Greve geral leva mais de 1 milhão às ruas e abala Macron – que, eleito em frente democrática, apressou-se em avançar programa liberal. Mais de 60% rechaçam retardar aposentadoria para 64 anos, como querem empresários
Maurício Ayer | Outras Palavras
Mais de 1 milhão de pessoas foram
às ruas na França nesta quinta-feira (19), em greve geral em todo o país contra
a proposta de reforma da previdência de Emmanuel Macron. As centrais sindicais
acreditam que esse número pode ter chegado a 2 milhões. As manifestações
ganharam vulto não apenas na capital como também em Lyon, Marselha, Bordeaux e
dezenas de outras cidades. Em Paris, mais 80 mil pessoas marcharam até Place de
A greve geral aconteceu após uma
sequência de outras greves e protestos ao longo de todo o ano de
Ainda não está claro qual será o desdobramento desse exitoso dia de protestos. Reafirmando sua unidade, as organizações sindicais e de movimentos da juventude agendaram para 31 de janeiro um novo dia de greve geral, e conclamaram a população a multiplicar os atos por todo o país. O desafio agora é fazer a intensidade perdurar até uma vitória política maior. A temperatura dos movimentos pode ser acompanhada de perto através do site independente francês À l’encontre, como nesta página, que reúne relatos, manifestos e análises sobre os protestos e os próximos passos de mobilização.
Para entender mais a fundo os eventos de ontem e o movimento que obteve uma vitória política pela capacidade de mobilização, sugerimos a leitura da citada matéria de The Guardian, que apresenta um relato dos acontecimentos do dia de manifestações e um sumário de suas implicações políticas. O debate pode ser mais aprofundado com a leitura deste texto publicado pela ATTAC, que apresenta uma análise do sistema previdenciário francês e refuta ponto por ponto os argumentos apresentados por Macron e os liberais franceses para desmontar o direito à aposentadoria digna no país.
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