terça-feira, 9 de agosto de 2022

A ILHA FORMOSA E OS FEIOS DE KIEV – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A ilha Formosa ou Taiwan é território insular da República Popular da China como o nosso Mussulo, a Madeira (Portugal), Key West (EUA), Ibiza (Espanha). Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, uma senhora que usa fraldas devido à incontinência urinária e sofre de demência senil, foi a Taipé em visita oficial porque lhe disseram que Chiang Kai-shek ainda mexe e o partido Kuomintang saiu vencedor da guerra civil chinesa. Qualquer dia ela visita oficialmente a Jamba sem dar cavaco a Luanda, porque sonha abraçar o presidente Savimbi e encher o avião com diamantes de sangue. 

As autoridades de Pequim não gostaram da provocação e reagiram em conformidade. Hoje os Media ocidentais dizem que a Marinha e a Força Aérea cercam Taiwan! É a primeira vez na História da Humanidade que um país monta um cerco a si próprio. O Jornalismo está morto e arrefece. Mas os simpatizantes de jornalistas, os assassinos da profissão, podiam ter um pouco mais de inteligência. 

A Igreja anda há mais de dois milénios vendendo que os pobres de espírito são bem-aventurados e deles será o reino dos céus. Mas isso é literatura. Não acreditem. Os pobres de espírito, pelos vistos, vão todos para o Jornalismo. Karl Kraus, num texto incendiário publicado na sua revista Die Fackel, no início do Século XX, escreveu que acabaram os jornalistas porque foram todos para escriturários, como o soldado condutor do RI20, também conhecido por Jacques o Estripador do MPLA. O jornalista maldito de Viena um dia acordou bem-disposto e condescendeu, afirmando que Jornalismo é o serviço militar dos poetas. Fica melhor.

Os chineses estão a exagerar. Tem algum mal uma senhora com a fralda empapada em xixi, taralhouca e em estado catatónico, desembarcar em Taipé? Nenhum! É uma coisa inofensiva. Mas isso era se fosse passear a Taiwan com o seu gigolô favorito. Mas como presidente de uma câmara do Congresso é uma provocação grosseira e uma ingerência num Estado Soberano (República Popular da China) inaceitável. 

Como aqueles três senadores fizeram ao apresentarem uma resolução na qual exigem ao Executivo Angolano que organize eleições “credíveis e justas”. Como se os angolanos fossem criados ao serviço de Washington. Já esqueceram a tareia que levaram no Norte de Angola em 1975 e da derrota estrondosa que foi infringida aos seus amigos aliados do regime racista de Pretória.

Em relação a Angola, a provocação foi ainda mais grave. Porque os três senadoráfres alinharam o discurso e a prática com os accionistas da Sociedade Civil num consórcio com a UNITA. À Medida que se aproxima o dia 24 de Agosto estão a ficar muito nervosos. Já perceberam que a derrota vai ser pesada e depois de contados os votos ou trabalham ou vão ter mais dificuldades do que a minha comadre Fina, heroína da zunga, que vê a comida fugindo da mesa a alta velocidade, nos dias em que os terroristas da UNITA vão para as ruas fazer confusão, pomposamente baptizada de campanha eleitoral.

O líder do Galo Negro tem a entrada cortada em Cabinda. Os maninhos locais se o apanham a jeito fazem dele galo de fricassé. Estão zangadíssimos com o saneamento selvagem do secretário provincial. O Chivukuvuku, se aparece na província, vai ser de novo operado de urgência às pernas. Há mesmo quem jure pelo sangue de Cristo que será reduzido a pó. E balcanizado. As pernas ficam para a UNITA, a cabeça fica no PRAJA e o resto vai para a CASA-CE. Tenham pena dele. Se os maninhos não forem piedosos, o MPLA vai ter que lhe salvar a vida outra vez. 

Na Ucrânia, segundo os Media ocidentais, a guerra está ganha pelo Zelensky. Limpinho. Os russos, coitados, já pediram perdão, como a Amnistia Internacional pediu por denunciar os crimes de guerra contra civis, cometidos pelos nazis de Kiev. 

Ninguém tem pena do povo da Ucrânia que morre e fica sem os seus escassos bens. Mas a desgraça vai continuar. A Chevron, desde Fevereiro até hoje, aumentou os lucros em 70 por cento. A Exxon Mobil foi mais modesta e o aumento foi de 60 por cento. São milhares de milhões. O euro está a rastejar aos pés do dólar. 

Para a festa continuar, Zelensky recebeu ordens para prender uns quantos traidores, demitir outros tantos e fazer operações mortíferas contra os próprios ucranianos que depois são atribuídas às tropas da Federação Russa. O rato de sacristia António Guterres finge que isto não é nada como a ONU ou diz que vai fazer inquéritos. Como se não soubesse quem montou os “massacres” de Bucha ou Irpin. Como se não soubesse que os nazis de Kiev cometem crimes de guerra desde 2014, no território das repúblicas separatistas.

O Ocidente está a cometer graves crimes contra a Humanidade, ao manter a guerra na Ucrânia. E o mais grave de todos foi o assassinato do Jornalismo, ao vivo e em directo. 

*Jornalista

AS CONSEQUÊNCIAS DE PELOSI – Patrick Lawrence

Patrick Lawrence* |  Especial para o Consortium News

Os EUA agora operam como um baluarte contra o tempo e a história – um projeto sem esperança, mas destrutivo.

#Publicado em português do Brasil

Testemunhamos uma grande brecha nas relações trans-Pacífico na semana passada em consequência do auto-indulgente e totalmente fracassado vagabundo de Nancy Pelosi pelo Leste Asiático. Também assistimos a uma virada de grande magnitude na geopolítica global, dada a inevitável ascensão da China como potência mundial e o inevitável declínio dos Estados Unidos.

Pode ser - ainda é muito cedo para dizer - que os eventos da semana passada provarão ser duradouros, garantindo seu próprio capítulo nos textos históricos do futuro.  

Vejo o bem e o mal nisso e, a meu ver, o primeiro superará o segundo no médio e longo prazo.

Como os leitores saberão, estou sempre pronto para mais um fracasso na política externa americana. A presidente da Câmara, Pelosi, acabou de nos dar o maior e melhor que vimos em anos, embora a bagunça da Ucrânia seja uma candidata ao título. Da mesma forma, sou  a favor de cada passo que o não-ocidente dá em direção à condição de paridade que busca, e que considero isso um imperativo do século XXI . Veremos muitos deles na era pós-Pelosi, se posso chamar assim. 

Durante as duas e algumas horas que Xi Jinping e Joe Biden falaram por telefone antes da desventura de Pelosi, o presidente chinês fez alguns pontos que é útil notar. Aqui está um, como Global Times , o jornal de língua inglesa de propriedade do Diário do Povo, resumiu a leitura do Ministério das Relações Exteriores da chamada:

“Diante de um mundo de mudança e desordem, a comunidade internacional e as pessoas ao redor do mundo esperam que a China e os EUA assumam a liderança na defesa da paz e segurança mundiais e na promoção do desenvolvimento e prosperidade globais. Esta é a responsabilidade da China e dos EUA como dois grandes países.”

O pensamento-chave é a responsabilidade conjunta, o dever que a República Popular e os EUA, como as nações mais poderosas do mundo, compartilham com o resto da comunidade humana. Eu li isso como um esforço de 5 à meia-noite por parte de Xi para colocar sentido em Biden.

GUERRA INTERNA NO IMPÉRIO DO TERRORISMO -- FBI faz buscas na casa de Trump

FBI faz buscas na casa de Donald Trump em Mar-a-Lago e apreende documentos

#Traduzido em português do Brasil

Fontes dizem que a busca na manhã de segunda-feira foi parte de um inquérito sobre os registros perdidos da Casa Branca após a presidência de Trump.

Investigadores federais apreenderam documentos do resort Mar-a-Lago de Donald Trump em Palm Beach, Flórida, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto, a mais recente indicação de uma investigação criminal fortemente intensificada pelo departamento de justiça dos EUA sobre seus assuntos.

FBI executou um mandado de busca por volta das 9h da manhã de segunda-feira na residência de Trump, disseram as fontes, como parte de uma investigação em andamento que examina a remoção potencialmente ilegal do ex-presidente e a destruição de registros da Casa Branca depois que ele deixou o cargo no ano passado.

A ação do Departamento de Justiça de revistar Mar-a-Lago sobre a remoção de 15 caixas de registros presidenciais da Casa Branca, incluindo documentos confidenciais , bem como a destruição de outros materiais, marca uma escalada dramática no inquérito.

“Minha linda casa, Mar-A-Lago em Palm Beach, Flórida, está atualmente sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI”, disse Trump em uma declaração amarga na noite de segunda-feira, acrescentando: “Eles até quebraram no meu cofre!”

DE BEIRUTE A GAZA HÁ COISAS QUE NUNCA MUDAM

Gaza é hoje Beirute Ocidental de há 40 anos, com a agravante de a sua população, calculada em dois milhões de pessoas num território ínfimo, ter sido privada de todos os meios de defesa e até de sobrevivência.

José Goulão* | AbrilAbril | opinião

Passam agora exactamente 40 anos sobre os dias tórridos de 1982 em que, ao cabo de várias peripécias próprias da vida de um jornalista, consegui chegar a Beirute Ocidental, região cercada e impunemente bombardeada pelas forças armadas de Israel. A invasão israelita consolidara ainda mais a divisão sectária da capital libanesa em sectores ocidental e oriental, separados por uma «linha verde».

Agora, quatro décadas depois, as mesmas forças armadas de Israel cometem mais um pico da agressão permanente que mantêm contra a Faixa de Gaza, território palestiniano transformado num campo de concentração a céu aberto, tal como Beirute Ocidental foi em 1982.

Há coisas que nunca mudam: regimes criminosos agindo tranquilamente à margem das leis internacionais, sustentados por cúmplices dizendo-se democratas, civilizados e juízes dos direitos humanos; e povos sujeitos a guerras de extermínio.

No caso dos palestinianos, quando a situação se altera, é no sentido único do agravamento contínuo. Um povo submetido a um tratamento cruel e a uma limpeza étnica há sete décadas e meia, e que, ao contrário de outros «mais parecidos connosco», como se diz na linguagem própria da xenofobia colonial, não consegue suscitar grandes vagas de comoção internacional, acompanhadas pelo coro de berros transtornados de jornalistas e comentadores sem escrúpulos.

Os palestinianos resistem quase sozinhos, com a sua coragem inigualável e os parcos meios de que dispõem para fazer frente a um inimigo sádico e selvático, sem limites, beneficiando de um ilimitado poder militar e de lóbi transnacional, além de uma impunidade internacional sem restrições.

De Beirute, em 1982, até Gaza, em 2022, há um fio histórico condutor com uma lógica e uma coerência tão fortes que lhe permitiram resistir às grandes convulsões ocorridas ao longo dos últimos 40 anos. Acabou uma guerra fria e começou outra, derrubou-se um muro em Berlim e construíram-se outros na Europa e em vários lugares através do mundo, mas o martírio palestiniano continua, afinal incólume aos terramotos políticos, militares e estratégicos através dos quais se faz, e também se desfaz, aquilo a que a tecnolíngua de consumo obrigatório decidiu chamar globalismo.

A arbitrariedade militarista e racista israelita passou por cima da imensa vaga de transformações à escala mundial, o que não é surpreendente graças às relações de forças que foram emergindo no fim da guerra fria; no entanto, de maneira insólita e mesmo inesperada (que não para os próprios), a resistência palestiniana não foi liquidada por essa mesma onda, entre pequenos e traiçoeiros avanços e devastadores mas não fatais recuos. Perdoe-se a ligeireza da analogia, mas a justiça e os direitos legítimos de uma aldeia de Asterix continuam a sobreviver à força bruta e à crueldade expansionistas no coração do império – embora sem alcançarem o devido reconhecimento em forma de Estado nacional.

Angola | CRIME E TRAIÇÃO NA ALTERNÂNCIA POLÍTICA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No ano de 2014 tive a oportunidade de entrevistar, algures em Portugal, o antigo inspector da PIDE/DGS Óscar Cardoso, fundador dos Flechas e profundo conhecedor da UNITA de Jonas Savimbi. Um dia inesquecível. Saí de Luanda no voo da noite e à chegada a Lisboa liguei o telefone. Encontrei uma mensagem de minha irmã: “Vem que a Mamã faleceu”.  Minha querida Mãe tinha falecido ao fim da tarde do dia em que parti. 

No aeroporto de Lisboa estava à nossa espera alguém da confiança de Óscar Cardoso, que nos levaria ao local da entrevista. Face à tragédia, o José Ribeiro quis abortar o trabalho. Recusei. Fomos ao encontro do entrevistado. Já com tudo concluído (texto mais gravação de som e imagens) ainda tive tempo de me recolher uns minutos ante o caixão da Mamã. Não houve tempo para mais, porque tive de seguir logo para o aeroporto e regressar a Luanda.

Hoje mando o texto da entrevista que nunca foi para o ar na RNA e na TPA, por razões que desconheço. Mas saiu no Jornal de Angola. Leiam que vale a pena. Para que todos saibam qual é a alternância que a UNITA oferece às angolanas e aos angolanos.

O 25 de Abril em Portugal pôs fim à tenebrosa PIDE que perseguiu e assassinou milhares de lutadores pela liberdade, mas pouco se sabe para onde foram muitos dos chefes e agentes da polícia política fascista e colonial portuguesa. Numa quinta algures em Portugal o Jornal de Angola entrevistou aquele que foi o segundo homem da hierarquia da PIDE em Angola e que fundou os “Flechas”, Óscar Cardoso.

EUA QUEREM SUBMETER PAÍSES AFRICANOS SÓ À SUA POLÍTICA IMPERIALISTA

Blinken procura reforçar laços dos EUA com aliados em África

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou este domingo, na África do Sul, a sua segunda viagem oficial a África, que inclui deslocações à República Democrática do Congo (RDC) e ao Ruanda.

No domingo (07.08), o secretário de Estado dos EUA começou por visitar o memorial Hector Pieterson, no município de Soweto, onde comemorou com jovens a libertação do país do domínio racista.

O memorial homenageia um estudante morto em 1976 quando protestava contra o apartheid, que terminou em 1994.

Blinken elencou semelhanças entre as lutas dos Estados Unidos da América (EUA) e da África do Sul pela liberdade e igualdade.

"Temos a nossa própria luta pela liberdade e igualdade nos EUA e a história da África do Sul é única, mas há também muitos elementos comuns. O extraordinário neste museu é que é história viva porque inspira as pessoas a verem o poder que os jovens podem ter para fazer a mudança", sublinhou.

Esta segunda-feira (08.08), o chefe de diplomacia norte-americana dará a conhecer a estratégia dos EUA para a África subsaariana, num discurso político na Universidade de Pretória.

África foi duramente atingida pelo efeito da pandemia de covid-19 e continua agora a ser fortemente afetada pelo aumento dos preços dos alimentos e do petróleo causado pela guerra na Ucrânia.

Angola | AS LIÇÕES DA HISTÓRIA EM TEMPO DE ELEIÇÕES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

 A História Contemporânea de Angola está mal estudada, maltratada e sobretudo falsificada. Alguns historiadores pegam num átomo da realidade angolana e massacram-no até ele jurar arrepender-se e nunca mais voltar a pecar. Alguns são honestos e os seus trabalhos valiosos. Outros usam os factos históricos como arma de arremesso contra quem não simpatizam ou mesmo odeiam abertamente. O que aconteceu em Angola durante o século XX e sobretudo depois da década de 40 não foi ainda estudado de uma forma sistemática. Seria muito importante que fosse. 

Os angolanos e o mundo precisam de saber o que fomos e quanto fizemos, pelo menos desde a Guerra dos Dembos até aos nossos dias. O 4 de Fevereiro tem de ser estudado como a nossa Matriz Revolucionária e não apenas como uma revolta de 200 patriotas armados de paus e catanas. É muitíssimo mais e só por incompetência, negligência ou má-fé esse acontecimento sublime da nossa História pode ser reduzido a folclore.

O vazio existente permite o aparecimento de todos os oportunismos e falsificações, situação desastrosa para a afirmação dos angolanos como um Povo, que em menos de meio século destruiu o império colonial português e derrotou o regime racista de Pretória. Ninguém fez mais pela honra da Humanidade e pela dignidade dos seres humanos do que o Povo Angolano sob a liderança do MPLA. 

As potências coloniais viverão para sempre com a mancha ignominiosa do colonialismo e do esclavagismo. São os países que ocuparam e submeteram povos livres em África, na Ásia e nas Américas. Venderam seres humanos como se fossem animais de açougue. Cometeram genocídios dos quais nunca mais o Homem se libertará. Destruíram culturas e modelos sociais que roçavam a perfeição. Espezinharam a liberdade com uma ferocidade inaudita.

UMA RESPOSTA PAN-AFRICANA AO ‘NOVO’ IMPERIALISMO

A libertação política e a emancipação económica do continente não podem ser assuntos de um só país, mas pan-africanos combinados com solidariedade internacional, escreve P. Anyang' Nyong'o. 

#Traduzido em português do Brasil

P. Anyang' Nyong'o* | Africa is a Country | em Consortium News

Um novo imperialismo persegue o Terceiro Mundo. Ele compartilha com o velho uma sede insaciável – por seu trabalho, sua terra, seus minerais e sua água. Se a colonização dependia das estratégias políticas de dividir para reinar, os imperialistas não precisam mais governar hoje. Em vez disso, eles contam com elites locais ansiosas para ajudar a exploração de seus povos em troca de uma parte dos despojos – um processo higienizado com a linguagem de investimentos, acordos comerciais e parcerias.

Que o imperialismo encontrasse uma maneira de se tornar mais eficiente, não menos, não era inevitável. No Congresso Pan-Africano de 1945 em Manchester, Inglaterra, a declaração foi clara: “Acolhemos a democracia econômica como a única democracia real”. À medida que o pan-africanismo ganhava destaque, intelectuais como WEB Du Bois, ao lado de atores políticos, trabalhadores e camponeses, endossavam a unidade do povo africano com o propósito de libertação da opressão política e emancipação da exploração econômica.

Três futuros presidentes africanos estavam na conferência de 1945: Hastings Kamuzu Banda do Malawi, Jomo Kenyatta do Quênia e Kwame Nkrumah do Gana. Todos os três homens levaram suas nações à independência, mas encontraram fortunas diferentes. Banda e Kenyatta, felizes em ficar do lado dos imperialistas uma vez no poder, governaram seus países até que a morte os separou. Nkrumah, como o pan-africanista Milton Obote de Uganda muito mais tarde, enfrentou forças domésticas hostis apoiadas pelo Ocidente – e foi removido do poder.

A perda de líderes como Nkrumah foi parte de um período horrível de assassinatos e assassinatos misteriosos que eliminaram pan-africanistas e intelectuais anti-imperialistas em todo o mundo.

UMA NEGRA SEM VERGONHA AMEAÇA PAÍSES AFRICANOS EM NOME DOS EUA

EUA advertem Estados africanos que se "envolvem com países sancionados"

Os norte-americanos dizem que o número de africanos que podem viver em insegurança alimentar pode chegar aos 230 milhões.

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas advertiu os Estados africanos que se "envolvem com países sancionados" pelos EUA, lembrando que a invasão russa da Ucrânia está a prejudicar o continente.

"Nossas sanções contra a Rússia têm a intenção de desencorajar os russos de continuar sua agressão na Ucrânia [...] Eu advertiria [aos países africanos] para não se envolverem com países sancionados pelos Estados Unidos", disse Linda Thomas-Greenfield, num discurso enviado esta segunda-feira à Lusa pela embaixada norte-americana em Maputo.

Linda Thomas-Greenfield falava durante as visitas de trabalho que realizou a três países africanos na última semana, nomeadamente Gana, Cabo Verde e Uganda.

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