quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A RÚSSIA VOLTA AO PROGRAMA MILITAR BIOLÓGICO DOS EUA NO EXTERIOR

O Conselho de Segurança das Nações Unidas varreu as imputações russas sobre o Programa militar biológico que os Estados Unidos teriam prosseguido no estrangeiro e, em particular, na Ucrânia. Mas a Rússia continua a considerar que os argumentos trazidos por Washington que convenceram Londres e Paris não são de modo algum concludentes. 

Moscovo (Moscou-br) decidiu, portanto, convocar como testemunhas os signatários da Convenção de Armas Biológicas que realizarão a Nona Conferência de Revisão em Genebra, de 28 de Novembro a 16 de Dezembro de 2022.

Antecipando esta cimeira, a Rússia acaba de publicar 80 novos documentos de diversas fontes.

Durante a Conferência, a Rússia proporá a elaboração de um protocolo juridicamente vinculativo à Convenção de Armas Biológicas, que inclua listas de micro-organismos patogénicos, toxinas e equipamentos especiais, tenha em conta o progresso científico e tecnológico modernos no campo da biologia e forneça um mecanismo de verificação eficaz.

Além disso, ela também proporá completar as medidas de fortalecimento da confiança com informações sobre a pesquisa e o desenvolvimento de biossegurança fora do território nacional e de informações sobre as instalações de produção de vacinas para animais.

Por fim, proporá a criação de um comité científico consultivo para avaliar os desenvolvimentos científicos e tecnológicos pertinentes para a Convenção, com uma larga representação geográfica e uma igual participação.

Voltairenet.org | Tradução Alva

Relações China-UE podem ser melhoradas se olharmos para o quadro geral do mundo

Global Times | editorial – Traduzido em português do Brasil

Em 1º de dezembro, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, visitou a China, e foi a primeira reunião oficial entre os líderes da China e a instituição da União Européia (UE) após o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. A opinião pública geralmente notou que Michel é o segundo líder europeu importante a visitar a China no mês passado, depois do chanceler alemão Olaf Scholz. Recentemente, a interação de alto nível entre a China e a UE acelerou significativamente, e as boas intenções da UE para as relações com a China têm aumentado. Isso liberou estabilidade e energia positiva não apenas para o desenvolvimento das relações China-UE, que encontraram alguns contratempos, mas também para a atual situação internacional complexa e turbulenta.

O presidente chinês, Xi Jinping, apontou nas conversas com Michel na quinta-feira que quanto mais turbulenta a situação internacional se torna e quanto mais proeminentes os desafios globais se tornam, maior será a importância global das relações China-UE. A China espera que a UE se torne um parceiro importante na busca da China pelo caminho chinês para a modernização e compartilhe as oportunidades oferecidas pelo mercado chinês, abertura institucional e aprofundamento da cooperação internacional.

Michel disse que a UE está pronta para se tornar um parceiro confiável e previsível para a China. A UE defende a política de uma só China e respeita a soberania e a integridade territorial da China e não interferirá nos assuntos internos da China. Após uma comunicação profunda cara a cara, sempre pode ser descoberto que há muitos interesses comuns e consenso entre os dois lados, e a base da parceria estratégica abrangente China-UE não mudou.

A China sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento de relações com a UE, e também podemos sentir a boa vontade da UE em desenvolver relações com a China. No entanto, nos últimos anos, surgiram alguns desafios nas relações China-UE, cujo impacto continua até agora. Requer que os dois lados se encontrem no meio do caminho para resolvê-los. Para o chinês comum, o mais irritante é que alguns políticos europeus apontam o dedo para os assuntos internos da China com um senso de superioridade moral. Eles também não gostam e desconfiam de algumas pessoas na Europa agindo como cúmplices de Washington para conter e reprimir a China. Eles esperam que a UE reforce a coordenação com a China na promoção do multilateralismo e na construção de uma ordem política e econômica internacional mais justa e razoável.

Woodside admite possibilidade de gasoduto do Greater Sunrise para Timor-Leste

A petrolífera australiana Woodside admitiu hoje que está a reconsiderar a possibilidade de um gasoduto dos campos do Greater Sunrise para a costa sul de Timor-Leste, no que representa uma viragem na posição da empresa.

“Ao longo dos anos, olhámos de várias formas diferentes para o Greater Sunrise. Fizemos estudos técnicos para compreender a viabilidade de atravessar o fosso [no mar de Timor]”, disse presidente executiva da empresa, Meg O’Neill, num encontro com investidores, noticiou o portal Energy Voice.

“Esses estudos sempre indicaram que, com a vontade certa, a engenharia certa, o plano de execução certo, se poderia executar esse trabalho. O desafio eram as questões económicas”, afirmou.

O’Neill disse aos investidores que as instalações modulares de processamento de GNL [Gás Natural Liquefeito] são agora mais baratas e mais rápidas de construir do que no passado, podendo ser usadas para o potencial desenvolvimento do projeto em Timor-Leste.

Combater má nutrição em Timor-Leste exige soluções estruturais, diz ONU

Combater a má nutrição em Timor-Leste exige "vontade política clara" e um trabalho claro e integrado do Governo, sociedade civil e parceiros internacionais, apostando em soluções estruturais e que evitem programas avulso, disse hoje uma responsável das Nações Unidas.

"Há que trabalhar em conjunto. A má nutrição não é apenas a responsabilidade da ministra da Saúde. Envolve educação, agricultura, pescas, proteção social, desenvolvimento económico e social e água", disse à Lusa Greda Verburg, secretária-geral adjunta das Nações Unidas e coordenadora do Movimento Global para a Melhoria da Nutrição (SUN Movement, em inglês), de que Timor-Leste faz parte desde 2020.

Lidar com o problema, referiu, envolve ações preventivas, trabalhar com as mães -- "só uma mãe saudável e bem nutrida pode dar à luz um bebé saudável" -- promover a amamentação e desenvolver políticas integradas de sensibilização e educação, de fortalecimento da merenda escolar, de diversificação da produção agrícola.

"Deve-se trabalhar na alimentação pré-escolar e escolar e dar atenção às mulheres. E é essencial a colaboração dentro do Governo, que devem ser muito mais ativos em coordenação do que até agora. Há um ponto focal no gabinete do primeiro-ministro e isso é muito positivo, é essencial um planeamento conjunto, mas também implementar, avançar na concretização", notou.

Referindo que o problema da nutrição envolve vários aspetos do desenvolvimento, e que a pobreza em Timor-Leste acentua a sua dimensão e gravidade, Greda Verburg sublinhou que as autoridades timorenses estão "comprometidas" a lidar com a questão, mas que há que fazer mais.

Moçambique | DÍVIDAS OCULTAS: TRIBUNAL DIZ QUE O ESTADO FOI “MASSAJADO”

Começou a ser lida a sentença do caso das dívidas ocultas, que lesou o Estado moçambicano em mais de 2,2 mil milhões de dólares. A sentença tem um total de 1.388 páginas, que deverão ser lidas em cinco dias.

O julgamento, que teve início no dia 23 de agosto de 2021, envolve 19 arguidos acusados de peculato, associação para delinquir e branqueamento de capitais, entre outros crimes.

Estaquarta-feira (30.11), o juiz Efigénio Baptista, que julgou o caso, começou por referir que, no decurso do julgamento foram respeitadas todas as regras legais.

"Regularmente, foram notificados os réus e seus mandatários judiciais do acórdão prolatado pela secção criminal do Tribunal Supremo, designou-se a data para a realização da audiência e discussão em julgamento e a mesma realizou-se com a mais rigorosa observância de todo o formalismo legal aplicado, segundo as atas respetivas junto aos autos", enumerou.

Ex-Presidente Armando Guebuza na assistência

Atento ao início da leitura da sentença estava Isálcio Mahanjane, advogado dos réus António Carlos do Rosário e Armando Ndambi Guebuza, filho mais velho do antigo chefe de Estado Armando Guebuza, igualmente entre os assistentes.

Mahanjane disse que, durante o julgamento, fez tudo o que pôde para ilibar os seus clientes, que rejeitam as acusações do Ministério Público, alegando falta de provas. E não excluiu um recurso.

"Agora, é o tribunal quem tem que decidir e, porque estamos num Estado de Direito, há mecanismos, caso a gente não concorde com a decisão, para atacar essa decisão."

O advogado Alawé Ndobe, que defende o réu Zulficar Mohamed Ismail, disse que aguarda com muita tranquilidade a leitura da sentença: "Não há muita matéria agora para falar. Vamos esperar pela sentença e, depois, teremos certamente muita matéria para falarmos".

INTERPOL CONFIRMA ALERTA VERMELHO PARA ISABEL DOS SANTOS

A Interpol confirmou que emitiu um alerta vermelho para a bilionária Isabel dos Santos e que pediu às autoridades globais que localizassem e prendessem provisoriamente a filha mais velha do ex-Presidente de Angola.

Recentemente, em entrevista à DW, Isabel dos Santos negou a existência de um mandado de captura internacional contra si, depois de uma notícia avançada pela agência portuguesa Lusa, a 18 de novembro.

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) disse esta quinta-feira (30.11) à agência de notícias Reuters que tinha emitido um alerta vermelho, a pedido das autoridades angolanas.

A Interpol esclareceu ainda que um aviso vermelho "não é um aviso internacional mandado de captura internacional", mas um "pedido de aplicação da lei em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa enquanto se aguarda a extradição, rendição ou ação legal semelhante."

Isabel dos Santos tem negado repetidamente a prática de infrações e há anos que é acusada de corrupção. Em 2020, as autoridades angolanas alegaram que a empresária e o seu marido tinham canalizado mil milhões de dólares em fundos estatais para empresas em que detinham participações durante a presidência do pai, José Eduardo dos Santos, incluindo da gigante petrolífera Sonangol.

O MUNDO CÃO ENLOUQUECEU -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No princípio era o verbo e eu pensei que em 2017 o MPLA ficou virado do avesso. De então para cá muita água correu no Bengo, no Seke do Bindo e no Canuango do Negage. E não é que afinal o mundo é que está virado ao contrário? O partido de Agostinho Neto é apenas um ponto no in finito. Mas como magoa o tal pontinho!

Uma desgraçada disfarçada de jornalista e com tiques de agente gringa veio a Luanda entrevistar o Presidente João Lourenço para a TPA. Fiquem sabendo que a prata da casa chegava e sobrava para titubear as perguntas que foram previamente escritas. E em Angola ainda há uns restos de jornalistas. Nos EUA isso acabou. 

Desde que a CIA e outras instituições criminosas do estado terrorista mais perigoso do mundo tomaram conta dos grandes jornais, das estações de rádio e dos canais de televisão, o jornalismo morreu. E os jornalistas são todos aparentados com funcionários dos serviços de propaganda. O que fizeram a monumentos como o Washington Post e o New York Times é um crime contra a liberdade de imprensa que não tem perdão. 

Por razões de higiene mas também de pudor não vou comentar as respostas do Presidente João Lourenço. Digo que achei imensa graça à sua pose de Biden. E tenho de afirmar também que nestas coisas prefiro sempre os originais às imitações. O chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) tem muito mais graça do que o nosso aspirante a ditador da Canata. Um aparte. Aquele estilo de patife com toga exibido pelo Procurador-Geral da República, não ajuda nada à credibilidade no combate contra a corrupção. Por aqui me fico.

O mundo está virado do avesso. O Ministério das Relações Exteriores organizou um colóquio internacional na Academia Venâncio de Moura, onde foi analisada a maka da guerra que a Ucrânia está a fazer à Federação Russa por procuração da OTAN. União Europeia e EUA. Convidaram uma flausina da Universidade do Minho que, entrevistada pela TPA disse muito despachada: a União Europeia e a NATO já estão a tratar da segurança no mundo. Só faltou ouvirem um bandoleiro da UNITA dizer que o Savimbi andou a combater russos e cubanos. Mas pelo caminho que a política leva, isso vai acontecer muito rapidamente.

Palpita-me que o mundo começou a andar às avessas em Angola, no ditoso ano de 2017. A coisa está mesmo grave. O general Abreu Muengo Kamorteiro é um patriota, um homem da paz e da reconciliação nacional. Teve a coragem de cortar com a seita satânica dos criminosos de guerra da UNITA. Faleceu e sucederam-se as homenagens em forma de comunicados. O mais surpreendente foi assinado pelo ministro da Defesa, general Ernesto dos Santos (Liberdade). Sua excelência diz que o falecido combateu no seio da UNITA contra o colonialismo português.

MIOPIA DA FUNDAÇÃO GATES NA AGRICULTURA AFRICANA

Timothy A. Wise*  e Jomo Kwame Sundaram*, em Boston e Kuala Lumpur | de Inter Press Service | em Consortium News

Apesar de seu histórico desanimador, a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), patrocinada pela Fundação Gates, anunciou uma nova estratégia de cinco anos em setembro, depois de se renomear retirando “Revolução Verde” de seu nome.

Em vez de aprender com a experiência e mudar sua abordagem de acordo,  a nova estratégia da AGRA  promete mais do mesmo. Ignorando evidências, críticas e  apelos e demandas da sociedade civil , a Fundação Gates comprometeu outros US$ 200 milhões em seu novo plano quinquenal, elevando sua contribuição total para cerca de US$ 900 milhões.

#Traduzido em português do Brasil 

Mais de dois terços do financiamento da AGRA veio de Gates, com  os governos africanos fornecendo  muito mais - até um bilhão de dólares anualmente - em subsídios para sementes e fertilizantes da Revolução Verde.

Atingida por críticas aos seus resultados ruins, a AGRA atrasou o anúncio de sua nova estratégia por um ano, enquanto seu executivo-chefe conduziu a  polêmica Cúpula  dos Sistemas Alimentares da ONU de 2021. Depois disso, a AGRA tem usado mais a retórica dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Daí o novo slogan da AGRA – “Crescimento sustentável dos sistemas alimentares da África”. Da mesma forma, o novo plano afirma “estabelecer as bases para uma transformação agrícola inclusiva liderada por sistemas alimentares sustentáveis”. Mas, além dessa conversa fiada, há pouca evidência de qualquer compromisso significativo com a agricultura sustentável no  plano de US$ 550 milhões  para 2023–27.

Apesar dos pesados ​​subsídios governamentais, a promoção da AGRA de sementes e fertilizantes comerciais para apenas algumas culturas de cereais não conseguiu aumentar significativamente a produtividade, os rendimentos ou mesmo a segurança alimentar. Mas, em vez de abordar as deficiências do passado, o novo plano ainda depende fortemente de mais do mesmo, apesar de seu fracasso em “catalisar” uma revolução de produtividade entre os agricultores africanos.

A suposta nova estratégia acaba com qualquer esperança de que a AGRA ou a Fundação Gates reconheçam os efeitos sociais e ambientais nocivos das Revoluções Verdes na Índia, na África e em outros lugares. A AGRA não ofereceu nenhuma explicação para o fato de ter tirado “Revolução Verde” de seu nome. 

A mudança de nome sugere que o AGRA de 16 anos quer se dissociar dos fracassos do passado, mas sem reconhecer sua própria abordagem falha. Recentemente, preços de fertilizantes muito mais altos – após sanções contra a Rússia e a Bielo-Rússia após a invasão da Ucrânia – pioraram a situação dos agricultores que dependem dos insumos recomendados pela AGRA. 

É hora de mudar de rumo, com políticas que promovam a agricultura ecológica, reduzindo a dependência de fertilizantes sintéticos conforme apropriado. Mas, apesar de seu novo slogan, a nova estratégia da AGRA pretende o contrário. 

No mês passado, a  Alliance for Food Sovereignty in Africa  rejeitou a estratégia e a mudança de nome como “cosmética”, “uma admissão de fracasso” do projeto da Revolução Verde e “uma distração cínica” da necessidade urgente de mudar de rumo.

QUEM TEM O MAIOR ARSENAL NUCLEAR DO PLANETA PONHA O DEDO NO AR...

150 ARMAS NUCLEARES DOS EUA NA EUROPA, MAS MOSCOU DETÉM MAIS OGIVAS ATÔMICAS DO MUNDO E O NOVO PODEROSO ICBM RUSSO SARMAT

Fabio GC Carisio | South Front | análise - opinião

Há alguns meses, o soberbo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, espalhou a notícia de que o presidente russo Valdimir Putin havia ficado sem mísseis.

#Traduzido em português do Brasil

Entre segunda e terça-feira, a retaliação da aviação russa com  centenas de mísseis contra a capital Kiev  e outras cidades ucranianas, em resposta ao explosivo ataque à ponte de Kerch, de  quem foi responsabilizada a inteligência de Kiev , o desmentiu severamente.

Mas há semanas se fala no pesadelo nuclear devido a um  decreto assinado há dois anos por Putin  que prevê o uso de armas atômicas táticas também em resposta a ataques com armas convencionais em território russo, já atingido várias vezes por foguetes de Kiev nas áreas de fronteira.

A questão tornou-se ainda mais alarmante após a anexação à Federação Russa das  regiões ucranianas de Donetzk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia  , pois, logicamente, a mesma justificativa para o uso de armas nucleares também poderia se aplicar a esses territórios.

Bem, segundo a Federação de Cientistas Americanos, Moscou, ao contrário do que diz o mentiroso habitual Zelensky, possui 5.977 ogivas nucleares, 549 a mais que os EUA segundo essas fontes oficiais, 2 mil segundo as não oficiais.

De acordo com Martin Armstrong, da Statista, acredita-se que nove países tenham agora cerca de 13.000  ogivas nucleares .

Os Estados Unidos e a Rússia estão no topo da lista, compilada pela  Federação de Cientistas Americanos (FAS) , com um arsenal combinado de quase 11.000 armas. “Em vez de planejar o desarmamento nuclear, os estados com armas nucleares parecem planejar manter grandes arsenais por um futuro indefinido”, disse a FAS no final de 2021. “Todos continuam a  modernizar suas forças nucleares restantes… e todos parecem comprometidos em reter armas nucleares para um futuro indefinido”.

Uma guerra nuclear “não pode ser vencida e nunca deve ser travada”, os Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França concordaram por unanimidade em janeiro, em um raro caso de acordo sobre uma questão de segurança internacional. Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA na época descreveu a promessa, resultado de meses de negociações, como “um reconhecimento de que é algo que queremos evitar”.

TREVAS

Anabela Fino*

«Quando o Inverno se fizer sentir com toda a intensidade e a penúria salarial e o preço escandaloso da energia, que segundo o Eurostat já aumentou mais de 40% este ano, tornarem proibitivo o aquecimento, é provável que «aqueça» o descontentamento social» em toda a UE. Resta saber até onde chegará a cegueira política da burocracia instalada em Bruxelas, e de todos os que obedientemente a seguem.

«De dia não se via nada, mas pla tardinha já se apercebia gente que vinha de punhais na mão, devagar, silenciosamente, nascendo dos pinheiros e morrendo neles. E os punhais não brilhavam: eram luzes distantes, eram guias de lençóis de linho escorridos de ombros franzinos. E a brisa que vinha dava gestos de asas vencidas aos lençóis de linho, asas brancas de garças caídas por faunos caçadores. E o vento segredava por entre os pinheiros os medos que nasciam.»Este excerto de Trevas, de Almada Negreiros, que de tempos a tempos me assalta sem mais nem por quê, voltou-me à memória a propósito dos comentários sobre o Inverno que afinal, aparentemente para surpresa de uns tantos, está a chegar à Europa.

Enquanto na Ucrânia as consequências da guerra se tornam ainda mais dramáticas e penosas com o pronúncio do Inverno, no resto do velho continente a inflação ameaça gelar, literalmente, a maioria da população.

Suécia e Finlândia na NATO? São precisos "passos concretos", diz Turquia

A Suécia e a Finlândia registaram progressos face às preocupações de segurança turcas, mas ainda necessitam de "passos concretos" para garantir a aprovação da Turquia no processo de adesão à NATO, indicou, esta quarta-feira, o MNE turco.

A Suécia e a Finlândia prescindiram das suas tradicionais políticas de não-alinhamento e iniciaram um processo de adesão à Aliança após a invasão da Ucrânia pelas forças russas em fevereiro.

Ancara acusou os dois países nórdicos de ignorarem as "ameaças à Turquia" provenientes dos militantes curdos e de outros grupos que define como "terroristas", exigiu a extradição de diversos ativistas e ainda não aprovou o acesso. Os parlamentos da Turquia e Hungria ainda devem ratificar a adesão, e quando os restantes 28 Estados-membros já concluíram o processo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, reuniu-se hoje com os seus homólogos sueco e finlandês à margem da cimeira da NATO, que terminou em Bucareste após dois dias de discussões.

"Estes dois países promoveram alguns passos para cumprir as suas obrigações, não ignoramos os passos efetuados", disse Çavusoglu em declarações a jornalistas turcos, e citado pela agência noticiosa Associated Press (AP).

"Contudo, ainda não existe um desenvolvimento concreto sobre diversas questões, incluindo a extradição [de suspeitos indiciados pela Turquia] e o congelamento dos bens dos terroristas", adiantou.

"Lembrámos-lhes que, no final, é o povo turco e o parlamento turco que necessitam de ser convencidos", disse.

Reino Unido precisa de mais do que a suavidade pragmática de Sunak

A política externa britânica está em fluxo

Martin Kettle* | The Guardian | opinião

O país não é uma superpotência, seu futuro estratégico está na Europa e sua reputação está em frangalhos. Nosso PM entende isso?

#Traduzido em português do Brasil

Seria um insulto e falso chamar Rishi Sunak de, na infame frase de Theresa May, um cidadão de lugar nenhum . No entanto, com uma carreira enraizada na rede bancária e financeira internacional, nosso primeiro-ministro é, em muitos aspectos, a personificação da ordem econômica e política globalizada que está em crise e pode estar em declínio terminal.

A vida, ao que parece, não fez muito para preparar Sunak para a tarefa que enfrenta no cenário mundial de traçar um caminho em nome da Grã-Bretanha em um mundo multipolar. Ucrânia, nacionalismo, escassez de energia, crise climática, poder chinês e refugiados estão entre as questões pelas quais ele deve lidar, todas elas refratadas pelo Brexit e pela crise econômica. Sunak não está sozinho entre os líderes políticos ocidentais ou britânicos em ter que se ajustar a tempos radicalmente mudados. Mas sua inexperiência ficou evidente no discurso que ele fez esta semana no banquete do prefeito em Guildhall, em Londres.

O discurso anual do primeiro-ministro no coração da cidade de Londres é tradicionalmente focado na política externa. É a ocasião em que Winston Churchill declarou , em 1942, que não se tornara primeiro-ministro “para promover a liquidação do império britânico” e onde, 70 anos depois, David Cameron iniciou o seu discurso vangloriando-se da “raça global” que A Grã-Bretanha estava ganhando ao fazer negócios financeiros e de armas com a China, a Rússia, o Brasil e os países do Golfo.

O discurso de Sunak também foi um discurso de política externa. Seus momentos de manchete foram sobre a China, quando disse que a “chamada era de ouro” nas relações sino-britânicas havia acabado e, de forma mais geral, em sua afirmação de uma política externa baseada em “pragmatismo robusto” ao invés de “grande retórica” . Essas são prioridades transformadas em comparação com as de Cameron apenas uma década atrás. Guerra, escassez, clima e Brexit remodelaram o mundo da Grã-Bretanha. A política externa não importa tanto em uma geração.

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