quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

UCRÂNIA, CORRUPÇÃO DESCOBERTA NADA MAIS É DO QUE O MÉTODO ZELENSKY


 O que une Serra Leoa, Zâmbia e Ucrânia? A corrupção. Agora será um grande problema para o presidente Zelensky convencer os parceiros ocidentais a continuar o apoio econômico à sua guerra por procuração. O escândalo que levou à prisão dos principais líderes do governo em Kiev não foi inesperado. Afinal, seus homens de confiança têm agido com o mesmo método que distingue o presidente ucraniano há anos.

Piero Messina | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Vamos ver os dados internacionais. Segundo a Transparência Internacional, o problema da corrupção é gravíssimo no país liderado por Zelensky. No ranking elaborado entre 179 países, onde a Dinamarca ocupa o primeiro lugar como o país menos corrupto do mundo, Kiev ocupa o 117º lugar, entre Serra Leoa e Zâmbia. Entre os casos mais recentes no noticiário, o de Anastasia Kotvitska, esposa de um ex-parlamentar ucraniano, parou na fronteira com 31 milhões em dinheiro em várias malas. Por que o caso Kovitsky é tão importante? Ele é um dos empresários mais ricos da Ucrânia e também foi parlamentar nos dez anos da Frente Popular, força nacionalista antirrussa, antes de ser suplantada no coração dos eleitores ucranianos pela lista fundada em 2018 por Zelensky.

Kovitsky foi um dos acólitos do ex-ministro do interior Arsen Avakov, que permaneceu no cargo por uma década, também entre os homens mais ricos da Ucrânia. Avakov também foi ministro do Interior no governo Shmyhal, mas em 2020 renunciou após alguns meses no cargo. Uma investigação criminal está aberta sobre a esposa de Kovitsky.

Segundo o que emergiu da investigação jornalística dos Pandora Papers, que em outubro de 2021 revelou a riqueza oculta de líderes políticos e empresários mundiais, o presidente ucraniano Zelensky e seus associados teriam controlado uma rede de empresas offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, Chipre e Belize para administrar os negócios no ramo de entretenimento e cinema filial. Serhiy Shefir, atual conselheiro de Zelensky que sobreviveu a um ataque, também está envolvido no caso: ele supostamente comprou imóveis em Londres por meio de empresas offshore. Em 2019, às vésperas das eleições na Ucrânia, Zelensky vendeu suas ações para a Shefir, mas os dois fechariam posteriormente um acordo que permitiria à família do chefe de Estado continuar recebendo recursos de empresas offshore. O atual presidente ucraniano realizou sua campanha eleitoral em 2019 com a mensagem de “limpar” o país da corrupção. Mas ele não é o homem certo. Não só pela crise que estourou hoje.

Segundo a reconstrução dos Papéis de Pandora, a rede de empresas em paraísos fiscais teria sido montada por Zelensky e seus sócios na produtora de televisão Kvartal 95 já em 2012.

Agora Zelensky tem que responder ao povo ucraniano e à comunidade ocidental. O escândalo envolve as esferas política e judicial. Oprimido pelo escândalo, o vice-procurador-geral Oleksiy Simonenko também deixa o cargo. Mas, de acordo com a mídia ucraniana, o governo de Kiev também terá que decidir sobre a possível demissão dos 5 chefes das administrações estaduais regionais de Dnepropetrovsk (Valentin Reznichenko, que teria pedido primeiro para sair), Zaporozhye (Alexander Starukh), Kiev (Aleksey Kuleba), Sumy (Dmitry Zhyvitsky) e Kherson (Yaroslav Yanushevich).

Ler em South Front:

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