quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

GLÓRIA À UCRÂNIA. PUTIN TUNDA!

Artur Queiroz*, Luanda

Os amigos são para as ocasiões. O senhor Zelensky recebeu a tática do Presidente João Lourenço para combate à corrupção na Ucrânia. Hoje foram demitidas altas figuras do governo de Kiev. Os corruptos foram apresentados, cabisbaixos, ante as tropas em parada. Todos envergando camuflado e capacete anti bala. Os nossos caranguejos que se ponham a pau. Passam a ser exibidos, em jaulas, pelas ruas das cidades, com uma corda ao pescoço. Em breve há vagas à frente do grupo Carrinho e outras empresas desnatadeiras dos dinheiros públicos.

A TPA diz que a África do Sul “insiste em considerar a Rússia um país amigo”. Pois insiste. Porque quando os EUA e as outras potências do “ocidente alargado” armavam, municiavam e apoiavam politicamente o regime racista de Pretória, a então União Soviética apoiou o ANC até à derrota das forças do apartheid. Os amigos da maioria negra da África do Sul não são, seguramente, os genocidas e colonialistas do “ocidente alargado”.

Hoje o ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, Sergey Lavrov chega a Luanda, mais logo, ao fim, da tarde. No seu noticiário das 13 horas, a TPA não deu a notícia. Só noticiou o “combate à corrupção” do comediante Zelensky. Só faltou o canal público mostrar um cartaz com a inscrição “Glória à Ucrânia. Putin T unda”. Mudam-se os tempos e muda o à vontade.

Em abril de 2019, o Presidente João Lourenço visitou Moscovo e discursou na Duma (câmara Baixa do parlamento russo). Pediu aos deputados maior cooperação na diversificação da economia angolana. Apelou à constituição de parcerias público-privadas e empresas mistas russo-angolanas. 

E disse isto: “É em momentos de crise que se reconhecem os amigos”. Rematou com um desafio: Vamos caminhar lado a lado para Angola se libertar da dependência do petróleo (estou a citar de memória). 

Sergey Lavrov chega a Luanda neste quadro político e diplomático. Em Março de 2022, Angola absteve-se na ONU quando foi proposta a condenação da Federação Russa pela invasão da Ucrânia. Em Outubro de 2022 Angola já votou a favor. Foi engano? Nem pensar! 

O Presidente João Lourenço iniciou uma rapidíssima aproximação aos EUA e ao “ocidente alargado”. Ao mesmo tempo excrementou a Federação Russa. No início deste mês de Janeiro, ante o corpo diplomático acreditado em Angola, o Chefe de Estado exigiu a Moscovo “um cessar-fogo definitivo e incondicional para criar o necessário ambiente negocial”. Pensei que era engano e sua excelência estava a ler uma notícia da CNN Portugal ou um comunicado da CIA. O qual não.

O Presidente João Lourenço, quando foi a Washington participar na cimeira do beija-mão a Biden, anunciou, numa entrevista à estação da CIA, Voz da América, que os EUA vão ser os parceiros de Angola na área da defesa e segurança. E disse mesmo, naquele tom monocórdico próprio de quem toma comprimidos para dormir, que quer dotar as Forças Armadas Angolanas com armamento do estado terrorista mais perigoso do mundo e do seu heterónimo OTAN (ou NATO). 

Temos aqui um problema muito sério. Na sua primeira declaração pública, hoje mesmo, o General de Aviação Altino dos Santos revelou que existe uma Directiva do Comandante-em-Chefe para o decénio 2018-2028 onde estão definidas todas as acções no que diz respeito às Forças Armadas Angolanas em todos os sectores, inclusive o armamento. Sua excelência garantiu que vai trabalhar no estrito cumprimento da directiva. Onde entra o armamento da OTAN (ou NATO)? 

Mais uma vez, o Presidente João Lourenço toma decisões que contrariam o Programa de Governo do MPLA na base do qual foi eleito, mas também as suas próprias directivas para as Forças Armadas Angolanas. Grave. Muito grave. As FAA não são uma cantina de bairro. 

Sergey Labvrov vai amanhã visitar o Memorial Agostinho Neto e o jazigo do Presidente José Eduardo dos Santos. Estou imaginando o ministro Tete António, escondido atrás dos arbustos, com um cartaz que diz “Glória à Ucrânia. Putin Nukuendenu! É assim que se diz no Bembe. Ao lado outro cartaz empunhado por um manifestante anónimo: “Glória à Ucrânia. Putin Tunda!” 

A UNITA foi uma unidade especial dos racistas de Pretória na guerra contra Angola. O Savimbi dizia que estava a lutar contra russos e cubanos. Mais logo, no aeroporto, o Adalberto, o Nelito Ekuikui e o Liberty Chiyaka encabeçam uma manifestação contra a Federação Russa. Depois vão receber o caché à embaixada dos EUA lá no Alto das Cruzes. Mais milhão menos milhão tanto faz. Afinal quem paga são os credores do estado terrorista mais perigoso do mundo.

Um grande político angolano, ligado a tudo quanto é zero votos e pouco juízo, escreveu no Novo Jornal que a TPA é o mais importante órgão da comunicação social angolana. Já foi meu camarada mas desistiu. Está no seu direito. O que não pode é agir como se o Jornalismo fosse um ramo da Agronomia e as notícias sejam derivados de mandioca. Cada macaco no seu galho.

Em Angola, pelo menos mais uma ou duas décadas, a Rádio vai continuar a ser o meio mais importante. Porque para consumir as notícias basta ouvir. Na Televisão é preciso ouvir, ler e ver. Muito complicado para uma boa parte da população angolana. E quanto aos custos nem é bom falar. Caro Fernando Pacheco, o Jornalismo não tem nada a ver com Agronomia. Juro mesmo!

* Jornalista

Índice Ibrahim: ANGOLA MELHORA, GUINÉ-BISSAU E CABO VERDE DESCEM

Deutsche Welle | Lusa

Angola subiu para 40.º lugar no Índice Ibrahim de Governação Africana 2022. Guiné-Bissau continua a descer e Cabo Verde baixou para o quarto lugar. Moçambique manteve posição e São Tomé e Príncipe melhorou ligeiramente.

O Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) relativo a 2022 revela sinais de progresso em Angola, que ocupa agora o lugar 40 na tabela e continua a evoluir positivamente nas quatro categorias: "Segurança e Estado de direito", "Participação, direitos e inclusão", "Bases para as oportunidades económicas" e "Desenvolvimento humano".

A Fundação Mo Ibrahim considera que a substituição do Presidente José Eduardo dos Santos, que esteve no poder 39 anos, por João Lourenço contribuiu significativamente para uma melhoria em termos de transparência e responsabilização.

O IIAG mede anualmente a qualidade da governação em 54 países africanos através da compilação de dados estatísticos do ano anterior.

Em termos gerais, apesar de ter registado um progresso ligeiro de 1,1 pontos na última década, a curva de crescimento que o IIAG vinha a registar desde 2014 estagnou desde 2019. 

A desaceleração, que coincide com o período da pandemia de Covid-19, deve-se sobretudo ao aumento de conflitos armados, repressão contra civis e retrocessos democráticos em geral, que causaram deteriorações em termos de segurança, respeito do Estado de direito, participação e direitos civis.

ATIVISTA DENUNCIA PENA DE MORTE NA GUINÉ EQUATORIAL

João Carlos (Lisboa) | Deutsche Welle

Em entrevista à DW, o ativista equato-guineense Tutu Alicante critica o regime do Presidente Teodoro Obiang, que continua a violar os direitos fundamentais dos cidadãos.

O ativista Tutu Alicante diz que continuam a registar-se muitos casos de violação dos direitos humanos na Guiné Equatorial. Um deles é a recente "morte por tortura" numa prisão de Malabo de Julio Obama, cidadão espanhol de origem equato-guineense e opositor do Presidente Teodoro Obiang.  

"Julio Obama foi sequestrado no Sudão e levado para a Guiné Equatorial sem nenhum acordo de extradição oficial entre os dois países", explica o ativista. "É algo que se sabe, porque está nas mãos da Justiça espanhola. Há um vídeo gravado na prisão onde estava o Julio e demais companheiros que demonstra claramente que estavam a ser torturados. E a morte de Julio não é a única." 

Em entrevista à DW em Lisboa, Tutu Alicante contraria a versão das autoridades da Guiné Equatorial, segundo as quais Julio Obama, que participou na tentativa de golpe de Estado de 27 de dezembro de 2017, morreu por doença num hospital na cidade de Mongomo.

Tutu Alicante dá mais exemplos de abusos: "No ano passado, no mês de setembro, Teodorin Obiang, vice-presidente da Guiné Equatorial e um dos filhos do Presidente, lançou a Operação Limpeza. Foram detidos e colocados na prisão cerca de 500 jovens entre os 11 e os 16 anos de idade. Desse grupo, pelo menos três foram mortos."

Marrocos vai ser uma enorme base militar dos EUA para combater a Rússia em África

O que poderia dar errado?

Pode haver dúvidas sobre se a Rússia está ganhando a guerra na Ucrânia, mas não há dúvida de que está ganhando a guerra global contra o Ocidente. E está começando na África

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Pode haver dúvidas sobre se a Rússia está ganhando a guerra na Ucrânia, mas não há dúvida de que está ganhando a guerra global contra o Ocidente. E está começando na África

Especialistas afirmam há meses que a Ucrânia fez grandes avanços no campo de batalha e recuperou consideráveis ​​​​faixas de território que a Rússia detinha. Embora essa afirmação esteja perdendo sua validade nas últimas semanas, a maioria dos analistas ocidentais se entrega a seu próprio dogma cego e se recusa a olhar para a guerra maior da Ucrânia: comumente conhecida como 'sul global', mas na verdade é apenas o 'resto de o mundo' além das fronteiras dos chamados países ocidentais.

Embora a maioria dos países da África e da Ásia não apoiasse a invasão de Putin, eles ficaram mais irritados com a narrativa do Ocidente 'ou você está conosco ou contra nós', que rapidamente se seguiu a uma ameaça do próprio embaixador dos EUA na ONU, que deixou claro para África que os países que não seguissem as sanções dos EUA contra a Rússia seriam punidos.

Isso não funcionou muito bem para a América, apesar dos EUA limparem os contratos de GLP na Europa, cujos governos estão felizes em pagar quatro vezes o preço do gás russo, já que Washington ainda tem alguns problemas com esta nova guerra mundial.

A África está começando a incomodar Biden. Nos últimos meses, ficou claro que a ameaça de sanções saiu pela culatra e muitas nações estão prontas para se tornarem 'não-alinhadas' e arriscar ou até mesmo passar para a Rússia por razões de segurança.

Mali, uma ex-colônia francesa que até poucos meses atrás tinha tropas francesas combatendo grupos terroristas islâmicos lá, agora é um aliado russo de pleno direito. Burkina Faso parece que vai seguir. Se isso acontecer, um efeito dominó certamente ocorrerá com os países francófonos que estão cansados ​​da relação paternalista que têm com Paris e da tutela nauseante que lhes é fornecida do Eliseu. Isso não está apenas começando a preocupar Paris, mas a UE também está começando a ver os perigos de perder esses países para a Rússia e a China.

Protesto no Canadá contra política militarista de Trudeau e pela saída da NATO

O «retiro» do executivo de Trudeau em Hamilton, na província de Ontário, ficou marcado por protestos na segunda-feira, um dos quais a exigir ao governo do Canadá a saída da NATO.

Membros da Hamilton Coalition to Stop The War realizaram uma concentração frente à Art Gallery local, esta segunda-feira, exibindo cartazes em que se lia «Não aos novos caças, não aos novos navios de guerra para a NATO» e «STOP à guerra por procuração na Ucrânia».

O grupo, revela o portal cbc.ca, criticou a resposta do governo de Justin Trudeau à guerra na Ucrânia, bem como a decisão do governo de Otava de comprar 88 novos caças F-35 à norte-americana Lockeed Martin, que irão custar mais de 14 mil milhões de dólares.

Doug Brown, co-presidente da Coligação de Hamilton contra a guerra, disse que a compra dos F-35 «é um desperdício terrível do dinheiro dos contribuintes», que devia ser direccionado para outras áreas, prioritárias.

Em seu entender, quando o orçamento com as despesas militares aumenta, os outros, que garantiriam «segurança económica, ambiental e de saúde» aos canadianos, encolhem.

Brown frisou ainda que o objectivo primeiro da compra não é defender o Canadá, mas «atar o país a uma estrutura militar comandada pelos EUA, para as operações ofensivas da NATO no estrangeiro».

A este propósito, lembrou que foi assim, «desta forma destrutiva», que os F-18 canadianos actuaram na ex-Jugoslávia e na Líbia.

Portugal | Reformados saíram à rua para exigir respeito e dignidade


MURPI e Inter-Reformados (CGTP-IN) dinamizaram acções em várias localidades, de Norte a Sul, para exigir uma actualização de 60 euros em todas as reformas e que o Governo trave a escalada dos preços.

Com concentrações, manifestações e distribuição de informação à população, esta terça-feira as duas estruturas levaram o protesto às ruas de Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria, Braga, Guimarães, Aveiro, Viseu, Guarda, Entroncamento, Almada, Setúbal, Barreiro, Beja, Évora, Grândola, Portalegre e Faro. 

Na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa, foram vários os exemplos apresentados em tribuna pública sobre os motivos do descontentamento: pensões de 300 e 400 euros (com actualizações de 19 euros), dificuldades em pagar a renda de casa, medicamentos e alimentação.

Os reformados da geração de Abril querem respeito e dignidade. Foram estas as palavras mais usadas nas faixas e cartazes que exibiram, a par das reivindicações de aumentos reais nas pensões e da exigência que o Governo trave a escalada do preço de bens essenciais, como o leite, a carne e o peixe. Recorde-se que PS e partidos da direita chumbaram recentemente na Assembleia da República a fixação do preço do cabaz básico, apesar das dificuldades com que as famílias estão confrontadas e da especulação que impulsiona os lucros milionários na grande distribuição. 

Portugal | A CONCERTAÇÃO SOCIAL É JUSTA?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

O livro que escrevi intitulado 30 anos do Conselho Económico eSocial é hoje apresentado no Centro Cultural de Belém. Como se sabe, o CES, que encomendou o trabalho, tem dentro dele uma estrutura autónoma, a mais conhecida, que é a Comissão Permanente da Concertação Social, onde há uma representação tripartida (governo, sindicatos e patronato), formalmente equitativa, para negociar soluções para a conflitualidade social.

Esta Comissão é herdeira do Conselho Permanente de Concertação Social, criado em 1984, quando Portugal estava a entrar na Comunidade Económica Europeia e que procurava, na prática, acabar com a chamada "luta de classes" ou, pelo menos, com o número de greves existentes, que atingira um pico a partir de 1981 ao serem duplicados os valores médios de greves dos cinco anos anteriores.

Mário Soares, o primeiro-ministro que inaugurou a Concertação Social, foi explícito nas suas intensões ao dizer, no discurso que então fez, que com esta estrutura: "Está ultrapassado o período anarco-populista das reivindicações selvagens ou das violências impostas pela rua, inspiradas por interesse partidários específicos".

Comparemos essa época com a atual: nesse ano de 1984, segundo um estudo de Raquel Varela, houve 525 greves no país (efeitos da austeridade imposta por um empréstimo do FMI), quando a média da última década, segundo se pode ver no site Pordata, ronda as 45/46 greves por ano, um valor mais de 10 vezes inferior - portanto, quanto à capacidade de reduzir as greves, a Concertação Social foi, de facto, um êxito.

A ideia fundacional desta instituição partiu, por isso, do pressuposto de que havia um desequilíbrio na sociedade portuguesa do pós-25 de Abril segundo o qual os trabalhadores, através da utilização recorrente da greve, estavam a ter mais força do que deviam ter em relação ao patronato e ao governo.

Depois de entrevistar 27 pessoas do CES, incluindo governantes, sindicalistas e líderes de confederações patronais que protagonizaram os 30 anos de história da instituição e os 38 de Concertação Social, cheguei a uma conclusão, a uma opinião, que não expresso no livro, deliberadamente, por aí estar num papel jornalístico não-doutrinário que me auto-obriga a alcançar a melhor isenção que me for possível - nesse contexto as minhas opiniões são dispensáveis.

Aqui, neste espaço, o meu papel é outro - é o de dar uma opinião pessoal. E a opinião que extraí dessa investigação é a de que na Concertação Social o lado do trabalho está demasiado fragilizado.

Para isso contribuem vários fatores.

O primeiro é a tática seguida pelos governos de negociarem bilateralmente, em bastidores, com as confederações patronais e a UGT, excluindo a CGTP-IN. Muitas reuniões no CES, por muito debate que depois haja, acabam num final pré-determinado - são como um jogo de futebol com resultado combinado.

Isto isola a CGTP-IN (mais reivindicativa) e coloca a UGT, por um lado, com a força de quem, sem ela, não é possível obter acordos tripartidos, mas também com a debilidade de, por outro lado, se não aceitar fazer acordos, acabar por ser acusada de estar a alinhar e a fazer o jogo da rival "comunista", a CGTP-IN.

O segundo fator é a união consistente entre confederações patronais que, com raras exceções, encontram consensos entre elas para ganhar força negocial junto do governo. Este, por convicção ou por ser mais fácil arranjar assim maiorias e força política/mediática, cede muito mais vezes ao patronato do que aos sindicatos.

O terceiro fator é ideológico: a maioria dos representantes defende o que está mais alinhado com as correntes económicas e sociais que dominam o pensamento em Bruxelas e estas têm sido, sobretudo desde 1995, com a saída de Jacques Delors da Comissão Europeia, de constante fortalecimento do fator capital sobre o fator trabalho.

Foi assim que se assinaram muito acordos na Concertação Social que foram extremamente desfavoráveis para os trabalhadores, como os resultantes da intervenção da troika em 2012, ou o do Código do Trabalho de 2002, que fragilizou gravemente a contratação coletiva.

Apesar desta opinião devo dizer que gostei de quase todas as pessoas que entrevistei - dentro do quadro ideológico de cada uma delas, pareceram-me ter uma atitude genuína e honesta enquanto defensores das causas que abraçaram e, muitos delas, foram relevantes e importantes servidoras do interesse público ou setorial.

Quanto à Concertação Social diria que, na verdade, para ser mais justa teria de corrigir o desequilíbrio que desfavorece cronicamente os trabalhadores - que até deveriam, na minha visão, ser na prática favorecidos em relação ao capital pois, na vida real, quando há conflitos, o patronato é muito mais forte do que quem está empregado.

Assim como está, a Concertação Social parece-me doente, infetada pelo domínio governamental que lhe inocula, periodicamente, o vírus de neocorporativismo.

*Jornalista

Jornada Mundial da Juventude e visita do Papa custa mais de 20 milhões só a Lisboa


QUANTAS DEZENAS DE MILHÕES VAI CUSTAR A PORTUGAL A JMJ E A VISITA DO PAPA? 30, 40, 50 MILHÕES? ENTÃO E PORQUE HÁ PORTUGUESES COM FOME?

4,2 milhões: É quanto vai custar o altar da Jornada Mundial da Juventude

Empreitada foi adjudicada à Mota-Engil, por ajuste direto. O "Altar-Palco" onde o papa vai celebrar a missa no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai custar 4,2 milhões de euros, de acordo com o contrato que adjudica a obra à Mota-Engil e que foi publicado no Portal Base.

Em causa está o projeto de "empreitada de construção do Altar-Palco no Parque Tejo-Trancão, no âmbito do evento Jornada Mundial da Juventude 2023", pode ler-se no documento

A obra foi adjudicada pela Lisboa Ocidental, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana à Mota-Engil, por 4.240.000,00 euros, tendo 150 dias como prazo de execução. A este valor, sublinhe-se, ainda acresce o IVA.

Na semana passada, refira-se, foi noticiado que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou a contratação de um empréstimo de médio e longo prazo, até ao montante de 15,3 milhões de euros, para financiar investimentos no âmbito da JMJ.

Este empréstimo pretende assegurar o financiamento de investimento no âmbito da JMJ, que se realiza este ano em Lisboa entre 01 e 06 de agosto, nomeadamente a obra do Parque Tejo (38 hectares), a ponte ciclo pedonal sobre o rio Trancão (a realizar pela empresa municipal EMEL), o estacionamento e o palco, intervenções que se preveem que fiquem para o futuro da cidade.

Segundo a proposta, "os empréstimos têm um prazo de vencimento adequado à natureza das operações que visam financiar, não podendo exceder a vida útil do respetivo investimento, nem ultrapassar o prazo de 20 anos, tendo-se obtido informação junto dos promotores das intervenções de que estas têm uma vida útil de 20 anos".

A Jornada Mundial da Juventude é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.

Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.

Notícias ao Minuto

Ucrânia | A COMÉDIA CONTRA A CORRUPÇÃO DIRIGIDA PELO ACTOR ZELENSKY


O conselheiro sénior de Zelensky, Mikhail Podolyak, inadvertidamente admitiu ter aumentado a raiva contra Kiev

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

Ao afirmar que Zelensky estava “respondendo diretamente a uma demanda pública importante – justiça para todos”, Podolyak insinuou fortemente que os ucranianos médios estavam ficando fartos de seu regime super corrupto à luz dos escândalos recentes. Alguns podem até estar à beira da desobediência civil em desafio à proibição legal de tais atos até o fim do conflito, mas que poderia ter sido explorado por algumas de suas ferozes facções do “estado profundo” para catalisar uma Revolução Colorida contra ele e /ou justificar um golpe.

Mikhail Podolyak é talvez o conselheiro sênior mais leal de Zelensky, nunca tendo ousado dizer a verdade aos ucranianos como seu ex-homólogo Alexei Arestovich começou recentemente a fazer e, em vez disso, permanece firmemente comprometido em repetir as mentiras de seu chefe. Isso explica sua reação oficial ao expurgo de longo alcance de Zelensky, que começou na terça-feira, quando o líder ucraniano ordenou uma reorganização de oficiais militares, regionais e de segurança, depois que alguns renunciaram em resposta a recentes alegações de corrupção.

De acordo com Podolyak , “as decisões de pessoal de Zelenskyy testemunham as principais prioridades do estado... Sem 'olhos cegos'. Durante a guerra, todos devem entender sua responsabilidade. O Presidente vê e ouve a sociedade. E ele responde diretamente a uma demanda pública fundamental – justiça para todos...” Embora sua intenção fosse claramente transformar esse expurgo em desenvolvimento como uma campanha anticorrupção apolítica, e pode muito bem haver alguma verdade nesse pretexto, ele inadvertidamente admitiu a raiva crescente contra Kiev.

Afinal, ao afirmar que Zelensky estava “respondendo diretamente a uma demanda pública importante – justiça para todos”, ele deu a entender fortemente que os ucranianos médios estavam ficando fartos de seu regime super corrupto à luz dos escândalos recentes. Alguns podem até estar à beira da desobediência civil em desafio à proibição legal de tais atos até o fim do conflito, mas que poderia ter sido explorado por algumas de suas ferozes facções do “estado profundo” para catalisar uma Revolução Colorida contra ele e /ou justificar um golpe.

Enquanto Zelensky busca desesperadamente consolidar seu poder diante dessas novas ameaças internas de seu próprio regime, ele se sentiu compelido a orquestrar seu expurgo sob o pretexto de uma cruzada anticorrupção para se desviar dessa luta interna em andamento pelo poder. . O líder ucraniano deseja simultaneamente sinalizar a seus compatriotas que agora não há razão legítima para se envolver em desobediência civil, ao mesmo tempo em que assegura ao povo de seus patronos que ele está firmemente entrincheirado no poder.

O fracasso em fazer o primeiro poderia ter facilitado o cenário de mudança de regime que foi descrito anteriormente, enquanto o fracasso em cumprir o último objetivo de gerenciamento de percepção poderia ter levado os ocidentais a questionar mais abertamente se enviariam mais dinheiro para ele do que os US$ 100 bilhões que já possuem. vale a pena se seu governo é tão frágil. Nem o expurgo de Zelensky nem o giro de Podolyak significam que ele evitou com sucesso as ameaças interconectadas de “estado profundo” e revolução colorida ao seu governo.

Qualquer um ou ambos ainda podem se materializar, mas, no entanto, ele e sua equipe estão fazendo um show para frustrá-los sob o pretexto de uma inesperada cruzada anticorrupção. A razão pela qual esta explicação oficial é tão inesperada, no entanto, é porque Kiev até então não havia sequer insinuado que o público estava ativamente fazendo a chamada “exigência-chave” de “justiça para todos” em resposta aos escândalos de corrupção deste fim de semana. .

Ao reconhecer que eles estavam de fato se preparando para se unir publicamente em torno dessa causa nobre, mas facilmente manipulável, Podolyak também admitiu involuntariamente que seu regime estava suprimindo notícias sobre esse desenvolvimento sociopolítico, que provavelmente aprendeu com facções leais do “estado profundo”. Todas essas observações devem dar ao ocidental médio muito o que refletir, pois está cada vez mais claro que a guerra por procuração da OTAN contra a Rússia é construída sobre uma montanha de mentiras que obscurece a realidade das massas.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

Imagem: Zelensky numa conferência de imprensa em Kiev durante a visita do homólogo finlandês, Sauli Niinisto. © Sergei SUPINSKY / AFP | com inscrição de PG

MERCENÁRIO BRITÂNICO REVELA CORRUPÇÃO NO EXÉRCITO UCRANIANO - vídeo

A mídia ocidental compartilhou outra entrevista com um mercenário que voltou da Ucrânia e revelou detalhes interessantes sobre o conflito militar em andamento.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

O “voluntário” britânico Josef McDonald afirmou que muitas armas estrangeiras desaparecem na Ucrânia antes de chegarem às linhas de frente. Ele forneceu um exemplo de sua experiência pessoal. Quando ele se mudou com sua unidade da região de Rovno para Kharkov, eles tinham dois caminhões cheios de:

– 84 rifles de assalto M4
– 12 rifles SCAR-H 7.62
– “alguns” caixas eletrônicos Javelin
– metralhadoras M240B etc.

Ao longo da estrada cheia de postos de controle, dois caminhões desapareceram. O “voluntário” britânico supôs que os oficiais ucranianos estavam por trás do esquema criminoso.

Josef é um dos poucos sobreviventes após o ataque russo a um campo de treinamento com mercenários ocidentais perto de Lviv, ocorrido meses atrás. Suas reivindicações são muito diferentes daquelas divulgadas pela propaganda oficial de Kiev.

Não entendíamos nada, exceto que Kiev estava prestes a cair - caos completo, esperávamos um confronto com as forças aerotransportadas de Putin a qualquer momento. Depois disso, outro foguete voou, atingiu a localização dos soldados ucranianos, muitos foram mortos…

Enquanto os médicos curavam as feridas, os saques reinavam. Havia muito elemento criminoso na legião estrangeira, esse roubo durou meses.

As armas que tínhamos, obtivemos dos militantes da Legião da Geórgia após a invasão ao armazém, como pagamento pelo silêncio, três fuzis FAL antigos e várias submetralhadoras para um esquadrão de 30 pessoas - foi tudo o que conseguimos para nos defender dos pára-quedistas de Putin.

Acontece que muitos vieram para saquear e, para não ajudar a Ucrânia, eles fugiram covardemente.

Você pode assistir a entrevista completa e aprender sobre kebabs para comandantes militares em sua dacha, condições insalubres em quartéis ucranianos, impostores entre mercenários estrangeiros, saques e como os russos calcularam os centros de localização de mercenários estrangeiros na Ucrânia Ocidental:

Ler em South Front::

Mercenários estrangeiros: a guerra do regime de Kiev está cheia de corrupção, engano e negócios sujos

Presidente nigeriano adverte que armas ocidentais para a Ucrânia estão acabando na África

No vídeo 18+: militares ucranianos matando seus irmãos de armas

Pentágono não pode contabilizar $ 20 bilhões em armas na Ucrânia, enquanto outros $ 19 bilhões para Taiwan estão faltando

VER VÍDEO DA ENTREVISTA NO ORIGINAL SOUTH FRONT (em inglês)

UCRÂNIA, CORRUPÇÃO DESCOBERTA NADA MAIS É DO QUE O MÉTODO ZELENSKY


 O que une Serra Leoa, Zâmbia e Ucrânia? A corrupção. Agora será um grande problema para o presidente Zelensky convencer os parceiros ocidentais a continuar o apoio econômico à sua guerra por procuração. O escândalo que levou à prisão dos principais líderes do governo em Kiev não foi inesperado. Afinal, seus homens de confiança têm agido com o mesmo método que distingue o presidente ucraniano há anos.

Piero Messina | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Vamos ver os dados internacionais. Segundo a Transparência Internacional, o problema da corrupção é gravíssimo no país liderado por Zelensky. No ranking elaborado entre 179 países, onde a Dinamarca ocupa o primeiro lugar como o país menos corrupto do mundo, Kiev ocupa o 117º lugar, entre Serra Leoa e Zâmbia. Entre os casos mais recentes no noticiário, o de Anastasia Kotvitska, esposa de um ex-parlamentar ucraniano, parou na fronteira com 31 milhões em dinheiro em várias malas. Por que o caso Kovitsky é tão importante? Ele é um dos empresários mais ricos da Ucrânia e também foi parlamentar nos dez anos da Frente Popular, força nacionalista antirrussa, antes de ser suplantada no coração dos eleitores ucranianos pela lista fundada em 2018 por Zelensky.

Kovitsky foi um dos acólitos do ex-ministro do interior Arsen Avakov, que permaneceu no cargo por uma década, também entre os homens mais ricos da Ucrânia. Avakov também foi ministro do Interior no governo Shmyhal, mas em 2020 renunciou após alguns meses no cargo. Uma investigação criminal está aberta sobre a esposa de Kovitsky.

Segundo o que emergiu da investigação jornalística dos Pandora Papers, que em outubro de 2021 revelou a riqueza oculta de líderes políticos e empresários mundiais, o presidente ucraniano Zelensky e seus associados teriam controlado uma rede de empresas offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, Chipre e Belize para administrar os negócios no ramo de entretenimento e cinema filial. Serhiy Shefir, atual conselheiro de Zelensky que sobreviveu a um ataque, também está envolvido no caso: ele supostamente comprou imóveis em Londres por meio de empresas offshore. Em 2019, às vésperas das eleições na Ucrânia, Zelensky vendeu suas ações para a Shefir, mas os dois fechariam posteriormente um acordo que permitiria à família do chefe de Estado continuar recebendo recursos de empresas offshore. O atual presidente ucraniano realizou sua campanha eleitoral em 2019 com a mensagem de “limpar” o país da corrupção. Mas ele não é o homem certo. Não só pela crise que estourou hoje.

Segundo a reconstrução dos Papéis de Pandora, a rede de empresas em paraísos fiscais teria sido montada por Zelensky e seus sócios na produtora de televisão Kvartal 95 já em 2012.

Agora Zelensky tem que responder ao povo ucraniano e à comunidade ocidental. O escândalo envolve as esferas política e judicial. Oprimido pelo escândalo, o vice-procurador-geral Oleksiy Simonenko também deixa o cargo. Mas, de acordo com a mídia ucraniana, o governo de Kiev também terá que decidir sobre a possível demissão dos 5 chefes das administrações estaduais regionais de Dnepropetrovsk (Valentin Reznichenko, que teria pedido primeiro para sair), Zaporozhye (Alexander Starukh), Kiev (Aleksey Kuleba), Sumy (Dmitry Zhyvitsky) e Kherson (Yaroslav Yanushevich).

Ler em South Front:

Ucrânia abalada por escândalo de corrupção e onda de altos funcionários renunciam: carros esportivos, mansões e férias de luxo enquanto as pessoas sofrem

General ucraniano Valerii Zaluzhniy, uma paródia de Hunter Biden

Menina de 25 anos sem experiência é nomeada vice-ministra da integração europeia na Ucrânia

Ucrània | ALEMANHA ENVIA E AUTORIZA ENVIO DE TANQUES LEOPARD

A Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e está disposta a autorizar a transferência para aquele país de pelo menos uma companhia do modelo Leopard 2A6, avançou hoje o semanário alemão Der Spiegel.

"Após meses de debate, o chanceler [Olaf] Scholz decidiu entregar tanques de guerra à Ucrânia. Os aliados também parecem querer alinhar. Os tanques Abrams podem vir dos EUA", lê-se na edição online do jornal alemão.

A agência EFE, citando o Der Spiegel e o canal de televisão NTV, acrescenta que o exército alemão disponibilizará tanques do modelo Leopard 2A6 e que o Governo de Scholz autoriza os outros países a reexportarem unidades dos Leopard 2 comprados à Alemanha.

O Leopard 2 é um carro de combate desenvolvido no início dos anos 70, e as diferentes versões têm servido nas forças armadas da Alemanha e de outros países europeus, bem como de países não europeus.

A versão Leopard 2A6 distingue-se das anteriores (A1 a A4), devido á sua blindagem de terceira geração, como é explicado no site do exército português, e relativamente à versão A5, possui uma peça mais moderna, com maior alcance, que garante vantagem tática no campo de batalha.

A informação avançada pelo Der Spiegel será confirmada na quarta-feira por um anúncio do chanceler alemão, Olaf Scholz, segundo o jornal Bild.

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