sábado, 4 de fevereiro de 2023

A ESPANHA AMIGA DE MARROCOS E A TRAIÇÃO AO POVO SAHAURI SUBJUGADO

Sánchez esquece as palavras "Sahara Ocidental" e Marrocos pede ajuda contra a Polisário

Rebelión

– Nos seus discursos na cimeira hispano-marroquina, o Presidente do Governo não se referiu ao Sahara Ocidental.

– O primeiro-ministro marroquino falou do apoio do governo socialista ao plano marroquino para a ex-colónia espanhola.

– Podemos afirmar que os acordos e declarações feitas na RAN sobre a soberania do Saara vão contra o direito internacional  e a vontade popular da Espanha.

Na cimeira de Rabat, para o Presidente do Governo,  Pedro Sánchez , não existia a expressão Sahara Ocidental, apesar de a Espanha continuar a ser a  potência administradora de jure  da sua ex-colónia, tal como estabelecido pela ONU e reconhecido pela Tribunal Nacional.

Quem aproveitou a ocasião para se pronunciar sobre o Saara foi o primeiro-ministro marroquino,  Aziz Akhannouch , e que o apoio da Espanha, em março do ano passado, foi ouvido no mundo por sua proposta de autonomia para a ex-província espanhola, rompendo assim com o apoio ao  direito à autodeterminação  do povo saharaui mantido até então pelos governos do PSOE e do PP.

Além disso, propôs que a Espanha  ajude Marrocos  a  combater a Frente Polisário, o movimento saharaui de libertação, com o qual está em guerra desde  novembro de 2020, depois de o exército marroquino ter rompido o cessar-fogo que mantinha desde setembro de 1991.

O El Confidencial  publicou que o primeiro-ministro formulou este pedido perante Pedro Sánchez no discurso com que encerrou a cimeira hispano-marroquina, na ausência do rei  Mohamed VI , de férias no Gabão: O rei ofereceu um almoço após a reunião de alto nível em homenagem a Sánchez, da qual participaram o próprio Aziz e outras autoridades de ambas as delegações, segundo a agência oficial do MAP. "É paradoxal que o rei não tenha atendido a seu próprio convite, embora uma fotografia dele presidisse a mesa o tempo todo", acrescentou.

Akhannouch sublinhou a necessidade de “redobrar esforços em conjunto para enfrentar os perigos que ameaçam a segurança da região, relacionados com a imigração ilegal, tráfico de seres humanos, drogas, terrorismo,  grupos separatistas e milícias armadas ”. Tudo isto deve ser feito, especificou, com uma dupla “ abordagem securitária e social” .

Segundo o  El Confidencial,  o anfitrião de Sánchez não deu o nome da Polisario, mas as expressões "grupo separatista" e "milícias armadas" são as utilizadas pelas autoridades marroquinas para se referirem ao  movimento armado saharaui  que controla a orla oriental da ex-colónia espanhola, aproximadamente 20% desse território desértico. Já a abordagem “social” consiste, sobretudo, em ajudar os refugiados nos campos saharauis quando já não são geridos pela Polisario.

Moçambique | Há medo e dúvidas sobre ataques a carros na África do Sul

António Cascais | Deutsche Welle

Onda de violência na África do Sul contra viajantes moçambicanos e viaturas com matrículas de Moçambique arrasta-se há uma semana. O que estará por trás dos ataques?

O presidente da Associação de Táxis TUVA, o maior agrupamento de taxistas na capital moçambicana, está indignado com a onda de destruição de que foram vítimas alguns dos seus associados nos últimos sete dias, na África do Sul.

Segundo Leonardo Timba, "foram queimadas sete viaturas": um autocarro, um mini-autocarro, um camião e quatro transportes de turismo.

Os atos de violência têm deixado motoristas e passageiros com muito medo, acrescenta Luís Feliciano Mabunda, coordenador da rota internacional entre Moçambique e a África do Sul na TUVA.

"Estamos tristes, o problema começou há uma semana. E antigamente já havia xenofobia... Estamos com medo, e hoje só tivemos seis passageiros."

A rota mais perigosa

João Jaime Chicana faz regularmente a rota entre Moçambique e a África do Sul, transportando sobretudo pessoas que trabalham do outro lado da fronteira ou comerciantes que vão à África do Sul para comprar mercadorias para revender em Maputo.

Para Chicana, a rota mais perigosa, neste momento, é a que liga a cidade de Maputo, junto à costa, passando pela Ponta d'Ouro em direção à cidade sul-africana de Durban. 

"A situação não está boa", confirma.

Angola | O LIVRO VERDE E JORNALISMO FALSIFICADO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Rui Verde tem um currículo notabilíssimo. Foi vice-reitor da Universidade Independente, encerrada compulsivamente devido a práticas criminosas dos seus responsáveis e grave degradação pedagógica. Corria o ano de 2007. O reitor, Luís Arouca, afastou o seu “vice” Verde acusando-o de corrupção e falsificação de documentos. 

O acusado contestou. Mas Rui Verde acabou preso e mais tarde condenado por corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Sem se deter publicou o livro “O Processo 95385. Como Sócrates e o poder político destruíram uma universidade”. 

O mirabolante vice-reitor da Universidade Independente preso e condenado por corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos (um verdadeiro marimbondo ou mesmo caranguejo com asas fininhas) acaba de publicar mais um livro do género: “João Lourenço. Herança, Frustrações, sucessos (e a derrota de Luanda)”. Palpitante!

O autor é agora agente de coisas esquisitas mais ou menos ao serviço de polícias secretas. E é sócio do Rafael Marques na lixeira Maka Angola, o que faz de ambos serventes do George Soros, uma das mais sinistras figuras da actualidade e cujos interesses, pelos vistos, incluem a promoção de João Lourenço.

Uma correcção ao livro do Verde. O cabeça de lista do MPLA nas eleições de 2017 também não ajudou o seu partido a ganhar no círculo eleitoral de Luanda. A Oposição somou mais votos do que o vencedor das eleições. Em Agosto passado apenas foi confirmado o descalabro. O eleitorado do MPLA absteve-se ou votou mesmo contra João Lourenço. 

Mas há outra correcção a fazer. A vitória do partido de Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos não foi “apertada”. Pelo contrário, foi retumbante. Esmagadora. Penso mesmo que foi a mais expressiva de todas as vitórias eleitorais do MPLA. Nunca se esqueçam que, pela primeira vez, a Oposição concorreu unida. Ainda agora Justino Pinto de Andrade teve de renunciar à direcção do Bloco Democrático porque foi eleito deputado da UNITA! Até o Chivukuvuku, antigo chefe da ala terrorista de Jonas Savimbi, voltou ao local do crime e foi eleito nas listas do Galo Negro acabando com a CASA-CE.

O livro do ex-presidiário tem uma capa apelativa mas em nenhum ponto diz que é uma biografia não autorizada. Logo, João Lourenço deu fogo à peça. Escolheu bem. Muito bem. O que não deve ter sido fácil. O Presidente da República tinha muita mão-de-obra para a propaganda. Mas com o currículo do Rui Verde, ninguém. Algumas e alguns mereciam estar presos por crimes graves contra o Jornalismo mas têm passado incólumes, o que lhes retira categoria e peso para escrever um livro sobre o chefe. Esta biografia autorizada é um luxo. Por causa desta fraude ninguém vai levar o Rui Verde preso. 

A alternativa ao ex-presidiário talvez fosse aquela menina que manda uns mujimbos para a TPA a partir da Casa Branca. Mas não me parece que alguma vez tenha ido presa. Quando muito tem sido assediada por polícias desalmados e algo tarados sexuais. Há imensos nos EUA!

A Hariana tem um “hard pass” para o covil do chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo. O jornalismo que faz é pornografia hard core mas está desculpada. A sua produção comparada com as opções de política externa do Presidente João Lourenço são salmos bíblicos. A pureza em forma de notícia. 

Como dizia o meu compadre David Moisés, “na vida é tudo relativo e no MPLA ainda mais”. Mas também dizia uma com mais profundidade que eu aproveitei para abertura do meu livro Mukandano: “Se há revolução que não comeu seus filhos para alimentar enteados, pode varrer-me com a primeira chapada”. Isto em 1975, às portas da Independência Nacional. 

Imaginem o que diria hoje o Heróico Comandante Ndozi se assistisse ao festim de fantoches e traidores que estamos com eles. Nada de especial. Convidava-me para irmos plantar repolhos na fazenda dele no Soyo. Era o que eu já devia estar a fazer há muitos anos. Mas, confesso, sou muito atrevido e tenho o vício da escrita ligeira.

A grande Hariana hoje entrou na TPA a matar: Angola subiu quatro pontos na lista mundial da corrupção! A vigarice é organizada pela “Transparência Internacional”, instrumento criado por antigos marimbondos do Banco Mundial. Sabem quem está nos primeiros lugares da “transparência”? Os países que guardam o dinheiro dos corruptos e são antros dos corruptores activos. A Suíça está nos primeiros lugares dos países livres de corrupção. E o “paraíso fiscal” Luxemburgo também. 

Enfim, Angola agora está melhor na lista. A Hariana não disse mas digo eu. O Grupo Carrinho esteve um dia sem comer os nossos mundos de fundos. E os destinatários dos “ajustes directos” estão a fazer dieta, comem menos um kwanza ao matabicho. Graças ao Presidente João Lourenço, a corrupção em Angola andas pelas ruas da amargura. O chefe é para nós mais do que uma mãe.

Lá tenho que explicar mais uma vez. A maquineta infernal do capitalismo só funciona se tiver no depósito, ao mesmo tempo, três combustíveis: Exploração de quem trabalha, corrupção e ladroagem em conluio com o Estado, que pode ir até às formas violentas de latrocínio. 

Isso do combate à corrupção é uma manobra de diversão para os grandes corruptos trabalharem à vontade. Explorarem quem trabalha à vontade. Roubarem à vontade. Que parte não percebem? Se querem viver na economia de mercado e gramar os deputados da UNITA também levam com a corrupção, a exploração e o roubo. 

O jornalismo deles é assim. A RTP tem um “enviado especial” na Ucrânia e o moço de recados diz que está na linha da frente. A maka dos combates é em Bakhmut. E o heroico António Mateus anda a fazer propaganda dos nazis em Kherson. Por estas e por outras foi expulso de Moçambique. 

A CNN Portugal tem um tal Sérgio Furtado na Ucrânia. Hoje Úrsula von der Leyen e alguns comissários da Comissão Europeia estiveram reunidos com Zelensky supostamente em Kiev. O rapaz reportou o acontecimento sem estar presente. O “ocidente alargado” chama a isto jornalismo. Democracia não casa com propaganda. Jornalistas não são kaxikos pagos à peça.

* Jornalista

Na imagem: Rui Verde, referido em artigo no Observador 

Mbanza Kongo acolhe acto central do início da Luta Armada de Libertação Nacional

O acto central das celebrações do 62º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, que hoje se assinala, acontece na cidade de Mbanza Kongo, com a realização de diversas actividades sócio-políticas e culturais, numa altura em que o Governo local aproveita para fazer o balanço das conquistas ao longo dos últimos anos.

A construção de vários empreendimentos económicos e sociais, na província do Zaire, com destaque para a fábrica de aproveitamento do gás natural liquefeito, Angola LNG, o Ciclo Combinado do Soyo e a Estrada Nacional 100 (Bengo-Nzeto-Soyo), fazem parte, segundo o governador Adriano Mendes de Carvalho do leque das grandes conquistas advindas das acções iniciadas a 4 de Fevereiro de 1961.

O governador do Zaire falava, ontem, à imprensa, em Mbanza Kongo, na antevisão do acto central das celebrações do 62º aniversário, avançando que as obras de construção em curso de uma imponente unidade hospitalar com mais de 318 camas, a extensão da rede eléctrica nacional a todos os municípios e uma série de outros projectos enquadrados no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) constam, também, entre os ganhos.

"Se tivermos que falar dos grandes investimentos, nos últimos anos, recebemos o projecto Angola LNG que produz o gás que serve, não somente para exportar, mas também uma grande parte vai para o Ciclo Combinado do Soyo que fornece energia com recurso a gás à Rede Nacional de Electricidade e consumo interno constam entre os ganhos da liberdade”, acrescentou.

A previsão da construção de uma refinaria de petróleo e de uma fábrica de fertilizantes, ambas no município do Soyo, bem como as obras em curso de um hospital em Mbanza Kongo, segundo Adriano Mendes de Carvalho, são também conquistas resultantes da liberdade que os angolanos usufruem até hoje.

O governador do Zaire considera, também, uma série de projectos em execução no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), a nível da província, como ganhos para os habitantes da região.

"Vamos ter, também, uma série de obras do PIIM. Temos  consciência, ainda com dificuldades em alguns momentos, mas queremos acreditar que vamos dar o nosso melhor, de forma tal que a nossa província esteja em breve num patamar elevado. A título de exemplo, está em construção um hospital para 80 camas no município do Tomboco, cujas populações recorrem muitas vezes ao Nzeto ou a Mbanza Kongo em busca de assistência médica e medicamentosa, situação que vai conhecer o seu fim”, acrescentou.

No domínio da Educação, segundo Adriano Mendes de Carvalho, a província vai, em breve, ganhar mais 37 novas salas de aula que se vão juntar às mais de 300 que compõem a rede escolar na região, cujo número considera insuficiente, tendo em conta a procura.

"Mesmo assim, ainda é muito pouco por aquilo que temos em relação ao número de crianças fora do sistema de ensino, cifrado em mais de 21 mil crianças, situação que vamos tentar ultrapassar. Logicamente, isso vai levar tempo, porque não podemos fazer tudo de uma vez. Queremos acreditar que, com o apoio de todos, vai ser possível, pelo que pedimos à população e a todos os filhos do Zaire e não só, aqueles que amam o Zaire, tragam subsídios, para que trabalhemos em conjunto”, frisou.

ANGOLA E EUA ANALISAM ACORDOS NA DEFESA

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, recebeu, em audiência, o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Angola, Tulinabo Mushingi, com quem analisou os acordos assumidos entre os dois Estados no domínio da Defesa

O encontro de quinta-feira enquadrou-se na implementação do Memorando de Entendimento no domínio da Defesa e Segurança entre os EUA, segundo uma nota citada pela Angop.

De acordo com o documento, o embaixador dos EUA informou da vinda, este mês, de altos responsáveis do Departamento da Defesa e Segurança que, com as autoridades angolanas vão analisar e avaliar as acções em curso e a implementação de outras, no quadro da modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de outros órgãos.

Angola é um dos países africanos com os quais os Estados Unidos têm uma parceria estratégica. Os outros são a África do Sul e a Nigéria.

Em Abril do ano passado, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República chefiou uma delegação angolana que se deslocou a Washington para participar no acto que assinalou o 5º aniversário da assinatura do memorando de entendimento no sector da Defesa.

O memorando foi rubricado a 17 de Maio de 2017, pelo então ministro da Defesa e actual Presidente da República, João Lourenço, e pelo ex-secretário da Defesa dos EUA, James Mattis.

O programa da visita reservou uma deslocação ao Dreamport (órgão parte do Comando Americano de Cibersegurança), a deposição de uma coroa de flores no Cemitério Nacional de Arlington, bem como um encontro com o director-adjunto do Gabinete de Investigação Federal (FBI), Paul Abbate.

No Pentágono, a delegação angolana reuniu-se com a sub-secretária da Defesa para os Assuntos Africanos, Chidi Blyden, com quem abordou questões de segurança regional.

Jornal de Angola

Guiné Equatorial | NOVO GOVERNO FAVORECE FILHO DO DITADOR OBIANG

O Presidente afastou um dos filhos, Gabriel Obiang Lima, da pasta dos Petróleos no novo Governo e entregou-a a um próximo do filho 'Teodorín', que "reforça a ascensão ao poder", segundo opositores e ativistas.

"O que mais salta à vista neste novo Governo é o sinal de força que dão 'Teodorín' [Teodoro Nguema Obiang Mangue, vice-presidente, filho mais velho do Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo] e a sua mãe [Constancia Mangué Nsue Okomo], com o poder que passaram a ocupar dentro do regime", sublinhou em declarações à Lusa o líder da oposição da Guiné Equatorial, Andrés Esono Ondo, líder da Convergência para a Democracia Social (CPDS).

De acordo com um decreto presidencial que nomeia os 32 novos membros do Governo em Malabo, divulgado esta quinta-feira (02.02) à noite, Gabriel Obiang Lima passa a ocupar a pasta da Planificação e Diversificação Económica, o que, na expressão de um ativista defensor dos direitos humanos, que falou sob condição de anonimato, significa que "foi defenestrado".

"A primeira-dama e o seu filho moveram uma peça importante, afastando do Ministério das Minas um dos possíveis sucessores do Presidente, e colocaram nesse lugar uma pessoa do círculo próximo", reforçou Andrés Esono.

Gabriel Obiang Lima esteve dez anos à frente do Ministério das Minas e Hidrocarbonetos, que assumiu em 2012 e no qual foi reconduzido em 2016 com a restruturação da administração do país, mas trabalha no setor do petróleo e gás desde 1997, tendo ocupado os cargos de vice-ministro, secretário de Estado das Minas e Hidrocarbonetos e conselheiro presidencial para os Hidrocarbonetos.

Filho da segunda mulher de Teodoro Obiang - a são-tomense Celestina Lima -, Gabriel Obiang Lima é licenciado em Economia pela Universidade de Alma Dallas no Texas, Estados Unidos, e passa a ocupar a pasta do Planeamento e Diversificação Económica, porque "não podia ser deixado de fora", segundo um ativista do Centro de Estudos e Iniciativas para o Desenvolvimento (CEID, uma organização de desenvolvimento e defesa dos direitos humanos na Guiné Equatorial), que pediu para não ser identificado.

"A perda do Ministério das Minas por Gabriel Obiang Lima é um facto a ter em conta, é uma manifestação clara de posicionamento do núcleo do vice-presidente Teodoro Obiang Mangue e da sua mãe, que neste governo sai muito reforçado na guerra pela sucessão do patriarca”, afirmou à Lusa Joaquín Elo Ayeto, coordenador da plataforma Somos+, uma organização equato-guineense defensora dos direitos humanos.

Guiné-Bissau: Há "manobras" para excluir PAIGC das eleições

Partidos acusam a Justiça de realizar "manobras" para excluir o PAIGC das próximas legislativas. O grupo avisa que, sem o PAIGC, não haverá eleições. E acusam a comunidade internacional de ser "cúmplice" do regime.

Um grupo de partidos políticos da oposição guineense acusa o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de estar a realizar "manobras dilatórias" com a "cumplicidade de alguns magistrados" para afastar o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) das próximas eleições legislativas, previstas para 4 de junho.

"Ao invés de se ocupar ou preocupar-se com a constitucionalidade dos atos praticados pelas autoridades atuais, na aplicação das leis, associa-se a elas na implementação de um plano estratégico maquiavélico de exclusão, por via judicial, do PAIGC nas próximas eleições legislativas antecipadas", salienta o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos (ECPD) da Guiné-Bissau num comunicado a que a DW teve acesso.

Em causa está um despacho do Supremo Tribunal de Justiça que refere que as deliberações do décimo congresso daquele partido só serão anotadas depois da decisão sobre o recurso apresentado por Bolom Conté relativo à organização da reunião magna do PAIGC.

Sem o PAIGC, não há eleições

Bolom Conté, que o PAIGC considera um ex-militante, tem intentado uma série de processos judiciais contra o partido.

"Queremos aqui deixar bem claro que, sem a participação do PAIGC nas próximas eleições legislativas, elas não terão lugar, e as consequências imprevisíveis que dali possam resultar serão da responsabilidade das autoridades atuais e dos magistrados do STJ implicados", sublinha o grupo de partidos políticos da oposição.

Em entrevista à DW África na quinta-feira (02.02), Domingos Simões Pereira disse que se considera um "preso" na Guiné-Bissau, aludindo ao facto de ter sido novamente impedido de viajar esta semana, sem qualquer ordem judicial que o impeça de sair. O líder do PAIGC adiantou que pretende recorrer à Justiça para contornar o impedimento.

MILITARES DOS EUA DUVIDAM QUE OBJETIVOS DA UCRÂNIA SEJAM ALCANÇADOS

A possibilidade de Kiev anexar a Crimeia da Rússia é remota, segundo fontes norte-americanas consultadas pela publicação “Politico” da UE

 Lucas Leiroz* | South Front | # Traduzido em português do Brasil 

Aparentemente, até mesmo as autoridades americanas não acreditam no plano de Kiev de assumir o controle da Crimeia russa. De acordo com um relatório recente de um importante meio de comunicação ocidental, altos funcionários dos EUA estão céticos de que o regime de Kiev terá sucesso em seu objetivo de restaurar as fronteiras ucranianas anteriores a 2014. Na verdade, o caso revela como está se tornando cada vez mais difícil disfarçar a realidade indiscutível de que a Rússia está ganhando o conflito.

A informação foi dada ao Politico por fontes dentro do cenário político americano. Segundo o que foi noticiado, legisladores do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos EUA teriam ouvido a opinião de alguns funcionários do Departamento de Defesa dos EUA em recente reunião conjunta. Não há uma lista pública com os nomes dos membros do Pentágono que teriam participado dessa reunião. No entanto, foi informado que entre eles estavam Laura Cooper, subsecretária adjunta de Defesa para Rússia, Ucrânia e Eurásia, e o tenente-general Douglas Sims, diretor de operações do Estado-Maior Conjunto. Isso mostra a relevância do evento, considerando os altos cargos dos participantes.

Quatro pessoas que estavam na reunião contaram os detalhes da ocasião ao Politico. Como esperado, as fontes permaneceram anônimas. Segundo eles, funcionários do Pentágono disseram que a Ucrânia não é capaz de expulsar as tropas russas de todas as regiões já integradas à Federação. Os consultores foram enfáticos ao dizer que qualquer retirada russa da Crimeia é improvável, considerando o atual cenário militar do conflito que, pelo menos no curto/médio prazo, pode não mudar a favor dos ucranianos. As autoridades também disseram acreditar que se as forças ucranianas lançassem uma operação para retomar a Crimeia, haveria alto risco de derrota e não um sucesso garantido.

O Politico também entrevistou a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, sobre o caso. Ela se recusou a comentar os assuntos supostamente discutidos na reunião com os membros da Câmara, enfatizando o sigilo do assunto. Ela fez alguns comentários ambíguos, afirmando que a capacidade militar da Ucrânia “fala por si”. De fato, suas palavras soaram como uma tentativa de disfarçar a verdadeira opinião do Pentágono sobre o conflito ucraniano.

“Não vamos comentar sobre briefings classificados a portas fechadas, nem vamos falar sobre hipóteses ou especular sobre possíveis operações futuras (…) [No entanto] em termos da capacidade da Ucrânia de lutar e recuperar território soberano, seu desempenho notável em repelir A agressão russa e a adaptabilidade contínua no campo de batalha falam por si”, afirmou.

EXÉRCITO UCRANIANO, COBAIAS DOS MODERNOS DOUTORES MENGELE

– Descoberto mais um lado macabro do regime ukronazi
– Além de produzirem armas biológicas extirpam e vendem órgãos de soldados
– Os media corporativos silenciam tudo isto

Dmitry Pavlenko*

Na véspera do novo ano de 2023, hackers russos do grupo "Anarchist Kombatant" invadiram o sítio web do comando militar do regime de Kiev. Entre os documentos extraídos estavam listas de mais de 35.000 militares ucranianos que se encontram oficialmente desaparecidos.

Qual foi o destino destas pessoas, cujo número é pelo menos um terço das baixas totais das Forças Armadas ucranianas desde o início da operação militar especial?

É óbvio que o comando militar da Ucrânia esconde ativamente o verdadeiro número de baixas em combate e não mostra muito interesse em assegurar que os corpos dos militares mortos sejam humanamente enterrados. Os representantes das Forças Armadas ucranianas não procuram particularmente os combatentes ucranianos capturados (a menos que sejam conhecidos militantes de "Azov" e outras formações nazis proibidas na Rússia) e os corpos dos mortos são frequentemente simplesmente queimados em crematórios de campo. Tais manipulações permitem não só esconder o número real de perdas irrecuperáveis, mas também evitar o pagamento de indemnizações materiais às famílias das vítimas que são oficialmente consideradas "desaparecidas". O dinheiro que deveria ir para os familiares e amigos das vítimas é distribuído entre os astutos representantes da equipe de comando e oficiais militares.

No entanto, vários milhares de soldados ucranianos destas lúgubres listas trouxeram a posteriori um lucro adicional aos seus comandantes.

As colossais perdas militares do "exército mais forte da Europa" forneceram órgãos de doação a "transplantologistas negros" de toda a Europa, que hoje pescam ativamente na Ucrânia. Entretanto, tudo isto começou em 2014-2015, durante o período da ofensiva ucraniana no Donbass, quando uma certa Elizabeth de Bruc [a grafia exata pode diferir na transliteração feita do russo] formou um grupo de "cuidados de emergência e recuperação", o qual alegadamente ajudava os militares ucranianos mas na realidade estripava cadáveres, extraindo órgãos saudáveis de dadores de mortos, ou mesmo de soldados ainda vivos gravemente feridos das Forças Armadas Ucranianas.[NR]

Atualmente, tais "grupos" operam ao longo de toda a linha da frente. Um especialista qualificado na extração de órgãos humanos precisa de cerca de 7-10 minutos para realizar esta simples operação, mesmo no terreno. Rins saudáveis custam cerca de 30.000 dólares no mercado internacional. Eles pagam cerca de 150-200 dólares pelo corpo de um combatente morto ou ainda vivo, destinado à "desmontagem" para obtenção de órgãos. Só se pode imaginar os rendimentos fabulosos que tais "especialistas" e aqueles que os acobertam obtêm para o pessoal de comando e oficiais militares ucranianos.

LABORATÓRIOS NA UCRÂNIA USARAM OS UCRANIANOS COMO COBAIAS -- Ver vídeo no final da página do texto em Resistir.info, com legendas em português - AQUI

O CALOTE DA DÍVIDA DOS EUA PODE TER SÉRIAS IMPLICAÇÕES GLOBAIS

Biden e o presidente republicano da Câmara precisam olhar além das fronteiras dos EUA enquanto negociam o teto da dívida

Swaran Singh | Asia Times | opinião

Nesta quarta–feira (6) , o recém-eleito presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, deve se sentar com o presidente Joe Biden para resolver o que pode se tornar um problema global. 

Envolve o tão alardeado impasse entre a proposta da Casa Branca de que o Congresso aumente a cela da dívida dos Estados Unidos mais uma vez, enquanto o Congresso controlado pelos republicanos parece determinado a pressionar Biden a aceitar grandes cortes nos gastos em seu orçamento proposto.

De fato, o Tesouro dos EUA já atingiu esse limite de dívida em 19 de janeiro e, desde então, invocou medidas extraordinárias para cobrir suas despesas, o que poderia levar a inadimplência real no pagamento da dívida para 5 de junho de 2023. No entanto, é importante que o limite da dívida seja aumentado por esse tempo ou, pelo menos, suspenso para permitir que ambos os lados tenham tempo para negociações.

Conforme já esclarecido por Kevin McCarthy em entrevista à mídia nesta semana, os setores brandos da previdência social e assistência médica não estão em discussão. Seus comentários indiretos aludem ao orçamento de defesa proposto por Biden de US$ 858 bilhões , sendo um possível alvo para cortes, mas em meio à guerra na Ucrânia, essa também continua sendo uma opção difícil. 

Na pior das hipóteses, se nenhuma resolução for alcançada até o final de maio, o governo dos EUA pode ter que recorrer a outra medida extrema para garantir o pagamento de sua dívida com seus principais países credores, deixando de pagar pensões e salários do governo e assim por diante. 

UM BALÃO CHINÊS EXPÕE OS EUA A UMA ENORME VULNERABILIDADE

Levanta a questão: as defesas aéreas dos EUA são inúteis? – mas o Pentágono é surpreendentemente otimista

Stephen Bryen e Shoshana Bryen | Asia Times | # Traduzido em português do Brasil

Em 2 de fevereiro, um balão chinês de alta altitude supostamente carregado com equipamento de vigilância sensível viajou pelo Alasca, Canadá e norte dos Estados Unidos. Acontece que foi um dos vários ao longo do tempo - e o Pentágono o observou viajar sobre Montana, lar de um dos campos de mísseis Minuteman III com ponta nuclear dos militares dos EUA.

Você está preocupado? O Pentágono é surpreendentemente otimista.

O Pentágono  confirmou  que o balão é chinês e que a  China pediu “calma”  sobre o incidente. O porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder, disse: “Instâncias dessa atividade foram observadas nos últimos anos … Agimos imediatamente para nos proteger contra a coleta de informações confidenciais”.

Três perguntas:

- Se eles sabiam sobre os balões, por que eles foram autorizados a continuar voando?

- Que peso o apelo da China por “calma” carrega para o governo diante de uma violação militar de nossas fronteiras?

- E se não fosse “equipamento de vigilância”?

O governo quer que concordemos que uma invasão chinesa no espaço aéreo dos EUA não é grande coisa. E um balão de grande altitude pode, de fato, ser usado para vigilância. Mas também pode carregar armas – por exemplo, uma  arma nuclear EMP (pulso eletromagnético) destinada a criar uma crise em uma instalação nuclear americana.

O Pentágono fez três pontos próprios. Primeiro, que o balão estava operando bem acima da altitude da aviação comercial, mas o incidente só se tornou público porque foi, de fato, avistado por um passageiro em um voo comercial.

Em segundo lugar, os militares se opuseram a derrubar o balão porque poderia haver destroços que poderiam ferir civis, mas a densidade populacional de Montana prejudica esse ponto.

Em terceiro lugar, o governo havia determinado que o balão não dava à China nenhuma capacidade adicional de vigilância além do que ela já possuía por meio de satélites espiões orbitando a Terra.

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