem as casas que ocupam há vários anos, mas a que, por lei, deixaram de ter direito a partir do momento em que cessaram funções nas Forças Armadas.

As residências em causa situam-se no bairro da Santa Luzia, ao lado do Tribunal Militar Superior.

Samuel Fernandes, que é também chefe da contra-inteligência militar e ainda porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, explicou que aqueles militares "têm tido comportamentos indevidos" para um militar.

Prazo de quatro meses

Fernandes observou que a desocupação daquelas residências, herdadas da época colonial, ocorre no prazo máximo de quatro meses após a cessação de funções e que, mesmo com avisos reiterados, aqueles cinco oficiais se têm recusado a acatar a lei.

"A lei é geral e abstrata. Todos os cidadãos, mesmo nós militares, estamos sujeitos ao cumprimento da lei", afirmou Samuel Fernandes.

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas avisou que a instituição poderá ser obrigada a recorrer à força, o que, disse, seria "muito mau para os militares da Guiné-Bissau".

Samuel Fernandes disse ser triste que alguns desses oficiais estejam a ocupar as casas mesmo tendo residências privadas que arrendaram.

O oficial considerou que alguns dos visados são militares que participaram na elaboração da lei que determina de que forma se pode ocupar aquelas casas, mas que agora estão a ignorar a própria lei.

Deutsche Welle | Lusa

AUTORIDADES MOÇAMBICANAS DECIDEM DEPORTAR TREINADOR PORTUGUÊS

Serviço de Migração de Moçambique anunciou que o treinador português de atletismo Alberto Lário, detido em Maputo por irregularidades nos documentos, vai ser deportado para Portugal. Detenção está a indignar atletas.

"O cidadão será repatriado para o seu país de proveniência porque não possui requisitos para permanecer em território nacional", disse Felizardo Jamaca, porta-voz do Serviço de Migração de Moçambique na cidade de Maputo, numa conferência de imprensa convocada para esclarecer o caso.

Alberto Lário, uma figura que tem sido uma referência para novas gerações do atletismo em Moçambique, foi detido na tarde de terça-feira (19.07), alegadamente por existirem irregularidades na sua documentação. 

Segundo Felizardo Jamaca, Alberto Lário está em situação de irregularidade desde 2019, ano em que o seu Documento de Identificação de Residentes Estrangeiros (DIRE) teve o seu prazo expirado.

Pedido de nacionalidade "pendente"

Alberto Lário, que nasceu em Moçambique e saiu do país muito novo, tem há mais de seis anos um pedido de nacionalidade "pendente", mas o Serviço de Migração de Moçambique considera que o técnico devia ter levantado a questão junto das autoridades às quais submeteu o requerimento.

"Para aquisição de nacionalidade é preciso observar certos requisitos e se não lhe foi respondido ao pedido ele devia ter-se aproximado às entidades para perceber o que se passou. Entretanto, não temos nenhuma prova de que ele submeteu um pedido de requisição de nacionalidade", declarou o porta-voz, acrescentando que já está em contacto com as entidades diplomáticas portuguesas em Moçambique para que Alberto Lário seja deportado.

Indignação entre atletas moçambicanos

Alberto Lário, que nasceu em Moçambique e vive no país há vários anos, conseguiu o marco de colocar Verónica José entre as melhores atletas mundiais em juniores femininos, numa aposta que contou com o apoio da Associação Portuguesa (AP) de Moçambique.

O campeonato mundial em Cali, Colômbia, marcado para agosto, será a primeira grande competição internacional da corredora nos 1.500 metros, que bateu o tempo de 4.29 minutos em Braga, e tem vindo a melhorar a prestação.

A detenção do treinador, que resultou de uma denúncia feita pelo presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, Kamal Badrú, está a gerar indignação entre os atletas moçambicanos, que hoje decidiram organizar uma marcha até ao edifício do Serviço de Migração de Moçambique, exigindo a libertação de "coach Lário", como é popularmente conhecido.  

Deutsche Welle | Lusa

DW REFERE OUTRO ILEGAL EXPULSO

Jornalista Tom Bowker expulso e banido de Moçambique

Após seis anos em Moçambique, jornalista britânico anunciou que abandonou o país esta terça-feira, na sequência de uma ordem de expulsão do Ministério do Interior que diz ter "motivações políticas".  

GÁS DE MOÇAMBIQUE ESTÁ ENTRE AS ALTERNATIVAS PARA A EUROPA

Apesar das perspetivas promissoras, a insurgência armada que começou em 2017 na província de Cabo Delgado é uma ameaça, mas a entrada de tropas estrangeiras para apoiar as forças moçambicanas em meados do ano passado melhoraram a situação de segurança.

Oembaixador cessante da União Europeia em Moçambique defendeu este sábado que o gás natural de Cabo Delgado está entre as alternativas no plano da Europa de diversificar fontes de energia face às limitações provocadas pela invasão russa da Ucrânia.

"O gás de Moçambique, com a presença de grandes companhias multinacionais europeias, tem agora um valor ainda mais importante e estratégico", declarou Sánchez-Benedito Gaspar, em entrevista à Lusa em Maputo.

Segundo o diplomata, com a invasão Russa da Ucrânia, a Europa chegou à conclusão de que "não pode confiar no parceiro antigo [a Rússia, entre os maiores exportadores de gás no mundo], que é autoritário e usa o gás como instrumento de guerra", estando a envidar esforços para garantir fontes alternativas.

"Temos adotado uma nova estratégia na Europa, designada "RePower EU", que tem vários elementos [...] No que diz respeito ao gás, que é considerada uma energia de transição, estamos a procurar fornecedores alternativos [...] Moçambique está entre as alternativas", frisou Sánchez-Benedito Gaspar.

Embora o gás dos três projetos até agora aprovados já tenha destino, Moçambique dispõe de reservas comprovadas de mais de 180 triliões de pés cúbicos, segundo dados do Ministério dos Recursos Minerais e Energia.

Angola | SALTEADORES DO PODER SÃO PERIGO DE VIDA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo é um lugar perigoso para viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa daqueles que deixam o mal acontecer. Esta frase de Albert Einstein tem muitas décadas mas nunca foi tão actual. A Revolução Industrial criou instabilidade social, pobreza extrema e tremendas injustiças. As organizações revolucionárias da época não se conformaram e impuseram aos que “faziam o mal” valores como a igualdade e a solidariedade. E o mundo ficou menos perigoso.

À medida que nasciam novos perigos, outros valores foram lançados como barreiras intransponíveis aos que tudo fazem para tornar o mundo cada vez mais perigoso para viver. A democracia e o diálogo entraram em acção. Desde o fim da II Guerra Mundial que o poder não consentido é anti-democrático. Os senhores da guerra e do dinheiro meteram o socialismo nesse saco. E o mundo ficou ainda mais perigoso.

 Os povos que foram fustigados pela guerra assistiram ao nascimento da OTAN e em oposição aos que “fazem o mal” nasceu o Pacto de Varsóvia. Olho por olho, dente por dente, arma atómica por arma atómica. O cineasta Alain Resnais fez tudo para não ficar a ver o mal acontecer e realizou o filme “Hiroshima, meu amor” com roteiro de Marguerite Duras. Por trás das imagens estavam milhões de seres humanos pulverizados pelas bombas atómicas despejadas pelos EUA em cima de duas cidades japonesas. A democracia começou a ser suportada pelo medo. Daí ao terror foi um pequeno passo.

Os africanos decidiram não deixar o mal acontecer e enfrentaram corajosamente o colonialismo, o mais grave crime que alguma vez se cometeu contra a Humanidade. Os angolanos levantaram tão alto essa bandeira que ainda hoje se vê da Lua. Soltaram exércitos durante décadas contra a nossa liberdade. Milhares de angolanos sentiram na pele e na alma que o mundo é um lugar perigoso para viver. 

Para nos vergarem, criaram a UNITA, uma unidade de apoio aos Flechas da PIDE e às tropas de ocupação na Frente Leste. O MPLA derrotou o colonialismo. O Galo Negro tornou-se uma unidade terrorista do Poder Branco da África do Sul. Pela primeira vez uma organização política africana alugou as armas aos racistas de Pretória. O mundo está perigoso, mas os salteadores do poder, instalados em Angola, não são menos perigosos. O poder financeiro deitou mão da propaganda para subjugar os amantes da liberdade. Impôs a política da “única alternativa”, que leva as comunidades e os países a aceitarem a cultura da submissão aos centros de poder instalados na União Europeia, ou em Washington e Berlim. 

Os senhores do mundo instalados em Washington, Londres, Paris, Berlim e Bruxelas estão na base de tragédias que confiscaram a liberdade e a democracia. Alimentaram ontem o colonialismo e o fascismo. Hoje sãos os ases de trunfo da oligarquia financeira que domina o planeta. 

Angola resiste e o MPLA faz tudo para não deixar o mal acontecer. Apesar do grande esforço, os líderes da África Austral e de outros países, o mundo é cada vez mais um lugar perigoso para viver. O cartel político e económico que impôs o banditismo político e mediático ameaça a Humanidade com uma guerra que pode ser a última onde são utilizadas tecnologias sofisticadas. A próxima pode ser mesmo apenas com paus e pedras. 

Forças políticas soltam as máquinas em actos de massas para testarem a força

ANGOLA - Campanha Eleitoral

MPLA põe definitivamente em acção, hoje, no Camama, em Luanda, a máquina política, num acto de massas, a ser conduzido pelo líder João Lourenço, que os militantes, amigos e simpatizantes encaram como a “grande partida” na corrida às Eleições Gerais de 24 de Agosto, numa altura em que se está a realizar a transição da pré para a campanha eleitoral, sob a “mira” dos demais partidos.

Na mesma linha, seguem outras forças políticas concorrentes, designadamente a UNITA, que promove, com o mesmo espírito, um acto de massas em Benguela, e a CASA-CE, que se lança à corrida em Cabinda. Os demais concorrentes não se deixam ultrapassar, e, com a máxima cautela, a julgar pelo discurso que os caracteriza, não sendo pouco ambicioso, é pelo menos muito contido, anunciaram, também, a realização de acções para concretizar a presença na caminhada oficial das eleições.

Na fase da pré-campanha, que, conforme o calendário das eleições, termina hoje, as forças políticas puseram em evidência estratégias, a julgar pelo tom, roçaram o exercício de manipulação da opinião pública, com a pretensão de colher a simpatia do eleitorado, de forma geral, e ensaiar tácticas de combate político, aceites no quadro do marketing eleitoral, de forma particular.

A CNE, pelas circunstâncias, e em observação à Lei Orgânica das Eleições Gerais, confirma o início da pré-campanha. A jornada de hoje, a qual remete, não de forma oficial, para a competição a "sério”, tem os elementos suficientes para se aferir a organização, a capacidade de mobilização e, mais importante, a qualidade e a direcção do discurso de cada força política concorrente.

O MPLA, nesse sentido,  foi o primeiro a apresentar o cabeça de lista, em consequência, é o candidato a Presidente da República, e as duas figuras colocadas na segunda e terceira posição da lista, candidatas, conforme a ordem, a Vice-Presidente da República e a presidente da Assembleia Nacional. Nesta senda, o partido dos "camaradas” também foi o primeiro a dar entrada da documentação no Tribunal Constitucional (no dia oito de Junho) para formalizar, em termos legais, a condição de concorrente às Eleições Gerais de 2022.

A CASA-CE foi ao encontro do Tribunal Constitucional no dia 15 de Junho. A UNITA cumpriu a "burocracia eleitoral” apenas no dia 21 de Junho, portanto um dia a seguir a APN (Aliança Patriótica Nacional), que deu entrada da documentação no TC no dia 20. Para variar, as demais forças políticas concretizaram os seus actos muito depois, mas todas fizeram dentro do prazo, compreendido em 25 dias.

Os partidos novos, ou seja, P-JANGO (Partido Nacionalista para a Justiça em Angola) e PHA (Partido Humanista de Angola) procederam a entrega dos documentos, praticamente, no fim do prazo. Nessa altura, contas feitas, cose-se com o que se tem, e, o que se tem, é a confirmação de que todos são candidatos.

Como candidatos, todos ensaiaram truques e as estratégias, deixando uma mensagem clara até aonde vão, em termos de nível competitivo.

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