Rui Verde tem um currículo
notabilíssimo. Foi vice-reitor da Universidade Independente, encerrada
compulsivamente devido a práticas criminosas dos seus responsáveis e grave
degradação pedagógica. Corria o ano de 2007. O reitor, Luís Arouca, afastou o
seu “vice” Verde acusando-o de corrupção e falsificação de documentos.
O acusado contestou. Mas Rui
Verde acabou preso e mais tarde condenado por corrupção, branqueamento de
capitais e falsificação de documentos. Sem se deter publicou o livro “O
Processo 95385. Como Sócrates e o poder político destruíram uma universidade”.
O mirabolante vice-reitor da
Universidade Independente preso e condenado por corrupção, branqueamento de
capitais e falsificação de documentos (um verdadeiro marimbondo ou mesmo
caranguejo com asas fininhas) acaba de publicar mais um livro do género: “João
Lourenço. Herança, Frustrações, sucessos (e a derrota de Luanda)”. Palpitante!
O autor é agora agente de coisas
esquisitas mais ou menos ao serviço de polícias secretas. E é sócio do Rafael
Marques na lixeira Maka Angola, o que faz de ambos serventes do George Soros,
uma das mais sinistras figuras da actualidade e cujos interesses, pelos vistos,
incluem a promoção de João Lourenço.
Uma correcção ao livro do Verde.
O cabeça de lista do MPLA nas eleições de 2017 também não ajudou o seu partido
a ganhar no círculo eleitoral de Luanda. A Oposição somou mais votos do que o
vencedor das eleições. Em Agosto passado apenas foi confirmado o descalabro. O
eleitorado do MPLA absteve-se ou votou mesmo contra João Lourenço.
Mas há outra correcção a fazer. A
vitória do partido de Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos não foi
“apertada”. Pelo contrário, foi retumbante. Esmagadora. Penso mesmo que foi a
mais expressiva de todas as vitórias eleitorais do MPLA. Nunca se esqueçam que,
pela primeira vez, a Oposição concorreu unida. Ainda agora Justino Pinto de
Andrade teve de renunciar à direcção do Bloco Democrático porque foi eleito
deputado da UNITA! Até o Chivukuvuku, antigo chefe da ala terrorista de Jonas
Savimbi, voltou ao local do crime e foi eleito nas listas do Galo Negro
acabando com a CASA-CE.
O livro do ex-presidiário tem uma
capa apelativa mas em nenhum ponto diz que é uma biografia não autorizada.
Logo, João Lourenço deu fogo à peça. Escolheu bem. Muito bem. O que não deve
ter sido fácil. O Presidente da República tinha muita mão-de-obra para a
propaganda. Mas com o currículo do Rui Verde, ninguém. Algumas e alguns
mereciam estar presos por crimes graves contra o Jornalismo mas têm passado
incólumes, o que lhes retira categoria e peso para escrever um livro sobre o
chefe. Esta biografia autorizada é um luxo. Por causa desta fraude ninguém vai
levar o Rui Verde preso.
A alternativa ao ex-presidiário
talvez fosse aquela menina que manda uns mujimbos para a TPA a partir da Casa
Branca. Mas não me parece que alguma vez tenha ido presa. Quando muito tem sido
assediada por polícias desalmados e algo tarados sexuais. Há imensos nos EUA!
A Hariana tem um “hard pass” para
o covil do chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo. O jornalismo que
faz é pornografia hard core mas está desculpada. A sua produção comparada com
as opções de política externa do Presidente João Lourenço são salmos bíblicos. A
pureza em forma de notícia.
Como dizia o meu compadre David
Moisés, “na vida é tudo relativo e no MPLA ainda mais”. Mas também dizia uma
com mais profundidade que eu aproveitei para abertura do meu livro Mukandano:
“Se há revolução que não comeu seus filhos para alimentar enteados, pode
varrer-me com a primeira chapada”. Isto em 1975, às portas da Independência
Nacional.
Imaginem o que diria hoje o
Heróico Comandante Ndozi se assistisse ao festim de fantoches e traidores que
estamos com eles. Nada de especial. Convidava-me para irmos plantar repolhos na
fazenda dele no Soyo. Era o que eu já devia estar a fazer há muitos anos. Mas,
confesso, sou muito atrevido e tenho o vício da escrita ligeira.
A grande Hariana hoje entrou na
TPA a matar: Angola subiu quatro pontos na lista mundial da corrupção! A
vigarice é organizada pela “Transparência Internacional”, instrumento criado por
antigos marimbondos do Banco Mundial. Sabem quem está nos primeiros lugares da
“transparência”? Os países que guardam o dinheiro dos corruptos e são antros
dos corruptores activos. A Suíça está nos primeiros lugares dos países livres
de corrupção. E o “paraíso fiscal” Luxemburgo também.
Enfim, Angola agora está melhor
na lista. A Hariana não disse mas digo eu. O Grupo Carrinho esteve um dia sem
comer os nossos mundos de fundos. E os destinatários dos “ajustes directos”
estão a fazer dieta, comem menos um kwanza ao matabicho. Graças ao Presidente
João Lourenço, a corrupção em Angola andas pelas ruas da amargura. O chefe é
para nós mais do que uma mãe.
Lá tenho que explicar mais uma
vez. A maquineta infernal do capitalismo só funciona se tiver no depósito, ao
mesmo tempo, três combustíveis: Exploração de quem trabalha, corrupção e
ladroagem em conluio com o Estado, que pode ir até às formas violentas de
latrocínio.
Isso do combate à corrupção é uma
manobra de diversão para os grandes corruptos trabalharem à vontade. Explorarem
quem trabalha à vontade. Roubarem à vontade. Que parte não percebem? Se querem
viver na economia de mercado e gramar os deputados da UNITA também levam com a
corrupção, a exploração e o roubo.
O jornalismo deles é assim. A RTP
tem um “enviado especial” na Ucrânia e o moço de recados diz que está na linha
da frente. A maka dos combates é em Bakhmut. E o heroico António Mateus anda a fazer
propaganda dos nazis em
Kherson. Por estas e por outras foi expulso de Moçambique.
A CNN Portugal tem um tal Sérgio
Furtado na Ucrânia. Hoje Úrsula von der Leyen e alguns comissários da Comissão
Europeia estiveram reunidos com Zelensky supostamente em Kiev. O rapaz reportou o
acontecimento sem estar presente. O “ocidente alargado” chama a isto jornalismo.
Democracia não casa com propaganda. Jornalistas não são kaxikos pagos à peça.
* Jornalista