quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Portugal | O “FORO PRIVILEGIADO” DA IGREJA CATÓLICA

Fernanda Câncio* | Diário de Notícias | opinião

"É salutar as instituições anteciparem-se no apuramento da verdade e na transparência", diz Marcelo sobre a Igreja Católica. Muito bem dito. Mas que fizeram as instituições judiciais e políticas, que têm a obrigação de zelar pela justiça e pela paz social, para antecipar esse apuramento? Que fez o Presidente?

“É um erro não perceber que para a sociedade como um todo, para as instituições, o que é salutar, o que é bom, é anteciparem-se no apuramento da verdade, na transparência. Isso é o que dá vida às instituições. Se o não fizerem vão apodrecendo e morrendo pensando que estão vivas. A vida supõe antecipar o que é inevitável."

Estas palavras do Presidente da República, esta sexta-feira, em direto nas TV, estão todas certas.

Sucede que se seguem às declarações todas erradas do dia anterior. Nestas, Marcelo, a propósito da revelação de que quer o já desaparecido José Policarpo quer o seu sucessor, o atual cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, tinham tido conhecimento de uma denúncia de abuso sexual e não a tinham comunicado às autoridades judiciais, resolveu fazer uma espécie de testemunho abonatório dos dois bispos: "Não vejo em nenhum deles uma razão para considerar que pudessem ter querido ocultar da justiça a prática de um crime. É a opinião que eu tenho, pessoal. Do conhecimento de muitos anos."

Já foi suficientemente frisado por muita gente o quão inaceitável é que o Presidente da República decida, a pretexto de "uma opinião pessoal", e falando necessariamente na sua qualidade de católico, fazer protestos de inocência num assunto destes, e quando se sabe que o modus operandi comprovado da hierarquia eclesiástica nesta matéria é o silenciamento e o encobrimento, pelo qual aliás já houve cardeais condenados nos países em que esse tipo de processo é possível.

Aliás, como Marcelo está farto de saber, o conhecimento sobre o caráter endémico do abuso sexual de crianças e jovens por membros do clero católico, e sobre a forma como a hierarquia mundial da Igreja Católica protegeu e encobriu os perpetradores, propiciando a continuação dos crimes e revitimizando as vítimas, não lhes dando crédito nem o consolo de um pedido de perdão, tem pelo menos duas décadas.

Portugal | A DEMOCRACIA DOS TACHOS, DO AMIGUISMO E DA PROMISCUIDADE

“Governo deve explicações ao país sobre contratação de Sérgio Figueiredo”

Antigo administrador da Fundação EDP e ex-diretor da TVI vai receber salário de ministro para avaliar as políticas públicas. Pedro Filipe Soares denuncia “ausência de qualquer pingo de ética por parte do ministro Fernando Medina” e frisa que a contratação de Sérgio Figueiredo é criticável em vários aspetos”.

“A contratação de Sérgio Figueiredo é criticável em vários aspetos. Começa por ser uma desvalorização das competências da administração pública que nunca é chamada para fazer a avaliação das políticas públicas, das carreiras dos trabalhadores do Estado, em que é sempre a proximidade ao Governo que é valorizada e não a idoneidade ou a competência”, afirmou Pedro Filipe Soares em declarações ao Esquerda.net.

O dirigente bloquista sublinhou ainda que “ainda criticável na forma, um ajuste direto para uma contratação direcionada e feito para dar o lugar ao Sérgio Figueiredo”.

“Mas a crítica maior é a da ausência de qualquer pingo de ética por parte do ministro Fernando Medina: vai pagar agora uma avença a Sérgio Figueiredo, o mesmo que lhe pagou uma avença durante anos quando fazia comentário na TVI”, continuou Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda defendeu que “as escolhas públicas não podem estar reféns de redes de amigos ou do pagamentos de favores, o Governo deve explicações ao país e não pode esconder-se atrás da maioria absoluta para não as dar”.

Portugal | O AFOGAMENTO

Henrique Monteiro | Henricartoon

A PREPARAÇÃO E MENTALIZAÇÃO PARA A PRÓXIMA GUERRA NUCLEAR

TRABALHAR AS MENTES

Curto do Expresso para quem aqui pousar o olhar, se agrade e souber ler. É importante saber interpretar e, mesmo assim, ter a perspicácia de desnudar as entrelinhas. Enfim, entre rodriguinhos, afins e censuras ou autocensuras nada é o que parece mas sim o que realmente é. Andamos nesta e o jornalismo também. Os tempos têm vindo a mudar e essa coisa da democracia com que muitos enchem a boca e propalam nunca existiu e agora muito menos. As técnicas são porcas mas subliminares. A mentalização para a próxima guerra nuclear está em curso. A morte e espanto vêm por implantação “democrática e de liberdade ocidental” dos EUA. Importa ficarmos atentos. Não haverá abrigo que salve a humanidade. Medo? Pois, mas é exatamente isso que os impérios usam para dominarem.

Afinal os do jornalismo, como noutras profissões precisam de pagar as contas lá de casa, o que obriga à submissão em muitos aspetos. Não há que levar a mal que nunca botem a boca no trombone apesar de lhes tocar tarefas anti deontológicas que chegam a causar micose aos que se coçam e espumam às escondidas. Eles estão condenados, todos estamos condenados a seguir os lideres, principalmente o líder-mor, os EUA. Aprendam e sigam-no que é para chegarmos globalmente mais depressa ao descalabro, ao suicídio coletivo. Contra isso há algo importante que se pode fazer: desconfiar, desconfiar sempre – só que essa postura dá uma trabalheira dos diabos.

As “verdades” de hoje no prestimoso Expresso do Octogenário Balsemão Bilderberg, a seguir. Sem desprimor. Sigam p’ra bingo. O jogo sujo já começou há muito tempo. Tem barbas muito brancas... - SG | PG

O QUE VEM DEPOIS DA VIAGEM DE PELOSI A TAIWAN?

Collins Chong Yew Keat | Eurásia Review

As tensões através do Estreito estão em andamento há décadas, e a decisão de Pelosi de desafiar ameaças e alertas de Pequim marca um novo marco na reorientação do padrão e dos limites dos cálculos estratégicos de Pequim e Washington. Ao enraizar-se no objetivo central da visita de fortalecer e defender a democracia e ao exibir uma frente solidificada como uma mensagem para Pequim e Moscou, apresenta como um princípio moral confiável que a lei e a ordem internacionais atuais serão firmemente defendidas por Washington e o Ocidente, justificando os custos e o contragolpe.

#Traduzido em português do Brasil

Apesar dos crescentes pedidos para que ela não fizesse escala em Taiwan, mesmo com o aparente distanciamento da Casa Branca de sua intenção, a viagem precisava prosseguir por dois fatores pertinentes. Os EUA não podem ser vistos como se curvando às demandas e ameaças de Pequim, menos convidando a uma maior precedência futura e serão percebidos como fracos não apenas aos olhos de Pequim, mas do resto dos aliados e da equipe de contenção que exercerão maiores incertezas no longo prazo. jogos. Assim como a mesma postura de desconsiderar as demandas e ações de Pequim no Mar do Sul da China por meio da execução continuada das operações de Liberdade de Navegação (FON), esse movimento é estrategicamente justificado, embora enfrentando cálculos complexos. Em segundo lugar, uma forte mensagem deve ser enviada a Pequim de que Washington está resoluta,

Isso também é projetado para ser um sinal para a defesa inflexível da democracia em meio ao ataque persistente das forças da autocracia, compelidas pela crise na Ucrânia. Será considerado por Washington como o símbolo de solidariedade a esta causa, percebendo que os esperados efeitos em cadeia dos movimentos de retaliação de Pequim serão compensados ​​pelas eventuais fichas e cartas mais fortes que permitirão aos Estados Unidos ditar o ritmo e a fase do confronto. Esta visita não é a causa das crescentes tensões, mas sim o efeito de décadas de lutas em um espectro controlado e tácito de assuntos entre as duas potências. Ambas as partes entenderam as possíveis aberturas a serem derivadas do eventual jogo de culpas, com cada parte acusando a outra de ser aquela que instigou as maiores tensões e, assim,

Pequim está depositando esperanças em Washington de ser o primeiro a criar provocações, com a viagem de Pelosi sendo usada como o pretexto necessário para Pequim iniciar as ações estratégicas e bélicas maiores para forçar as mãos de Taiwan com ameaças e dissuasão mais severas. A dura resposta com medidas ofensivas, como visto nas maiores manobras militares, incluindo disparos de mísseis balísticos e incursões na linha mediana durante o primeiro dia das contramedidas de retaliação, marcam o início da intenção de Pequim de forçar uma mudança de normas de ferramentas e propósitos militares, para um que se destina a forçar uma maior conformação e compreensão por parte de Taipei de que uma invasão e reunificação com força total é uma opção executável por Pequim sem qualquer prazo definido, com a intenção de causar maior medo e dissuasão aos os taiwaneses.

Face escondida de Zelensky. Contas em paraísos fiscais e relações perigosas

Uma biografia sobre o presidente da Ucrânia mostra um retrato pouco abonatório: contas offshore, controlo dos media e incompetência. Os jornalistas falam de casos de «corrupção à escala industrial».

O romance de amor entre a comunicação social Ocidental e o presidente da Ucrânia parece ter tido melhores dias. Os órgãos de comunicação social Welt, na Alemanha, e Exxpress, na Áustria, dão grande destaque à publicação de um livro sobre o chefe do regime de Kiev que saiu no passado fim-de-semana, de autoria dos jornalistas de investigação Steven Derix e Marina Shelkunova: Zelensky, uma Biografia Actual.

Nas páginas do livro é feito um retrato de um homem que afirma combater a corrupção e os oligarcas, mas que tem contas offshore e contas de campanha pagas por estes mesmos oligarcas. Um líder que tudo fez para dominar a totalidade da comunicação social ucraniana e relata decisões presidenciais muito pouco competentes do actual líder ucraniano.

As críticas aparecem numa altura que jornalistas bem-informados nos Estados Unidos da América afirmam que a administração Biden, principal fornecedor de armas da Ucrânia, está muito descontente com Zelensky e manifesta crescentes dúvidas sobre a forma como está a conduzir a guerra.

«A guerra da Ucrânia ainda não terminou. E, em privado, responsáveis governamentais dos EUA estão muito mais preocupados com a liderança da Ucrânia do que estão a deixar passar. Existe uma profunda desconfiança entre a Casa Branca e o presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia - consideravelmente mais do que tem sido relatado.», garante o jornalista Thomas Friedman, no The New York Times, com muitas fontes no governo e serviços de segurança dos EUA, e vencedor, por três vezes, do Pulitzer.

O especialista garante que há muita coisa mal explicada e escondida em Kiev e que infelizmente Zelensky não parece ser flor que se cheire. «Há coisas engraçadas a acontecer em Kiev. A 17 de Julho, Zelensky despediu o procurador-geral do seu país e o líder da sua agência de segurança interna [Ivan Bakanov] - o abalo mais significativo no seu governo desde a invasão russa em Fevereiro. (…) Mas ainda não vi nenhuma reportagem que explique de forma convincente o que se passou. É como se não quiséssemos olhar demasiado de perto para debaixo da manta em Kiev, com medo de que corrupção que possamos ver, quando investimos tanto lá.».

EUA DESTINAM MAIS 1 BILIÃO U$D PARA A UCRÂNIA, O MAIOR ATÉ AGORA

Eurásia Review

O Departamento de Defesa detalhou o conteúdo do último pacote de assistência de segurança para a Ucrânia, no valor de US$ 1 bilhão. Fornecido sob a autoridade presidencial de levantamento – o 18º levantamento até agora – o pacote inclui munição adicional para os sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade e obuses. 

#Traduzido em português do Brasil

“Esta é a maior retirada única de armas e equipamentos dos EUA utilizando essa autoridade até hoje”, disse Colin Kahl, subsecretário de Defesa para Políticas. “O pacote fornece uma quantidade significativa de munição, armas e equipamentos adicionais – os tipos que o povo ucraniano está usando de forma tão eficaz para defender seu país”. 

Entre os itens incluídos no pacote mais recente estão munições adicionais para o sistema de foguetes de artilharia de alta mobilidade, ou HIMARS; 75.000 cartuchos de munição de artilharia de 155 mm; vinte sistemas de morteiro de 120 mm e 20.000 cartuchos de munição de morteiro de 120 mm; munições para o National Advanced Surface-to-Air Missile Systems, ou NASAMS; e 1.000 Javelin e centenas de sistemas anti-blindagem AT4. 

“Essas são todas as capacidades críticas para ajudar os ucranianos a repelir a ofensiva russa no leste e também para abordar os desenvolvimentos em evolução no sul e em outros lugares”, disse Kahl. 

Desde a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, os EUA enviaram cerca de US$ 9,1 bilhões em assistência de segurança aos ucranianos por meio da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia e da autoridade presidencial de retirada. 

“Os EUA continuam trabalhando com seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia recursos para atender aos requisitos em evolução do campo de batalha e nossos aliados e parceiros se esforçaram para fornecer bilhões de dólares em sua própria assistência”, disse Kahl. “Continuaremos a consultar de perto a Ucrânia e aumentar os sistemas e capacidades adicionais disponíveis em apoio à sua defesa.” 

Mais lidas da semana