“Ó INFELIZES MORTAIS? Ó DEPLORÁVEL TERRA!”

Marco Grieco, diretor de arte | Expresso (curto)

Bom dia, caro leitor/utilizador/amigo/espectador.

Terramotos, tsunamis, vulcões, epidemias, miséria, guerras… catástrofes que nos entram pelos sentidos todos os dias, mesmo que não queiramos, mesmo que estejamos alienados do que se passa na nossa casa chamada Terra.

Fui roubar o título deste Expresso Curto ao genial texto do meu caro amigo Henrique Monteiro, na sua tentativa de explicar – ou entender – o porquê de mais este desastre que abalou o planeta, desta feita na Turquia e na Síria.

Nem tudo é culpa do homem, nem tudo tem a interferência do nosso constante laxismo e descaso pela natureza ou pelo próximo. Enquanto “infelizes mortais”, frente às leis da vida, temos que tentar fazer mais do que estar no sítio certo, à hora certa, para escapar aos insondáveis desígnios do destino deste “deplorável" planeta.

Apesar da sensação de impotência perante alguns destes acontecimentos, há sim coisas pelas quais devemos lutar e nos indignar. Pela falta de habitação decente para todos, pela falta de soluções para a educação, para a saúde, para a TAP, para a Ucrânia, para tanta coisa…

Crise na habitação

Pacote legislativo pretende ajudar famílias e jovens que sofram quebra de rendimento motivada por desemprego, divórcio ou incapacidade. Preço das casas obriga cada vez mais pessoas a viver em quartos. Executivo decide, finalmente, acabar com a concessão de Vistos Gold.

Contestação

Movimentos de protesto preparam “megamanifestações”. Custo de vida e habitação – uma vez mais, lá está… – levam cidadãos à rua. Grupos inspiram-se nos protestos antitroika. Professores vão encher 600 autocarros para levar descontentamento da classe a Lisboa.

Turquia em escombros

Quase uma semana depois do primeiro abalo sísmico no sueste da Turquia e noroeste da Síria, que ocorreu às 4h17 de segunda-feira, a dimensão da tragédia ainda não é conhecida, mas milhões de turcos começam a questionar por que motivo não estava o país mais bem preparado para esta situação.

E ainda…

. Prédio que ardeu na Mouraria não tinha vistoria

. Jovem imigrante conta como foi agredido em Olhão

. Como Kiev tenta voltar às ruas, cafés e teatros

Casas – ainda – em falta

Portal da Transparência revela execução inferior a €50 milhões nos maiores investimentos a cargo do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, cerca de 3% dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. Ministra mantém objetivo da habitação digna para 26 mil famílias, mas construtoras têm dúvidas.

As outras “mortes” da pandemia

Desde 2020, há 59 lojas fechadas nas quatro principais ruas da Baixa, segundo a associação de comerciantes da zona. Mais de 25% das lojas situadas nas ruas do Ouro, Augusta, Prata e Fanqueiros estão fechadas desde o início da pandemia.

TAP, de novo

Acórdão de tribunal europeu, após queixa da “Associação Peço Palavra”, condiciona privatização. O “hub” de Lisboa e a sobrevivência da TAP foram os argumentos políticos que justificaram a injeção de €3,2 mil milhões, mas não será fácil formalizar a sua defesa no caderno de encargos.

E ainda…

. 1977. Os anos conturbados da ocupação de terras no Alentejo

. Vamos ter alertas de saúde nos rótulos do vinho?

. Renováveis vão atrair €40 mil milhões para Portugal

Futebol, para onde vais?

Vemos partir Pelé e os seus quatro herdeiros parecem seguir cada um numa direção — Ronaldo para as Arábias, Messi para a glória, Neymar para o declínio precoce, Mbappé não se sabe ainda para onde —, e a conclusão torna-se inevitável: o futebol está a mudar. O “jogo bonito” será apenas uma memória, como o amor?

Querido, invadiram a nossa casa!

Houve quase 17.300 casos de invasão denunciados em Espanha em 2022. A lentidão do sistema de justiça obriga os proprietários a chegarem a acordo sobre indemnizações para desalojar os ocupantes indesejados.

Riquezas do fundo do mar

A recente descoberta do “Endurance”, navio do mítico explorador britânico Ernest Shackleton, engrossou a lista dos naufrágios famosos cujos destroços passaram a ter localização conhecida. Mas ainda há muitos navios desaparecidos. Alguns são portugueses e as nossas costas continuam repletas de prémios por reclamar. É preciso mergulhar no assunto…

E ainda…

. Um casal, uma dupla de designers, uma marca — Marques Almeida

. O “cosmismo” gerado na versão Ortodoxa Russa da Cristandade

. Os restaurantes (de) portugueses pelo mundo

Podcasts a não perder

1975: O 25 de Novembro entrou no estúdio e Eanes diz que continua a faltar estratégia a Portugal. Em conversa com Paulo Baldaia, no Liberdade Para Pensar, Ramalho Eanes mostra-se magoado com a injustiça de políticos em relação aos militares e ao Conselho da Revolução. João Oliveira, do PCP, e Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, entraram no estúdio do Expresso para conversar sobre o valor do 25 de Novembro. Não se entenderam sobre o golpe, nem sobre o valor do PREC, mas o povo é sereno.

A força das palavras cruzadas nos jornais, o papel da mulher na sociedade e o futuro do papel. Neste episódio de As Mulheres Não Existem, Carla Quevedo e Matilde Torres Pereira conversam com Mercedes Balsemão, colaboradora número um do Expresso, que assina como Marcos Cruz, autor das palavras cruzadas do semanário.

Duplo terramoto na Turquia e na Síria causa milhares de mortos. Como e porquê? E um sismo igual pode acontecer em Portugal? Neste extra de O Mundo a seus Pés, Pedro Cordeiro, Tiago Soares e José Pedro Tavares analisam os tremores de terra que assolaram o sul da Turquia e o norte da Síria em menos de 24 horas. Com 7,8 e 7,5 graus na escala de Richter, deixaram um rasto de destruição, morte e milhares de deslocados.

A todos um ótimo fim de semana.

Vemo-nos pelo Expresso.

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