domingo, 15 de janeiro de 2023

ECOS DA PRIMEIRA GUERRA NEOCON NA EUROPA

The Saker [*]

Primeiro, descobri que BitChute também bloqueia vídeos mostrando operações de combate em vídeos feitos pelos meus russos. Rumble não o fez, pelo menos até agora, pelo que no futuro ficarei com Rumble para publicar vídeos "politicamente incorretos" ou de outra forma "ofensivos". Ainda assim, a única solução viável para isso é ter um serviço de hospedagem de vídeo num país soberano.

A seguir, não posso entrar em detalhes aqui e agora, mas isto é algo muito interessante: os relatórios da GreyZone sobre "Ficheiros de inteligência desclassificados expõem verdades inconvenientes da guerra da Bósnia". Para a fonte original desta informação, por favor ver aqui.

Na altura da guerra da NATO contra a nação sérvia, eu trabalhava para o Instituto de Investigação do Desarmamento da ONU, uma espécie de grupo de reflexão da ONU para a Conferência do Desarmamento. Embora este instituto não fizesse parte da UNPROFOR, tínhamos acesso a documentos internos da UNPROFOR. Além disso, nessa altura, também tive acesso a documentos classificados do Serviço Suíço de Inteligência Estratégica. Finalmente, e sem o conhecimento dos meus vários chefes, também tinha amigos pessoais que eram sérvios e russos com acesso a todo o tipo de informações interessantes. Por outras palavras, na altura eu *sabia* que os media estavam a mentir sobre esta guerra e agora posso confirmar pessoalmente o seguinte (embora não possa apresentar qualquer prova):

Os bombardeamentos do mercado de Markale em Sarajevo foram operações de bandeira falsa e os especialistas da UNPROFOR no terreno viram através da propaganda e relataram aos seus superiores da cadeia de comando os quais, naturalmente, classificaram e ignoraram estes relatórios.

O "genocídio de Srebrenica" nunca aconteceu, mas dezenas de muçulmanos foram mortos, a maioria enquanto se retiravam pelas colinas arborizadas em direção a Gorazde e, em alguns casos, houve execuções de prisioneiros de guerra, estas últimas ordenadas por fábricas da CIA na administração de Milosevic. Foi um PSYOP cuidadosamente preparado para dar ao Ocidente uma razão para atacar por "razões humanitárias", o mesmo papel que o MH17 cumpriu anos mais tarde.

O (in)fame massacre de Racak (no Kosovo) nunca aconteceu. Os monitores da UE rapidamente se aperceberam disso e relataram-no à sua própria cadeia de comando que, naturalmente, classificou e ignorou estes relatórios. Só que algumas destas pessoas eram minhas amigas e disseram-me a verdade :-) O que realmente aconteceu foi uma batalha de armas entre terroristas do UCK e unidades sérvias.

Insulto aos antigos combatentes e veteranos da Pátria Angolana e de todo o sul global

A PROPÓSITO DO 15 DE JANEIRO DE 2023, “DIA DOS ANTIGOS COMBATENTES E VETERANOS DA PÁTRIA”…

Martinho Júnior, Luanda

Desde 31 de Maio de 1991 em Bicesse que as ideologias e as práticas neoliberais em Angola, a pretexto da doce ”democracia multipartidária” que “estamos com ela”, sendo formalmente declaradas, têm sido aplicadas ideologicamente (no espírito) e nas práticas de natureza conspirativa (à letra) por todas as transversais do tecido humano esgotado pela sucessão de agressões coloniais, do “apartheid” e de sequelas que foram aproveitadas para a concretização do choque (Savimbi) e da terapia (José Eduardo dos Santos)!

Nos tempos que correm essas práticas conspirativas esmeraram-se!

 Explico:

Quando a humanidade tanto se deve esforçar para a mudança de paradigma capaz de multilateralidade, emergência, cooperação, solidariedade, socialismo, paz efectiva e respeito para com a Mãe Terra, mais a aristocracia financeira mundial, 1% concentrado no fulcro do poder da hegemonia unipolar, determina o casamento gay entre as correntes dos ultra neocons “straussianos” e as que compõem os mais-que-venais neoliberais dos dólares, das libras e dos euros dos nossos dias!

Essa estratégia é sem sombra para dúvidas o caminho neocolonialista para África, ao sabor da hegemonia unipolar!...

… O casamento gay esbate-se cada vez mais também em Angola e há múltiplos sinais, alguns dos quais já levam largos anos!

Entre eles está a designação da capital do Namibe com o nome do escravocrata e colonialista Moçâmedes em 2016!

Angola | ATIVISTA DO CIFRÃO E INSULTO MOBUTISTA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A divisão administrativa de Angola pouco mudou desde os tempos em que a colónia apenas exportava escravos. A primeira mudança significativa ocorreu nos anos 50. O Congo Português foi desmembrado dando os distritos do Uíje, Zaire e Cabinda. Os colonialistas ficaram satisfeitos com a operação de cosmética e no início dos anos 70 pegaram no distrito da Huíla e amputaram o território mais a sul, até à fronteira. Nasceu o distrito do Cunene. 

A Angola Independente não pode manter a divisão administrativa herdada do colonialismo. Porque um país não é uma colónia. O desenvolvimento harmónico de todo o território nacional é um compromisso político inadiável. A eliminação das assimetrias regionais é uma obrigação. Também é obrigatório travar a desertificação humana do interior. Isso só é possível com outra Divisão Político-Administrativa. 

O que foi feito após 11 de Novembro de 1975 é muito pouco e pode resumir-se à transformação dos distritos em províncias, divisão da Lunda, a criação da província do Bengo e novas estruturas locais em Luanda (distritos urbanos). Quanto ao resto, foi cometido um erro grave. As câmaras municipais, órgãos eminentemente técnicos, foram transformadas em estruturas políticas. A falta de quadros técnicos a todos os níveis ditou esta solução errada.

A nova Divisão Político-Administrativa proposta pelo Executivo é a primeira intervenção profunda no sentido de corrigir as debilidades, omissões, obstáculos e injustiças acumuladas ao longo de séculos. Transformar as comunas em municípios é uma medida que aplaudo, de olhos fechados. Desde que não seja uma operação de cosmética. 

Porque as novas estruturas não podem ser meras palavras sem conteúdos. Cada município angolano precisa de serviços técnicos e recursos humanos correspondentes, que garantam qualidade de vida aos munícipes. Não há outra forma de eliminar assimetrias e travar a desertificação humana. O MPLA tem a responsabilidade histórica de impedir que a montanha Divisão Político-Administrativa acabe por parir um ratinho. Esta medida fundamental e imprescindível não pode ser um pretexto para acomodar mais clientelas políticas. 

Da Oposição nada há a esperar. A UNITA escondeu-se atrás da ADRA, OPSA, AJPD, OMUNGA e TCHOTA para deitar abaixo a proposta da Divisão Político-Administrativa. Para estes heterónimos do Galo Negro, o problema está no processo de auscultação pública e na obtenção de contribuições. O paleio furado à moda do Fernando Pacheco, do Justino Pinto de Andrade, Fernando Macedo e outros profissionais da boa vida não augura nada de bom.

Salários não sobem, o custo de vida aumenta e a pobreza atinge cada vez mais pessoas

RICARDO PAES MAMEDE: “O PS ESTÁ A NEUTRALIZAR AS OPOSIÇÕES DE DIREITA” AO SEGUIR AS SUAS POLÍTICAS

João Biscaia entrevista Ricardo Pais Mamede, em Setenta e Quatro

PORTUGAL

Foi em 2022 que se registou a maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital do milénio, superando até o período da troika. Os salários não sobem, o custo de vida aumenta e a pobreza atinge cada vez mais pessoas. Entretanto, o Governo faz austeridade para pagar, a “um ritmo quase fetichista”, a dívida pública, diz o economista.

A inflação atingiu o valor mais alto dos últimos 30 anos, as taxas de juro sobem todos os meses, as prestações dos créditos à habitação devoram uma cada vez maior porção dos salários, as rendas atingem valores insuportáveis, os preços do gás, da electricidade e dos combustíveis não dão descanso. E o desemprego voltou a aumentar, principalmente entre os mais jovens. Fala-se de a economia portuguesa sofrer uma recessão, mas ainda não é certo que assim seja. Certa é a incerteza  económica: há cada vez mais famílias portuguesas a enfrentar dificuldades para chegarem ao final do mês. Sem apoios sociais, o país tem 4,4 milhões de pessoas na pobreza. 

Entretanto, o governo do Partido Socialista avançou com apoios de 125 euros e, depois, para os mais vulneráveis, de 240 euros. Ainda que estes apoios tenham sido criticados por Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, o economista Ricardo Paes Mamede garante que, além de não serem respostas a problemas sociais concretos, serviram para evitar que o Governo chegasse ao final de 2022 “com um nível de défice orçamental injustificadamente baixo”. Seria algo difícil de explicar quando, por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde se confronta com sérias debilidades.

Esses números refletem, “na prática, uma opção do Governo: retirar dinheiro à economia para atingir metas orçamentais às quais nem sequer está obrigado” pelas instituições europeias, disse Paes Mamede em entrevista ao Setenta e Quatro. Ou seja, o governo de António Costa está, desde 2019, a aplicar austeridade para pagar, “a um ritmo quase fetichista”, a dívida soberana, a terceira maior na União Europeia. 

Ao mesmo tempo, registou-se em 2022, dizem os economistas João Rodrigues e Paulo Coimbra, a maior transferência do trabalho para o capital do milénio (4,7%), superando até o período da troika. O peso da retribuição do trabalho no produto interno bruto (PIB) caiu 2,4%, quando com a troika foi de 1,5%. “A distribuição funcional do rendimento entre capital e trabalho tem vindo a tornar-se mais desigual e a favor do capital. Ou seja, há espaço para o aumento dos salários, o que não se verifica na prática”, garante o economista.

Daí que a oposição de direita esteja a sofrer um desnorte político e programático perante o executivo de António Costa, argumenta Paes Mamede. “O PS está a neutralizar as oposições de direita, pelo facto de seguir, ao nível orçamental, a agenda tradicionalmente defendida por elas”, salientou, referindo que as oposições de direita o preocupam menos que as de esquerda. É que, continuou, a esquerda saiu “muito fragilizada” das últimas eleições, e depende agora da sua capacidade de mobilizar nas ruas. 

Entrámos num novo ano e a inflação já levou consigo os últimos dois de valorização dos salários. A 1 de janeiro aumentaram as rendas, as prestações ao banco e as faturas do gás e da eletricidade, só para nomear alguns exemplos. O que esperar, economicamente, de 2023?

O mundo passa a vida a surpreender-nos — com pandemias, com guerras — e 2023 pode vir a surpreender-nos igualmente. O risco de instabilidade financeira é muito grande. Não sabemos como a guerra na Ucrânia vai evoluir. Qualquer antecipação do que poderá ser a vida das pessoas em 2023 será sempre incerta.

Com os dados que temos hoje disponíveis, podemos esperar uma desaceleração do aumento dos preços, o que não significa que haverá uma descida. O poder aquisitivo das pessoas não vai melhorar, mas é possível que a perda desse poder seja, para a generalidade da população, menos acentuada do que em 2022. Haverá sempre perda de poder de compra e isso vai significar dificuldades acrescidas. O aumento expectável dos preços afetará sobretudo os trabalhadores por conta de outrem e os pensionistas.

É importante olhar para o desemprego. As expectativas que existem para a evolução do mercado de trabalho não são negativas. Até são, moderadamente, positivas. A taxa de desemprego [hoje de 6,4%] caiu muito ao longo da última década e não se espera que haja um agravamento acentuado. Isso são boas notícias, porque o desemprego tem estado sempre associado, em Portugal, a problemas sociais significativos, ao agravamento das condições de vida.

Também se espera um golpe nos rendimentos das pessoas com créditos contraídos, em particular empréstimos à habitação. A maioria das pessoas nessa situação não serão particularmente penalizadas, porque, em Portugal, quem tem acesso ao crédito à habitação costumam ser famílias com rendimentos acima da média, e em situações mais protegidas. Ainda assim, veremos alguns segmentos da população afetados pelo aumento das taxas de juro.

Portugal | QUEM CABRITOS VENDE…

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Quando ouvi a história do questionário, pensei que incluísse algo como "Quando sair do seu tacho no Governo vai A) saltar para um poleiro altaneiro possivelmente numa área que tutelou ou da qual o seu marido/mulher tinha a respectiva pasta; B) receber indemnização de um milhão e meio; C) transitar para um cargo internacional (como sabe esta opção só é possível após muita genuflexão e/ou peculato); D) dedicar-se ao crime organizado, aos cartéis ou máfia, considerando a experiência curricular".

Só que não. Entretanto, percebi que há meses circulava uma checklist satírica que, afinal, antecipou na perfeição esta Ópera-Bufa. Nela constam perguntas como: "tem contas bancárias arrestadas?" ou "já alguma vez esteve preso?". Enfim. A realidade é agora tão imunda que urge recorrer ao humor como escapismo. Modo de sobrevivência.

Ou seja, chamem a isto questionário de Verão, questionário de escolha (s) múltipla (s) mas, caramba! - não o titulem de mecanismo, muito menos de escrutínio. Primeiro, não tem qualquer valor jurídico. Será sequer constitucional? Depois, vai ser aplicado com retroactivos, isto é, a todos os que já são ministros e primeiros ministros? Terceiro, vai ser fiscalizado por um Tribunal - ou como em algumas instâncias europeias - ou fica só a marinar? Vai ser tornado público e ser totalmente transparente? Sem estas e mais algumas condições, precisando Portugal de prestação de contas como pão para a boca, tudo isto é só patético. Um perigoso ridículo porque aquilo que pretende expor acaba por tapar ainda mais. Oculta porque muitos portugueses esperançosos acreditarão que algo mudará, porque permite colocar as culpas no candidato mentiroso, dividir ónus com o Presidente da República e desculpar governos corruptos (a responsabilidade da escolha é do PM e ponto final, mas quem foi que insistiu em Miguel Alves, quem foi?), porque continua a permitir portas giratórias, não impõe regras/sanções claras e severas. Porque o dito questionário vai para o lixo logo que o titular do cargo cessa funções. Curioso, não é?

Repare-se que qualquer governante dispõe de múltiplas formas de privilegiar empresas, desde ajustes directos e outras contratações públicas até benesses fiscais ou licenciamentos. Muitas são de difícil controlo. Imaginemos, e.g., que elementos como Alexandra Reis ou Jamila Madeira tinham respondido às 36 questões de fio a pavio. O interrogatório teria produzido zero efeito sobre os seus abusos, certo? Aliás, relembre-se que, por exemplo, os deputados já são obrigados a um registo de interesses que, por ser inconsequente, é vezes demais interpretado tipo declaração amigável. Já para não falar da lei sobre os Crimes da Responsabilidade de titulares de cargos políticos.

Logo, palha à parte, tudo isto é circo, alimentado por alguns jornalistas que também podiam responder a umas interpelaçõezinhas prévias (saco azul à parte). O que importa aqui discutir e procurar sanar é o curto diâmetro de recrutamento para os governos e administração pública, a diluição da ética - ou até da Democracia - e a ausência de verdadeiras punições, um caldo pestilento que, de resto, levou a 12 demissões em 9 meses, com maioria absoluta e sem oposição digna desse nome. Ou já todos se esqueceram do amigo de Sócrates?

*Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

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