terça-feira, 9 de agosto de 2022

EUA QUEREM SUBMETER PAÍSES AFRICANOS SÓ À SUA POLÍTICA IMPERIALISTA

Blinken procura reforçar laços dos EUA com aliados em África

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou este domingo, na África do Sul, a sua segunda viagem oficial a África, que inclui deslocações à República Democrática do Congo (RDC) e ao Ruanda.

No domingo (07.08), o secretário de Estado dos EUA começou por visitar o memorial Hector Pieterson, no município de Soweto, onde comemorou com jovens a libertação do país do domínio racista.

O memorial homenageia um estudante morto em 1976 quando protestava contra o apartheid, que terminou em 1994.

Blinken elencou semelhanças entre as lutas dos Estados Unidos da América (EUA) e da África do Sul pela liberdade e igualdade.

"Temos a nossa própria luta pela liberdade e igualdade nos EUA e a história da África do Sul é única, mas há também muitos elementos comuns. O extraordinário neste museu é que é história viva porque inspira as pessoas a verem o poder que os jovens podem ter para fazer a mudança", sublinhou.

Esta segunda-feira (08.08), o chefe de diplomacia norte-americana dará a conhecer a estratégia dos EUA para a África subsaariana, num discurso político na Universidade de Pretória.

África foi duramente atingida pelo efeito da pandemia de covid-19 e continua agora a ser fortemente afetada pelo aumento dos preços dos alimentos e do petróleo causado pela guerra na Ucrânia.

Guerra diplomática global

Em tempos de crescente tensão geopolítica, Blinken procura reforçar os laços com tradicionais aliados do seu país. A visita a África é vista por muitos analistas como a resposta de Washington às visitas recentes do seu homólogo russo, Sergey Lavrov, e do Presidente francês, Emmanuel Macron, a África.

Para o analista político sul-africano Daniel Silke, esta visita é mais um exemplo para guerra diplomática global em curso em África entre a Rússia, os Estados Unidos e a China.

"As três grandes superpotências estão todas a disputar a atenção de África, tanto do ponto de vista político-diplomático quanto do ponto de vista das exportações de matérias-primas", argumenta.

Na agenda da visita de Blinken ao continente estão questões urgentes como o reforço da cooperação na saúde, o combate à criminalidade, comércio, investimento e energia, mas também a segurança alimentar.

Insegurança na RDC no topo da agenda

Uma das questões centrais para Blinken prende-se com a situação de insegurança na RDC, como salienta Alex Vines, chefe do programa africano no centro de pesquisa Chatham House.

"O principal objetivo da visita a Kinshasa e Kigali é abordar o recente conflito no leste do Congo e o ressurgimento do grupo armado M23. Washington está preocupado com a propagação da violência e como os aliados [RDC e Ruanda] estão a opor-se", explica.

Também a crescente tensão entre a administração congolesa e a missão das Nações Unidas na RDC (MONUSCO) estará na ordem do dia.

Em resultado dos recentes protestos na província de Kivu do Norte, o governo de Kinshasa estará alegadamente a considerar se deve permitir a continuação da presença de forças da ONU no país.

Deutsche Welle), AP, Lusa

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