sábado, 15 de abril de 2023

TODOS OS CAMINHOS LEVAM A PEQUIM

Esta é a história de dois peregrinos que seguem o caminho que realmente importa no jovem século XXI.

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Esta é a história de dois peregrinos que seguem o caminho que realmente importa no jovem século XXI ; um vindo da NATOstan e outro do BRICS.

Vamos começar com Le Petit Roi, Emmanuel Macron. Imagine-o com um sorriso de plástico no rosto passeando ao lado de Xi Jinping em Guangzhou. Seguindo o som – longo e suave – do clássico “High Mountain and Flowing Water”, eles entram no Baiyun Hall  para ouvi-lo tocado pelo Guqin de 1000 anos (um belo instrumento). Eles provam a fragrância do chá de 1.000 anos - e refletem sobre a ascensão e queda de grandes potências no novo milênio.

E o que Xi diz ao Le Petit Roi? Ele explica que quando você ouve esta música eterna tocada por este instrumento eterno, você espera estar na companhia de um amigo íntimo; você está em sincronia tanto quanto a alta montanha e a água corrente. Esse é o significado mais profundo do antigo conto dos músicos Yu Boya e Zhong Ziqi, 25 séculos atrás no reino de Chu: amizade íntima. Apenas amigos íntimos podem entender a música.

E com isso, como explicaram os estudiosos chineses, Xi trouxe à tona o conceito de Zhiyin. Depois que Zhong Ziqi morreu, Yu Boya quebrou seu Guqin: ele pensou que ninguém mais poderia entender sua música. A história deles marcou o termo “Zhiyin”: alguém que entende de música, com o significado adicional de amigos íntimos que podem se entender completamente.

Todas as apostas são sobre se um fantoche narcisista como Macron seria culto o suficiente para entender a mensagem sutil e sofisticada de Xi: aqueles que a entendem são verdadeiras almas gêmeas. Além disso, Macron não foi despachado para Pequim e Guangzhou por seus mestres para fazer alma gêmea, mas para tentar dobrar Xi para a OTAN na Rússia/Ucrânia.

Sua linguagem corporal é uma revelação inoperante – completa com os braços cruzados demonstrando tédio. A princípio, ele pode ter sido insensível à noção de que a verdadeira amizade requer compreensão e apreciação mútuas.

Mas então algo extraordinário aconteceu. A mensagem de Xi pode ter tocado um ponto-chave nas torturadas profundezas internas do narcisista Petit Roi. E se, nas relações internacionais, a compreensão e a apreciação mútuas forem a chave para que as nações encontrem um terreno comum e trabalhem juntas em busca de objetivos comuns?

Que noção revolucionária; não exatamente a “ordem internacional baseada em regras” imposta por Hegemon.

Portugal | ENTRETENIMENTO TAP

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

À semelhança do anedótico "você decide" para a localização do novo Aeroporto de Lisboa, as comissões parlamentares começam a ser um desporto nacional, puro entretenimento para deleite dos espectadores que prescindem das gravações "YouTube vintage" do caso O. J. Simpson ou do recente duelo Johnny Depp vs. Amber Heard, para criar enredos sobre as manigâncias de Christine Ourmières-Widener vs. Hugo Mendes ou de Manuel Beja vs. Pedro Nuno Santos.

São os anos recentes de má gestão e de intrusão do poder político que desfilam perante os nossos olhos, deixando adivinhar tudo o que não se sabe ou contou sobre anteriores administrações e anteriores decisões contraditórias, inexplicáveis ou nebulosas. Há muita gente a mentir, a omitir e a arrastar a verdade até ao limite do último momento em que tudo se sabe. Estranhamente, numa época de escrutínio e investigação, às vezes sensacionalista e até persecutória, há responsáveis políticos que se acham capazes de esticar o fio da verdade até ao limite em que não há verdade nenhuma, apenas uma inteira e aparatosa mentira.

O fio de prumo das relações entre a administração da TAP e o poder político não é vertical. Dormem no mesmo quarto, mas em camas separadas. Comunicam para lá do diálogo. Dão ordens, criam e geram pressões. Digladiam-se, depois, em praça pública. As opiniões de Hugo Mendes, ex-secretário de Estado, sobre o lado de anjo e diabo de Marcelo Rebelo de Sousa para a "ainda-ex-CEO" da TAP são a prova dos laços de afinidade informal que não são suportáveis entre o Estado e a companhia aérea. António Costa classifica (e bem) a situação como grave. Porém, não são só os últimos desenvolvimentos: este dossier está habitado pelo que ainda não se sabe, nomeadamente sobre o pagamento de assessorias e empresas de consultadoria desde o tempo de David Neeleman.

É tempo de agradecer a Alexandra Reis e aos 500 mil euros de indemnização, nem uma ínfima parte do palco para as jornadas da companhia aérea que, seguramente, farão cair uma outra choruda indemnização no colo de Christine Ourmières-Widener. A TAP é uma tragédia política para os anais da História da desqualificação da democracia portuguesa, um campo de batalha política em altos voos, um desastre bem terreno, situado no subsolo, nas catacumbas da política, numa empresa gerida por todos e por ninguém, por todos os poderes que não de gestão, habitada pelas piores práticas. A TAP tem, com esta nova administração de Luís Rodrigues, a sua última hipótese para levantar voo, credibilizando-se como companhia de bandeira no seu próprio país.

*Músico e jurista

Portugal | Acionista David Neeleman recebeu 55 milhões de euros quando saiu da TAP

PSD exige explicações a Costa sobre alegado acordo do Governo com acionista privado da TAP

O acordo terá permitido a David Neeleman receber 55 milhões de euros quando saiu da companhia aérea.

O PSD exigiu este sábado explicações ao primeiro-ministro sobre um alegado acordo entre o Governo e o acionista privado da TAP em 2017, que teria permitido ao empresário David Neeleman receber 55 milhões de euros quando saiu da companhia.

Em comunicado, intitulado "Os acordos secretos do socialismo na TAP", o vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz exigiu a António Costa e outros ex-governantes e responsáveis na empresa explicações urgentes sobre uma notícia do jornal Correio da Manhã.

"Ficámos agora a saber - de acordo com revelações da imprensa - que terá existido um acordo secreto em 2017. Nessa alegada reunião entre António Costa, Pedro Marques e David Neeleman, o Partido Socialista e o sr. primeiro-ministro terão permitido que o empresário norte-americano pudesse antecipar os 226 milhões de euros antes do prazo de 30 anos que o governo do PSD/CDS tinha estabelecido", afirmou Miguel Pinto Luz.

O vice-presidente social-democrata acrescentou que "terá sido esta mudança que permitiu que David Neeleman se tornasse no único empresário do setor da aviação civil que lucrou mais de 55 milhões de euros no período da pandemia".

"São dados que exigem confirmação e justificações urgentes e que servem para adensar a teia de má gestão, compadrio, ligeireza e abuso de poder que o dossiê TAP nos tem relevado publicamente", exige.

Portugal | A NORMALIZAÇÃO DA CRISE POLÍTICA

Inês Cardoso | TSF | opinião

Os argumentos não são novos e o presidente da República tem sido cristalino a repetir a sua visão sobre a crise política e o cenário de dissolução do Parlamento. São duas as condicionantes que explicam o facto de Marcelo Rebelo de Sousa considerar um risco para o país recorrer à bomba atómica. Uma, o facto de vivermos um ano decisivo, com um nível recorde de execução de fundos comunitários, em ambiente de incerteza económica agravada pela guerra na Ucrânia. Em segundo lugar, o chefe de Estado aponta a falta de alternativas claras à Direita.

Somando as duas condições, torna-se claro que o presidente da República considera só haver segurança para novas eleições legislativas após as europeias, em 2024. Aliás, dispensa mesmo ter de estar constantemente a repetir a sua visão, alertando a oposição de que não será a permanente pressão pela dissolução da Assembleia que o convencerá a mudar de ideias, com os riscos que daí decorrem.

Acontece que, em simultâneo com as explicações de Marcelo e os seus puxões de orelhas ao Governo, a quem pede que evite situações permanentes de desgaste, continuamos a ter motivos diários para nos inquietar com a governação. Mesmo que outros motivos de preocupação não houvesse, a comissão parlamentar de inquérito à TAP fornece, a cada audição, um manancial de munições à oposição.

Enquanto ainda se exigem respostas a tantas questões levantadas pelas novidades da semana passada, do assombroso pedido escrito do ex-secretário de Estado Hugo Mendes sobre o voo de Marcelo à não menos inacreditável reunião que juntou deputados, membros de gabinetes ministeriais e a CEO da TAP, vamos ouvindo novos elementos prestados pelo chairman, que voltam a colocar em causa a atuação (ou falta dela) do ministro das Finanças no acompanhamento da empresa.

Na próxima semana, o presidente da República recebe em Belém o líder do PSD e será incontornável que o tema da falta de alternativas esteja na ordem de trabalhos. Como será inevitável que a fragmentação da Direita e a mal resolvida aproximação ao Chega entrem em qualquer análise relativa a cenários futuros.

Não é fácil o quadro político que Marcelo Rebelo de Sousa tem entre mãos e as sondagens têm demonstrado o quanto o chefe de Estado tem sido contaminado pela crise em que o Governo mergulhou. Ainda assim, o país não pode correr o risco de normalizar essa crise, aceitando sucessivas polémicas e atropelos do PS, em nome da estabilidade e da execução de fundos europeus. Sem um Governo capaz de retomar um caminho credível, e sem alternativas de Oposição que ofereçam segurança, é a democracia que perde, abrindo espaço ao populismo. Triste cenário, precisamente no mês em que se inicia a contagem decrescente rumo ao meio século das conquistas de Abril, que supúnhamos maduras e livres de ameaças.

Portugal | O DESENCANTO


Henrique Monteiro | Henricartoon

- Alegado assédio na Academia

Chuvas provocaram quatro mortos em Luanda, duas pessoas continuam desaparecidas

ANGOLA

Foram registados quatro mortos em Luanda devido a chuvas fortes que estão a assolar a capital de Angola. Segundo as autoridades, as vítimas tinham idades entre os 11 e 37 anos.

As chuvas intensas que caíram sobre Luanda provocaram quatro mortos, um por afogamento e os restantes por eletrocussão, informaram esta sexta-feira os Serviços de Proteção Civil e Bombeiros.

De acordo com o comandante provincial de Luanda do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, subcomissário Flávio Chimbundi, as vítimas mortais tinham entre 11 e 37 anos, estando ainda por localizar duas outras pessoas desaparecidas de 8 e 41 anos.

Os municípios mais afetados foram Cacuaco e Viana, e entre os estragos contabilizam-se inundações em 1.199 habitações e 1.201 famílias afetadas, bem como o registo da queda de 308 árvores.

Flávio Chimbundi apelou à população para acatar com os conselhos das administrações municipais e comissões municipais de proteção civil e bombeiros no sentido de evitarem construir em linhas de passagem das águas e a circulação junto de valas de drenagem quando estiver a chover.

Observador | Lusa | Imagem: Michael Cappeler/EPA

Angola | Criminosos Sanguinários Vítimas de Ameaças – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

Raul Tati, tu és mlongu chi mpoka mbuá! Mentes com quantos dentes tens na boca. Mas essa é a tua parte boa. Quanto ao resto é impossível classificar. Não sei que dizer de um canalha que se bandeou com os terroristas da FLEC, encomendou raptos e homicídios enquanto no altar dava graças a Deus. Um ser tão repelente existe? Sim, é o ex-padre adorador de bandidos e terroristas. Em 2022, decidiu engordar ainda mais as contas bancárias e sacar mordomias de deputado nas listas da UNITA. O animal peçonhento foi de mal a pior.

O Vaticano expulsou Raul Tati. Impediu-o de esconder as suas actividades terroristas sob a sotaina de padre. Agora tem de ser expulso da Assembleia Nacional porque além de encomendar raptos e homicídios atenta contra a soberania nacional e a integridade territorial. Afirma que o ex-padre e terrorista Jorge Congo foi uma grande figura da Igreja Católica porque “lutou pela independência de Cabinda”. 

Um deputado da nação não pode ser mandante de assassínios e traidor. Tem de defender e respeitar a Constituição da República. Não pode pugnar pela amputação de uma província de Angola como ele faz pública e notoriamente. A reconciliação nacional não pode dar para desculpar o banditismo político e absolver criminosos.

O bispo de Cabinda, Belmiro Cuica Chissengueti  também se bandeou com os homicidas e raptores da FLEC. Tenho para ele dois recados, na sua língua materna. Tome nota:  “Momo asungulukatjy ukulu wekongelo opwa evelo, nd’okaleyi kaSuku, kasina-sina, kakala-kala ukwakañayma”. Aprenda a não ser criminoso, soberbo e contendor. Não pode entrar na contenda. Muito menos pelo lado da FLEC. A Mamã Rosa, católica apostólica romana, também lhe manda esta mensagem: “Ondavululi… kakakolwe, kakalinge ukwambenda, ondjuke pwãyi”. Senhor Belmiro, o bispo não pode ser bêbado nem violento! 

Os equívocos da reconciliação nacional estão a arrastar o Povo Angolano para o abismo. Espero que o MPLA assuma rapidamente as suas responsabilidades históricas, políticas e sociais. A associação de malfeitores do Galo Negro ousou “denunciar” na Assembleia Nacional “casos de ofensas à integridade física a um deputado e a um dirigente da UNITA”. Os “ofendidos” são o deputado Peregrino Isidro Wambu Chindondo (General Wambu) e Abílio Camalata Numa, agraciado com as estrelas de general por matar muitos angolanos ao serviço dos invasores racistas da África do Sul.

A denúncia foi feita pelo deputado Monteiro Eliseu, na língua umbundu. A este artista tenho a dizer isto: “Ndete v’isso ongulu mwele ikeña-keña, ihambula,. Oku lóku, elembva lyoluneleho lwotjyumbo. Tradução (livre) para as deputadas e deputados que na Assembleia Nacional só usam a língua oficial, porque não são tribalistas como o deputado da UNITA: Vejo um porco autêntico, que ronca, captando, aqui e além, o perfume de uma flor”. Não tenho culpa nenhuma. Não fui eu nem a minha família das Boas Águas (Tchicala Tcholohanga) que votámos no animal para sair da kibanga e instalar-se no jardim das Leis. Expulsem-no! Votaram nele por engano. Miseravelmente enganados pela UNITA.

Angola | CONTRA O ENTERRO DA MEMÓRIA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda                                                                        MEMÓRIA 1

Ensinar os ignorantes pode ser uma obra de Misericórdia. Não sou versado na Religião Católica por isso tenho dúvidas. Mas o deputado da UNITA Raul Tati deve saber porque antes de se banquetear com os diamantes de sangue foi padre em Cabinda e ao mesmo tempo terrorista da FLEC. 

Hoje mando ao deputado da associação de malfeitores UNITA (o material vai para todos…) duas entrevistas a antigos dirigentes da FLEC. Assim goda a gente fica a saber quem eram os ex-padres Raul Tati e Jorge Congo. Mas também Raul Danda, terrorista da FLEC e deputado da UNITA que um dia foram ver, estava morto.

Mando um trabalho que fiz sobre os “protectorados” em Angola e a situação administrativa de Cabinda. Para Raul Tati perceber que foi traidor quando vendeu a província por um punhado de votos. Ele só quer saber de dinheiro. Mas pode ser que leia.,

Com a devida vénia, mando igualmente uma carta aberta de ela Malaquias a Paulo Lucamba (Gato) que convidou a signatária a participar numa homenagem a Jonas Savimbi. O mesmo que convidar uma vítima a cuidar do seu catrrasco!

Tudo o que a deputada Bela Malaquias diz do chefe da associação de malfeitores UNITA é verdade. Está comprovado documentalmente e por testemunhos. Paulo Lucamba (Gato) sabe que é tudo verdade. Mas como na organização prevalece o espírito de seita, muitos anos depois da morte do criminoso de guerra no Lucusse, ele fingiu que não sabe de nada e mostrou a sua faceta de adorador do Savimbi.

Com esta documentação quero provar duas coisas. Os traidores que querem vender Cabinda aos ladrões mundiais de petróleo serão sempre inimigos declarados do Povo Angolano e particularmente dos que vivem na província mais a Norte. Reconciliação Nacional com os criminosos de guerra da UNITA, jamais! Mesmo quando se dizem arrependidos estão a ser falsos. Leiam com atenção a carta aberta da deputada Bela Malaquias a Paulo Lucamba (Gato). 

Mas leiam com toda a atenção as duas entrevistas a antigos dirigentes da FLEC, no ano de 2012. O Povo Angolano sem passado e sem memória pouco vale. Corre o risco de mergulhar mais uns quantos séculos na servidão a amos estrangeiros. Essa é a agenda política da UNITA e de mercenários e traidores como o deputado  Raul Tati.

* Jornalista

Sondagem aponta CNRT como partido com mais apoio nas eleições em Timor-Leste

O CNRT, atualmente na oposição, é o partido apontado como o mais apoiado pelos eleitores timorenses segundo uma sondagem que coloca o seu líder, Xanana Gusmão, como o político mais popular.

A sondagem, realizada pelo Matadalan Survey & Research Institute, dá ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) um nível de apoio de 49%, acima dos 25% à Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), dos 5,5% ao Partido Democrático e dos 5,25% ao Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

O Partido Libertação Popular (PLP), do atual primeiro-ministro, regista um apoio de 3,5%, com o estreante Partido os Verdes de Timor a registar um apoio de 1%, e as restantes forças políticas a somarem um apoio de 7,75%.

A sondagem foi realizada pelo Matadalan Survey & Research Institute que ouviu 400 pessoas nos 13 municípios e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) entre os dias 24 de março e 03 de abril, com um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 5%.

A sondagem não inclui eleitores na diáspora, inclui metade mulheres e metade homens, com 25% entre os 17 e 24 anos, 25% entre os 25 e 34, 25%  entre os 35 e os 49 e 25% entre os 50 e os 70.

O relatório da sondagem inclui dados sobre a localização dos sondados, nível de escolaridade e profissão e rendimento.

"EUA devem parar de encorajar a guerra e a UE deve começar a falar de paz" -- Lula

O Presidente brasileiro está a promover a ideia de um grupo de países cujo objetivo seria trabalhar pela paz na Ucrânia, e antes da visita à China prometeu que este grupo seria "criado" quando regressasse a Brasília.

O Presidente brasileiro defendeu este sábado, no final de uma visita à China, que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e a União Europeia "começar a falar de paz".

"Os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra e começar a falar de paz, a União Europeia deve começar a falar de paz", disse Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas, em Pequim, antes de partir para os Emiratos Árabes Unidos.

Desta forma, explicou, a comunidade internacional poderá "convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo".

Lula, que voltou ao poder em janeiro, após dois mandatos entre 2003 e 2010, fez uma visita de dois dias à China para reforçar os laços económicos com o seu principal parceiro comercial. Aproveitou também a oportunidade para dizer que o Brasil estava "de volta" à cena internacional que espera ter um papel na mediação no conflito na Ucrânia.

EM PEQUIM, LULA ASSINA 15 ACORDOS BILATERAIS COM A CHINA

Parcerias somam R$ 50 bilhões de investimento, estima Ministério da Fazenda. Em encontro com Xi Jinping, Lula diz "não ter preconceito" na relação com chineses, e líder chinês descreve Brasil como prioridade.

Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (14/04) em Pequim com o líder chinês, Xi Jinping.

O encontro começou com uma cerimônia diante do Grande Salão do Povo, na capital chinesa, iniciada às 16h30 no horário local (3h30 em Brasília), quando Lula chegou com sua comitiva, sendo recebido por Xi. Em seguida, os dois mantiveram uma reunião ampliada e um encontro bilateral antes de seguirem para um jantar programado para a noite.

No mesmo dia, o governo brasileiro divulgou uma lista de 15 novos acordos a serem firmados entre os dois países durante a visita de Lula, totalizando R$ 50 bilhões de investimento, segundo projeção do Ministério da Fazenda.

Entre os destaques, estão memorandos de entendimento entre o ministério chinês das Finanças e a Fazenda, para infraestrutura e parcerias público-privadas, e um protocolo para fabricar e operar satélites CBERS-6. Conforme o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.

Outro acordo envolve a chinesa Huawei, que venceu o leilão realizado em 2021 para fornecer equipamentos para implantação da tecnologia 5G no Brasil. A empresa é acusada pelos Estados Unidos de crime organizado e conspiração para roubar segredos comerciais através de tecnologia.

Na área de interesse da agropecuária brasileira, foi firmado um plano de trabalho para a certificação eletrônica de carnes e um protocolo para a abertura aduaneira do mercado chinês para farinhas de suínos e aves.

Tentando abrir uma brecha entre a China e Fiji EUA praticam a diplomacia de 'Band-Aids'

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Vendo a China abrindo seus braços com hospitalidade para países de todo o mundo, e até mesmo os laços entre a China e a Austrália estão se desfazendo, os EUA estão insatisfeitos. A Voice of America (VOA), uma das mais antigas máquinas de propaganda da América, está tentando fazer algumas ondas no Pacífico. 

Visando a viagem em andamento do vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, à Austrália e Fiji, o VOA chinês publicou um artigo, alegando que uma frente pró-EUA, pró-Austrália e anti-China tomou forma no Pacífico Sul. O meio de comunicação se esforça para abrir uma brecha entre a China e Fiji, sublinhando que Fiji está se preparando para promover relações militares e diplomáticas com a Austrália, enquanto suspende um acordo policial com a China. 

É interessante ver a VOA enfatizando uma frente anti-China no Pacífico Sul ao contornar cuidadosamente o pequeno, mas constante progresso recente feito nas relações China-Austrália. 

A mídia também se esquivou de mencionar uma coisa - a mão oculta dos EUA por trás da mudança de atitude de Fiji em relação à China. Especialistas acreditam que durante os 16 anos de mandato do ex-primeiro-ministro fijiano Josaia Voreqe Bainimarama, ele praticamente colocou a maximização dos interesses nacionais de Fiji como prioridade nas negociações com outros países. A escala e o escopo da cooperação econômica e comercial China-Fiji, bem como o entusiasmo dos turistas chineses por Fiji, ajudaram a promover o desenvolvimento econômico local e o emprego. No entanto, depois que o novo primeiro-ministro assumiu o cargo, a pressão dos EUA aumentou.

"LINHA DURA DA CHINA" NÃO É TERMO ELOGIOSO DADO PELO OCIDENTE

'Acreditamos que os europeus podem fazer uma escolha sábia entre cooperar com a China, promover juntos a paz e o desenvolvimento, ou escolher a divisão e o confronto, exacerbando sua própria crise e trazendo maiores problemas para o mundo.'

Global Times, editorial | # Traduzido em português do Brasil

A chanceler alemã, Annalena Baerbock, visitou a China de quinta a sábado. Esta é a primeira visita oficial à China de Baerbock, que é amplamente visto como um linha-dura na China. Ela foi primeiro a Tianjin para visitar empresas alemãs, depois pegou o trem de alta velocidade para Pequim com o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang. Os dois realizaram conjuntamente a sexta rodada do diálogo estratégico China-Alemanha sobre diplomacia e segurança e tiveram uma comunicação abrangente e aprofundada sobre as relações China-Alemanha, relações China-UE e questões internacionais e regionais importantes. O mundo exterior está atento à mensagem que Baerbock trará de volta à Alemanha e à Europa.

Existem três grandes antecedentes desta visita aos quais o público está prestando atenção especial. Primeiro, os políticos europeus iniciaram uma "onda de visitas" à China. Os próximos incluem aqueles de líderes políticos que defendem o fortalecimento da cooperação com a China e o aumento da autonomia estratégica europeia, e aqueles que são mais "pró-EUA" e adotam uma postura mais dura em relação à China. Isso mostra que a Europa como um todo está mais disposta e ansiosa para se comunicar e fazer intercâmbio com a China. A segunda é que a Alemanha está prestes a emitir um novo documento estratégico para a China, e quem o formula é o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha sob a liderança de Baerbock. O mundo exterior está muito interessado em saber como essa visita afetará o documento e qual será a postura da Alemanha ao lidar com a China. Terceiro, O presidente francês Emmanuel Macron afirmou repetidamente após sua visita à China que a Europa deve fortalecer sua autonomia estratégica e não deve se tornar um "vassalo". Essas observações causaram choque na Europa e nos Estados Unidos e, de fato, abriram um importante debate sobre política externa entre as elites políticas europeias.

Nesse contexto, algumas vozes da opinião pública americana e ocidental, especialmente a primeira, esperam muito que Baerbock mostre dureza durante sua visita à China para "compensar" o "impacto negativo" da visita de Macron.

O LONGO PLANO DO OCIDENTE PARA ESMAGAR A CHINA -- Caitlin Johnstone

Você pode ver o brilho desse conflito iminente nos olhos dos imperialistas ocidentais já em uma entrevista de 1902 com Winston Churchill, publicada um ano após a morte do líder do Reino Unido. 

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

“A China está se preparando para matar americanos e temos que nos preparar para nos defender”,  recentemente o propagandista do império Gordon Chang à Fox Business .

Chang, que   passou mais de duas décadas  prevendo incorretamente  o colapso iminente da China, fez esses comentários bizarros  enquanto discutia um futuro ataque a Taiwan .

É claro que Taiwan não é os Estados Unidos e qualquer guerra potencial entre Taiwan e o continente seria um conflito interchinês que não precisa envolver um único americano, e Chang com certeza não faz parte de nenhum “nós” que jamais estará envolvido. em combate com os militares chineses sob quaisquer circunstâncias.

Chang enquadra sua narrativa como se a China estivesse ameaçando os americanos em suas casas, quando na realidade apenas o oposto é verdadeiro: os EUA  cercam militarmente a China  há muitos anos e estão acelerando rapidamente seus esforços para fazê-lo.

QUANDO OS JORNALISTAS AGEM COMO PROPAGANDISTAS DO ESTADO

Antes da invasão do Iraque, 20 anos atrás, a mídia do Reino Unido repetia sem críticas as mentiras e invenções do governo e se tornou uma parte entusiástica da máquina de propaganda do estado.  Um inquérito sobre as reportagens britânicas sobre a guerra do Iraque está atrasado.

Peter Oborne | Declassified UK, Janeiro 2023 | Traduzido em português do Brasil

Vinte anos atrás, Tony Blair forneceu ao público britânico informações falsas sobre a posse de armas de destruição em massa por Saddam Hussein, a fim de defender a invasão ilegal do Iraque.

Sir Tony nunca foi a julgamento. Ele não sofreu consequências pessoais. Nem seus chefes de espionagem e conselheiros. Ele foi recentemente premiado com a Ordem da Jarreteira, a maior honraria da vida pública britânica.  

Nenhum dos jornalistas britânicos que publicaram as mentiras e falsidades de Sir Tony sobre as armas de destruição em massa de Saddam Hussein sofreu profissionalmente. Muitos partiram para coisas maiores.

Enquanto isso, aqueles que revelaram a ilegalidade e a barbárie da guerra sofreram. Julian Assange, que revelou tantos dos crimes de guerra cometidos pelas forças americanas, agora definha na prisão.

Nos Estados Unidos, houve inquéritos agonizantes sobre os relatórios incorretos do Iraque. Não é assim na Grã-Bretanha, onde grande parte da imprensa e da mídia de radiodifusão tornou-se uma parte entusiástica da máquina de propaganda do estado. 

Os jornalistas mais importantes e respeitados da Grã-Bretanha repassaram as mentiras do governo de forma acrítica, muitas vezes acrescentando novas invenções próprias.

REINO UNIDO DOA MILHÕES DE LIBRAS A GRUPOS DE 'CONTRA-DESINFORMAÇÃO'

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DO REINO UNIDO DOA MILHÕES PARA GRUPOS DE 'CONTRA-DESINFORMAÇÃO'

O governo do Reino Unido forneceu mais de £ 25 milhões para organizações que visam a “desinformação”, algumas das quais são dirigidas por ex-membros do establishment da política externa britânica e americana e se concentram predominantemente em inimigos oficiais.

John Macevoy, Mark Curtis | Declassified UK | Traduzido em português do Brasil

O Ministério das Relações Exteriores está investindo dinheiro em grupos privados de “contra-desinformação” que tendem a apoiar as posições políticas do governo do Reino Unido, como sobre a Ucrânia

Quatro organizações financiadas pelo Reino Unido são dirigidas por indivíduos ligados ao establishment da política externa britânica ou americana

Associados de uma organização financiada pelo Reino Unido ajudaram a sugerir que Jeremy Corbyn estava envolvido em uma operação de informação russa antes das eleições gerais de 2019

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido despejou pelo menos 25 milhões de libras na indústria muitas vezes sombria de “contra-desinformação” desde janeiro de 2018, descobriu  o Declassified .

É provável que o número real seja muito maior, já que o governo só publicou seus dados de gastos até maio de 2022. 

Quando perguntado por que dados mais recentes não estavam disponíveis, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores se recusou a responder, dizendo ao Declassified : “Os dados de gastos com transparência serão publicados no devido tempo”.

Declassified descobriu que quatro organizações de “contra-desinformação” financiadas pelo Reino Unido são dirigidas por indivíduos que trabalharam anteriormente para o estabelecimento de política externa britânica ou americana. 

Essas organizações tendem a se concentrar em crimes de guerra russos e operações de informação, particularmente na Ucrânia, enquanto falham em conduzir investigações comparáveis ​​na Grã-Bretanha, nos EUA ou na OTAN.

Grande parte da pesquisa desses grupos é, portanto, unidirecional, apresentando operações de informações malignas como o único domínio de inimigos identificados pelo governo do Reino Unido. O impacto provavelmente será uma informação unilateral entrando na arena das notícias públicas.

Enquanto isso, algumas dessas organizações lançam a rede de “desinformação” tão amplamente que as opiniões políticas legítimas são rotuladas como “desinformação” e alvo de supressão.

O financiamento do governo do Reino Unido para a indústria de “contra-desinformação” consequentemente parece mais uma operação de informação em si do que um esforço neutro para combater “notícias falsas”.

Além disso, pesquisas secretas financiadas pelo Reino Unido sobre “desinformação” e operações de informação patrocinadas por estrangeiros podem servir para justificar o inchaço do orçamento de segurança nacional do Reino Unido.

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