sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Angola | CAMPANHA ASSASSINA CONTRA A LIBERDADE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo está virado ao contrário e Angola contribui muito para a viragem. Entre nós existe uma competição absolutamente inesperada. Uns dizem que somos governados por incompetentes. Cada qual tem direito à opinião, seja justa ou injusta. O problema é que essas e esses querem mão-de-obra mil vezes pior. O Miala é muito mau. Mas o Chivukuvuku é um milhão de vezes pior. Por uma questão de higiene, não dou mais exemplos mas a escala não muda. O que temos é infinitamente melhor do que os aspirantes ao poder. 

Se querem a demência senil do Justino Pinto de Andrade votem no Adalberto. Se querem apaziguar a ira vingativa e a desmedida ambição do Filomeno Vieira Lopes, votem no Adalberto. Se querem encher os bolsos de dinheiro ao filho do Gentil Viana, um farsante de colarinho branco, que nunca fez nada na vida a não ser extorsões com falinhas mansas, votem no Adalberto. Se todos forem bem-sucedidos, entra em campo a UNITA e passa-vos a factura à porrada, a tiro, nas fogueiras, à paulada. Eu contento-me com o que tenho. Esperando que os cinco anos do próximo mandato, sejam melhores do que os anteriores.

Mas o mundo está mesmo virado do avesso. Então em Angola nem se fala. Três senadores norte-americanos decidiram ingerir grosseiramente nos assuntos internos de Angola, um Estado Soberano. A TPA pôs a sua “correspondente” em Washington a desmentir a verdade. Uma vigarice sem nome. A azougada menina falou com os três gabirus e concluiu: “Estão a ver? É uma falsa notícia!” E o senador falante de espanhol (será um gusano?)confirmou a ingerência.  Nunca se viu nada igual. Mas na TPA tudo é possível, inclusive acontecer televisão.

Cidadãos angolanos viraram o mundo ao contrário umas mil vezes e deixaram tudo tão embrulhado que o movimento de rotação da Terra acabou e o de translacção está em vias de parar. A Terra deixou de girar. Querem mandar para a cadeia o titular do Poder Executivo, que é o cabeça de lista do MPLA, os conselhos de administração dos Media públicos e os membros da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Cadeia e multas pecuniárias! 

Os accionistas intitulam-se “sociedade civil” e sendo assim, estão desculpados. Mas pelo que veio a público, devemos estar todos assustados, preocupados, borrados de medo. Um dos subscritores da acção chama-se Luaty Beirão. Luso angolano mais para o luso também chamado Brigadeiro Mata Frakus e Ikonoclasta. Brigadeiro Mata Fraskus, cuidado! Olha que a basquetebolista norte-americana Britney Griner levou nove anos de prisão em Moscovo por ser maconheira. Tu levavas 90. Em Angola és sociedade civil. Comilão de dinheiro fácil e revolucionário de zuela. Socorro, os revus vão avançar com barricadas nas ruas, pneus a arder e mortes selectivas!

Outro acionista é o luso lAgualusa. A minha professora da escola primária, Dona Cândida, inventou uma escala de avaliação terrível. Bom mais e bom menos. Suficiente mais e suficiente menos. Medíocre mais e medíocre menos. Mau mais e mau menos. O Sebastião Africano era um barra na aritmética, tirava sempre bom mais e eu mau menos. Mas eu era bom mais em gramática, redacção e ditado. Como estávamos sentados na mesma carteira, eu copiava dele as contas e ele copiava de mim os verbos, as conjunções as preposições e as redacções. Éramos os maiores!

Angola | A CIDADE DO GIRAUL -- Martinho Júnior

Martinho Júnior, Luanda

A PROPÓSITO DOS 173 ANOS DA CAPITAL DA PROVÍNCIA DO NAMIBE.

NUMA ANGOLA INDEPENDENTE E SOBERANA COMO É POSSÍVEL DESIGNAR-SE UMA CIDADE COM O NOME DUM ESCRAVOCRATA E COLONIALISTA?

QUE MEMÓRIA DA ESCRAVATURA EXISTE, QUANDO PERSISTE O NOME DUM ESCRAVOCRATA NUMA CIDADE CAPITAL?

POR ALGUMA RAZÃO É DESCONHECIDA EM ÁFRICA A REVOLUÇÃO DOS ESCRAVOS NO HAITI!

A água aproxima os homens e entre deserto e mar os rios Bero e Giraúl possibilitaram habitat ao homem de há largos milhares de anos.

Por isso, no presente e no futuro, há todas as razões para jamais se pronunciar o nome de “Moçâmedes” – ninguém em Angola suporta o nome dum esclavagista do tráfico negreiro transatlântico para, em pleno século XXI, dar nome a uma cidade angolana, muito menos a uma capital provincial!

A capital da Província do Namibe é de facto a cidade do Giraúl (e do Bero) que lhe possibilitaram o ser.

I – DA ANTROPOLOGIA, DA HISTÓRIA E DA SOCIOLOGIA QUE NUNCA HOUVE

Numa Angola independente e soberana um cuidado muito especial devem merecer as abordagens históricas, antropológicas e sociológicas e há uma explicação evidente para esse cuidado:

A independência e a soberania foram arrancadas de armas na mão, numa longa luta de libertação nacional em ruptura com o colonialismo e o “apartheid”, de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste, mas o conhecimento e as narrativas sobre os povos e os acontecimentos no vasto território resulta duma interpretação e dum esforço do próprio colonizador, não do colonizado, pelo que está impregnado ideologicamente do estigma mental ao sabor dominante da colonização!

O poder motivado pelo domínio a qualquer custo conformado ao colonizador, quando foi sujeito à ruptura provocada pelo movimento de libertação, teve de se amparar no Exercício Alcora de tal modo que mesmo os parâmetros dessa luta libertária mereceram actos concertados do colonialismo e do “apartheid” a fim de os subverter para melhor confundir e neutralizar, fazendo sobreviver a causa colonial na via de acção psicológica deliberada que fizeram incidir sobre o povo angolano, de que ainda não se está suficientemente livre!

Tanto pior por que a colonização foi feita num “híbrido” com um grau de opressão e repressão cuja base foram séculos de escravatura com temporal ponta final num colonialismo resultante dos interesses, conveniências e decisões exclusivamente das potências europeias que decidiram o futuro de África sem recorrer a africano algum, (na Conferência de Berlim, ocorrida entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885) e sob o estigma do regime que institucionalizou o “apartheid” na África do Sul aproveitando o elitismo anglo-saxónico de Cecil John Rhodes, com impactos em toda a África Austral.

Assim sendo, a história, a antropologia e a sociologia, do colonizador euro-centrista, elitista, imperialista e racista, apaga ou inibe o conhecimento a partir dos povos oprimidos sujeitos sistematicamente à repressão, inclusive durante os processos de ruptura, quando os contraditórios se elevaram ao grau do antagonismo que se acentuou entre inícios de 1961 e 1975.

Angola | A ARMA DO VOTO E AS ARMAS DA VIOLÊNCIA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As autoridades informam que a campanha eleitoral decorre sem problemas. Pelos vistos foi ouvido o apelo da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) no sentido de nenhum partido concorrente, individualmente ou em coligação, divulgar mensagens ou protagonizar acções que conduzam à violência. A UNITA só está a cumprir na aparência. Porque na prática a situação é bem diferente e o partido só ainda não pôs Angola e ferro e fogo porque as forças de segurança estão atentas e não permitem que a agenda da violência e do caos seja cumprida.

Tal como em 1992, nas primeiras eleições multipartidárias, que o MPLA ganhou com maioria absoluta, nesta campanha eleitoral também existe muitíssima violência, protagonizada pela UNITA, mas por interpostas instituições ou pessoas, sedentas do dinheiro dos diamantes de sangue. Quem estiver atento, capta os sinais desta realidade, sem dificuldades. 

Hoje, o Novo Jornal, de sobrinhos e madalenos, dá espaço a um “investigador” da Universidade Agostinho Neto, Cláudio Fortuna, onde organizações conhecidas pela violência física e verbal são endeusadas. As suas acções violentas e insultuosas são apresentadas como “arte”. Aas redes sociais, onde circula o mais abjecto lixo mediático, onde se mente, manipula, insulta, agride verbalmente, são apresentadas pelo agente galináceo como a expressão máxima da liberdade e da intervenção cívica! Chega ao desvario mental de comparar as manifestações dessas organizações ao golpe de estado militar de 27 de Maio de 1977.

O “investigador” Fortuna nomeia e elogia várias organizações da “sociedade civil” que não são mais do que comités de acção da UNITA, pagas pela UNITA e financiadores estrangeiros do Galo Negro. Esqueceu-se de nomear o Movimento Levas no Focinho (MLF) que tem no seu programa o combate à somalização de Angola. Cuidado, galináceos! Esses activistas não brincam em serviço. Angola não é a Jamba nem um bantustão dos racistas sul-africanos. Muito menos o quintalão dos gringos. Ainda que alguém os tenha convencido de que já são os donos do bocado.

Três senadores democratas ultrapassaram tudo o que é admissível. Nem Al Capone, o gangster que ajudou a fundar o estado terrorista mais perigoso do mundo, ia tão longe no desvario. O senador Bob Mendendez, presidente do Comité de Relações Exteriores do Senado, Chris van Hollen e Bem Cardin, presidente do sub comité para África e Saúde Global, apresentaram ao Senado um “projecto de resolução” sobre as eleições em Angola! No texto, os três comilões dos diamantes de sangue da UNITA afirmam que Angola é um país “não livre”. Garantem que o MPLA intimida os jornalistas e controla os Media.

VAMOS MESMO PARA A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Daqui a um mês, quando voltar de férias, poderei estar a escrever sobre a Terceira Guerra Mundial. Daqui a um mês, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Europa da NATO e outros satélites poderão estar a combater, simultaneamente, a Rússia, a China e respetivos aliados. Daqui a um mês, o maior potencial destruidor do planeta Terra pode estar a ser utilizado, em frenesim, num combate descontrolado entre todas as potências militares do mundo.

É este medo que a visita de Nancy Pelosi a Taiwan me coloca.

O sinal que dá esta viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA a um território autónomo que a China reivindica como seu (e a ONU concorda) é terrível: depois das autoridades chinesas (em nome de três posições anteriores de reconhecimento da soberania chinesa sobre Taiwan, assinadas pelos líderes dos dois países) terem exigido que essa viagem não acontecesse, depois de tudo o que se passou e se passa na Ucrânia, que conclusão poderemos tirar?...

A resposta parece óbvia: é mesmo do interesse da maior potência do mundo encontrar uma desculpa para lançar a guerra generalizada no planeta, talvez convencida de que essa é a única maneira de manter a sua hegemonia.

A análise da liderança norte-americana, no seu egoísmo nacionalista (semelhante aos egoísmos imperialistas que levaram à I Guerra Mundial), pode até estar certa, mas a sua possível consequência custará milhões de vidas, uma destruição enorme, uma miséria descomunal e o fim da liberdade nas democracias - já declaradamente limitada desde que começou a guerra na Ucrânia.

Não é aceitável.

O paulatino esticar da corda da conflitualidade por parte dos norte-americanos (que entretanto deslocaram para a região mais quatro navios de guerra, incluindo um porta-aviões), na esperança de conseguir uma resposta militar do lado contrário que dê um pretexto "legitimador" para o combate - tática que resultou com Putin - deixa apenas uma esperança: que algum bom senso de última hora dos envolvidos alivie a tensão.

O problema é que o bom senso está a morrer, pois defronta a fúria aniquiladora dos predadores económicos que competem entre si, atrás das lideranças políticas das grandes potencias mundiais.

Esse agentes cercam o raro bom senso com o insulto da traição à pátria e a demagogia de uma hipócrita defesa de superiores valores morais, decorada com apelos subliminares à xenofobia e ao racismo. É o que temos visto, esfuziantemente, desde 24 de fevereiro...

A irracionalidade estúpida que este ambiente de conflito mundial instalou atinge já as coisas mais pequenas e corriqueiras, como se vê em três exemplos de debates públicos, nas últimas semanas, ocorridos no burgo lusitano:

- Um presidente da Assembleia da República que diz palavras sensatas e, até, entusiasmantes (aplaudo de pé) contra o racismo e a xenofobia num dos poucos momentos em que não podia estar a dizê-las: precisamente quando arbitra a discussão de uma proposta do Chega sobre o tema, no parlamento que deveria dirigir com imparcialidade.

- Um governo que critica publicamente (e bem) a ingerência da embaixada russa ao atacar um exercício legítimo da liberdade de expressão do cantor Pedro Abrunhosa. Só que não fez o mesmo quando houve um pedido de ilegalização do PCP feito pelo presidente da Associação de Refugiados Ucranianos, nem quando a embaixadora ucraniana da altura acusou os comunistas de participarem "numa campanha de desinformação russa". Isso não foi um atentado à liberdade de expressão e uma ingerência na vida interna do país? Porquê esta dualidade de critérios?

- E os mesmos furiosos defensores da liberdade de expressão de Pedro Abrunhosa, que usou esse direito para surfar a onda gigantesca anti-Putin, lançaram um debate arrepelado contra o exercício da liberdade dos artistas que decidiram ir à Festa do "Avante!" deste ano, um local onde a onda, bem mais pequena, é a dos que acreditam que ser anti-Putin até é razoável, mas é também terrivelmente insuficiente para chegarmos a uma paz justa e sustentável. Com defensores destes da liberdade de expressão, o futuro desta não é nada promissor...

Vou de férias. Volto em setembro, depois da Festa do "Avante!", se esses que tentam dominar a seu gosto a liberdade de expressão ainda deixarem.

*Jornalista

SANTA PEDOFILIA: Mais bispos terão ocultado queixas de abusos sexuais na Igreja

Mais bispos terão ocultado queixas de abusos sexuais na Igreja. Padre denuncia 12 sacerdotes

Metade dos 12 sacerdotes denunciados agora por um padre está ainda no ativo. Comissão Independente que investiga abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa já recolheu mais de 350 testemunhos de vítimas.

O bispo da Guarda, Manuel Felício, e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, também são suspeitos de encobrimento de abusos sexuais na Igreja, havendo também outros casos, noticia esta sexta-feira o Expresso.

"Há pelo menos mais dois bispos que, além de Manuel Clemente, terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e que não comunicaram essas suspeitas quer à Polícia Judiciária quer ao Ministério Público, as autoridades civis com competência para investigar este tipo de crimes", informou o semanário.

Tanto Manuel Felício como Gilberto Reis terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres, mas não comunicaram essas suspeitas às autoridades.

No caso de Manuel Felício, quando há quase 10 anos os pais de 17 menores do seminário decidiram avançar com uma queixa-crime à PJ por suspeitarem que os filhos eram alvo de abusos pelo padre Luís Mendes, o bispo ficou irritado e "aborrecido", escreve o Expresso.

No despacho da detenção, as autoridades deixavam claras as suspeitas de que em curso estaria uma "manobra de branqueamento de toda esta situação" por parte das mais altas instâncias da diocese da Guarda.

Luís Mendes foi detido, mas Manuel Felício continua a acreditar na sua inocência, mesmo depois de a sentença ter sido confirmada por dois tribunais superiores, incluindo o Supremo Tribunal de Justiça, em 2017. Segundo o Observador, o bispo visita-o regularmente na prisão e encoraja os padres da diocese a fazerem o mesmo.

Em Setúbal, foi Gilberto Reis, bispo desta diocese entre 1998 e 2015, quem recebeu queixas contra um padre que ainda hoje está no ativo. Numa resposta enviada ao semanário, a diocese diz que "existiu uma averiguação canónica organizada pelo bispo à data, com audição de todas as partes envolvidas, ou seja, o alegado perpetrador e as alegadas vítimas".

Enquanto essa investigação decorria, entre 2008 e 2015, o padre esteve suspenso, mas o "decreto emanado pelo Vaticano, após a conclusão do processo canónico, permitiu que o sacerdote em causa voltasse a exercer o seu ministério, com o ofício de pároco". A diocese admite que "não foi feita uma participação ao Ministério Público, tendo em conta as recomendações canónicas e civis que estavam e vigor à data", mas garante que "está empenhada" em promover um ambiente de segurança e cuidado dos mais novos e frágeis".

Portugal | E SE VIVÊSSEMOS NUMA DEMOCRACIA?

Guilherme Trindade - no Setenta e Quatro

Por que é que aceitamos que um tiranete não eleito tenha poder sobre como passamos mais de um terço do nosso dia? Os nossos horários, as nossas tarefas, com quanto ficamos daquilo que produzimos, porque não temos voto nestas matérias? E já que são os trabalhadores a construir uma empresa, porque não têm voto na sua direcção, investimentos, estratégia?

Dificilmente se encontra alguém na rua, em Portugal, que seja abertamente contra a democracia. Talvez na Assembleia da República, ironicamente, se encontre uma dúzia ou assim.

Esta ideia da democracia, com todas as suas falhas e chatices, até porque isto de decidir implica estar informado, e isso dá trabalho, brilha especialmente comparada com sistemas anteriores de ditaduras e feudalismo.

Ai este senhor de coroa manda? Quem é que morreu e fez dele rei? Ai, o pai, está certo. Mas manda porquê? Porque Deus assim quis. E foi Deus ou foi ter canhões com mais pontaria que o outro tipo? 

No fundo, quanto mais atrás vamos, mais vemos que os títulos nobiliárquicos e honras não são mais do que o verniz que legitima a conquista e saque de uns bárbaros de cruz ao peito. E se temos ilusões contemporâneas de meritocracia, basta ir ver quanta da nossa elite moderna consegue seguir a sua árvore genealógica ao tempo dos Afonsinhos. Ou quantos dos nossos Salgados, Mellos e Amorins descendem dos mais afortunados do tempo da ditadura de Salazar. Basta isto para percebermos que para se ser milionário ou dono de grandes empresas não é preciso mérito nenhum. Basta herdar.

Graças ao 25 de Abril, decidimos que isto era um mau sistema para gerir… tudo. No entanto, parece haver um tabu: se somos contra as ditaduras, por que é que as aceitamos no local de trabalho?

Por que é que aceitamos que um tiranete não eleito tenha poder sobre como passamos mais de um terço do nosso dia? Os nossos horários, as nossas tarefas, com quanto ficamos daquilo que produzimos, porque não temos voto nestas matérias? E já que são os trabalhadores a construir uma empresa, porque não têm voto na sua direcção, investimentos, estratégia? O que torna alguém que herdou a empresa ou que comprou ações com dinheiro emprestado como um fundo abutre um governante legítimo?

Ah, mas arriscaram o seu capital, escolheram investir! E quantas ideias ficaram pelo caminho porque quem as teve não tinha capital para "arriscar''? Quanto arrisca alguém que herda uma empresa?

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